OS 200 ANOS DA CRIAÇÃO DO CORREIO BRAZILIENSE - 1808-1822

POR HIPÓLITO DA COSTA

                                                                      

 
Cláudio Moreira Bento (X)

 

 

             Em 1972, tentando descobrir a relação de Hipólito da Costa com minha terra natal Canguçu- RS e nada conseguindo comprovar a este respeito, terminamos por publicar na Coluna Querência da União Gaúcha João Simões Lopes Neto do Diário Popular de Pelotas, uma pesquisa intitulada Pelotas e o fundador do Jornalismo brasileiro, nos dias 30 de janeiro, 1º de fevereiro e 2 de fevereiro de 1972. Artigo em  sugerimos a trasladação dos restos mortais de Hipólito de Costa, Patrono da Imprensa Brasileira, da Inglaterra para o Brasil.

            Esta matéria repercutiu em Porto Alegre no Correio do Povo, na Coluna Revivendo o Passado, do velho jornalista Arquimedes Fortini, na edição de 1º de março  de 1972, elogiando a idéia de trasladação  dos restos mortais do fundador da Imprensa Brasileira, por nós sugerida.

            E a partir daí a idéia foi ganhando corpo, repercutindo no Estadão de São Paulo e em Editorial do Jornal do Brasil atribuído ao Presidente da ABI, Barbosa Lima Sobrinho que mais tarde seria nosso confrade no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro onde ingressara em 1931, três meses depois de meu nascimento e referindo  a certa altura:

            “Que a idéia de trasladação dos restos mortais de Hipólito da Costa que devia ter partido de um jornalista, partiu de um jovem historiador major do Exército.”

            Contatando o Correio Brasiliense em Brasília, através de seu editor Ari Cunha, terminamos sendo convidados para sermos encarregados da edição histórica do jornal de 25 de abril de 1972, marco inicial das comemorações do Sesquicentenário da Independência.

       E nesta edição publicamos o artigo O patrono da Imprensa do Brasil Hipólito da Costa e a Independência, junto com os Dragões da Independência de Brasília (também bicentenário em 2008) e o Exército na Consolidação de Brasília.

            E a idéia de traslado ganhou corpo e a 1ª tentativa neste sentido foi frustrada, concretizando-se há pouco tempo. E os restos mortais do Patrono da Imprensa  repousam na área do Correio Brasiliense em Brasília, fundado por Assis Chatobriand.

            A idéia ganhou corpo no Rio Grande do Sul sob a liderança da ARI (Associação de Imprensa do Rio Grande do Sul) que promoveu, em parceria com a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul um concurso literário do qual participamos com o livro Hipólito da Costa – o gaúcho fundador da Imprensa do Brasil, que obteve o 2ª lugar, cujo prêmio foi entregue na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul.

            Este trabalho o publicamos 33 anos mais tarde em 2005, sob a égide da Academia de História Militar Terrestre do Brasil que fundamos em 1996 em Resende, e do Instituto de História e Tradição do Rio Grande do Sul, por nós fundado em Pelotas, em 10 de setembro de 1986, no sesquicentenário do combate do Seival. 

         Combate que criou condições para Proclamação da República Riograndense pelo mais tarde general farrapo Antônio Neto, com sua Brigada Liberal, integrada por filhos de Piratini de seus distritos sede e dos de Canguçu, Cerrito e Bagé até o Pirai, concorrendo cada distrito com ¼ do efetivo.

            Publicamos artigo sobre Hipólito da Costa, como fundador do jornalismo brasileiro na A Defesa Nacional, no 643, mar/abr 1972, p. 59/68.

            Nossa participação inicial sugerindo o traslado de Hipólito da Costa foi aos pouco sendo esquecida, mas foi idéia que ganhou corpo e desencadeou outras providências como a criação do Museu Hipólito da Costa em Porto Alegre.

            Nossa contribuição tem sido reconhecida pelo jornalista Raul Quevedo, como ocorreu publicamente depois de concluímos conferência, em 6 de maio, no Simpósio de História sobre o General Osório, promovido pelo Comando Militar do Sul, onde abordamos o tema General Osório – pensamentos em Arte e Ciência Militar.

            Ocasião esta que abordamos para o público presente no Auditório do GBOEx a nossa condição de responsável acidental, pela Lei de Regulamentação da Profissão de Jornalista em 1968, pelo Presidente Arthur da Costa e Silva e mediação do Ministro do Trabalho Jarbas Gonçalves Passarinho.

            A única ligação de Hipólito com Canguçu foi a passagem por lá de seu pai, o furriel granadeiro Felix da Costa Pereira Furtado, natural de Saquarema- RJ, que participou da conquista do Forte de Santa Tecla em 1776 e de lá, integrando os Dragões do Rio Pardo, passou por Canguçu rumo ao Taim, face uma ameaça frustrada de invasão do General Ceballos.

            Hipólito da Costa nasceu numa Praça de Guerra em Colônia do Sacramento, sobrinho de seu capelão, filho de soldado e pai e avo de soldados

            Seu pai seria o 1º comandante de uma força de Ordenanças criada em Pelotas atual em 1784 no início de seu povoamento. (Revista IHGB, no 345, 1983)

 

(x) Presidente da AHIMTB,IHTRGS, ACANDHIS e ACAPIR