PRIMEIRA BATALHA DOS GUARARAPES

(19 ABRIL 1648)

 

Antecedentes imediatos

  Após continuados sucessos, os luso-brasileiros sitiam, por terra, os holandeses no Recife.

Para aliviar a situação, aporta no Recife, em 18 de março de 1648, a esquadra de socorro holandesa, composta de 9 vasos de guerra, 4 iates e 28 navios carregados de suprimentos, bem como 6.000 soldados.

Com este poderio, os holandeses decidem romper o cerco terrestre do Recife e conquistar o interior pernambucano, em mãos dos patriotas do Brasil.

Ao executarem esta decisão, teria lugar a 1ª Batalha dos Guararapes.

Os patriotas, apoiados numa linha de redutos e estâncias em torno dos atuais bairros do Recife e Santo Antônio, submetiam os holandeses a eficiente cerco e bombardeio de artilharia.

Ao iniciar-se o bombardeio de artilharia, foi atingida a cama do Presidente do Conselho Holandês do Recife, Schoonenborch, que acabara de levantar-se (Watjen).

O canhoneio causou tal pânico que muitos holandeses, desesperados, procuravam abrigo, escondendo-se em túmulos (P. M. Netscher).

Combinado com o bombardeio, rondava os atuais bairros do Recife e de Santo Antônio o constante espectro da fome, atingindo inclusive as mais altas autoridades holandesas.

Antes da chegada da esquadra de socorro, as ratazanas, segundo cronistas da época, tornaram-se refeições muito disputadas

 

 

TERRENO DA BATALHA

 

 - Descrição

 Foi a área dos chamados Montes Guararapes, hoje terras pertencentes ao Patrimônio da União e destinadas à construção do Parque Histórico Nacional dos Guararapes.

Os Montes Guararapes são três, a saber, e com base principalmente na análise e descrição feitas por Diogo Lopes Santiago na época das batalhas e, no século passado, pelo Padre Lino do Monte Carmelo.

 

"Monte atual da Igreja dos Prazeres, constituído de duas cotas gêmeas. Sobre a de oeste, situa-se a Igreja de N. S. dos Prazeres. Dito santuário foi mandado erigir, em 1656, pelo Mestre de Campo General Francisco Barreto de Menezes, em ação de graças pelas duas batalhas dos Guararapes por ele vencidas".

 

Este monte, segundo Lopes Santiago, era chamado, na época de Guararapes, vulgarmente, de Outeiro, e foi na baixa, em seu sopé, que acamparam, segundo o próprio Santiago, as tropas luso-brasileiras antes da 1ª Batalha, após haverem entrado pelo Boqueirão. (Interpretação do autor)

 

"Nossa gente entrou pelo Boqueirão quando se situou (acampou na baixa do monte atual da Igreja) e depois o defendeu (Boqueirão), como iremos relatando.

"Monte do Oitizeiro, o maior no sentido leste-oeste. Na sua extremidade leste, encontra-se o célebre Boqueirão, que será citado com freqüência neste trabalho."

 

Na época das batalhas, o Boqueirão era uma estreita passagem formada a leste por alagados, contendo mais ao sul uma restinga de mato (Lopes Santiago) e a oeste pelo sopé do monte (Oitizeiro), recoberto por árvores esparsas.

É presumível que o Boqueirão tenha resultado de uma picada aberta na mata, esta, estendendo-se, originariamente, desde os alagados até as faldas leste do Oitizeiro, mata que ia tornando-se permeável ao sair dos alagados até transformar-se em árvores esparsas no Boqueirão e encostas da garupa do Oitizeiro.

O Boqueirão era ponto obrigatório de passagem para quem, partindo do Recife, se dirigisse à Muribeca, ao Cabo, a Alagoas e à Bahia.

Atualmente ele coincide com a antiga BR-101, e suas extremidades são balizadas pela Fábrica Verlon, ao norte; e entrada para a Igreja dos Prazeres, ao sul. (Interpretação do autor)

O monte Oitizeiro recebeu este nome em virtude da abundância, em suas partes altas, do vegetal do mesmo nome.

O padre Lino assim o descreveu (nº 15 da RIAGP, abr. 1867). Lopes Santiago a ele refere-se na 2ª Batalha.

"Monte do Telégrafo é o que possui uma estação elevatória hidráulica, e sua denominação data do século passado." Isto conclui-se do Padre Lino, na RIAGP citada. Segundo o padre Lino, este monte foi chamado de Barreiras

Deste monte ou de suas faldas, durante a primeira batalha, partiria um ataque da reserva holandesa, ao comando de Van der Branden, sobre a ala direita patriota, esta ao comando de Henrique Dias, ataque que atingiu o atual monte da Igreja após desalojar Henrique Dias do monte Oitizeiro.

 

Descrição de Van de Branden (Interpretação do autor):

 "Subi o monte defronte do inimigo (Telégrafo e o inimigo Henrique Dias no Oitizeiro), e de onde (monte Oitizeiro) nos fazia ele todo o mal, e de onde (Oitizeiro) éramos atingidos sem que os nossos pudessem fazer ao inimigo qualquer mal, o qual monte (Oitizeiro) consegui conquistar depois de muitas disputas (com Henrique Dias), escaramuçando com o inimigo até o terceiro monte (da atual Igreja), onde vi que chegara tão longe que tinha o grosso do exército inimigo à minha esquerda (no Boqueirão, no monte Oitizeiro", conforme conclui o autor.

 Na interpretação desta descrição é que o autor principalmente se baseia para incluir o monte do Telégrafo e sua baixada como posição inicial e final do ataque holandês, e o Boqueirão, combinado com o Oitizeiro, como posição inicial e final dos luso-brasileiros.

Baseia-se também o autor em Lopes Santiago, quando escreveu (interpretação):

 

"Em resolução, no campo ficou pelos nossos (nossa posição ao final da batalha), NA FRENTE DESTE BOQUEIRÃO, e os holandeses no alto dos montes [no alto do Telégrafo e não no Oitizeiro, pois aí estariam na nossa retaguarda, além de não avistarem os luso-brasileiros, em razão, não só da garupa do Oitizeiro, mas das árvores que a recobriam, e Barreto de Menezes relatou: ‘O inimigo retirou-se a ocupar suas eminências à nossa vista (para o autor monte do Telégrafo), retirando-se para detrás dela (monte do Telégrafo) os feridos que mais perto lhe ficavam’] formando-se campos de parte a parte (luso-brasileiros na boca norte do Boqueirão e Oitizeiro e holandeses no monte do Telégrafo e sua baixada)".

 

Em outra parte menciona Lopes Santiago:

 "Tinha o inimigo entre os dois montes (Oitizeiro e Telégrafo - tropa em reserva do Cel Van der Branden - 1500 homens, segundo o próprio Santiago) quartoze bandeiras de gente que os nossos não viram, que serviam de abrigo e valhacouto, nos quais se amparavam aqueles que dos nossos iam fugindo (fugindo de Henrique Dias em posição no Oitizeiro)".

 

Esta tropa aí tomou posição quando do primeiro ataque dos holandeses no Boqueirão e monte Oitizeiro, segundo o próprio Cel Van der Branden, em seu relatório de combate.

Estas, entre outras, são as razões documentais em que o autor se baseou para incluir o monte do Telégrafo como posição inicial e final dos holandeses na 1ª Batalha.

O próprio Von Sckoppe em seu relatório escreveu: "Com presteza coloquei a minha gente defronte o inimigo (para o autor, no monte do Telégrafo, defronte a Henrique Dias e artilharia no monte do Oitizeiro) com o fim de flanquear o inimigo (flanquear através do monte Oitizeiro, onde se encontrava Henrique Dias, com o grosso luso-brasileiro no Boqueirão) de modo que começamos com canhoneio de mosquetaria dos montes" (do monte do Telégrafo e de baixo da baixada fronteira à boca norte do que o autor considera Boqueirão.

Esta explicação tornou-se necessária por ser ponto controverso se o monte do Telégrafo está ou não incluído no campo da 1ª Batalha e será abordada em apêndice ao trabalho, com maiores detalhes.

Guararapes, em linguagem indígena significa: "Estrépito de golpe", segundo Ericeira, e "Tambores" (Lopes Santiago), em razão do ruído característico feito pelas águas caídas em suas ravinas, por ocasião de fortes chuvas.

Na época das batalhas, os montes possuíam árvores esparsas em suas ravinas e faldas, sustentadas pelo humus proveniente da erosão das elevações, estas, desde então estéreis e, em conseqüência, desprovidas de vegetação de porte. (Lopes Santiago).

Os coqueirais que cobrem atualmente a área são de data recente.

A leste e sudeste, os conjuntos dos Montes Guararapes eram envolvidos por alagados (pântanos - tremedais - alagadiços).

Ao sudoeste e oeste, eram envolvidos por árvores esparsas desde suas faldas até a planície contígua.

 

- Observação

 O monte Oitizeiro atual permite visão profunda em todas as direções, por possuir o ponto culminante do conjunto (74 metros).

O monte atual da Igreja permite visão profunda e aproximada para o sul e oeste.

O monte atual do Telégrafo permite observação profunda e aproximada para o norte, oeste e nordeste.

Para o norte, noroeste e nordeste se estende enorme várzea.

 

- Campos de tiro

 Dentro do alcance das armas de fogo da época das batalhas, todos os montes, a partir da crista topográfica, apresentavam excelentes campos de tiro para mosquetes e artilharia.

Ressaltava de valor neste aspecto o monte Oitizeiro, mais longo no sentido nordeste-sudeste e com menos vegetação em suas faldas bem como sendo o de maior dominância de fogos e de vistas em relação aos demais montes.

Foi o escolhido para o estabelecimento da posição defensiva luso-brasilera por ocasião da 1ª Batalha, em combinação com o Boqueirão, em sua base.

 

 - Obstáculos

 A área dos Montes Guararapes não apresentava obstáculos a sua transposição, e, sim, dificuldades ao movimento em suas ravinas e faldas, recobertas de árvores esparsas.

A transposição normal era condicionada ao Boqueirão —desfiladeiro que Southey chamou de "As Termópilas do Brasil".

Constituíam obstáculos ao homem a pé e a cavalo, e, principalmente, ao holandês, carregando pesado equipamento, os alagados que se estendiam contornando os montes pelo lado do mar e, dificuldades ao movimento, as árvores esparsas existentes na garupa do monte Oitizeiro, que formavam de um lado o Boqueirão, em combinação, de outro lado, com os alagados e restinga de mato neles situada (Restinga de Lopes Santiago).

Estas árvores serviam de obstáculo aos holandeses, que combatiam em formação cerrada, mas não aos luso-brasileiros, que lutavam dispersos e que, em sua tática de emboscada, sabiam tirar grande partido da vegetação.

 

- Vias de acesso

 A principal via de acesso era a estrada através do Boqueirão, condicionando os movimentos norte-sul, e vice-versa.

Existiam ao oeste dos Guararapes desfiladeiros no sentido norte-sul, possibilitando o desbordamento dos Guararapes, embora com dificuldade (Arraial Novo - Ibura - Muribeca).

 

- Acidente Capitais

 O Boqueirão, condicionando à passagem do norte para o sul e vice-versa.

O monte Oitizeiro, por sua dominância sobre os outros dois montes, impedia — bem ocupado militarmente — sua transposição, quer para o norte, quer para o sul, em combinação com o Boqueirão, em sua base.

Seguia-se em importância a linha de acidentes Boqueirão e Cotas Gêmeas do monte da Igreja, proporcionando a defesa no sentido sul-norte, além de favorecer o prosseguimento para o sul (Cabo - Alagoas - Bahia - Muribeca).

Esta linha não oferecia boa defesa no sentido norte-sul.

Ela foi ocupada pelos holandeses na 2ª Batalha, para enfrentar o adversário vindo do sul.

Este estudo do terreno baseia-se, além dos depoimentos já citados (Lopes Santiago, Padre Lino do Monte Carmelo e outros), nos seguintes elementos:

- carta topográfica do Recife de 1/10.000 ampliada para 1/25.000, do Serviço Geográfico do Exército, e base dos esboços anexos ao presente trabalho, utilizada para a delimitação, em 1959, da área das batalhas por comissão nomeada para tal fim;

- planta topográfica da área desapropriada nos Montes Guararapes - Escala 1/2.000 - Ano 1966 - CROC/7.

- levantamento aerofotogramétrico escala aproxima 1/2000, realizada pela Força Aérea Brasileira, em setembro de 1970.

Estes elementos tornaram-se disponíveis somente a partir de 1959, sendo desconhecidos, portanto, dos estudiosos do assunto de antes desta data.

 

 

LOCALIZAÇÃO DO BOQUEIRÃO

 (Ver esboço S/N Campo das Batalhas dos Guararapes)

(Assunto de interesse do historiador)

Clique aqui para ver a figura ampliada.

(Interpretação do autor à descrição de Lopes Santiago)

"Está ao pé deste monte (conjunto dos Guararapes) um alagadiço que o mesmo monte vai desbordando pela parte sul e tem somente uma baixa de cerca de 100 pés de largo, limitada pela água (alagadiço) e o monte (montes do Oitizeiro e atual da Igreja).

Nesta baixa, ao pé do monte, estava nossa gente situada, metendo-se no meio (cobrindo nossas forças das vistas inimigas) dos nossos e do inimigo para a frente uma restinga de mata e água (mato no interior do alagadiço) que do mesmo alagadiço nascia, que ficava parte de nossa gente encoberta (coberta das vistas inimigas), que não podia ser vista do inimigo, sem este chegar perto de um boqueirão grande que existe entre a restinga de mato e árvores e montes (árvores na base da garupa do Oitizeiro)."

 

Comentário

 Para que o Boqueirão fosse formado, era necessário fosse limitado a oeste e a nordeste por árvores na base e sobre a "garupa" do monte Oitizeiro, do contrário, somente a garupa não condicionaria a passagem ao Boqueirão, pois ela desce suave em direção ao alagadiço.

A garupa recoberta de árvores protegia os luso-brasileiros das vistas do inimigo, de igual forma que a restinga de mato e, atrás de ambas, situava-se a baixa (nossa interpretação).

Deve ter-se localizado a coberto pela restinga de mato, na 1ª Batalha, Felipe Camarão e, a coberto da garupa do Oitizeiro, o grosso luso-brasileiro.

Victor Meirelles, em sua pintura realizada no século passado, retrata estas árvores sobre a garupa do Oitizeiro que forma o Boqueirão.

Estas considerações sobre a localização do Boqueirão se fizeram necessárias neste trabalho por ser ponto há longo tempo controverso e impreciso.

Deste modo, daremos nossa opinião por solicitação do historiador José Antônio Gonçalves de Mello Neto. Cremos que Lopes Santiago denominou de Boqueirão a boca sul do que julgamos ser, militarmente, um boqueirão neste trabalho.

Boqueirão, entendido como uma passagem estreita que permitia o movimento livre, seria aquele formado de um lado por alagadiços, contendo em certa porção, mais ao sul, uma "restinga de mata" e, de outro, a base e encosta da garupa do monte Oitizeiro recobertas de árvores.

A passagem do Boqueirão devia ser bem estreita a deduzir-se pela baixa que Lopes Santiago referiu-se como sendo a única existente de cerca de 100 pés de largo (100 x 30,48 cm = 30,48 m).

Pela descrição de Lopes Santiago, conclui-se que o Boqueirão possuía uma parte mais importante que era sua boca sul, que de um lado era limitada pela "restinga de mato", no interior do alagadiço e, de outro, pelas árvores da garupa do Oitizeiro.

Esta importância ressaltava quanto ao aspecto —proteção das vistas e fogos inimigos—, pois os alagadiços à sua frente não podiam ser transpostos a pé, e os holandeses pagaram alto preço por isto quando tentaram atravessá-los.

"O Boqueirão que havia nos Montes Guararapes no tempo da guerra holandesa ou garganta que se encontrava no ‘monte que olha para o nascente’ (para o autor o Oitizeiro), isto é: uma faixa de terra firme entre o tremedal de uma lagoa (alagadiço de Lopes Santiago) que lhe ficava em frente (do monte que o autor considera o Oitizeiro) e o sopé da montanha (para o autor, o mesmo Oitizeiro ou precisamente a garupa do Oitizeiro), faixa que, estreita no começo, ia alargando proporcionalmente, contendo uns cem passos (para o autor, alargamento do norte para o sul até atingir a baixa referida por Lopes Santiago)."

Esta é a descrição do Padre Lino do Monte Carmelo (Revista nº 15 do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano ,de 15 abr. 1867, p. 118-19), transcrita na "1ª Batalha dos Guararapes" , de Jordão Emereciano.

O autor interpretou o Boqueirão aí descrito na forma de como fez constar no Esboço S/N, Campo das Batalhas dos Guararapes ao presente trabalho, acrescido da restinga de mato mencionada por Lopes Santiago.

Igualmente, o autor baseou grande parte da descrição dos Montes Guararapes na opinião do Padre Lino do Monte Carmelo.

Recorramos ainda a esse cronista religioso em outra descrição:

"Na época da invasão […] os aguerridos generais do Exército Libertador, seguindo para os Montes Guararapes, procuraram o lugar que chamavam Boqueirão, como um baluarte, um antemural inexpugnável, para aí acamparem suas tropas, porque era justamente o Boqueirão uma faixa estreita entre o tremedal de uma lagoa e o sopé da ladeira" (para o autor, a garupa do Oitizeiro).

Em "Relação da Vitória", traduzido pelo historiador J. A. G. de Mello, consta em certo trecho (interpretação do autor):

"Marchando até o Cabo (para o autor, a garupa do monte Oitizeiro, que, por avançar mais nos alagadiços, lembrava um cabo, como acidente geográfico) dos outeiros dos Guararapes, onde ao pé do último anoiteceu (para o autor ao pé do monte da Igreja), e ali passaram a noite os patriotas." (na baixa de Lopes Santiago).

Esta descrição, entendido o "cabo dos outeiros" como a garupa do monte Oitizeiro, coincide com a última descrição do Padre Lino. Roberto Southey assim descreveu o que entendo por Boqueirão. Onde a serraria (monte Guararapes) se aproxima mais do mar (garupa do monte Oitizeiro ou cabo de Relação da Vitória), passa o único caminho em terra firme, duns cem passos de largura, entre o sopé dos outeiros e um tremedal extenso (alagados, alagadiços), situação notavelmente semelhante ao Passo das Termópilas; e a entrada para este desfiladeiro (Boqueirão) é um lago que forma o pantanal e um bosque que vem descendo das montanhas (da garupa do monte Oitizeiro).

Termópilas é um importante ponto de História Militar Mundial. É uma passagem estreita entre o Monte Ett e o mar, na Grécia. Ali tornou-se eterna a memória dos feitos de Leônidas, primeiro Rei de Esparta, no ano 480 a.C., e no ano de 191, com a grande vitória romana sobre Anticho.

Ao desfiladeiro das Termópilas e ao Boqueirão dos Guararapes ligam-se, respectivamente, duas vitórias militares de memória eterna. O que o autor considera como Boqueirão, do ponto de vista militar, teria as seguintes dimensões: Largura: 100 passos ( mais ou menos 60 m); comprimento: 400 m.; área: 2400 m2 = 2,5 hectares.

Os holandeses atacariam no Boqueirão com 3 regimentos de 500 homens. Cada regimento possuía uma frente normal de 300 metros — 300 piqueteiros dentro de suas táticas aqui descritas. Três regimentos ocupariam 600 m (2 em 1º escalão).

Daí conclui-se que os holandeses, a partir da boca norte do que o autor considera Boqueirão, foram obrigados a reduzir a frente normal de 600 m para 60 metros.

Em apêndice, o autor tecerá outras considerações sobre a localização do Boqueirão.