MISSÃO

 

(Interpretação do autor)

 

Dos holandeses :

- romper o cerco em que se encontravam no Recife, desde a 1ª Batalha;

- antecipar-se aos luso-brasileiros na ocupação do Boqueirão dos Montes Guararapes;

- atrair os luso-brasileiros a uma batalha decisiva em razão da ocupação vantajosa nos ditos montes e no Boqueirão (cópia da manobra luso-brasileira na 1ª Batalha);

- ficar, após a vitória, em condições de prosseguir para conquistar o Sul de Pernambuco, com a finalidade de isolar os patriotas, por terra, do apoio da Bahia e, por água, da Bahia e exterior, além de conquistarem bases de suprimento próximas do Recife e coincidentes com a zona de retaguarda do inimigo.

 

Dos luso-brasileiros :

- manter os holandeses cercados no Recife;

- procurar, em caso de rompimento de cerco, travar a batalha decisiva, tirando o máximo partido do terreno, surpresa, ofensiva e ficar em condições de restabelecer o cerco do Recife.

 

 

MARCHA PARA A BATALHA

Dos holandeses

Para não denunciar seus movimentos e atingir rapidamente os Montes Guararapes, o exército holandês sai silenciosamente do Recife na noite de 17 para 18 de fevereiro e atinge a Barreta ao alvorecer de 18.

Prossegue, em seguida, para descansar algum tempo na Leiteria (hoje praia da Boa Viagem).

Nesta mesma tarde, atinge e toma posse dos Montes Guararapes sem qualquer reação, após aproximadamente 16 horas de marcha forçada. Conseguiram os holandeses a surpresa.

O procedimento, por ocasião da 1ª Batalha, foi bem diverso, pois preocuparam-se em anunciar (uso de fanfarras) que saíam à campanha, além de despenderem aproximadamente 31 horas para atingir os Montes Guararapes, criando condições para os luso-brasileiros acompanharem seus movimentos e, após definida a direção de atuação, os precederem de 10 horas nos Montes Guararapes.

 

 

Dos luso-brasileiros

Às 10 horas do dia 18, o Quartel General do Arraial Novo do Bom Jesus tem conhecimento de que os holandeses saíram do Recife.

Avisos posteriores dão conta de que os holandeses rumavam para os Montes Guararapes com enorme contingente.

Reunido o Conselho de Guerra, fica decidido que se busque travar uma batalha decisiva.

O exército, ao comando do Mestre de Campo General Barreto de Menezes, ruma, ato contínuo, para os Montes Guararapes.

Chegando à tardinha, acampa nas faldas noroeste do monte Oitizeiro.

Acionando seus reconhecimentos, constata que o Boqueirão e monte onde se ergue hoje a Igreja dos Prazeres estavam ocupados e bem defendidos.

Os pontos de observação do reconhecimento foram os altos do monte Oitizeiro.

 

 

CONSELHO DE GUERRA (Linhas de ação)

 

Reunido o Conselho de Guerra, são discutidas duas linhas de ação (alternativas).

(Interpretação do autor)

 

Linha de ação nº 1

- Atacar na direção norte-sul como fizeram os holandeses, desastrosamente, na 1ª Batalha.

Linha de ação nº 2

- Acampar e passar a noite nas trincheiras existentes no Engenho Novo, que barravam o acesso do invasor a Muribeca, deixando bem guarnecida a trincheira do Barrachos, no Engenho Guararapes, a fim de alertar e retardar o movimento holandês na direção do Cabo, através de Muribeca.

Nesta alternativa, era previsto o reconhecimento da posição inimiga durante a noite e manhã seguinte.

Os luso-brasileiros acampam, respectivamente, nos engenhos Guararapes e Novo e, neste, mentêm o grosso de suas tropas, e, no primeiro, as forças de cobertura.

Nesta mesma noite são lançadas, a partir do Engenho Guararapes, diversas patrulhas sobre o dispositivo holandês nos Montes Guararapes, com a dupla finalidade de reconhecê-lo e mantê-lo alerta, para desgastar-lhes o moral e a energia.

Por desconhecerem pequenos desfiladeiros a oeste dos Montes Guararapes, os holandeses, não chegaram a ocupá-los. Disto aproveitaram-se os luso-brasileiros, para desbordar os ditos montes e colocarem-se defronte ao dispositivo holandês, barrando seus passos para o sul em trincheiras que possuíam nos engenhos referidos.

Deste modo, colocavam por terra o plano holandês, que procurava copiar de certa maneira o que haviam os patriotas adotado na 1ª Batalha, segundo a doutrina militar brasileira (Guerra Brasílica).