HOMENAGEM DA AHIMTB NO MUSEU NAVAL AOS 200 ANOS DO CFN

Israel Blajberg

A ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL realizou Sessão Solene no MUSEU NAVAL, a Rua Dom Manuel, no Rio de Janeiro, comemorativa dos 200 ANOS DA CHEGADA AO BRASIL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS, com a Família Real, a valorosa Brigada Real de Marinha, que aos 7 de março de 1808 aqui desembarcou no Rio de Janeiro.

Bravos soldados marinheiros que receberam seu batismo de fogo na Tomada de Caiena, cumprindo aquela primeira missão de projeção de poder sobre terra, legando uma herança de glórias que há dois séculos tem prosseguimento.

Desde as guerras da Independência, do Prata e do Paraguay, até as missões humanitárias e de paz que hoje desempenham, passando pelo lendário Batalhão Naval, os fuzileiros deixaram inscrita em letras de fogo uma fantástica epopéia, como bem atesta o Memorial aos Fuzileiros Mortos em Combate, erguido ante as muralhas da histórica Fortaleza de São José.

O Presidente de Honra da Sessão foi o Almirante de Esquadra  Mauro César Rodrigues Pereira, ex Ministro da Marinha e atual Presidente do Conselho Acadêmico do NEST-UFF, Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense.      

A Academia tem entre suas finalidades estatutárias o desenvolvimento das histórias do Exército, dos Fuzileiros Navais, da Infantaria da Aeronáutica e das Polícias e Bombeiros Militares,

Na ocasião tomaram posse como Acadêmicos o Almirante de Esquadra (FN) Marcelo Gaya Cardoso Tosta e o Contra Almirante Max Justo Guedes.

O Almirante Tosta passa a ocupar a cadeira Corpo de Fuzileiros Navais sucedendo ao saudoso Acadêmico Capitão- de- Mar e Guerra (FN) Dino Willy Cozza, que a inaugurou.

O Almirante Max passa a ocupar a Cadeira Contra Almirante Hélio Leôncio Martins, historiador naval assinalado e tríplice coroado, historiador do Corpo de Fuzileiros Navais na preciosa, monumental  e muita apreciada Coleção História Naval Brasileira, marcante realização do Serviço de Documentação da Marinha  sob a direção do então Comandante Max que sucede na Cadeira o Almirante de Esquadra Arlindo Viana Filho, elevado a Acadêmico Emérito e  autor da notável biografia Almirante Marques de Tamandaré em 2002 que foi muito reverenciado em seu bicentenário na Revista Marítima Brasileira e inclusive pela Academia de História Militar Terrestre do Brasil através de Artigo do Presidente Cel Cláudio Moreira BENTO.

Os Contra Almirantes Hélio Leôncio Martins e Max Justo Guedes são dedicados estudiosos da História do Corpo de Fuzileiros Navais, na preciosa e abrangente coleção História Naval Brasileira, na qual muito ensinam  sobre o Corpo de Fuzileiros  Navais homenageado nesta Sessão. São certamente das maiores autoridades contemporâneas na História do Corpo de Fuzileiros Navais.

O Almirante Tosta, ex-Comandante Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, fez um circunstanciado relato da gloriosa corporação nos dias que correm, considerações históricas sobre o Corpo de Fuzileiros Navais hoje e seu papel no Século XXI, na qualidade de último oficial a ter completado o exercício do Comando-Geral do CFN. 

Na ocasião foram distribuídos exemplares do livro do Cel Cláudio Moreira Bento, General Osório, o Maior Herói e Líder Popular Brasileiro - bicentenário em 2008 a autoridades navais presentes, livro  que demonstra  o grande apreço que lhe dispensava a Marinha. Osório foi grande amigo do Almirante Tamandaré, bicentenário em 2007. 

Foi uma notável sessão histórica, abrilhantada pela presença de Autoridades Navais como os ex-ComGerCFN Almirantes de Esquadra Valdir Bastos Ponte e Carlos de Albuquerque, e do Almirante de Esquadra FN Álvaro Augusto Dias Monteiro, atual ComGerCFN, que usou da palavra saudando o Colégio Acadêmico e Autoridades Navais presentes, bem como Oficiais Comandantes de OMs do CFN, muito contribuindo para que a homenagem aos Fuzileiros se revestisse de justa relevância e significado histórico.  

O Almirante TOSTA foi recebido em nome da Academia pelo Cel Mascarenhas de Morais, neto do Marechal Mascarenhas e Moraes, Comandante da FEB. O Coronel foi contemporâneo do Almirante Tosta no Colégio Militar e na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, encantando o público presente com reminiscências dos chamados “anos dourados” vividos na tradicional Casa de Thomaz Coelho. 

Ao Cel Mascarenhas se deve a iniciativa da denominação histórica do 6º Grupo de Artilharia  de Campanha de Rio Grande de Grupo Marques de Tamandaré, NAquela oportunidade o então Comandante do 5º Distrito Naval Almirante Mauro César Rodrigues Pereira fez entrega ao Grupo Marques de Tamandaré do seu Estandarte em cerimônia solene e histórica no praça fronteira ao quartel mandado construir pelo General Osório em 1877. Nesta praça, hoje denominada Forças Armadas do Brasil, a Academia de História Militar Terrestre do Brasil inaugurou no dia 22 de dezembro de 2007 o Memorial Militar Brigadeiro José da Silva Pais , resgatando passagens marcantes da História Militar de Rio Grande ausente ou inexpressiva nos 14 museus da cidade e contanto com a iniciativa do comandante do 6º GAC Marquês de Tamandaré, Ten Cel Augusto César Martins de Oliveira, Delegado de Honra da Delegacia Cel Honorário Antonio Carlos Lopes,  o criador dos Tiros de Guerra do Brasil. 

Já o Almirante MAX foi recebido em nome da Academia pelo Patrono em vida de Cadeira, o Contra-Almirante Helio Leôncio Martins, que fez um retrospecto da obra desenvolvida pelo Almirante Max, grande artífice do arcabouço histórico naval hoje existente.  

A Sessão contou com a colaboração da Diretoria do PATRIMÔNIO Histórico e Documentação da Marinha, na pessoa do seu Diretor, Vice Almirante RM1-EM Armando de Senna Bittencourt. 

Ao final da Sessão, o CFN e a DPHDM receberam diplomas de reconhecimento outorgados pela Academia, como Colaboradores Eméritos pelo seu relevante papel na preservação e divulgação da memória naval em geral, e dos Fuzileiros em particular. 

Foi uma tarde de grande significado para os Fuzileiros Navais,  um tributo ao profissionalismo e dedicação com que servem a Pátria e à Marinha do Brasil, honrando assim seculares origens, a instituição cada vez mais adestrada, mais bem equipada, dotada de todo tipo de material, desde o armamento leve às viaturas anfíbias, passando pela artilharia de campanha e antiaérea, equipamentos de engenharia e comunicações, todo tipo de suprimento, reafirmando a sua fama de tropa de elite com elevada capacidade anfíbia, dotada de tudo que se faz necessário para o emprego estratégico da tropa na projeção do poder naval sobre terra, sempre prontos para o combate.

Novos materiais, novas tecnologias, softwares e comunicações digitais substituíram tudo que foi utilizado por tantas gerações de combatentes.

Mas apenas o material mudou. A tenacidade e o espírito de luta dos Fuzileiros permanece, perpetuando a bravura daqueles pioneiros, “na vanguarda empunhando o fuzil “

É o alvorecer de uma nova era, em que os  modernos fuzileiros assumem a vanguarda, reafirmando o poderio das forças que vem do Mar, agora com alcance, intensidade e precisão jamais sonhada pelos pioneiros soldados da Brigada Real de Marinha, cuja chegada há 200 Anos, com a criação do moderno Corpo de Fuzileiros Navais, a Academia teve a primazia de recordar nesta memorável Sessão Solene.

 


( O texto acima sintetiza os pronunciamentos do Presidente de Honra da Seção AE Mauro César. Do Presidente da AHIMTB Cel Bento  em suas Palavras Finais , do AE FN Monteiro comandante do CFN. Do AE Bittencourt ,Diretor da DPHDM ,dos acadêmicos  empossados AE FN Tosta e CA Max Justo Guedes e dos que os receberam em nome da AHIMTB ,CA Hélio Leôncio Martins, patrono em vida de cadeira AHIMTB e do acadêmico Cel Roberto Mascarenhas de Morais e complementos deste Delegado que condensou este texto.

 (*) Delegado da AHIMTB – RIO

iblaj@telecom.uff.br

 

 


ASPECTOS SEÇÃO DA ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL EM 6 AGOSTO DE 2008 NO MUSEU NAVAL EM HOMENAGEM AO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS POR SEUS 200 ANOS NO BRASIL.
 

Legendas: Cel CLAUDIO MOREIRA BENTO (Presidente da AHIMTB)

A ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL DESENVOLVE A HISTÓRIA DAS FORÇAS TERRESTRES DO BRASIL(EXERCITO,FUZILEIROS NAVAIS,  INFANTARIA DA AERONÁUTICA e POLICIAS E BOMBEIROS MILITARES.