NA AMAN, O ACERVO BARÃO DO RIO BRANCO DO EMBAIXADOR ROBERTO LUIZ ASSUMPÇÃO DE ARAÚJO

 

Cláudio Moreira Bento, Cel

Presidente da FAHIMTB e AHIMTB/Resende

 

       Em 1905, no Instituto Histórico Geográfico Brasileiro (IHGB), fui cumprimentado pelo confrade Embaixador Roberto Luiz Assumpção de Araújo por meu artigo Barão do Rio Branco – Um Diplomata com alma de soldado. Artigo, intitulado Barão do Rio Branco – historiador, que citava trechos de seu discurso de posse no IHGB. E lhe mencionei que a Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB), que havia fundado em Resende, em 20 de março de 1966, junto à ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS (AMAN), possuía uma cadeira em homenagem ao grande historiador militar brasileiro – o Barão do Rio Branco. Cadeira que fora inaugurada pelo acadêmico Cel J.V. Portella Ferreira Alves, veterano da FEB e nosso confrade no IHGB e no IHGMB.

      E no curso desta conversa consultou-me o Embaixador, perguntando se eu aceitava ficar com sua coleção de obras relativas ao Barão do Rio Branco. E então concordei com a idéia, visando um dia a colocar a mesma à disposição da Academia Militar das Agulhas Negras para que os futuros oficiais do Exército, interessados, melhor conhecessem a vida e a obra do grande brasileiro.

      E logo em seguida chegaram à minha casa, no Bairro Jardim das Rosas, em Itatiaia, dois volumes contendo o acervo pessoal do Embaixador Roberto Luiz sobre Rio Branco. Desde então aguardei o momento ideal para colocar o precioso acervo, colecionado com tanto carinho por um dedicado estudioso do Chanceler da Paz, à disposição de leitores da AMAN.

      E no ano de 2011, dos 200 anos da criação da Academia Real Militar, chegou o momento para a concretização deste objetivo.

      Em 23 de abril de 2011, a Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB), que fundamos há 15 anos, e com apoio do Comandante da AMAN, Gen Div Edson Leal Pujol, titular da cadeira Marechal José Pessoa, e acadêmicos da AHIMTB, esta instituição foi transformada em Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB), tendo como filiadas quatro Academias (AHIMTB) em Resende, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Rio Grande do Sul. Foi aceita pelo comandante da AMAN, a proposta da FAHIMTB instalar-se, com todo o seu acervo, em dependência isolada no interior da AMAN, ao fundo da nova Biblioteca.

     Instalação iniciada com apoio do atual comandante da AMAN Gen Bda Júlio César de Arruda, nosso antigo cadete/aluno de História Militar na AMAN em 1980, nosso comandado em 1982 como destacado Aspirante e 2º Tenente no 4º Batalhão de Engenharia de Combate em Itajubá /MG, hoje 3º Presidente de Honra da FAHIMTB e 1º Presidente de Honra da AHIMTB/Resende.

      O acervo que me foi doado pelo Embaixador Roberto Luiz, a seguir relacionado, foi colocado no armário n° 2 da Secção de Obras de Referências de História Militar Terrestre do Brasil, conforme a foto acima.

 

Armário nº 2 da Secção de Referência da FAHIMTB na AMAN

 

  

 

Detalhe da prateleira com o Acervo Barão do Rio Branco

 

Estante superior: Obras exemplos de História Militar Terrestre Crítica do Brasil, de História do Exército na Região Sul, de comandantes brasileiros de grandes batalhas ou combates, do grande reformador e modernizador do Exército em 1908 o Marechal Hermes Ernesto da Fonseca e exemplares do manual Como estudar e pesquisar a História do Exército, de nossa autoria, editado pelo Estado-Maior do Exercito em 1978 e reeditado em 1999.

         Na 2ª estante abaixo:   - Obras do acervo do Embaixador Roberto Luiz sobre o Barão do Rio Branco e assim dispostas da esquerda para a direita:

 1. RIO-BRANCO, Raul do. Reminiscências do Barão do Rio Branco. Rio de Janeiro: José Olympio Ed; 1942;

 2. BARRETO, Carlos Xavier Paes. Rio Branco – o geógrafo. Rio de Janeiro: Ed. Minerva, 1947;

 3. CARVALHO, Afonso de. Rio Branco. Rio de Janeiro: Biblioteca Militar, 1945;

4 e 5. ABRANCHES, Dunschee de. Rio Branco e a Política Exterior do Brasil. Rio de Janeiro: 1945. 2 v.;

6. CENTRO CÍVICO SETE DE SETEMBRO. À Memória do Barão do Rio Branco. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1942;

 7. HERMES Jr. João Severiano da Fonseca. O Barão do Rio-Branco –  Conferência. Rio de Janeiro: 1945;

8. RICÚPERO, Rubens. Rio Branco – o Brasil e o mundo. Rio de Janeiro: Petrobrás, s/d;

9. ARAGÃO, Muniz de. Como morreu o Barão do Rio Branco. Rio de Janeiro: Liv. Freitas Bastos. 1967;

Os números 8 e 9 estão encadernados juntos.

10. MARANHÃO, Jarbas. Barão do Rio – Branco: Recife, 1945.

11. GAI, Nair. Rio Branco, O Chanceler da Paz. Rio de Janeiro: 1982;

12. MRE. Brasil durante o Governo de Rodrigues Alves. 1902 – 1906. Rio de Janeiro: 1906;

13. (___). O Itamaraty e o Barão, 1906;

14. HERMES. Jr João Severiano da Fonseca. A política geográfica do Brasil. Rio de Janeiro: 1940;

           Os números 10, 11, 12, 13 e 14 foram encadernados juntos.

15. VILLAÇA, Antonio Carlos. Perfil de um estadista da República. Rio de Janeiro: 1945.

         Aqui acabam os livros mandados encadernar pelo Embaixador Roberto Luiz.

                               Livros não encadernados:

16. SENADO FEDERAL. Efemérides Brasileiras do Barão do Rio Branco. Brasília: 1999;

17. CIDADE, Francisco de Paula. Lutas ao Sul do Brasil com os espanhóis e seus descendentes. Rio de Janeiro: BIBLIEX, 1948;

18. LINS, Álvaro. Barão do Rio Branco – biografia. Rio de janeiro: Ed. Alfa-Ômega, 1995.

19. MARANHÃO, Jarbas. Barão do Rio Branco. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2002, 2ª Ed;

20. EDITORA TRÊS. Barão do Rio Branco, Rio de Janeiro: 1974;

21. CARVALHO, Afonso de. Rio Branco – sua vida e obra. Rio de Janeiro: BIBLIEx, 1995, 2ª Ed;

22 e 23. MELLO, Rubens Ferreira. Tratado de Direito Diplomático. Rio de Janeiro: MRE, s/d 2º v.;

24. BESOUCHET, Lídia. José Maria Paranhos - Visconde do Rio Branco.  Rio de Janeiro: Nova Fronteira, Ano 1985 (Biografia do pai do Barão do Rio Branco).

25 e 26. CADERNOS DO CHADD. N° 1 e 2 de 2002 e 2003;

27. REVISTA DA SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIRO. t.1, LII, 1945 (Homenagem à memória do Barão do Rio Branco);

28. ROCHA, Pinto da. O Tratado do Condomínio. Porto Alegre: s/d;

29. A FARSA DE CUNHA. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1995;

30. PROBLEMAS MILITARES CONTEMPORÂNEOS (Em Francês – plaqueta);

31. COMBLIN, PE. José PH. Ideologia de Segurança Nacional – O poder militar na América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980, 3ª Ed;

32. MRE. O Acre o direito da Bolívia. Rio de Janeiro: Jornal do Comércio. 1900 (plaquete);

33. THAKER, Charles W. Guerrilha. New York/London, s/d;

34. BARÃO DO RIO BRANCO. História do Brasil. Rio de Janeiro: 1930.

         Na Estante abaixo dela: Obras de História Oral do Exército: Revolução de 1964, Força Expedicionária Brasileira, Projeto Rondon e mais Histórias da Aeronáutica e da Marinha do Brasil. Estas, em grande parte escritas pelo patrono em vida de cadeira especial da AHIMTB/Rio de Janeiro o Alte Hélio Leôncio Martins, pelo acadêmico que ora ocupa esta cadeira, o Alte. Max Justo Guedes, da Aeronáutica pelo patrono da Delegacia da Federação em Santos Dumont, o Brigadeiro Nelson Freire Lavanere Wanderley, atual patrono do CAN, a História da AERONÁUTICA pelo INCAER e mais nosso artigo na Defesa Nacional Operações da Aviação do Exército em Resende na Revolução de 1932.

Nas histórias da Marinha e da Aeronáutica figuram as histórias dos Fuzileiros Navais e da Infantaria da Aeronáutica, forças terrestres que a FAHIMTB desenvolve.

     Na última estante, outras obras de Referência de História Militar Terrestre do Brasil, complementando obras em armário ao lado.

     A seguir, texto de meu artigo sobre o Barão de Rio Branco que originou a doação em tela do Acervo sobre o Barão do Rio Branco pelo Embaixador Roberto Luiz. Artigo em que insistia como lição da História a necessidade de, segundo interpreto, o Brasil dispor de poder militar dissuasório compatível, como exposto no Guararapes nº 2, de junho, da FAHIMTB.

 

BARÃO DO RIO BRANCO –UM  DIPLOMATA COM ALMA DE SOLDADO

Cláudio Moreira Bento (x)

Em 1905

Embora a paz mundial seja ideal perseguido, as nações procuram dispor, dentro das suas possibilidades, de forças armadas o melhor organizadas, equipadas e motivadas para um emprego eventual indesejado.

No Brasil, poucos estadistas civis, como o Barão de Rio Branco, que passou à História do Brasil como o Chanceler da Paz, compreenderam e responderam em seus tempos, à altura, a esta pergunta de difícil resposta para quem não possua perspectiva histórica brasileira: Forças Armadas Brasileiras para quê? Rio Branco respondeu adequadamente dizendo ser fundamental o Brasil dispor de forças armadas à altura de suas potencialidades e com os objetivos de servirem:

- De dissuasão a aventuras militares internas e externas;

- De respaldo à política internacional do Brasil, como elementos de emprego em emergências imprevisíveis, internas e externas;

- Como núcleos de expansão na eventualidade de uma guerra;

- E, finalmente, como elementos de preservação e divulgação do patrimônio por elas acumulado, em Arte e Ciência Militar, ao longo do processo histórico, no caso do Brasil em quase cinco séculos de lutas vitoriosas, que contribuíram para delinear, consolidar e manter um Brasil de dimensões continentais.

E desta última circunstância, Rio Branco adquiriu profunda consciência, através dos estudos de História Militar do Brasil que realizou. Constatar é obra de simples verificação de suas Efemérides Brasileiras, lidas sempre no início das sessões do sesquicentenário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que ele presidiu e onde ingressou aos 22 anos, em 1866, na presença do Imperador D. Pedro II, quando ia acesa e viva a Guerra do Paraguai, em cujos estudos se assinalou, e à qual a Europa conheceu, em parte, por seus escritos enviados a jornais de lá.

         Em sua posse no IHGB, biografou o Marechal José de Abreu “O Anjo da Vitória”, herói de nossas guerras cisplatinas, e que morreu em ação em 1827 na Batalha do Passo do Rosário. O Barão do Rio Branco foi um notável historiador militar brasileiro que a Academia de História Militar Terrestre do Brasil consagrou, como ato de justiça na voz da História, como um dos historiadores civis patronos de cadeira.

A vocação de Rio Branco para a História Militar foi compulsiva. Aos 16 anos biografou o Capitão-de-Fragata Barroso Pereira; aos 19, escreveu Episódios da Guerra do Prata. A seguir, escreveu sobre o Marechal José de Abreu. Prosseguiu firme nesta linha de estudos que, segundo o historiador Roberto de Assunção: “desabrocharam nos magistrais estudos sobre a Guerra do Paraguai e nas memórias escritas em defesa dos direitos do Brasil nas questões de limites com a Argentina, França e Inglaterra.”

         Foi notável o seu interesse pelo nosso fortalecimento militar, que ele ajudou a impulsionar através da Reforma Militar nos governos de Rodrigues Alves, Afonso Pena e Hermes da Fonseca, como ministro das Relações Exteriores, e sob o argumento: ...para que “o Brasil pudesse desempenhar, com prestígio e segurança, o papel que lhe cabia no convívio das nações”.

Ajudou a recolocar o Exército no rumo do profissionalismo militar depois de um triste período de esforço equivocado no bacharelismo militar de 1873-1905, em decorrência dos regulamentos de ensino de 1873 e 1890, que minaram as possibilidades de operacionalidade do Exército, que haviam atingido níveis inferiores aos dos tempos da Guerra do Paraguai, para o cumprimento de missões de defesa interna e externa do Brasil.

A ação de Rio Branco permitiu a incorporação pacífica ao território brasileiro, de milhares de quilômetros quadrados, fruto de sua superior ação diplomática inteligente e sem vaidade, franca sem indiscrição e enérgica sem arrogância”, calcada no profundo conhecimento do processo histórico brasileiro e da sua história militar terrestre e naval, que desenvolveu e valorizou, como instrumentos de desenvolvimento do Brasil, como ninguém até hoje conseguiu fazer, salvo melhor juízo.

Rio Branco conquistou a paz preparando a Nação para melhor enfrentar a alternativa indesejável de uma guerra. Em seus estudos sobre a Guerra do Paraguai manteve contatos estreitos com o Duque de Caxias, consagrado como o Pacificador e o maior de nossos generais, o patrono do Exército Brasileiro e da Academia de História Militar Terrestre do Brasil.

Em diversas oportunidades demonstrou consideração pelos militares: “minha simpatia e meu verdadeiro afeto pelos militares de terra e mar são muito antigos, pois vem dos tempos remotos da primeira mocidade. Desde os bancos do antigo Colégio Pedro II que comecei a interessar-me por nossas glórias militares conquistadas na defesa dos direitos e da honra da antiga mãe pátria e de suas possessões nesta parte do mundo e, depois, na defesa da dignidade e dos direitos do Brasil em sua vida independente... Tive a honra de conviver de perto com muitos de nossos generais mais ilustres: Caxias, Porto Alegre, Osório, Barroso, Inhaúma e outros e, de todos tenho a fortuna de guardar apontamentos preciosos e provas escritas de seus afetos e estimas... Os sentimentos de minha mocidade para com o Exército e Marinha não se arrefeceram nunca, antes foram crescendo sempre, à medida que pude apreciar melhor a necessidade e conveniência dessas instituições, sem as quais, na posição que ocupa o Brasil neste continente, não se pode ter a prévia segurança da conservação da paz que ele tanto precisa e que precisam todos os povos”.

Diplomata de escol com alma de soldado, assim definia a relação soldado-diplomata:

“Eles são sócios que se prestam mútuo auxílio. Um expõe o direito e argumenta com ele em prol da comunidade. O outro bate-se para vingar o direito agredido , respondendo à violência com violência”.

O General Tasso Fragoso, ao retornar de Adido Militar na Argentina, a época da Questão de Palmas, foi encarregado de saudar Rio Branco no Clube Militar. Ressaltou sua ação na estabilização de nossas fronteiras, sem o recurso da força armada, por sustentar seus pontos de vista com o recurso de profundos e sólidos conhecimentos da História Militar do Brasil”.

Tasso Fragoso, ao editar, em 1922, A Batalha do Passo do Rosário, a dedicou:

“À memória do Rio Branco, cuja ação e escritos são exemplos de extremado amor ao Brasil e de intensa fé nos seus gloriosos destinos. Como testemunho de admiração e de saudade”.

Na História atual temos exemplos de nações que preferiram acumular riquezas à gastá-las com forças armadas à altura de suas potencialidades. A primeira foi o Líbano, a outrora Suíça do Oriente, hoje curando as dolorosas feridas de uma prolongada luta fratricida por inspiração inclusive religiosa, que imolou milhares de inocentes e deixou marcas profundas em sua paisagem e nos corações de seus filhos. A segunda foi o Kuwait, riquíssimo, mas indefeso por opção, que acabou sendo invadido, e humilhado pelo Iraque e somente resgatado quase em ruínas após servir de palco à mais moderna e sofisticada guerra.

Eis as lições que o historiador militar brasileiro Barão do Rio Branco cedo aprendeu e que assim traduziu o General Aurélio de Goes Monteiro Chefe do Estado – Maior do Exército( EME) durante a 2a Guerra Mundial :

“Na ordem internacional a melhor prova de sensatez e inteligência é amparar as boas intenções com as melhores armas possíveis”.

Dedico este estudo como subsídio à reflexão dos brasileiros que sinceramente procuram resposta para a pergunta: Forças Armadas Brasileiras para quê? Se dúvidas persistirem, recorram à História como o fez um dia o hoje esquecido pela mídia – Barão do Rio Branco, o Chanceler da Paz.

(x) Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil

 

Hoje, ao que nos parece, o Ministério da Defesa mobiliza através de seu projeto O Livro Branco da Defesa Nacional inteligências de vários setores da Sociedade Brasileira para a construção de um projeto de Defesa Nacional, esforço elogiável que constatamos em Porto Alegre. Creio que seja uma condição para o Brasil conquistar um assento no Conselho de Segurança na ONU;

                Roberto Luiz Assumpção de Araújo (1915-2007)

       

Depois deste contato com o Embaixador Roberto Luiz e que resultou na vinda para a AMAN de seu precioso acervo sobre o Barão do Rio Branco, este um diplomata com alma de soldado, ao qual muito está a dever ao Brasil, era impositivo aprofundar na vida e obra de Roberto Luiz em seus detalhes mais expressivos, relacionados com a História do Brasil e o Barão do Rio Branco, cuja preservação e divulgação de sua preciosa vida e obra tanto se dedicou desde os 29 anos.

Roberto Luiz tomou posse como sócio do IHGB em 1989, tendo sido saudado pelo sócio Afonso Arinos de Mello Franco e como título de sua oração de posse ‘Rio Branco - o historiador’. Ao falecer, foi evocada sua vida e obra no IHGB pelo sócio Arthur Rios em 27 de fevereiro de 2007.

         Como grande admirador e preservador da memória do Barão do Rio Branco atestada  pelo precioso acervo sobre o grande brasileiro que nos doou e ora na AMAN, como patrimônio da FAHIMTB, ali instalada, ele foi o editor em 1990/1999, das ‘Obras completas do Barão do Rio Branco’, tendo sido  professor e examinador de História do Brasil no Instituto Rio Branco, o formador de diplomatas do Brasil, e chefe de Gabinete do Itamaraty, bem como da Divisão de Assuntos Políticos da Escola Superior de Guerra, a qual cursara em 1955, tendo integrado antes, em 1944, aos 29 anos, a Comissão Preparatória do Centenário do Barão do Rio Branco.

      Como diplomata serviu em Paris, Milão e Moscou e foi embaixador em Argel, Praga, Damasco e Nova Délhi.

      Neste depoimento para o conhecimento de seus colegas historiadores do IHGB, diplomatas do Itamaraty e seus familiares, creio haver dado destinação adequada e digna ao seu acervo pessoal sobre o Barão do Rio Branco – Um diplomata com alma de soldado – colocando-o à disposição dos interessados na Academia Militar das Agulhas Negras, no ano de seu bicentenário e procurando reforçar a relação  de soldados e diplomatas do Brasil, assim definida pelo Barão do Branco:

         “Eles são sócios que se prestam muito auxílio. Um expõe o Direito e argumenta com ele em prol da sua Pátria. O outro bate-se para vingar o Direito agredido respondendo à Violência com Violência”.

         Resposta com violência se necessário, caso o Brasil venha a construir Poder Militar Defensivo Dissuasório Compatível. Construção que se impõe coerente com este princípio universal: “Se queres a paz, prepara-te para a guerra.”

         Construção que, ao que parece, o Ministério da Defesa do Brasil procura construir com o seu Projeto do Livro Branco da Defesa Nacional, envolvendo vários especialistas da Sociedade Brasileira, capazes de dar sua contribuição à Defesa Nacional e nele envolvendo a Universidade com seus mestres e universitários, como pude constatar no concorrido Seminário do Livro Branco da Defesa Nacional em 23 de abril de 2011, conforme relatamos no O Guararapes nº 2, tendo como tema A contribuição da História Militar Terrestre do Brasil no desenvolvimento do Livro Branco da Defesa Nacional- reflexões.

       

Centenário do Sargento Max Wolff Filho. “O herói maior da FEB”

       Nos dia 28 e 29 de julho na Escola de Sargento das Armas (EsSA) ‘Escola Sargento Max Wolff Filho’ em Três Corações/MG, ocorrerão as comemorações do centenário de nascimento deste herói no Paraná, em 29 de julho de 1911.

         A FAHIMTB estará presente através desta Presidência que, na ocasião, lançará livro de sua autoria intitulado ‘Os 68 sargentos heróis da Força Expedicionária Brasileira(FEB) mortos em operações de guerra’.

         Obra com abas do Gen Div Sérgio Westphalen Etchegoyen, comandante da 3ª Divisão de Exército – Divisão Encouraçada, sediada em Santa Maria /RS. Prefácio do Gen Bda Fernando Vasconcellos Pereira, comandante da EsSA, posfácio do acadêmico emérito Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis, presidente da AHIMTB/Rio Grande do Sul, texto do Power Point Seguindo em frente, do Acadêmico General João Batista de Queiroz da AHIMTB/Distrito Federal, em parceria com o autor. Capa de autoria do CMG Carlos Norberto Stumpf Bento, Vice- Diretor da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) e Grande Colaborador da FAHIMTB, e a poesia ‘Febianos Heróicos’ de homenagem ao 68 bravos sargentos mortos na Itália em defesa da Democracia e da Liberdade Mundial. Homenagem que a FAHIMTB presta aos heróicos sargentos em sintonia com estes pensamentos:

 

“Aquele que morre por sua pátria serve-a mais em um só dia que os demais em toda a vida” (Péricles). Ou,

“Os que tombam pela Pátria não morrem. Fundem-se em espírito com ela e tem vida eterna”.

 

                Informativo da responsabilidade do jornalista Cel Claudio Moreira Bento