Significação histórica de sua vida e obra 1803-80 1

Caxias foi consagrado patrono do Exército Brasileiro em 13 mar 1962 e desde 25 ago de 1924 ,data de seu aniversario natalício ,ela foi considerada Dia o Soldado do Exército Brasileiro ,instituição que o forjou e de cujo seio emergiu como um dos maiores brasileiros de todos os tempos .Ele prestou ao Brasil mais de 60 anos de exepcionais e relevantes serviços como político e administrador público de contigência e, inegualados ,como como soldado de vocação e de tradição familiar ,a serviço da Unidade,da Paz Social,da Integridade e da Soberania do Brasil Império.

Ainda em vida e até nossos dias ,o Povo,a Imprensa , estadistas,chefes militares notáveis ,pensadores,escritores e historiadores militares e civis o tem definido entre muitos títulos com os de :Filho Querido da Vitória;O Pacificador;General Invicto;Contestável,Escora,Esteio e Espada do Império do Brasil;Duque de Ferro e da Vitória;Nume e Espírito Tutelar do Brasil;Símbolo da Nacionlidade ;o Maior Soldado do Brasil ; o maior dos generais sul-americanos; Alma Militar do Brasil e,Herói tranquilo e perfeito etc.

Sua monumental obra de Pacificador de 4 lutas internas , e mais as suas modelares manobras de flanco de Humaitá e Piquiciri na Guerra do Paraguai o credenciam a figurar, sem favor nenhum ,na galeria dos maiores capitães da História Militar Terrestre Mundial.

Sua eleição inconteste para patrono do Exército o foi no sentido como a definiu Pedro Calmon:

"Como o chefe integral do Exército,o seu modelo,a sua alma,a imagem maravilhosa do espírito que nele deve vibrar,a síntese mágica das virtudes e brios de que ele deve estar embuido ."

E como também uma espécie de oráculo para consultas em momentos críticos para autocríticas e correções de rumos ,ou na busca da solução mais adequada em determinadas conjunturas complexas.E sua elevação ao patronato do Exército se deveu fundamentalmente a haver vencido 6 campanhas militares( 4 internas e 2 externas),além de haver dirigido o Exército de forma marcante e muito fecunda como Ministro da Guerra em 3 oportunidades (1855/58,l861/62e l875/78) ,cumulativamente como Chefe do Governo do Brasil , na condição de Presidente do Conselho de Ministros .

Caxias foi o l o Porta Bandeira do Pavilhão Nacional ,tão logo proclamada a Independência , em solene cerimônia em 10 nov 1822 ,na Capela Imperial.,quando a recebeu das mãos do própio Imperador.E ninguém mais do que ele glorificou a bandeira do Império do Brasil que ali recebia.

Possuia grande orgulho nativista por haver sido veterano da Guerra da Independência na Bahia ,como integrante do Batalhão do Imperador,merecendo condecoração alusiva de ouro que sempre ostentou com grande carinho e orgulho e integrou, em 10 out 1870 ,a Sociedade dos Veteranos da Independência na Bahia , a única na condição de sócio efetivo.Sociedade que esteve presente e falou em 11 mai 1880 em seu sepultamento.

Profissional militar de alto gabarito ,sempre sonhou com o Exército Brasileiro possuir uma Doutrina Militar genuína.

Sonho que expressou em 1862 ao baixar Ordenanças do Exército Imperial do Brasil, calcada em adaptações das Ordenanças do Exército de Portugal, às realidades operacionais do Brasil que vivenciara pessoalmente, em 5 campanhas militares em que lhe coube comandar e conduzir à vitória o Exército Brasileiro e com a ressalva ,"até que o nosso Exército possua uma Tática(Doutrina) genuinamente nossa", gesto que marcou mais um pioneirismo seu ao que até hoje se conhece.

Como Ministro da Guerra entre suas muitas grandes realizações: A Escola Militar da Praia Vermelha , a reforma do do QG do Exército em local hoje onde se situa o Panteon com sua estátua equestre que abriga em seu interior os seus restos mortais e os de sua esposa e ,a introdução da função de Ajudante Geral do Exército, substituída mais tarde pelo Estado- Maior do Exército ,além de outras marcantes ,como o primeiro Regulamento Disciplinar do Exército Brasileiro e o 1 o Código Penal Militar,como se verá..

Como cidadão brasileiro sua culminância foi pacificar a Família Brasileira em Ponche Verde ,em D.Pedrito-RS ,em 1o mar 1845,onde se tornou pioneiro abolicionista ao assegurar ,a despeito de pressões de escravocratas do Sudeste,liberdade para os lanceiros negros farrapos ,os incorporando ao Exército, como livres ,na Cavalaria Ligeira do Rio Grande ,ao comando, inclusive, de Osório e Porto Alegre seus auxiliares na Pacificação.

Por esta época o brllho de sua carreira coincidiu ,em mar 1843, com o brilhar na escuridão das noites gaúchas do Cometa Brilhante de 1843 ,que os soldados simples e superticiosos sob o seu comando , assombrados pelo prodígio, interpretaram e consagraram-"É a estrela do Barão Caxias !"Crença que se popularizou e se consolidou e foi incorporada ao folclore gáucho.

Na Revolução Farroupilha que por quase 10 anos assolou o Rio Grande do Sul, segundo Pedro Calmon 2:

"O barão de Caxias venceu sobretudo por convencer,pois a verdadeira vitória não consiste em sufocar ou subjugar o adversário ,pois é antes uma tarefa de persuasão, de conquista de corações para que se atinja o ideal vencedor.E Caxias sobrepoz a olhos fraticidas ,a dignidade da paz justa ,cobrindo as forças em luta com o véu iluminado da concórdia e da pacificação.Pois ali reuniu ao gênio de guerreiro consumado, a generosidade clemente e aliciadora ."

Ao pedido de um pretenso áulico de que se festejasse a vitória com um Te Deum na igreja São Sebastião em Bagé ,optou por uma missa em "sufrágio pela almas dos mortos imperiais e republicanos que haviam tombado em defesa de suas verdades" ,entre os quais se encontrava seu tio general João Manuel de Lima e Silva que fora consagrado pelos farrapos como o seu primeiro general .3

A grandeza desta tolerância do problema de Unidade da Família Nacional ,fez com os gaúchos o consagrassem como o seu presidente e a seguir como seu senador em 1845.

Como líder de batalha seu grande feito estratégico foi a modelar Manobra de Flanco da posição fortificada de Piquiciri,através do Chaco ,onde correu Risco Calculado ao sacrificar o Princípio de Guerra da Segurança em benefício do da Surpresa que ele obteve a nível estratégico ,ao desembarcar de surpresa na retaguarda profunda do adversário em Santo Antonio ,abreviando em muito

a duração do conflito e poupando assim recursos de toda a ordem e vidas humanas de irmãos brasileiros,argentinos,uruguaios e paraguaios envolvidos no maior conflito ate hoje ocorrido na América do Sul e o primeiro com características de Guerra Total entre nações.

Como líder de combate seu maior momento foi na conquista da ponte de Itororó .Ao perceber que o seu Exército poderia ali ser detido, desembainhou sua invencível espada de 5 campanhas , brandiu-a ao vento ,voltou-se decidido e convicente para seus liderados e apelou com energia com o brado-"Sigam-me os que forem brasileiros !"Ato continuo lançou-se sobre a ponte de Itororó com o seu cavalo de guerra ,indiferente ao perigo e arrastando atraz de si todo o Exército detido ,para em seguida colher expressiva vitória tática que removeu obstáculo que quase quase colocou em perigo toda a sua brilhante manobra estratégica atravéz do Chaco.

Sua derradeira ação pacificadora foi a de pacificar a Questão Religiosa ou Episcopo -Maçônica,defendendo e obtendo êxito na assinatura pelo Imperador de decreto de n o 5093, de 17 set 1875 de Anistia assim expressa:

"Artigo Único .Ficam anistiados os bispos ,governadores e outros eclesiásticos das dioceses de Olinda e Pará que se acham envolvidos no conflito suscitado em consequência de interditos postos a algumas irmandades das referidas dioceses ,e em perpétuo silêncio os processos que por este motivo tenham sido instaurados."

Caxias nasceu em 25 ago 1803 no local do Parque Histórico Duque de Caxias do municipio de Duque de Caxias-RJ , que recebeu o nome de seu título por ele ali haver nascido.Faleceu em 7 mao 1880,aos 77 anos na Fazenda de Santa Mônica ,em Juparanã-Valença-RJ, a vista do rio Paraiba do Sul e onde se recolhera e passara os dois últimos anos de sua vida ,viúvo e aos cuidados de sua filha mais velha a baronesa de Santa Mônica. .

Segundo sua vontade expressa em testamento ,foi transportado ao túmulo no Rio de Janeiro por soldados de bom comportamento, cujos nomes foram imortalizados em pedestal de seu busto em passadiço do Conjunto Principal antigo da Academia Militar das Agulhas Negras ,próximo da Sala dos Professores onde nela existe o retrato a óleo de D.Ana(Anica) Luiza -Duquesa de Caxias sua esposa com quem viveu 41 anos de 1833-74, de feliz e modelar casamento e que se constituiu no grande amor e inspiração do maior cabo de guerra brasileiro,segundo seu biógrafo Vilhena de Moraes.

Falou junto a sua sepultura interpretando os sentimentos do Exército Brasileiro o já consagrado escritor e historiador maj de Engenheiros Alfredo de Taunay que assim concluiu a sua antólógica oração:

"Só a maior concisão,unida a maior singeleza e que poderá contar os seus feitos! Não há pompas de linguagem !Não há arroubos de eloquência capazes de fazer maior esta individualidade ,cujo principal atributo foi a simplicidade na grandeza."

Caxias depois da Guerra do Paraguai.,segundo o Mal Odylio Denys, encontrou-se com o maj Alfredo de Taunay na esquina da rua do Ouvidor com a l o de março e assim lhe falou:

"-Que falta o senhor me fez na guerra ! Se o tivesse ao meu lado quanta coisa teria tido ocasião de escrever!"

Capistrano de Abreu, grande historiador do Brasil , assim interpretou os sentimentos do Exército Brasileiro ao saber que o Duque de Caxias havia dispensado as honras militares:

"O Duque de Caxias dispensou as honras militares!Acho que ele fez muito bem!Pois as armas que ele tantas vezes conduziu à vitória ,talvez sentissem vergonha de não terem podido libertá-lo da morte !"

O Duque de Caxias sublimou as Virtudes Militares de Coragem,Abnegação,Honra Militar , Devotamento e Bravura.

O Exército manifestou-se oficialmente em Ordem do Dia alusiva ao seu falecimento concluindo suas considerações elogiosas com esta afirmação:

"Se houve quem prestasse serviços excepcionais ao Brasil foi o Duque de Caxias.Se houve quem menos os fizesse valer ,foi o Duque de Caxias!"

Seu último biógrafo em 1973 ,Paulo Matos Peixoto ,em Caxias -Nume tutelar da Nacionalidade (Rio,Edico,1973) assim sintetiza o maior de nossos generais:

"Pela dimensão de sua vida,pela preciosidade de seu exemplo,pela grandeza de suas lições ,Caxias é um gênio inspirador que paira sobre a pátria inteira,extrapolando os contornos de sua gloriosa e pujante instituição -O Exército Brasileiro,para fazer-se credor do título mais amplo e mais proporcional à grandeza e a multiplicidade de sua vida edificante-Nume tutelar da Nacionalidade."

Estudos na Escola de Estado-Maior do Exército (ECEME)em 1959 o defininiram:

"Como Comandante-em-Chefe foi o organizador meticuloso e previdente,estrategista sagaz e inteligente,planejador sóbrio e objetivo.Enfim,condutor audaz e intrépido em todas as horas de bonança e de provação.Agiu sempre com consciência e a visão de um grande chefe ,dominando a conjuntura nacional nos aspectos político,administrativo e militar".

Em 1972 o Estado-Maior do Exército assim definiu a sua projeção histórica:

"Caxias ,Luiz Alves de Lima e Silva ,Barão ,Conde,Marquês e Duque de Caxias, tres vezes chefe do Governo do Brasil, como chefe do Gabinete de Ministros, e três vezes Ministro da Guerra,Senador 4 vezes pelo Rio Grande do Sul,Conselheiro de Estado e de Guerra .Patrono do Exército .Exelsas virtudes militares,deixou ensinamentos permanentes para a doutrina militar terrestre do Brasil."

Desde 1931 os cadetes do Exército portam como arma privativa o Espadim de Caxias,cópia fiel em escala do glorioso e invicto sabre de campanha de Caxias que desde 1925 é guardado como relíquia pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro a que o Duque de Caxias integrou como sócio Honorário a partir de 11 mai 1847.

Por sua ação memorável na pacificação da Revolução Farroupilha foi dado o nome de seu título a mais próspera cidade colonizada por italianos-Caxias do Sul ,ao lado da de Bento Gonçalves ,líder farrapo,e da de Farroupilha ,nome do movimento que pacificou e da de Garibaldi ,nome de herói italiano que lutou pela causa farrapa e reunificaria a Itália com auxílio da brasileira Anita Garibaldi.

Em 1o mar l996 ,aniversário do término a Guerra do Paraguai e do início das atividades de ensino na Academia Militar das Agulhas Negras(AMAN) foi fundada em Resende-RJ ,A Cidade dos Cadetes - a Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB) que elegeu o Duque de Caxias como o seu patrono e o seu invicto sabre como símbolo em seu brazão ,por ser a mais representativa espada do Brasil.