A Revolta dos batalhões mercenários no atual Palácio Duque de Caxias 9-12 jun 1828

Generalidades

Mal o Brasil consolidava sua Independência e terminava com a Confederação do Equador teve ,de 1825-28 , fazer grande esforço operacional para enfrentar em Montevidéu e no Rio Grande do Sul a Guerra Cisplatina 1825-1828 ,da qual resultaria a independência do Província Brasileira da Cisplatina 1821-1828, como República do Uruguai .O retorno da grande massa de oficiais e tropas portuguesas que guarneciam o Brasil criou grandes dificuldades para o novel Exército Brasileiro com a enorme lacuna deixada por chefes e tropas de profissionais militares de Portugal.

Assim, todas as tropas do Rio de Janeiro e de outros locais foram enviadas para o Rio Grande e para guarnecer Montevidéu onde se encontrava Caxias, então capitão.A segurança do Rio ficou a cargo do Batalhão de Granadeiros estrangeiros que aquartelava no atual Palácio Duque de Caxias .Havia mais o 27 o Batalhão de Caçadores de Alemães- "Os diabos brancos." na Praia Vermelha .Comandava as Armas da Corte(atual 1a RM) no atual Palácio Duque de Caxias, o brig Joaquim Thomaz P.Valente, Conde do Rio Pardo que Caxias irá substituir no combate à Revolução Farroupilha.

O estopim da revolta dos mercenários foi o castigo imposto pelo Maj Francisco Pedro Drago ,fiscal do batalhão(sub cmt) ,a um soldado que trabalhava no Paço Imperial.Castigo constante de 100 pranchachos de espada .O soldado se recusou a ser castigado! O major mandou amarrá-lo e aplicar agora 200 pranchadas. Foi o estopim de uma revolta que a seguir é sintetizada ::

Um grupo foi até o Imperador em São Cristovão queixar-se e pedir a demissão do maj Drago e sem serem atendidos ..O Conde do Rio Pardo ,comandante das Armas tentou sem sucesso acalmar os soldados.E estes foram até a casa do major, na atual marechal Floriano e a depredaram e idepois a incendiaram.

Nos dias 10 e 11set os mercenários praticaram toda a ordem de tropelias e tomaram conta do atual Palácio Duque de Caxias de onde o conde do Rio Pardo conseguiu escapar pulando uma janela.

Munidos de pedras, as atiravam em que passasse defronte o quartel. Arrombaram o Almoxarifado da Polícia e armaram-se e entrincheiraram -se no quadro do atual Palácio Duque de Caxias.

Dia 12 set, o Conde do Rio Pardo reuniu os meios possíveis. .E, com o apoio inclusive de Artilharia ,investiu a baioneta os revoltosos. Rendidos ,ao serem computados as baixas foram contados 12 mercenários mortos e 50 feridos .

O principal cabeça da revolta ,o soldado Steinhousen foi julgado e fuzilado no Campo da Aclamação ,(atual Praça da República) próximo do atual Quartel General no Palácio Duque de Caxias. Para conseguir por fim a revolta ,o Conde do Rio Pardo contou com o apoio da Brigada de Artilharia da Marinha da Ilha das Cobras ,( a qual irá revoltar-se 3 anos mais tarde e ser pacificada pelo Batalhão Sagrado e Guardas Municipais Permanentes .Evento onde Caxias terá decisivo papel).

Ajudaram a combater a revolta marinheiros de navios franceses e ingleses , populares e escravos que ali convocados na emergência, compareceram armados .

O Ministro da Guerra foi demitido e em solidariedade a ele os demais ministros pediram demissão menos o Marquês de Aracati.

Este fato provocaria após a Abdicação medidas que obrigaram a dissolução deste corpos.

Deles o 28 o BC de Alemães combateu em Passo do Rosário bem. Mas se amotinou no dia de Natal de 1828 ,em Pelotas ,em razão de atraso de vencimentos.

Foram estudados pelo cel Cláudio Moreira Bento em Estrangeiros e descendentes na História Militar do RGS(Palegre:IEL,1975) e, em Mercenários do Imperador do cel Juvêncio Saldanha Lemos editado pela BIBLIEx em 1996.

Comandava os granadeiros o cel Dall Hoste que seus comandados o enfiaram num caldeirão da cozinha que ficava junto a atual rua Marcílio Dias.

O Corpo de Estrangeiros fora criado em 18 jan 1822 e constituiu inicialmente de 2 Batalhões de Caçadores Alemães e 2 de Granadeiros.

Eram filhos de mercenários do 28 o BC que combateu em Passo do Rosário em 20 fev 1827 ,o futuro mal Bernadino Borman,

Ministro da Guerra em 1910, além de historiador militar fecundo e ,o Barão de Tefé ,herói naval da Batalha do Riachuelo.

Borman fora comandante de bateria do Regimento Mallet na Guerra do Paraguai , cuja história escreveu e, na Guerra Civil 1893-95 no Sul onde teve importante papel em Santa Catarina ,no combate a mesma .e foi também um de seus seus historiadores em Dias fratricidas Foi um dos biógrafos de Caxias e seu Ajudante -de -Ordens.

As obras citadas indicam outras fontes para aprofundamento.

Caxias como capitão servia em Montevidéu ,quando desta revolta e ali permaneceu até o ano seguinte 1829 ,quando de fato o Uruguai tornou-se independente do Brasil ,como conseqüência da Guerra Cisplatina 1825-29.

A atuação de Caxias em Montevidéu no combate a Guerra Cisplatina e muito bem focalizada pelo cel Affonso de Carvalho, em Caxias, publicada há 60 anos passados e até o momento a melhor biografia de Caxias feita por um militar .Versão, esta carecendo de integrar e interpretar novas revelações, enfoques e estudos sobre o Caxias surgidos neste mais de meio século desde a 1a edição da obra citada .