Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil

   Academia de História Militar Terrestre do Brasil/Rio Grande do Sul

 Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul

                 Porto Alegre – RS

 

 O DUQUE DE CAXIAS

       DIA A DIA

 

Luiz Ernani Caminha Giorgis

                Porto Alegre

                2011

 

© de Luiz Ernani Caminha Giorgis

1ª edição: 2011

 

Esta edição é de propriedade do autor

 

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Editoração e composição:

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   Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

 

Caixa de texto:  
XXXXX     Giorgis, Luiz Ernani Caminha
                           O Duque de Caxias dia a dia./ Luiz Ernani Caminha Giorgis – Porto Alegre: EVANGRAF/FAHIMTB, Ed. Praça da Matriz, 2011.
                            Xx p.; yy x zz
 
                         ISBN xxx-xx-xxxxx-xx-x
 
 
                          1. História do Brasil 2. xxxxxxxxxxxxx 3. xxxxxxxxxxx
 
                                                                                              CDU xx (xx)

 

 

 

 

 

 

 

 

Bibliotecária responsável:

 

Contatos com o Autor:

lecaminha@gmail.com

  

AGRADECIMENTOS

 

O autor agradece a todos aqueles que o ajudaram e o motivaram para tornar possível este trabalho. De forma especial à esposa, Maria, que soube entender a importância da dedicação ao mesmo, sacrificando horas de lazer.

 

“Onde existe uma vontade existe também um caminho” (Goethe)

 

 

“A História é o êmulo do tempo, repositório de fatos, testemunha do passado, exemplo e aviso do presente, advertência do porvir”.

       Miguel de Cervantes y Saavedra

 

APRESENTAÇÃO

   

“Caxiismo não é conjunto de virtudes apenas militares, mas de virtudes cívicas, comuns a militares e civis. Os ‘caxias’ devem ser tanto paisanos como militares. O caxiismo deveria ser aprendido tanto nas escolas civis quanto nas militares. É o Brasil inteiro que precisa dele”. Gilberto Freyre.

           

Historiadores renomados costumam dizer que a narração dos acontecimentos e sua fixação no tempo e no espaço não são a verdadeira história.

Acrescentam, ainda, a proposta de que história deixe de ser uma cronologia seca, um rol de fórmulas mnemônicas, e que é necessário iluminá-la com o esplendor solar das idéias.

Como discordar de tão veementes afirmações, vindas de escritores consagrados e experientes?

            Nada a opor. Mas, a cronologia é necessária sim. Ela situa o pesquisador no tempo e no espaço. É o passo inicial da pesquisa. É um dos fundamentos. Chamam-na de ciência auxiliar da História. Realmente é. Por quê não considerá-la parte da própria História?

            Ela coloca os fatos em seus elementos básicos: o o quê, quem, onde, como, quando. O por quê e o para quê são colocados sempre que for possível.

Se isto não é História...o que será?

Este trabalho é mais um dos muitos produzidos sobre o Duque de Caxias.

Não tem a pretensão de esgotar o assunto, mas sim o de contribuir para colocar a existência do Patrono do Exército Brasileiro em uma dimensão cronológica, o que permite visualizar todo o ciclo da vida do mesmo. Todos os lugares, todas as épocas, todas as passagens. Enfim, a existência dele, naquilo que foi possível. Historiadores e diletantes mais versados acusarão faltas de eventuais registros. Faltas sim, omissões não.

Sempre que possível foram colocadas circunstâncias, indicando o caminho a ser seguido pelos pesquisadores e/ou simples leitores para consultas. Da vida de Caxias, aqui estão quase 1.800 eventos, diretos e indiretos, sendo quatro antes do nascimento e mais de 70 após a morte. O ano de maior número de eventos foi o de 1843, com 225. Seguem-se os anos de 1844 e 1868.

É a contribuição do autor a esta excelsa figura da nossa História, ainda não reconhecida, muitas vezes vilipendiada, mas sempre defendida por aqueles que reconhecem nele um dos maiores brasileiros de todos os tempos.

Boa leitura e feliz pesquisa.

 

BRASIL - ACIMA DE TUDO!

 

Luiz Ernani Caminha Giorgis

 

2° Vice-presidente da Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB) e do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS) – Presidente da AHIMTB/RS - Porto Alegre, RS - lecaminha@gmail.com

 

  


 

Sumário

Folha de rosto

Ficha catalográfica

Agradecimentos

Apresentação

Prefácio

Introdução

O Duque de Caxias dia a dia (1803 – 1880)

Outros fatos e homenagens após a morte

 

Alguns dados numéricos da vida de Caxias

 

O testamento do Duque de Caxias (transcrição)

 

Genealogia e descendência do Duque de Caxias

 

Posfácio

 

Bibliografia

 

Dados da FAHIMTB

 

Dados do IHTRGS

 

Currículo do autor


 

 

(Texto das abas)

O DUQUE DE CAXIAS DIA-A-DIA

Coronel Manoel Soriano Neto

A presente obra traz a lume, como o próprio título explicita, relevantíssimos registros históricos, em perfeita interconexão cronológica, acerca da excepcional existência do Duque de Caxias.

O autor, Coronel de Infantaria e Estado-Maior Luiz Ernani Caminha Giorgis, hoje na Reserva do Exército, cultura poliédrica de historiador, escritor, professor, pesquisador, memorialista e tradicionalista gaúcho, é um renomado intelectual, possuidor de muitas e invejáveis titulações civis e militares. O Coronel Caminha dá prosseguimento, com a edição deste rico breviário histórico-militar, a um apostolado cívico que de há muito se impôs, qual seja, o de difundir os mais belos fastos da História Militar Brasileira e o tradicionalismo dos pagos gaúchos. O ilustre escritor contabiliza, em sua vasta produção histórico-literária, livros, monografias, plaquetas, artigos, etc., todos volvidos à História, à tradição, à memória do heróico pretérito e ao culto de valores e místicas - em especial as castrenses. Tal é a sua superlativa expressão cívico-cultural, que ele hoje é “Acadêmico Emérito” da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, 1° Vice-presidente do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul e membro da Liga da Defesa Nacional, além de ostentar vários outros galardões, como inúmeros diplomas e medalhas com que foi agraciado, mercê de seus elevadíssimos méritos!    

Este precioso memorial é fruto de largos e aprofundados estudos, conhecimentos, leituras e pesquisas. E bem evidencia a acrisolada veneração pela História Militar, da parte do brilhante Oficial que nos prodigaliza com a relembrança de notáveis e empolgantes momentos da vida de nosso augusto Soldado-Maior, muitos deles inéditos, com base em fidedignos documentos que recontam, particularmente, a sua memorável vida militar. Aduza-se que nessa faina benemérita, o preclaro autor também recorda, sob vestidura moderna, a heróica gesta da altiva, gloriosa e invicta Instituição Exército Brasileiro, que se confunde, como consabido, com a de seu ínclito Patrono. Caxias é o personagem central do livro que muito bem ressalta os tantos e tamanhos serviços por ele prestados à Nação Brasileira, na paz e na guerra. Ao final, os leitores são brindados com um importante e atualizado repertório de honorificências (monumentos, títulos, cognomes, denominações históricas, etc.) tributadas ao Duque após a sua morte, ocorrida em 1880. Diga-se, por derradeiro, que este mui admirável relicário é uma soberba contribuição à historiografia, prenhe de valiosos ensinamentos, máxime para os historiadores militares. As lições atemporais nele entesouradas têm, outrossim, o condão de robustecer, de forma exponencial, o magno sentimento da mais pura brasilidade, valor anímico tão esquecido, desafortunadamente, nos dias hodiernos...   

Que o lavor deste belo historial, de forte e grandioso conteúdo cívico-patriótico, da competente e fecunda lavra do eminente historiador militar, Coronel Caminha, sirva de bom luzeiro àqueles que amam, de fato, a Terra em que nasceram, na inspiração do poeta-soldado Luiz Vaz de Camões: “Não me mandas contar estranha História. Mas mandas-me louvar dos meus a glória!”.                                             

Cel Manoel Soriano Neto – Historiador Militar.

 


 


 

PREFÁCIO

 

            A Cronologia é uma valiosa disciplina auxiliar da História, onde, o seu conteúdo é apresentado em ordem sequencial, como exemplificamos em nosso manual Como estudar e pesquisar a História do Exército, em Disciplinas Auxiliares da História, mandado publicar pelo Estado-Maior do Exército em 1978 e 1999.

           É a Cronologia expressivamente desenvolvida dos fatos relacionados com a vida e obra do Duque de Caxias que o Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis nos brinda neste seu trabalho A Vida de Caxias dia-a-dia.

           Com este instrumento de trabalho do historiador do Exército que me foi dada a honra de prefaciar, o Cel Caminha torna mais fácil e orienta a leitura e as pesquisas sobre a vida e aspectos de Duque de Caxias, personagem que tivemos a oportunidade de avançar em sua biografia em nosso livro Caxias e a Unidade Nacional, que publicamos em seu bicentenário em 2003 e no qual fizemos uma Cronologia mais ampliada das até então disponíveis.

          Mas muito precisa ainda ser desenvolvido sobre a vida e obra de Caxias e, em especial no tocante ao seu pioneirismo como historiador militar crítico ao realizar uma análise militar crítica da Batalha do Passo do Rosário, a pedido do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do qual era membro honorário.

            Análise de Caxias que publicamos em nosso livro 2002 Os 175 anos da Batalha do Passo do Rosário. Porto Alegre: Gênesis, 2003, sob a égide da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, da qual o Duque de Caxias é também o patrono. E por esta razão em especial.

            Esta Cronologia servirá especialmente para o estudo do Duque de Caxias como o pioneiro do sonho do desenvolvimento de uma Doutrina Militar Terrestre Brasileira, quando, em 1861, como Ministro da Guerra e Chefe do Gabinete de Ministros, adaptou as Ordenanças de Portugal, de influência inglesa, para as realidades operacionais européias, às realidades operacionais sul-americanas, que Caxias vivenciara nas campanhas militares vitoriosas que comandou na pacificação do Maranhão, de Minas Gerais, de São Paulo e do Rio Grande do Sul e na Guerra contra Oribe e Rosas (1851-52). E finalizou, até que o Brasil disponha de uma Doutrina Militar Terrestre genuína”. Sonho este ainda por realizar. E a desafiar as atuais e futuras gerações do Exército com o concurso de seus historiadores militares críticos.

            Como sabemos, a documentação relacionada com o Duque de Caxias não foi preservada por seus descendentes, como teria sido desejável, como ocorreu com a documentação relacionada com o General Osório, hoje toda preservada no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, conforme assinalo em meu livro General Osório - o maior herói e líder popular brasileiro, publicado em seu bicentenário em 2008 no Projeto História do Exército na Região Sul que desenvolvo desde 1994 e com participação destacada do autor do trabalho em foco.

            Recordo como a Cronologia foi importante em três trabalhos de História que realizamos. O primeiro foi a incluirmos na Cronologia da História Militar Mundial, que apresentamos ao coordenar a obra publicada pela Cadeira de História da AMAN em 1978: História da Doutrina Militar da Antiguidade a 1945, a cronologia da História Militar do Brasil em negrito, permitindo-nos concluir originalidades de Doutrina Militar Terrestre Brasileira e, em especial, em vitoriosas guerras de Resistência no Nordeste, como a Guerra Brasílica (1624/1654) contra os holandeses e, no Sul, com a Guerra à Gaúcha (1763/1776) contra os espanhóis. O terceiro foi a Cronologia da História de Canguçu, minha terra natal, em Canguçu - 200 anos, obra preparatória e orientadora para publicarmos nosso livro em 2007: Canguçu - reencontro com a História – Um exemplo de reconstituição de memória comunitária. Trabalho de reconstituição de uma história comunitária perdida, cuja reconstituição motivou minha presença na historiografia, regional, estadual, nacional e até internacional.

            Como modelo de Cronologia cito as Efemérides do Barão do Rio Branco, o nosso grande diplomata com alma de soldado e patrono de cadeira na Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil, cujas citadas efemérides, riquíssimas em História Militar do Brasil, são lidas no início das sessões do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

            Cumprimento por este valioso trabalho o meu principal parceiro e dedicado Cel Caminha na produção e divulgação da maioria dos livros que integram o Projeto História do Exército na Região Sul, já prestes a ser concluído, no tocante ao Exército no Rio Grande do Sul. Votos de boa acolhida por todos os integrantes do Exército e da FAHIMTB que, daqui por diante, desejarem conhecer mais sobre a vida e obra do patrono do Exército e de nossa Academia de História Militar Terrestre do Brasil.

 

“Ditosa pátria que tal filho teve” (Camões)

 Claudio Moreira Bento, Coronel

 Presidente da FAHIMTB, do IHTRGS e da ACANDHIS

 


INTRODUÇÃO

            Em 1942, os tenentes Olyntho Pillar e Gerardo Majella Bijos, ambos iniciando a carreira militar, concluíram um trabalho sobre o Patrono do Exército chamado Calendário de Caxias.

            Este trabalho foi publicado na Revista do Clube Militar de julho/agosto do mesmo ano, a de n° 66.

            De uma forma ou de outra, o trabalho dos dois tenentes chamou-me à atenção. Era a única obra conhecida, dentre tantas outras, que se dispunha a mostrar o cotidiano de Caxias, o seu dia-a-dia mesmo, em um desenvolvimento cronológico, sem entrar nos detalhes dos eventos. Se assim fosse, já não seria mais um Calendário, ou uma cronologia.

            Como foi dito na Apresentação, o objetivo é o de mostrar a vida de Luiz Alves de Lima e Silva em um enfoque sequencial, conforme deixou claro no Prefácio o Coronel Cláudio Moreira Bento e, nas abas, o Coronel Manoel Soriano Neto.

            Do Calendário de Caxias, passei a ampliar a pesquisa, obtendo a incorporação de muitos outros eventos da vida profissional e pessoal do grande chefe militar.

            É possível, então, verificar a movimentação desse vulto histórico em todas as fases da sua carreira e da sua vida. Como comandava, como agia, como se ligava a superiores e subordinados, como tratava as autoridades civis, os inimigos, os familiares, etc.

Da mesma forma, como foi, em linhas gerais, a sua atuação no Parlamento e na Chefia do governo, considerando-se que transitou não só nas Forças Armadas, mas também no Executivo e no Legislativo do segundo Império.

Enfim, a sua linha de conduta, constante e bem delineada, desde quando galgava as primeiras posições e, depois, os primeiros postos militares, até o posto de Marechal de Campo e Duque.

Em muitas passagens, foi impossível registrar diariamente a vida de Caxias. Por quê?

Pelo simples fato de que, seja sobre quem for, não se consegue registrar eventos significativos todos os dias. Ou seja, daqueles dias normais, sem nenhum fato relevante, ou que mereça ser citado. Razão pela qual há períodos inteiros sem nenhum registro. 

Em última análise o trabalho, além de ser uma homenagem ao Patrono do Exército Brasileiro, visa relembrar a obra pioneira dos dois jovens tenentes Pillar e Majella.

E, por derradeiro, manifestar o respeito e a consideração a todos aqueles escritores, historiadores e biógrafos que escreveram sobre Caxias. Cujas obras contribuíram sobremaneira para o enriquecimento deste trabalho.

A maioria deles com seus nomes e títulos de obras citados na Bibliografia.

 

“A mente que se abre a uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original” (Albert Einstein)                                                                                       

 

O autor

 


 

O DUQUE DE CAXIAS DIA A DIA

Ano de 1767

Outubro - 5 - Integrando um dos três regimentos portugueses que vieram lutar no sul da colônia desembarcam no Rio os primeiros Lima da Silva, o Coronel Francisco de Lima da Silva, Comandante do 1° Regimento de Bragança, e seu irmão, o Alferes José Joaquim.

1775

Julho - 8 - Nascimento, no Rio de Janeiro, de Francisco de Lima e Silva, futuro Marechal e pai de Luiz Alves de Lima e Silva. Francisco era filho primogênito do então Sargento-Mor (futuro Marechal) José Joaquim de Lima da Silva e de Dona Joana Maria da Fonseca Costa. Recebeu o mesmo nome de seu tio, já alterado de da para e Silva.

1777

- Retorno do Brigadeiro Francisco de Lima da Silva para Portugal.

1801

 Novembro - Casamento do Tenente-Coronel Francisco de Lima e Silva com a Srta. Mariana Cândido de Oliveira Bello, filha do Coronel Luiz Alves de Freitas Bello e de Dona Ana Quitéria Joaquina de Oliveira.

1803

Agosto - 25 - Nasce, no dia de São Luiz, Rei de França, na fazenda de São Paulo, no povoado de Taquarassú, Vila do Porto de Estrela, Província do Rio de Janeiro (hoje município de Duque de Caxias, RJ), Luiz Alves de Lima e Silva – futuro Duque de Caxias – Patrono do Exército Brasileiro e Símbolo da Nacionalidade. Seu nome foi escolhido pela mãe, que lhe deu o nome do avô, o Coronel Luiz Alves de Freitas Belo.

Setembro - 12 - O menino Luiz é batizado na Paróquia da Freguesia de Inhomerim pelo padre Agostinho Lopes de Laet. O padrinho foi o avô José Joaquim e madrinha a avó materna, Dona Ana Quitéria. A Certidão de Nascimento está arquivada no Instituto Histórico e Geográfico do Brasil (IHGB). Luiz Alves passa a infância e a adolescência com a família no centro do Rio, imediações do Campo de Santana. Era o 2° filho de oito, sendo três mulheres e cinco homens. Residia na antiga Rua das Violas, atual Teófilo Otoni. Fez os primeiros estudos no Convento São Joaquim, local onde é hoje o Colégio Dom Pedro II. O período de 1803 a 1808 da vida de Caxias é parcialmente indefinido. Não existem fontes seguras sobre essa fase da sua infância.

1808

Circunstâncias

- A 22 de janeiro: chegada da família real portuguesa ao Brasil, com o Príncipe Regente Dom João, o qual desembarca, primeiramente, em Salvador. A 08 de março Dom João desembarca no Rio.

- Decreto de Abertura dos portos brasileiros às nações amigas. Fim do Pacto Colonial.

- Criação da Escola Médico-Cirúrgica em Salvador.

- Criação da Real Academia dos Guarda-Marinhas (Rio, 05 de maio).

- Criação do Banco do Brasil e da Imprensa Régia, com o jornal Gazeta do Rio de Janeiro.

- Dom João decreta um grande aumento de impostos, para sustentar a Corte.

- Fundação, em Londres, do jornal Correio Braziliense, de Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, luso-brasileiro nascido na Colônia do Sacramento em 13 de agosto de 1774.

Agosto - 25 - Luiz Alves presta juramento à Bandeira do Império, coincidindo com o seu 5° aniversário. Conforme Adriana B. de Souza (2008, p. 166), a fé-de-ofício completa de Caxias encontra-se no Setor de Manuscritos da Biblioteca Nacional, cota 49, 2, 14 n° 8.

Novembro - 28 - Aos cinco anos de idade, Luiz Alves é titulado cadete(*) de 1ª classe e assenta praça voluntariamente no 1º Regimento de Infantaria de Linha (Regimento de Bragança) no Rio de Janeiro, então comandado pelo seu avô, o Coronel José Joaquim de Lima e Silva, passando a contar, por força de Aviso Ministerial, tempo de serviço.

(*) Em Portugal, Cadete era o filho de família nobre que ingressava no Exército ainda criança. O termo vem do baixo latim capitellum, diminutivo de caput (cabeça). Literalmente, um pequeno chefe ou “cabeça”. Existiu isso no Brasil, com foros de nobreza ou privilégio de nascimento, de 1757 a 1897. Foi restabelecido em 1931 para designar a graduação privativa dos alunos da Escola Militar e, desde 1945, da Academia Militar das Agulhas Negras, sempre com o sentido de companheiro ou de irmão mais moço dos oficiais, e com arma privativa - o espadim.        

1810

Agosto - 25 – Sétimo aniversário de Luiz Alves.

Dezembro - 04 - Em Carta Régia, Dom João cria a Academia Real Militar, no Rio de Janeiro, a qual é inaugurada a 23 de abril de 1811, funcionando na Casa do Trem de Artilharia, na Ponta do Calabouço, hoje Museu Histórico Nacional. Em 1812, a Academia foi transferida para o Largo de São Francisco de Paula, centro do Rio.

Nota: o período de 1810 a 1816 da vida de Caxias é parcialmente indefinido. Não existem maiores fontes sobre essa fase da sua infância, puberdade e adolescência.

1817

Junho - O jovem Luiz Alves ultima seus estudos preparatórios no Seminário Real São Joaquim, antecessor do Colégio Pedro II.

Agosto - 15 - Na época em que completa 14 anos, o cadete Luiz Alves presta novamente o juramento à Bandeira, na sua unidade, o 1º Regimento de Infantaria de Linha, atual Regimento Sampaio (1º Batalhão de Infantaria Motorizado, Vila Militar, Rio) ingressando assim no serviço ativo.

25 - 14° aniversário de Luiz Alves. Conclui o curso de preparatórios no Seminário Real de São Joaquim (mais tarde Colégio Pedro II).

1818

Circunstâncias

- Em 1815, Dom João eleva o Brasil à condição de Reino Unido de Portugal e Algarve.

- Com a morte de Dona Maria I em 1816, Dom João é proclamado, em 1818, Rei de Portugal, Brasil e Algarve como Dom João VI. Decide permanecer no Brasil.

- Independência do Chile, com Bernardo O’Higgins e José de San Martín.

Março - 18 - Luiz Alves assina o livro de matrícula na Academia Real Militar.

Maio - 04 - Matriculado na Academia Real Militar (ARM), também chamada Escola Militar do Largo de São Francisco, ou Academia Militar da Corte, onde estuda até 1821.

Agosto - 25 - 15° aniversário de Luiz Alves.

Outubro - 12 - Por Decreto Real desta data, é promovido ao posto de Alferes (atual 2º Tenente) do 1º Batalhão de Fuzileiros, depois de 10 anos como Cadete.

Dezembro - 9 - O Imperador Dom João VI assina a Carta Patente da promoção de Luiz Alves. Este documento encontra-se no IHGB.

10 - É plenamente aprovado nas disciplinas do 1º ano (chamado “Matemático”): Aritmética, Álgebra, Geometria retilínea e noções de Esférica, da Academia Real Militar.

1819

Agosto - 25 - 16° aniversário de Luiz Alves.

Dezembro - 7 - É plenamente aprovado nas disciplinas militares do 5º ano do curso geral da ARM (1° ano do Curso Militar): Tática, Estratégia, Castrametação(*), Fortificação de Campanha, Reconhecimento de Terrenos e Química.

(*) Castrametação: escolha dos locais, medições e instalações de acampamentos.

11 - Plenamente aprovado em Química.

1820

Agosto - 25 - 17° aniversário de Luiz Alves.

Novembro - 4 - Luiz Alves passa a contar antiguidade relativa ao posto de Tenente.

Dezembro - 7 - Plenamente aprovado no 2° ano (Álgebra, Geometria, Geometria Analítica e Descritiva, Cálculo Diferencial e Integral, e Desenho) e no 3° (Mecânica, Hidrodinâmica, Balística e Desenho) da ARM.

  1821

Janeiro - 2 - Luiz Alves é promovido a Tenente, no 2º Batalhão de Caçadores da Corte (ex-1º Batalhão de Fuzileiros), com antiguidade a contar de 04 de novembro de 1820, depois de dois anos como Alferes. Passa a ter o direito de usar dragona com franjas no ombro direito.

16 - Dom João VI promove Luiz Alves a Tenente da 5ª Companhia do 1º Batalhão de Fuzileiros da Corte. Sua carta-patente é desta data.

Abril - 25 - Falece o avô e comandante, o Marechal de Campo Graduado José Joaquim de Lima e Silva.

Agosto - 25 - 18° aniversário de Luiz Alves.

Dezembro - 12 - Aprovado na ARM, é desligado e vai efetivamente servir no 2º Batalhão de Caçadores da Corte o qual, após várias transformações, é o atual 1° Batalhão de Infantaria Motorizado – Regimento Sampaio.

1822

Circunstâncias

- Dia do Fico: 09 de janeiro. Dom Pedro decide permanecer no Brasil, desobedecendo às ordens de Lisboa.

- Dom Pedro aceita o título de “Defensor Perpétuo do Brasil”, oferecido pelo Senado e pela Maçonaria (13 de maio).

- Decreto de Dom Pedro para Convocação de uma Assembléia Geral Constituinte e Legislativa (03 de junho).

- Dom Pedro proíbe o desembarque de tropas portuguesas no Brasil, o que equivale ao rompimento com Portugal (01 de agosto).

- A Princesa Dona Leopoldina, Regente do Reino durante viagem de Dom Pedro a Santos, assina o Decreto da Independência, separando o Brasil de Portugal (02 de setembro).

- Proclamação da Independência (07 de setembro).

- Aclamação de Dom Pedro I como Imperador do Brasil (12 de outubro).

- Início da reação portuguesa contra Dom Pedro, o que dá origem à Guerra da Independência.

- As tropas portuguesas são vencidas na Batalha de Pirajá, Bahia, pelo General José Joaquim de Lima e Silva (08 de novembro).

Neste ano, Luiz Alves matriculou-se no 4° ano matemático da ARM, mas solicitou trancamento de matrícula, provavelmente em face da agitação relativa à volta de Dom João VI para Portugal e pelos movimentos pré-independência. Já havia concluído o Curso de Infantaria. (SOUZA, p. 114 e 124). Faltaram-lhe o 4°, o 6° e o 7° anos, não obrigatórios para a Infantaria e para a Cavalaria (PIRASSINUNGA, p. 63).   

Agosto - 25 - 19° aniversário de Luiz Alves.

Setembro - 7 - Proclamação da Independência do Brasil pelo Príncipe Regente Dom Pedro, futuro Dom Pedro I.

18 - Dom Pedro decreta a criação da nova Bandeira do Brasil, a qual substituiu a do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve.

Outubro - 12 - Dom Pedro I cria o Batalhão do Imperador sendo, por ele próprio, selecionados um por um os 800 militares. O Tenente Luiz Alves recebe a função de Ajudante da nova unidade.

Novembro - 10 - O Tenente Luiz Alves recebe, das mãos do Ministro da Guerra, que por sua vez havia recebido do Imperador Dom Pedro I, na Capela Imperial, a primeira Bandeira do Brasil independente, depois de benta por Dom José Caetano da Silva Coutinho. Torna-se, assim, o “1º Grande Vexilário da Pátria”. 

Dezembro - 24 - Em Carta Patente desta data, o Imperador oficializa Luiz Alves na função de Tenente-Ajudante do Batalhão de Fuzileiros da Guarnição da Corte. 

1823

Circunstâncias

- A Guerra da Independência desenvolveu-se em cinco províncias: Bahia, Piauí, Maranhão, Grão-Pará e Cisplatina. Em todas elas as tropas brasileiras foram vitoriosas.

- Instalação da Assembléia Constituinte (03 de maio), dissolvida por Dom Pedro I a 12 de novembro.

- Dom Pedro nomeia um Conselho de Estado para elaborar um projeto constitucional.

Maria Quitéria, heroína baiana

- O reconhecimento da independência brasileira por parte de Portugal é levado à mediação da Áustria, que dá ganho de causa ao Brasil.

- Tentativa frustrada de assassinato de Dom Pedro I no Teatro Municipal do Rio (26 de novembro).

Janeiro - 7 - Na Guerra da Independência contra as tropas portuguesas do General Ignácio Luís Madeira de Melo, governador das armas da província da Bahia, ocorre a Batalha de Itaparica, com a vitória de voluntários brasileiros contra o ataque luso ao Forte de São Lourenço.

18 - Luiz Alves é oficialmente nomeado Ajudante do Batalhão do Imperador, comandado por seu tio, o Coronel José Joaquim de Lima e Silva, homônimo do avô. O Batalhão do Imperador é designado para lutar na Bahia.

Fevereiro - 20 - Aporta em Maceió a frota do Comodoro Rodrigo Delamare, desembarcando as tropas do general francês Pedro Labatut, que seguem por terra até o Recôncavo Baiano para combater os portugueses.

Março - 24 - O Batalhão do Imperador chega à Bahia, para a luta contra as forças portuguesas contrárias à Independência, comandadas pelo General Madeira de Melo. Este Batalhão passa a fazer parte do Exército Imperial da Independência.

28 - Batismo de fogo de Luiz Alves na Guerra da Independência, no ataque vitorioso às forças do general português Madeira de Melo.

Maio - 3 - Louvado por sua bravura no combate contra as tropas portuguesas na Guerra da Independência em batalha nas proximidades de Salvador.

Junho - 3 - Novamente louvado pelo Imperador, desta vez com o Hábito do Cruzeiro, a mais alta distinção militar, pelo desempenho em um ataque frontal a uma posição fortificada inimiga em combate nas proximidades de Salvador.

Julho - 2 - Consolidação da Independência na Bahia, com a tomada de Salvador pelas forças imperiais, abandono da Província por Madeira de Melo e seu retorno para Portugal.

Agosto - 25 - 20° aniversário de Luiz Alves.

Novembro - 16 - Retorno de Luiz Alves ao Rio de Janeiro com o Batalhão do Imperador, vitorioso na Bahia.

1824

Circunstâncias

- Outorga da 1ª Constituição do Brasil (25 de março).

- Os EUA reconhecem a independência do Brasil.

- Confederação do Equador em Pernambuco: liberal, anti-lusitana, federativa e veladamente separatista. Levou este nome porque adotou a Constituição da Colômbia.

- O Brasil responde a questionamento das Províncias Unidas do Rio da Prata (PURP-futura Argentina) manifestando a decisão de manter a incorporação da Província Cisplatina ao Império. Aproxima-se, portanto, a Guerra da Cisplatina.

Janeiro - 17 - Luiz Alves é galardoado com o título de Cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro.

18 - O Livro de Ordens do Dia do Batalhão do Imperador publica a Carta Patente de capitão concedida a Luiz Alves. 

22 - Promovido, por merecimento, ao posto de Capitão, depois de três anos como Tenente. Possuía 20 anos de idade.

Fevereiro - 17 - Condecorado com a insígnia de Cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro (considerada Legião de Honra do Império) por Decreto desta data.

18 - Em Ordem do Dia, o Imperador concede a Luiz Alves a Carta Patente de Capitão.

Abril - 5 - Dom Pedro I assina a Carta Patente da promoção de Luiz Alves a Capitão da 2ª Companhia do Batalhão do Imperador.

7 - Luiz Alves presta juramento à Constituição do Império.

Agosto - 25 - 21° aniversário de Luiz Alves.

 1825

Julho - 2 - Luiz Alves é condecorado com a Medalha de Ouro da Guerra da Independência (Decreto Imperial de 02 de julho).

15 - Início da Guerra da Cisplatina (atual Uruguai), entre o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata. Luiz Alves segue para a Província Cisplatina, destacado em Montevidéo onde, imediatamente, entra em combate.

Agosto - 25 - 22° aniversário de Luiz Alves.

Nota: em 1821, a Banda Oriental foi incorporada ao Império do Brasil com o nome de Província Cisplatina, após a vitória contra Artigas. A Guerra da Cisplatina foi uma guerra de independência dos orientais, apoiados pelos argentinos, contra os brasileiros.  

   1826

Agosto - 25 - 23° aniversário de Luiz Alves.

Abril - 16 - Criação da Ordem Imperial de Dom Pedro I. Além de alguns dos membros da família imperial, somente dois brasileiros foram admitidos nessa ordem: o Marquês de Barbacena, no 1° reinado; e o Duque de Caxias, quando regressou do Paraguai.

1827

Circunstâncias

- Guerra da Cisplatina: derrota brasileira na Batalha Naval de Juncal (09 de fevereiro).

- Batalha do Passo do Rosário, ou de Ituzaingó, de resultado indefinido, pois as tropas brasileiras e platinas se retiraram do campo de batalha por motivo de incêndio do campo por parte destas, não ficando caracterizada a vitória de nenhuma delas (20 de fevereiro).

- Convenção Preliminar de Paz entre as PURP e o Brasil, na qual a primeira renuncia à Banda Oriental (Uruguai), mas a guerra continua.

Fevereiro - 7 - Em ação isolada de sua tropa nas imediações de Montevidéo, destaca-se pela coragem e pela perícia militar, sendo o fato registrado em Ordem do Dia.  

20 - Batalha do Passo do Rosário (ou de Ituzaingó). Luiz Alves não participou da mesma, mas foi convidado (em 1854) a responder a um questionário do IHGB sobre a batalha, documento no qual reconstituiu e interpretou a mesma.

Junho - 5 - O Capitão Luiz Alves, com uma Companhia do Batalhão do Imperador, destroça um corpo da cavalaria oriental através de emboscada na região de Moreno, perto de Montevidéo. Citado em Ordem do Dia, pela notável intrepidez nas lutas contra o oriental Juan Antônio Lavalleja.

7 - Nova ação vitoriosa de Luiz Alves nas proximidades de Montevidéo.

16 - Luiz Alves rompe o cerco de Montevidéo à noite, no comando de 150 homens. Atravessa a linha de sítio, assalta e toma um lanchão inimigo no porto de Buceo, com 20 tripulantes mortos ou aprisionados.

Julho - 14 - Novas emboscadas de Luiz Alves nos arredores de Montevidéo destroçam destacamentos inimigos.

Agosto - 7 - À noite, Luiz Alves surpreende e põe em fuga o destacamento de Pancho Oribe nos arredores de Montevidéo. Novamente citado pela intrepidez, em Ordem do Dia das Forças que operam na Guerra da Cisplatina.

25 - 24° aniversário de Luiz Alves.

Outubro - 12 - Em Decreto desta data, o Imperador concede a comenda da Ordem de São Bento de Avis a Luiz Alves.

21 - Agraciado Comendador da Ordem de São Bento de Avis.

Novembro - 6 - O Imperador expede a Carta Imperial nomeando Luiz Alves Comendador da Ordem de São Bento de Avis.

Dezembro - 6 - Sob o comando do General Duarte Guilherme Correia de Melo, Luiz Alves desbarata piquetes argentinos e uruguaios nos arredores de Montevidéo, destacando-se neste tipo de ação.

1828

Junho - 7 - O Capitão Luiz Alves sai de Montevidéo com uma coluna de sua tropa e põe em fuga forças inimigas que bloqueavam o acesso à cidade, retornando com alguns prisioneiros.

Agosto - 25 - 25° aniversário de Luiz Alves.

Outubro - 12 - Passa a contar antiguidade relativa ao posto de Major (ver 02 de dezembro).

Dezembro - 2 - Promovido a Major do 2º Regimento de Infantaria de 2ª Linha, por Decreto Imperial desta data, depois de cinco anos como Capitão, em atenção aos seus relevantes serviços durante os três anos de lutas na Guerra da Cisplatina. Nesta época, retorna da Cisplatina para a Corte.  

‘Aquele que não prepara devidamente os abastecimentos necessários à vida do exército é derrotado sem o recurso às armas’. (Maquiavel).

1829

Circunstâncias

- Ainda em 1828, fim da Guerra da Cisplatina e fundação da República Oriental do Uruguai, através do Tratado do Rio de Janeiro. A perda da Cisplatina é motivo de desprestígio para Dom Pedro I.

- Liquidação (falência) do primeiro Banco do Brasil.

- Dom Pedro I casa por procuração, em Munique, com a princesa Dona Amélia de Leuchtenberg d'Eichstadt. A 17 de outubro o casamento foi oficializado na Capela Imperial no Rio de Janeiro.

Janeiro - 21 - Obtém, o Major Luiz Alves, um mês de licença para ir à Província de São Paulo tratar de assuntos particulares.

Fevereiro - 21 - Reapresenta-se à sua unidade, após um mês de licença.

Março - 6 - Recebe oficialmente a patente de Major, continuando a servir no 1º Regimento de Infantaria da 2ª Linha do Exército.

17 - Passa à situação de efetivo, não apresentado, no Batalhão do Imperador, por decreto governamental que o transfere de unidade.

27 - Por Decreto, é nomeado 2º comandante (sub-comandante) do Batalhão do Imperador.

Julho - 6 - Transferido oficialmente, como Major, para o Batalhão do Imperador, conforme patente assinada, nesta data, pelo Imperador Dom Pedro I e pelo Barão do Passeio Público (Joaquim d’Oliveira Soares).

Agosto - 25 - 26° aniversário de Luiz Alves.

Outubro - 18 - Condecorado com a insígnia de Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa por Decreto desta data, dia seguinte ao da criação da mesma Ordem.

“O domínio da Terra termina onde termina a força das armas” (Hugo Grócio)

1830

Circunstâncias

- Na França Carlos X, pressionado pela Revolução Liberal, abdica em favor do filho, o que motiva no Brasil os liberais que querem a República.

- Dom Pedro I sente seu prestígio diminuir entre os brasileiros e demonstra estar mais preocupado com o trono de Portugal do que com o do Brasil.

- O assassinato do jornalista italiano Giovanni Baptista Líbero Badaró alimenta a crise, que explodirá no ano seguinte, começando com choques de rua de monarquistas portugueses contra liberais, no Rio.

- Ainda neste ano ocorre a Promulgação do Código Criminal.

- Na Europa, a classe operária surge como força política.

- O Equador se separa da Grã-Colômbia.

Luiz Alves continua servindo no Batalhão do Imperador, no posto de Major.

Agosto - 25 - 27° aniversário de Luiz Alves.

1831

Circunstâncias

- No Rio, Noite das garrafadas, choque entre portugueses e liberais brasileiros. Assim chamada porque os lusos defenderam-se com garrafas vazias (13 de março).

- Dom Pedro sente que perdeu a segurança, sem o apoio dos militares.

- Após ter nomeado o “Ministério dos Brasileiros” e, em seguida, o “Ministério dos Marqueses” (04 de abril), Dom Pedro abdica em favor do filho (07 de abril), então com cinco anos de idade, e volta para Portugal (13 de abril) para combater o irmão Miguel, que havia usurpado o trono português.

- Criada a Regência Trina (08 de abril).

- Criada a Guarda Nacional (18 de agosto), para defender a Constituição, a liberdade, a independência e a integridade do Império.

- Surge no Maranhão a Setembrada (dia 14), e em Pernambuco a Novembrada (dia 15), ambas essencialmente anti-lusitanas.

- Abolido o tráfico legal de escravos negros (07 de novembro). A partir daí começa o contrabando.

- No Rio, revoltas: da Ilha das Cobras, do 26° Batalhão de Infantaria e da Polícia Militar da Corte.

Abril - 6 - Luiz Alves é procurado pelo Marquês de Cantagalo, João Maria da Gama Freitas, a mando do Imperador, para ouvir sua opinião sobre a “exata extensão da rebeldia e a disposição dos militares” (PEIXOTO, 1973: p. 26).

7 - Dom Pedro I perde a credibilidade e o governo se torna instável, o que gera uma grave crise política no Brasil. Em oposição, liberais e portugueses, estes a favor do Imperador. No Rio, são freqüentes os choques de rua. O Exército é obrigado a intervir. Cumprindo ordem de seu comandante, Luiz Alves desloca a tropa para o Campo da Aclamação, hoje Praça da República. Abdicação de Dom Pedro I em favor do filho. Com a abdicação, o Batalhão do Imperador é dissolvido, mas o novo governo decide pela formação do Batalhão Sagrado, formado somente com oficiais (dissolvido em 1833). Criação da Guarda Nacional, que será muito utilizada por Caxias, principalmente na Guerra dos Farrapos.

28 - Fundação da Sociedade Defensora da Liberdade e Independência Nacional, com 150 sócios fundadores, entre os quais o Major Luiz Alves.

Maio - 10 - Instalação dos trabalhos da Sociedade Defensora da Liberdade e Independência Nacional, no Rio. Foi uma aliança entre moderados, exaltados e ultra-conservadores, a qual alcança nível nacional. 

Junho - 17 - Eleita a Regência Trina Permanente. Um dos três regentes é o pai de Luiz Alves, o General Francisco da Lima e Silva.

Julho - 13 - Continuam a crise política e os choques de rua. Sedição do Povo e Tropa no Rio. Os portugueses (caramurus) querem a volta de Dom Pedro I. Ingressa Luiz Alves no Batalhão de Oficiais-Soldados Voluntários da Pátria (Batalhão Sagrado), para manter a lei e a ordem no Rio. É nomeado instrutor de Infantaria da Guarda Nacional da Corte.

Agosto - 25 - 28° aniversário de Luiz Alves.

Outubro - 7 - Como sub-comandante do Batalhão Sagrado e com o apoio de 180 Guardas Municipais Permanentes, força que estava organizando, Luiz Alves participa com destaque no domínio da revolta do Corpo de Artilharia da Marinha, aquartelado na Ilha das Cobras.

Novembro - 9 - Luiz Alves conclui a organização do Corpo de Guardas Municipais Permanentes, o qual substitui o antigo, chamado de Pedestres.

1832

Circunstâncias

- Na Bahia, surge o movimento federalista Federação do Guanais, chefiado por Bernardo Guanais.

- Em Pernambuco eclodem a Abrilada (14 de abril - restauradora), a Revolução Restauradora de Santo Antão e a Cabanada (maio).

- No Rio começa a Insurreição do Major Miguel de Frias contra a Regência (03 de abril).

- No Ceará rompe a Insurreição Restauradora do Crato e a Revolta do Coronel Pinto Madeira, esta contra a abdicação de Dom Pedro I.

- Fundação das faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia.

- Promulgação do Código de Processo Criminal.

- Em Portugal, Dom Pedro I (IV em Portugal) assume o trono em nome da sua filha Dona Maria II e inicia a guerra contra o irmão Dom Miguel.

Fevereiro - 18 - Luiz Alves passa a “Avulso” (desligado da unidade), por Aviso do Ministério da Guerra, em face da dissolução do 1º Batalhão de Caçadores, antes chamado Batalhão do Imperador.

25 - Integrando o Batalhão de Oficiais-Soldados Voluntários da Pátria (Batalhão Sagrado), nas funções de subcomandante, e Instrutor Geral de Infantaria da Guarda Nacional da Corte, Luiz Alves é incorporado à 3ª classe dos oficiais avulsos da Corte.

Abril - 3 - Insurreição do Major (liberal exaltado) Miguel de Frias e Vasconcellos, no Rio (Abrilada), contra a Regência, combatida e controlada por Luiz Alves no comando de forças do Batalhão Sagrado e Guardas Municipais, obedecendo ordens do Ministro Diogo Feijó. O Motim é chamado dos Jurujubas, também chamados farroupilhas (Partido Liberal Exaltado). O Major Frias homizia-se na casa do Desembargador Nabuco, situada na Rua do Areal, hoje Moncorvo Filho. Caxias entra na casa mas, por “generosidade e nobreza” não o prende. Frias exila-se nos EUA.

Junho - 7 - Nomeação efetiva como 2º comandante (Sub-comandante) do Corpo de Guardas Municipais Permanentes da Corte, hoje Polícia Militar do RJ, onde permanecerá até 1839.

Julho - 5 - Revolta do mercenário alemão coronel Augusto Hugo Hoiser, Barão Von Bülow, do Corpo de Estrangeiros, que liderou neste ano um movimento a favor da volta de Dom Pedro I, no Campo de Santana. No caminho de São Cristóvão, as forças rebeldes foram destroçadas pelo Tenente-Coronel Saturnino de Sousa e Oliveira e pelo Major Luiz Alves.

Agosto - 25 - 29° aniversário de Luiz Alves.

Outubro - 18 - Nomeado Comandante do Corpo de Guardas Municipais Permanentes da Corte.

1833

Janeiro - 6 - Casamento do Major Luiz Alves, aos 30 anos, na residência da noiva (TINOCO, 1956, p.18), dona Ana Luiza de Loreto Carneiro Viana (16 anos de idade), filha do Desembargador, falecido, Paulo Fernandes Viana.

22 - O jornal de oposição O Exaltado publica críticas ao casamento de Luiz Alves, dizendo-o ilícito, nulo e clandestino.

28 - O jornal Aurora Fluminense publica uma carta da sogra de Luiz Alves desmentindo o jornal O Exaltado.

Março - A partir deste mês e ano, Luiz Alves passou a contar com um grande aliado no combate à desordem no Rio, o Chefe de Polícia Eusébio de Queiroz Coutinho Matoso da Câmara, o que favoreceu o desenvolvimento de uma política de segurança para a capital. 

Fevereiro - 2 - Ratificação do casamento de Luiz Alves e Ana Luiza na Igreja da Candelária, com as bênçãos do Padre Bandeira Arouca.

Maio - 15 - A seu próprio pedido é exonerado, por Aviso Ministerial, das funções de Inspetor-Geral de Infantaria da Guarda Nacional da Corte.

Agosto - 25 - 30° aniversário de Luiz Alves.

Setembro - 9 - O Capitão Carlos Miguel de Lima, irmão de Luiz Alves, golpeia mortalmente, com a espada, o redator do jornal Brasil Aflicto, Clemente José de Oliveira, em face de calúnias dirigidas pelo jornal às irmãs de Luiz Alves. Carlos Miguel apresentou-se à Polícia e Clemente morreu de tétano alguns dias depois. Julgado, Carlos Miguel foi absolvido por “legítima defesa da honra” e o caso foi arquivado.  

Outubro - 30 - Entrega requerimento à Academia Militar do Império do Brasil solicitando certidão de aprovação no Curso de Infantaria e nos 2° e 3° anos do Curso Matemático.

31 - A Academia Militar entrega Carta a Luiz Alves certificando as aprovações no Curso de Infantaria e nos 2° e 3° anos do Curso Matemático. Apresenta à sua unidade os documentos acima citados.

Dezembro - 5 - Nascimento da filha primogênita, Luiza de Loreto Carneiro Viana de Lima, futura Baronesa de Santa Mônica.  

1834

Luiz Alves continua nas funções de Comandante do Corpo de Guardas Municipais da Corte.

Agosto - 21 - Promulgação do Ato Adicional à Constituição, o qual concede maior autonomia às províncias.

Agosto - 25 - 31° aniversário de Luiz Alves.

Setembro - 24 - Morte de Dom Pedro I (Dom Pedro IV, em Portugal) em Queluz, Portugal. Fim da facção dos caramurus (monarquistas).

1835

Janeiro - 7 - Início da Cabanagem, no Pará.

Agosto - 25 - 32° aniversário de Luiz Alves.

Setembro - 20 - Início da Revolução Farroupilha na Província do Rio Grande do Sul.

1836

Circunstâncias (1836/37)

- No RS, o General Antônio de Souza Netto proclama a República de Piratini (11 de setembro).

- O padre Diogo Antônio Feijó renuncia à Regência, alegando que a Câmara não o apoiou com recursos para governar (19 de setembro). Foi substituído por Pedro de Araújo Lima, Marquês de Olinda.

- Na Bahia, rompe a Sabinada (06 de novembro), republicana (maçônica), liderada pelo médico Sabino da Rocha Vieira. O objetivo era criar a “República Bahiense”.

- O líder farroupilha Bento Gonçalves da Silva foge de sua prisão em Salvador, auxiliado pelos Sabinos, e volta para o sul.

- No Rio, é criado o Colégio Pedro II.

Junho - 2 - O farroupilha Major João Manoel da Lima e Silva, tio de Luiz Alves, derrota os legalistas no combate do Passo dos Negros do Rio São Gonçalo, ocasião em que é ferido gravemente no rosto.

24 - Nascimento da 2ª filha de Luiz Alves, Ana de Loreto Carneiro Viana de Lima (futura Viscondessa do Uruguai).

Julho - 5 - O povoado de Caxias das Pedras Altas (MA) é elevado à cidade por Lei Provincial (n° 24) com o nome de Caxias (*).

Agosto - 25 - 33° aniversário de Luiz Alves.

(*) conforme o Gen Ex Virgílio Ribeiro Muxfeldt (em www.ihtrgs.org acessar o informativo O Gaúcho n° 74), o nome dado à localidade maranhense foi homenagem de Francisco Xavier Mendonça Furtado, irmão do Marquês do Pombal, à Quinta da família, localizada na Freguesia de Caxias, em Oeiras, imediações de Lisboa. E a origem da palavra viria do espanhol casillas (pequenas casas), ou do romano quassina (rochedo, quebra-mar). Mendonça Furtado foi Governador e Capitão-Geral da Capitania do Pará e Maranhão (1751/59). Registre-se também que antes de ser Marquês, Pombal já era Conde de Oeiras.

    1837

Maio - 11 - Luiz Alves recebe do Ministro da Justiça, Gustavo Adolfo d’Aguilar Pantoja, uma correspondência onde esta autoridade demonstra, pública e formalmente, reconhecimento pelo trabalho do Major à frente do Corpo de Guardas Municipais, enfatizando a “...constância no trabalho, a exata subordinação para com seus superiores, o empenho, atividade e disciplina...”. Conforme SOUZA (p. 257/258), a partir desta carta Luiz Alves recebeu elogios de todos os ministros da Justiça, sem exceção.

Agosto - 18 - Em nome dos imperiais, o índio Cabo Roque Faustino prende em São Borja o General republicano João Manuel da Lima e Silva, tio de Luiz Alves.

25 - 34° aniversário de Luiz Alves. É assassinado em São Borja o General João Manuel da Lima e Silva, o qual lutava a favor dos farrapos.

Setembro - 12 - Promovido a Tenente-Coronel, depois de nove anos como Major, Luiz Alves é designado Comandante do Corpo Permanente de Guardas Municipais da Corte, além de Auxiliar e Consultor do Ministro da Guerra Sebastião do Rego Barros.

16 - Assinatura da patente de promoção de Luiz Alves a Tenente-Coronel.

1838

Circunstâncias

- Início da infiltração inglesa na Amazônia. O governo brasileiro protesta energicamente junto ao Foreign Office.

- No Rio, fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB, 21 de outubro).

- Na cidade de Franca, SP, ocorre a revolta chamada de “Anselmada”, do líder político Anselmo Barcelos contra políticos locais.

- Em Pati do Alferes e Vassouras, Rio, inicia a Revolução de Manuel Congo, iniciada no maior quilombo fluminense contra os maus tratos dos fazendeiros donos de escravos.

- No Colégio Pedro II é criada a primeira cátedra de História do país.

- No Uruguai, assume a presidência Dom Fructos Rivera (no Brasil: Frutuoso), do Partido Colorado.

Abril - Luiz Alves adquire sua primeira propriedade, localizada na região de Valença, próxima ao rio Paraíba.

Agosto - 25 - 35° aniversário de Luiz Alves.

Outubro - 21 - Data da instalação do IHGB na sala das sessões da Sociedade Auxiliadora da Indústria Brasileira, no “edifício do Museu”, depois Conservatório de Música, junto à antiga Casa do Trem.

30 - Carta da Academia Militar do Império do Brasil certifica a aprovação de Luiz Alves em “todas as doutrinas do curso de infantaria da mesma” [Revista Militar Brasileira (RMB) nº 3, de 25Ago36].

31 - Mediante requerimento, Luiz Alves solicita certidão de aprovação nos 2º e 3º anos do Curso Matemático da Academia Militar.

Novembro - 14 - Luiz Alves desloca-se a Vassouras, RJ, como Comandante do Corpo de Guardas Municipais para observar a revolta liderada pelo escravo Manoel Congo, face à possibilidade de a mesma envolver escravos da Fábrica de Pólvora da Estrela, a única do Império.

19 - Sobre a Guerra dos Farrapos, a Regência publica um Aviso Ministerial que assegura liberdade a todos os soldados republicanos ex-escravos que desertassem de suas fileiras e se apresentassem às fileiras imperiais. Este Aviso será de suma importância para Caxias em 1845, no processo de paz com os farrapos (ver 04 de março de 1845).

Dezembro - 3 - Início da Balaiada, no Maranhão. Na Vila de Manga, comarca de Itapecurú, Raimundo Gomes, acompanhado de nove capangas, arromba a cadeia da vila e solta todos os presos.

1839

Circunstâncias

- Transferência da capital farroupilha de Piratini para Caçapava (09 de janeiro).

- Proclamação da República Juliana pelos farroupilhas Davi Canabarro e Giuseppe Garibaldi (22 de julho).

- A República Juliana é derrotada pelas tropas legais (15 de novembro), comandadas pelo General Francisco José Soares Andréa e pelo Almirante Frederico Mariath.

Março - 6 - Luiz Alves acompanha a Missão do Ministro da Guerra Sebastião do Rego Barros (Deputado) em sua viagem à Província do Rio Grande do Sul, tomada pela Guerra dos Farrapos.

21 - Chega ao porto de Rio Grande o navio com a comitiva ministerial, seguindo em seguida para Porto Alegre via Lagoa dos Patos.

Abril - 29 - Regressa à Corte a comitiva ministerial do Ministro da Guerra Sebastião do Rego Barros após a viagem ao sul.

Maio - 6 - Luiz Alves apresenta-se pronto para o serviço, após o retorno do Rio Grande do Sul.

24 - Os rebeldes balaios tomam a cidade de Caxias das Pedras Altas, MA.

27 - Recebe Luiz Alves a missão do recrutamento para o Exército no Município da Corte.

30 - Em carta a Manuel Marques de Souza III apresenta Polydoro Fonseca Quintanilha Jordão, que ia para o sul como engenheiro do Exército.

Julho - 1 - Entrada, na localidade de Caxias, Maranhão, das “hordas balaias”, da Balaiada, mais tarde vencidas por Luiz Alves.

Agosto - 25 - 36° aniversário de Luiz Alves.

Setembro - 30 - Em nova carta a Manoel Marques de Souza III comenta sobre os problemas da Província do Rio Grande do Sul.

Dezembro - 2 - Promoção a Coronel, com 36 anos de idade, depois de dois anos como Tenente-Coronel.

12 - Através de Carta Regencial, é nomeado Presidente da Província e Comandante-Geral das Forças Imperiais no Maranhão, para o combate à Balaiada. Nomeado Presidente do Colégio Brasileiro de Genealogia (Rio).

14 - Recebe a Carta Imperial nomeando-o Presidente e Comandante das Armas do Maranhão e o encargo de comandar todas as forças contra a revolta, reunindo em uma só pessoa as duas autoridades citadas.

17 - Exonerado do Comando do Corpo de Guardas Municipais Permanentes da Corte.

22 - Parte do Rio de Janeiro para o Maranhão a bordo do navio São Sebastião, juntamente com as tropas, embarcadas no brigue Berenger.

1840

Circunstâncias

- Pacificação das revoltas Cabanagem (PA) e Sabinada (BA).

- Insurreição de Paranaguá (Piauí), pelo líder político Sebastião José de Aguiar, contra a “desgraça da província”.

- Golpe da Maioridade (23 de julho). Dom Pedro II assume o Império, com 14 anos de idade.

- Fim do período regencial. Início do 2° reinado, ou 2° Império.

- No Ceará: levante de Sobral (14 de dezembro).

Janeiro - 4 - Forças imperiais, sob o comando do Tenente-Coronel Roberto Vieira Passos, derrotam, em Estanhado, rebeldes balaios maranhenses.

24 - Na Balaiada, ainda antes da chegada de Luiz Alves, o General Francisco Sérgio de Oliveira vence os balaios e entra na localidade de Caxias.

Fevereiro - 5 - Luiz  Alves  chega  ao  Maranhão  para  combater  a Balaiada. A chegada foi no navio Guararapes, pois houve um acidente com o São Sebastião, motivo pelo qual a viagem durou 45 dias.

6 - Chega à São Luís, desembarca e lança uma patriótica proclamação ao povo maranhense.

7 - Assume seus cargos, administrativo e militar, na Província do MA, substituindo Manoel Felizardo de Souza e Melo.

17 - Empossado (embora ausente) na função de 21° Presidente do Colégio Brasileiro de Genealogia (Rio).

Março - 5 - Envia ao Ministro da Guerra ofício no qual afirma que é possível observar o caráter adquirido pela Balaiada: "...as eleições, e só as eleições deram origem às dissensões dos dois partidos...Cabanos e Bentevis”...;

6 - Em ofício ao Ministro da Guerra, informa que as margens do rio Itapicurú estavam já guarnecidas e que as localidades de Caxias e Tutóia estavam livres dos rebeldes. A área era de forte cultivo de algodão.

7 - À frente, pessoalmente, da Divisão Pacificadora do Norte, segue em direção à Comarca do Brejo, deixando São Luís.

16 - Chega a Itapicurú.

19 - Os rebeldes assaltam e tomam o porto e a localidade de Miritiba.

23 - Em ofício ao Ministro da Guerra informa que, nas vilas onde esteve, encontrou “...grandes irregularidades, faltas e mesmo graves abusos...”.

Maio - 3 - Retorna a São Luís e abre a Assembléia Provincial nesta data.  

7 - Os Balaios põem-se em marcha com destino a Caxias.

17 - Luiz Alves segue para Miritiba, combatendo os rebeldes. Escreve ao Ministro da Guerra informando sobre o curso das operações.

Junho - 5 - Pela Lei n° 87, determina a limpeza dos rios Urú, Pritoró e Preto, com o fim de tornar possível a navegação no Maranhão.

6 - Pela Lei n° 89, determina aos municípios a apresentação dos balanços de receita e despesa, orçamentos e dívidas ativa e passiva.

14 - Revolta-se a guarnição de Itapicurú-Mirim, com a prisão do comandante e oficiais, tudo pela falta de pagamento dos soldos.

16 - Sanciona a Lei n° 89, na qual a Assembléia Legislativa do MA autoriza o Presidente às despesas do ano financeiro de 1840/41. Parte para Itapicurú-Mirim, onde toma a localidade e prende os revoltosos.

19 - Expedida pela Regência, em nome do Imperador, a Patente da promoção de Luiz Alves a Coronel de 1ª linha do Exército.

25 - Regressa a São Luís, após nove dias de viagens e lutas.

28 - Em dois ofícios desta data, Luiz Alves informa ao Ministro da Guerra que a situação no Maranhão é grave e que teme sublevações da tropa e dos oficiais, face aos atrasos dos pagamentos. Informa também que, sobre a sublevação dos sargentos liderados pelo Sgt João do Rego Barros, os mesmos foram levados a Conselho de Guerra e “incursos em pena capital”.

Julho - 7 - Amparado pela Lei n° 91, Luiz Alves regula a navegação nos rios maranhenses.

11 - Pela Lei n° 95, determina às Dioceses dos municípios que organizem estatutos para o “Recolhimento” e admissão de meninas órfãs

necessitadas e outras, com fins educacionais.

13 - Pela Lei n° 96, subvenciona um professor de “primeiras letras” de São Luiz, pela relevância dos serviços prestados na sua Cadeira.

15 - Pela Lei n° 98 cria, em cada município, um Corpo de Guardas Campestres, para combate aos quilombos e coutos de malfeitores.

16 - Pela Lei n° 93, regula o exercício da função de Professor. Pela Lei n° 97, determina à Santa Casa de Misericórdia organizar estatutos adequados às circunstâncias, para seu normal funcionamento.

21 - Envia ofício a Salvador José Maciel, Ministro da Guerra, informando sobre a precária situação na Província do MA e solicitando recursos.

23 - Maioridade de Dom Pedro II, com 14 anos de idade.

Agosto - 2 - Luiz Alves é nomeado Veador (título honorífico de oficial-mor da casa real destinado, obrigatoriamente, a cidadãos nobres) de Suas Altezas Imperiais.

10 - Acampa na localidade de Vargem Grande, MA, na luta contra a Balaiada. Escreve carta à esposa do interior de uma “...barraca de palha em que estou morando...”.  

16 - Escreve à esposa, confidenciando aspectos da luta contra os balaios.

20 - Luiz Alves envia espiões a Carnaubal, a fim de avaliar a situação dos rebeldes.

23 - Recebe, no MA, a notícia da maioridade de Dom Pedro II, pelo que decreta 12 mil indultos, baseado em ato do próprio Imperador.

25 - 37° aniversário de Luiz Alves.

27 - Retornando a São Luís, dirige uma importante proclamação ao povo maranhense, referindo-se ao final da Balaiada e à maioridade de Dom Pedro II.

28 - Em alusão à maioridade de Dom Pedro II e aos sucessos contra os Balaios é oficiado um Te Deum (ação de graças) em São Luís.

Setembro - 1 - Em ofício ao Ministro da Marinha, informa ter infiltrado espiões entre os rebeldes para obter informações e poder dividi-los.

Outubro - 22 - Segue para o interior, com destino à localidade de Caxias.

25 - Derrota, em Rosário, o líder balaio Raimundo Gomes.

Novembro - 14 - Remete ofício ao Juiz Municipal e de Órfãos da cidade de Caxias, Francisco José Furtado, determinando a execução do Decreto Imperial de 22 de agosto, no qual o Imperador concede anistia aos envolvidos em crimes políticos.

Dezembro - 3 - Remete à mesma autoridade acima referida cópia do Decreto Imperial que concede anistia aos envolvidos em crimes políticos. 

24 - Em novo ofício ao Juiz de Caxias, informa que a autoridade militar do município está legalmente autorizada, e não mais a civil, a receber aqueles que serão anistiados, “por estarmos em estado de guerra”.

1841

Janeiro - 5 - Luiz Alves informa à Corte que a guerra civil no MA estava terminada.

7 - Raimundo Gomes envia a Luiz Alves um papel escrito, pedindo para ser perdoado. Este responde que Gomes podia se apresentar até o dia 20, mas a data não foi observada pelo mesmo.

9 - Preside em São Luís as eleições primárias para a Assembléia do MA. 

11 - Parte Luiz Alves de São Luís em direção a Icatú.

13 - Recebe ofício do Juiz de Caxias queixando-se da determinação do ofício de 24 de dezembro e informando que “não posso cumprir a ordem de V.Excia”... no sentido de deixar de receber os criminosos políticos.

15 - Rendição do líder balaio Raimundo Gomes.

19 - Em Ordem do Dia nº 68, desta data, Luiz Alves declara restaurada a ordem e a paz na Província do Maranhão.

29 - Como Presidente da Província do MA, responde energicamente às alegações do Juiz Municipal de Caxias das Pedras Altas, Dr. Francisco José Furtado, sobre a reprovação de Luiz Alves à sua conduta na questão da anistia dos criminosos políticos (SERRA, 130).   

Fevereiro - 18 - Recebe novo ofício do Juiz de Caxias em que o mesmo coloca suas razões diante do impasse e solicita demissão do cargo.

Março - 16 - Ainda como Presidente da Província responde, mediante enérgico ofício, ao Juiz Municipal de Caxias, concedendo a este sua demissão.

21 - Nomeado Comandante das Armas da Corte e da Província do Rio de Janeiro.

Abril - 2 - O Imperador expede Carta Imperial a Luiz Alves dispensando-o e determinando entrega das funções de Presidente e Comandante das Armas da Província do MA ao seu sucessor, João Antônio de Miranda.

 

 

Maio - 13 - Transfere o governo do Maranhão ao seu substituto, o Dr. João Antônio de Miranda, ao mesmo tempo em que entrega a este um longo relatório de sua administração da Província.

Junho - 30 - Embarca de regresso à Corte, após pacificar o Maranhão, ser eleito deputado por unanimidade e também por ter unido cabanos e bem-te-vis em torno do seu nome. Na chegada ao Rio, recebe homenagens do povo e do governo. Nesta data, é iniciado na Maçonaria, provavelmente na Loja São Pedro de Alcântara, filiada ao Conselho Supremo do Grande Oriente (do Passeio).

Julho - 18 - Coroação de Dom Pedro II. Luiz Alves é promovido ao posto de Brigadeiro, depois de um ano como Coronel, e é agraciado com o título de Barão de Caxias (*), nome por ele mesmo escolhido pela vitória na Balaiada. É o primeiro da família a receber um título de nobreza.

Caixa de texto: Memorial da Balaiada – Caxias, MA

 

(*) Conforme o Padre Joaquim Campos, Luiz Alves escolheu o nome Caxias porque a cidade era a segunda mais importante do MA, foi a mais atingida pela Balaiada e simbolizava a rebelião subjugada, após ter sido tomada e retomada pelas forças imperiais.

 

31 - Expedida a Carta Imperial que o distingue com o título de Barão de Caxias.

Agosto - 9 - Assinada a Carta-Patente de sua promoção a Brigadeiro.

25 - 38° aniversário de Caxias.

Novembro - 23 - Criação do Conselho de Estado, do qual Caxias fez parte, mais tarde, com muito brilho.

Dezembro - 3 - Recebe amigável carta de Manoel Marques de Souza III, futuro Conde de Porto Alegre, prezado e íntimo colega e camarada, o qual elogia sua nobreza e finura. Responde também por carta. Muito haveriam ainda de fazer, juntos, pela glória do Brasil e do Exército Brasileiro.

1842

Circunstâncias

- Dom Pedro II dissolve o Gabinete liberal, antes mesmo deste tomar posse, e convoca um conservador. As principais razões foram as fraudes nas eleições legislativas.

- Início da Revolta Liberal de São Paulo, consequência direta da queda do Gabinete liberal.

- Carlos Antônio López declara oficialmente a independência do Paraguai.

- O Uruguai decreta a abolição, alforriando 1.400 escravos negros.

Fevereiro - 15 - O Imperador concede a Caxias, como prêmio, a “tença annual de tresentos mil réis”.

Março - 21 - Decreto Imperial nomeia Caxias Comandante das Armas da Corte.

Abril - 26 - Patente Imperial nomeia Caxias Comandante das Armas da Corte e Província do Rio de Janeiro. Toma posse e assento na Assembléia Legislativa do Brasil, como Deputado pela Província do Maranhão.

Maio - 10 - Início da Revolução Liberal em São Paulo, a qual Caxias dominou mais tarde.

11 - O Ministro da Guerra José Clemente Pereira remete a Caxias as instruções para a pacificação da Província de São Paulo, designado que já estava pelo Imperador.

17 - Nomeação como Comandante-em-Chefe das forças imperiais em operações na Província de São Paulo, cuja revolta estourou nesta data.

18 - Investido, por Carta Imperial, no Comando Militar e na Vice-Presidência da Província de São Paulo. Recebe, do Ministro da Guerra, as instruções para pacificar o Levante Liberal de São Paulo: “...deixando os meios necessários à inteligência, discrição e atividade de V.Exª”... 

19 - Parte do Rio de Janeiro a bordo do navio “Todos os Santos”, para pacificar a Província de São Paulo.

20 - Chegada a São Sebastião, SP, onde manda desembarcar o Corpo de Artilharia e o Batalhão de Caçadores, os quais havia transportado consigo. 

21 - Chegada a Santos às 0900 h e início da escalada da Serra de Cubatão.

22 - Às 1100 h chega às portas da capital, São Paulo, iniciando logo a preparação da defesa e das forças que iriam atuar no interior da Província. Para isso, conferencia com o presidente, Barão de Monte Alegre.

24 - Encontra-se com a força sublevada e aguarda a iniciativa do inimigo.

25 - Em ofício ao Ministro da Guerra, informa sobre o planejamento das operações e sobre a possibilidade dos rebeldes atacarem a capital.

26 - Acampa com seu exército na Ponte de Pinheiros. Em carta, exorta o comandante sublevado, Major Francisco Galvão a desistir da revolta.

27 - Recebe carta do Major Galvão com negativa à desistir. 

28 - Transposição da Ponte de Pinheiros, para o ataque à vanguarda inimiga, estimada em 600 homens. Caxias conta com somente 150 legalistas. Ocorre um tiroteio junto ao ribeirão Jaguaraé entre as forças de Caxias e os rebeldes. Estes se retiram na direção de Sorocaba (Combate de Jaguaré, DONATO, 1996: 329).

Junho (1842) - 2 - Buscando socorrer a localidade de Campinas, Caxias destaca 120 infantes e 100 cavalarianos, ao comando do Tenente-Coronel José Vicente de Amorim Bezerra.

7 - Obtém a vitória de Venda Grande, Campinas.

8 - Enquanto aguarda desfecho da missão atribuída ao Coronel João da Silva Machado, inquieta o inimigo através do fogo. Comunica ao Ministro da Guerra José Clemente Pereira que havia criado em São Paulo “uma polícia secreta militar”, e que ela já estava produzindo bons resultados.

10 - Começa a Revolução Liberal em Minas Gerais.

11 - Inicia pessoalmente a ofensiva sobre Sorocaba com 900 homens.

12 - Debela e controla a revolta paulista, mas recebe a notícia de revolta semelhante em Minas Gerais.

13 - Assiste à debandada e fuga dos rebeldes paulistas das margens do Rio da Cutia, Barueri.

14 - Troca de cartas entre Caxias e Feijó, sobre a situação da revolta liberal de São Paulo.

16 - Prepara a partida para a Vila de Cotia.

17 - Chega a Vargem Grande.

18 - Chega a São Roque. Recebe nova carta de Feijó, à qual não responde.

20 - Entrada em Sorocaba, onde coloca sob custódia o líder rebelde Padre Diogo Antônio Feijó. Anuncia que o Exército estava prestes a alcançar a vitória.

21 - Em correspondência ao Ministro da Guerra informa sobre a prisão de Diogo Feijó, bem como da atenção e consideração que teve com a ex-autoridade regencial.

23 - Escreve a José da Costa Carvalho, Barão de Monte Alegre, agradecendo o apoio na pacificação da província de São Paulo.

25 - Caxias segue para Itú.

26 - Em carta desta data, responde incisivamente à carta de Diogo Antônio Feijó, ex-regente do Império, rebatendo os argumentos deste em relação à sua deportação de São Paulo.

28 - Chegada em São Paulo (capital), onde é festivamente recebido.

Julho (1842) - 2 - Em correspondência ao Ministro da Guerra indica quem deveria substituí-lo em São Paulo, no caso de ser nomeado Comandante em Minas Gerais.

7 - Mesmo antes da nomeação oficial, Caxias determina o deslocamento de 500 homens para Guaratinguetá e dali para Itajubá.

8 - Viaja para o norte de São Paulo.

10 - Nomeação, pelo Imperador, de Caxias como Comandante-em-Chefe do Exército Pacificador de Minas Gerais. É, ao mesmo tempo, louvado pelo Jornal do Comércio de Porto Alegre por sua brilhante atuação em São Paulo.

13 - Regressa à Corte, após a vitória em São Paulo. Na passagem, é aclamado em Taubaté.

16 - Passa por Pindamonhangaba. Determina o deslocamento de tropas para Pouso Alto, a fim de combater os rebeldes mineiros. Escreve novamente a Monte Alegre reafirmando seu “eterno reconhecimento” pela confiança a si depositada.

17 - Recebe, ao passar por Guaratinguetá, a confirmação da notícia da sua nomeação para Comandante do Exército Pacificador em operações em Minas Gerais contra o Levante Liberal.

20 - O Imperador assina a Patente com a qual nomeia Caxias “Comandante-em-chefe das forças de operações” em Minas Gerais.

23 - Ao chegar ao Rio, é nomeado Ajudante-de-Campo de Sua Majestade o Imperador. Depois de haver pacificado São Paulo, recebe oficialmente a missão de pacificar Minas Gerais.

25 - Recebe as últimas instruções governamentais para a missão em MG e parte, imediatamente, para Ouro Preto.

26 - Os revoltosos obtêm uma vitória importante em Queluz (DONATO, 1996: p. 426) sobre as tropas legais.

27 - Início da marcha forçada de Caxias do Rio a Ouro Preto, que será feita em onze dias.

29 - Chega a Vassouras, RJ, em trânsito para Ouro Preto.

30 - Promovido a Marechal de Campo Graduado (atual General de Divisão), depois de um ano como Brigadeiro. Assume, na região do rio do Peixe, o comando-em-chefe das forças em operações em Minas Gerais, seguindo para São João d’El Rei. Publica o primeiro Edital, conclamando “...os que não fossem chefes de revolta a voltarem à sua vida doméstica”...

Agosto (1842) - 2 - Eleito Deputado pela Província do MA à Assembléia Geral Deliberativa, dentro da Assembléia Legislativa do Brasil.

5 - Caxias chega a Ouro Preto, após marcha forçada, o que faz os rebeldes baterem em retirada para Sabará.

6 - Deixa de atacar os rebeldes nesta data, considerando a fadiga dos militares após a marcha forçada.

8 - Parte de Ouro Preto para fazer junção com a Coluna Libertadora que se acha na Fazenda do Fundão.

9 - Em plena campanha em MG, é nomeado Comandante-em-Chefe do Exército Legalista contra os Farrapos no RS.

11 - Caxias toma conhecimento de que os rebeldes tomaram Sabará, para onde segue imediatamente.

12 - Ocupa e toma posse de Sabará, já desocupada pelos revolucionários.

14 - Caxias recebe duas cartas do representante do governo da Província, Dr. Manuel de Melo Franco, às quais não responde. Nas cartas, Melo Franco pede ajuda de Caxias em relação a um pedido de anistia ao Imperador.

16 - Em carta ao Ministro da Guerra José Clemente Pereira, confirma a determinação de que o Imperador não entrará em entendimentos com os rebeldes enquanto estes estiverem de armas na mão.

18 - Lança Caxias a sua 3ª coluna de Caeté na direção de Santa Luzia. 

19 - Recebe a informação de um oficial engenheiro, por ele enviado, de ter sido encontrado um local adequado para uma fortificação em Santa Luzia. Planeja o ataque para o dia 21. Lança a 1ª coluna de Sabará na direção de Ponte Grande.

20 - Atacado próximo a Santa Luzia do Rio das Velhas, entra em posição defensiva e inferiorizado no combate. Consegue a vitória graças às excelentes condições defensivas oferecidas pelo terreno e à providencial chegada de uma coluna legalista comandada pelo Coronel José Joaquim de Lima e Silva (depois Conde de Tocantins), seu irmão. Comanda pessoalmente o contra-ataque a Santa Luzia do Sabará, em vitória decisiva, dizimando os rebeldes e acabando com a guerra civil.

25 - 39° aniversário de Caxias.

29 - Aos 39 anos de idade recebe oficialmente “pelos relevantes serviços prestados nas províncias de SP e MG”, a promoção a Marechal de Campo Graduado (atual General de Divisão). É eleito Deputado pela Província de São Paulo.

Setembro (1842) - 1 - Ocorrem em Ouro Preto grandes manifestações de regozijo por ocasião da chegada de Caxias.

6 - Em Ordem do Dia expedida em Rio Preto, Caxias agradece ao Exército e à Guarda Nacional os serviços prestados na pacificação de Minas Gerais. Segue para São João d’El Rei.

10 - Em Ordem do Dia desta data despede-se de todos os que lutaram sob seu comando em Minas Gerais.

11 - Decreto desta data nomeia-o Grã-Cruz da Imperial Ordem de Avis.

22 - Caxias regressa à Corte, após pacificar a Província de Minas Gerais. Expedida a Carta Imperial que o nomeia Grã-Cruz da Imperial Ordem de Avis.

24 - Por Decreto Imperial, Caxias recebe a nomeação de Comandante-em-Chefe do Exército em operações na Província do Rio Grande do Sul, para a luta e pacificação da Guerra dos Farrapos.

28 - Caxias é nomeado, por Carta Imperial, Presidente da Província do Rio Grande do Sul, substituindo o General José Maria da Silva Bittencourt.

29 - Assume, provisoriamente, o Comando das Armas da Corte.

Outubro - 8 - Expedida a Carta-Patente da sua nomeação para Comandante em Chefe do Exército de Operações na Província do RS.

25 - Recebe do Ministro da Guerra as instruções para a pacificação do RS. Nelas, o próprio Ministro enfatiza a importância dos cavalos como “agentes de guerra” nos territórios do sul.

29 - Deixa o Comando das Armas da Corte e segue para o Rio Grande do Sul, a bordo da embarcação Paquete do Sul.

Novembro - 9 - Caxias chega a Porto Alegre e assume as funções de Presidente da Província e de Comandante das Armas do RS. Imediatamente, promove um encontro com o caudilho blanco Manuel Oribe, do Uruguai, para instar que o mesmo não permitisse que os republicanos farroupilhas continuassem a atravessar a fronteira com aquele país.

10 - Em ofício, de Porto Alegre, a José Maria da Silva Bittencourt, ex-Comandante das forças legais, informa oficialmente que foi empossado no Comando em Chefe do Exército em Operações na Província do Rio Grande do Sul.

12 - Assume formalmente suas funções em Porto Alegre, ocasião em que dirige proclamação aos gaúchos, conclamando-os à união pela Pátria. Expede a Ordem do Dia (OD) n° 1(*). No mesmo dia, realiza visita à Santa Casa de Misericórdia, instituição existente até os nossos dias.

(*) Texto da proclamação: Rio-grandenses – Sua Majestade o Imperador, confiando-me a presidência desta província e o comando em chefe do bravo Exército brasileiro, recomendou-me que eu restabelecesse a paz nesta parte do Império como a restabeleci no Maranhão, em São Paulo e Minas, e a Providência Divina que de mim tem feito um instrumento de paz para a terra em que nasci fará que eu possa satisfazer os ardentes desejos do magnânimo monarca e do Brasil todo. Bravos rio-grandenses! Segui-me, e a paz coroará nossos esforços. Viva a nossa santa religião. Viva o imperador e sua augusta família. Viva a Constituição e a integridade do Império. 

20 - Em Sessão da Diretoria da Santa Casa, mesmo ausente, é aceito como “irmão”. Expede, do local Rincão dos Touros, a Ordem do Dia n° 3.

Nota: a OD n° 2 trata de assuntos administrativos e não está datada.

22 - Em ofício a João Francisco Regis, Encarregado dos Negócios do Brasil em Montevidéo informa, de Porto Alegre, que tomou posse da Presidência da Província do Rio Grande do Sul.

23 - De Rio Grande, em ofício a Joaquim José Inácio, Inspetor dos Arsenais de Marinha, determina que atenda logo todas as requisições do Chefe das Forças Navais.

24 - Em ofício ao Ministro da Guerra, José Clemente Pereira, Caxias revela seu plano de manobra para a pacificação do RS. De Rio Grande, expede a OD n° 4.

25 - Ainda de Rio Grande, publica a OD n° 5, a qual trata de assuntos gerais e da preparação da tropa para o combate.

26 - De Rio Grande, em ofício a Antero José Ferreira de Brito, Presidente da Província de SC, informa que recebeu “seiscentas espingardas com baionetas e oitenta pares de botins para Cavalaria”...

29 - Em ofício ao Ministro da Guerra comunica o “bom agrado” com o qual foi recebido pelo povo e pelo Exército em Porto Alegre. Comenta também sobre suas primeiras medidas e afirma que na guerra “mais faz quem quer do que quem pode”.

Dezembro (1842) - 1 - Caxias confirma a determinação de seu antecessor sobre a prisão do Brigadeiro Honorário Raphael Tobias de Aguiar, um dos líderes da Revolução Liberal de São Paulo, que se encontrava foragido em Passo Fundo, RS. A prisão já havia sido realizada em Guarita, entre Palmeira das Missões e Santo Ângelo, no dia 28 de novembro e o mesmo foi entregue preso em Rio Pardo a 07 de dezembro.

3 - Com o Quartel-General (QG) em Porto Alegre, expede a OD n° 6, que trata de assuntos gerais.

4 - Eleito Provedor da Santa Casa para o ano de 1843.

9 - Ordem do Dia n° 7, de Porto Alegre, com assuntos de rotina.

12 - Informa, mediante ofício ao Ministro da Guerra José Clemente Pereira, que o Capitão Benedito Martins França havia prendido Raphael Tobias de Aguiar em 28 de novembro.

13 - A Ordem do Dia n° 8, de Porto Alegre, entre outras providências, registra a captura e prisão de Raphael Tobias de Aguiar, que se encontrava foragido no RS. Embarcado para o Rio no navio Campista, o preso foi conduzido à fortaleza de Villegaignon.

20 - Ordem do Dia n° 9, de Porto Alegre, a qual contém promoções, movimentações e assuntos gerais.

22 - Caxias informa ao Imperador, mediante ofício, que Frutuoso Rivera tinha sido derrotado por Oribe no Uruguai e que aquele procuraria as forças farroupilhas, acrescentando ainda que “haveria algum pacto” de Rivera com Bento Gonçalves, líder dos farrapos.

24 - De Porto Alegre, publica a OD n° 10, com assuntos disciplinares.

30 - Na Ordem do Dia n° 11, determina ao Tenente-Coronel Francisco Pedro de Abreu (Moringue, ou Chico Pedro) realizar expedição à região de Camaquã para bater as forças rebeldes (farroupilhas) que se encontravam realizando várias ações na área.

31 - Publica a OD n° 12, ainda de Porto Alegre, contendo assuntos de movimentação interna de oficiais e praças.

1843

Circunstâncias

- Casamento de Dom Pedro II em Nápoles, por procuração, com a princesa Dona Teresa Cristina (30 de maio), da família Bourbon.

- Prossegue a Guerra dos Farrapos, já em seu 8° ano.

Janeiro - 3 - De Porto Alegre, expede a primeira OD de 1843, a de n° 13, a qual contém atos de reorganização do Exército, exonerações, demissões e assuntos gerais. O Exército alcançará o efetivo de 12.000 homens.

11 - Em operação sigilosa, Caxias transpõe o Passo da Barra, no São Gonçalo, com 1.800 homens, iludindo os adversários farroupilhas, que o esperavam desembarcando pelo lado da região de Canudos. Deslocar-se-á Caxias na direção de Porto Alegre costeando a Lagoa dos Patos.

12 - Transpõe o Passo da Armada do Rio Camaquã.

22 - Chega à região de Campos de Dona Rita, próxima a Porto Alegre, onde permanecerá até 26.

23 - De Porto Alegre, expede a OD n° 14, com assuntos administrativos.

25 - Publica a OD n° 15, estando ainda em Porto Alegre, na qual cita, nominalmente, os oficiais que ficam pertencendo à Primeira Classe do Exército.

26 - Reforçado com dois corpos de cavalaria e um batalhão de linha, dirige-se para Oeste e prossegue com destino a Rio Pardo, Cachoeira do Sul e Passo de São Lourenço do Rio Jacuí. Enquanto está no interior, deixa o governo civil em Porto Alegre a cargo de seu secretário Domingos José Gonçalves de Magalhães, futuro Visconde do Araguaia.

28 - O Senado brasileiro declara improcedente a pronúncia dos chefes da rebelião em São Paulo, Diogo Feijó, Nicolau Pereira de Campos Vergueiro e Paula de Souza, contra Caxias.

Fevereiro (1843) - 3 - Do QG em marcha na região da Vila de Rio Pardo, em Portaria, determina ações para “reunir cavalhadas”, ordenando às autoridades de Santo Amaro e Costa do Taquarí que apóiem essas ações.

4 - Chegando à região de Rio Pardo, passa em revista as tropas estacionadas, manifestando satisfação pela apresentação das mesmas.

5 - Os astrônomos descobrem um cometa que foi denominado de “Brilhante”, o qual surgirá durante uma marcha de Caxias (ver 20Mar1843). Em dois ofícios ao Ministro José Clemente Pereira, com o QG em marcha na região de “Villa de Rio Pardo”, Caxias informa:

. que “no dia 11 do mês p.p. dei começo às operações...;

. que o seu plano inicial poucas alterações terá, e que os farrapos, sem motivo prévio  “emigram para o Uruguai”;

. que “dos oito mil cavalos...um dos contratadores entregou 579”;

6 - Com o QG em Rio Pardo, expede a sua OD n° 16, tratando de assuntos gerais.

10 - Com o QG “na Margem Direita do Jacuhy junto ao Paço da Villa Caxoeira”, publica a OD n° 17, onde comenta a sua satisfação “d’apparencia Melitar e firmesa” dos Corpos passados em revista.

11 - Expede a Ordem do Dia n° 18, ainda com o QG em Cachoeira do Sul, na qual trata de assuntos administrativos. Prosseguindo na direção Oeste, Caxias acampa na região do Passo de São Lourenço com suas forças, um mês após haver transposto o rio São Gonçalo.

12 - Ordem do Dia n° 19, do Passo de São Lourenço, onde registra a junção realizada com as forças estacionadas neste local. Contra as forças farroupilhas, Caxias organiza seu exército em três divisões, com um total de oito brigadas, perfazendo 7.000 homens, começando assim as operações. Em ofício ao Diretor do Arsenal de Guerra, informa que no acampamento existem mais de 800 homens “sem Ponches” (ponchos), exigindo a remessa do material sem perda de tempo. Em ofício ao Ministro da Guerra, informa que o inimigo retirou-se para Santa Maria e que em poucos dias “moverei o Exército em busca dele”.

13 - Em ofício ao Brigadeiro Felippe Nery de Oliveira, com o QG no Passo de São Lourenço, manifesta regozijo pelo asseio, disciplina e “bom arranjo” da força recebida por ele, vinda do comando daquela autoridade.

14 - Ordem do Dia n° 20, do Passo de São Lourenço, contendo nomeações, exonerações e outros assuntos.

15 - Dirige ofício, ainda do Passo de São Lourenço, ao Tenente-Coronel Luiz Antônio Favila, Comandante do 4° Batalhão de Fuzileiros, determinando que esta unidade, vinda de Pernambuco, deve se dirigir a Porto Alegre, onde receberá transporte para Rio Pardo.

16 - Do Quartel General montado no acampamento do Passo de São Lourenço, expede a sua OD n° 21, a qual contém ordens sobre disciplina, movimentações, numeração de unidades e demais assuntos.

18 - Em ofício ao Ministro da Guerra Salvador José Maciel, do Passo de São Lourenço, informa que impedirá Rivera de, se for o caso, fazer junção com as forças farroupilhas. Em ofício ao Chefe de Esquadra John Pascoe Grenfell, determina que este ponha em movimento todas as forças marítimas para proibir passagem a Frutuoso Rivera no São Gonçalo o qual, conforme notícias de Montevidéo, pretende juntar-se aos farroupilhas.  

19 - Na Ordem do Dia n° 22, com o QG no Passo de São Lourenço, declara que o Brigadeiro Bento Manoel Ribeiro passa a pertencer ao seu Estado-Maior General, entre outras disposições.

21 - Na OD n° 23, determina que os batalhões façam exercício “em ordem estendida” (desdobrados) e revista diária de armamento.

22 - Respondendo ofício de Grenfell, determina que mande um navio a Montevidéo para receber e entregar ofícios importantes ao Encarregado de Negócios do Brasil, Capitão de Mar e Guerra João Francisco Regis. Em ofício à Corte defende a nomeação de Bento Manuel para um posto de comando no seu exército, o que será autorizado em abril.

23 - Expede a OD n° 24, do mesmo local, contendo assuntos gerais.

24 - Ordem do Dia n° 25, do Passo de São Lourenço. Trata de movimentações internas.

27 - Expede a OD n° 26, ainda com assuntos de movimentações. Manda iniciar o movimento do Exército na direção geral sul com a 1ª Divisão, que estaciona em Santa Bárbara.

28 - Última OD no Passo de São Lourenço, a de n° 27, a qual trata de assuntos gerais. Em ofício ao Ministro e Secretário da Guerra Marechal Salvador José Maciel, informa que nesta data põe-se “em marcha para dar começo as operações da presente campanha”, e remete um mapa demonstrativo da força que o acompanha e das que ficam guarnecendo as principais povoações da Província. 

29 - O grosso da tropa de Caxias inicia o movimento.

Março (1843) - 2 - Do Arroio de Santa Bárbara, dirige ofício ao Brigadeiro Felippe Nery, Comandante da 1ª Divisão, determinando que a tropa sob seu comando siga para São Sepé e acampe no Passo Real ou no do Fragata.

3 - O Exército alcança São Sepé. Publica a OD n° 28, já com o QG no Arroio São Sepé, na qual proíbe os militares de “galopar, ou correr a Cavallo sem que tenha ordem expressa para o fazer”, entre outros assuntos.

4 - Conforme planejamento de Caxias, o Coronel Jerônimo Jacinto Pereira sobe a picada de Botucaraí para proteger São Gabriel e vence a força de José Gomes Portinho (PEIXOTO, 1973: p. 132).

5 - Realizado, nas pontas do arroio Quaraí, um tratado de aliança entre o uruguaio Rivera e os farroupilhas. Este documento caiu em mãos de Caxias após o combate de Porongos (14 Nov 1844).

7 - OD n° 29, com assuntos administrativos. Do QG em marcha no Passo de São Sepé, dirige ofício ao Coronel Jerônimo Jacinto, Comandante da 6ª Brigada, determinando que faça junção com o Exército no caminho do Passo do Rosário.

9 - Do QG em Rondinha, em ofício ao Diretor do Arsenal de Guerra, solicita que mande a Imprensa Portátil por ele solicitada, de maneira que não possa ser tomada pelos rebeldes durante o trajeto. Em ofício ao Ministro da Guerra, informa sobre o andamento das operações.

10 - Publica, do Campo de São João, a OD 30, contendo assuntos diversos.

12 - Do QG instalado na margem esquerda do Vacacaí, junto ao Passo do Rocha, expede a OD n° 31, na qual registra a boa impressão causada pela 1ª Divisão, passada em revista no dia anterior. Respondendo a ofício do Comandante da 6ª Brigada, informa que o Exército estará a 13 no Posto Queimado, onde aguardará a chegada da referida Brigada.

14 - Do QG em marcha na região de Posto Queimado, dirige ofício ao Tenente João da Rocha Souza determinando que este reúna “as praças que puder nas formas das instruções que lhe dei”...

15 - Do QG em Posto Queimado, oficia ao Tenente-Coronel José Antônio Martins sobre compra de eqüinos: “esperando que V. Mce. empregue todo o seu zelo em aumentar o número de Cavalos que já tem comprado para o Exército”...  

17 - Ainda do Posto Queimado (Vacacaí), publica a OD n° 32, a qual contém determinações de caráter disciplinar em relação aos atos violentos contra civis na passagem da tropa, responsabilizando os comandantes. Nesta data, Caxias dirige uma proclamação aos republicanos, lembrando-os que “...a poucos passos de vós está o inimigo de todos nós...Não pode tardar que nos meçamos com os soldados de Rosas e de Oribe”... (grifo meu).

18 - Do QG nas imediações de São Gabriel, envia ofício ao Ministro da Guerra informando sobre o desenvolvimento das operações e que espera “ter a satisfação de noticiar a V.Excia. um grande golpe dado na rebelião”...

19 - Reinicia a marcha para São Gabriel, ocupando esta cidade ao final do dia, onde deixa quatro canhões, munição, bagagem pesada e 2.000 homens, sendo 600 de cavalaria e três batalhões de caçadores.

20 - Segue de São Gabriel para o Passo de São Borja, no Rio Santa Maria. Surge no céu o cometa ‘Brilhante’ (vide 05Fev43), com a cauda voltada para o lado do Alegrete, onde se encontram os rebeldes. Os soldados apelidam o cometa de “Estrela de Caxias”, símbolo de fortuna. Do QG nas imediações do Passo de São Borja, envia ofício ao Encarregado de Negócios do Brasil em Montevidéo solicitando pontualidade no pagamento dos cavalos adquiridos para o Exército.

24 - Caxias transpõe o Rio Ibirapuitã. Do QG na Fazenda da Conceição, envia ofício ao Brigadeiro José Maria da Gama determinando que “apresse quanto puder a vinda das cavalhadas”.

26 - Com o QG no Ibirapuitã Chico, expede a OD n° 33, com determinações sobre o Serviço de Ordenanças.

28 - Da região de Pontas do Ibirapuitã, “próximas as coxilhas de Santa Anna”, publica a OD n° 34, que trata de assuntos disciplinares.

30 - Determina à vanguarda (Tenente-Coronel João Propício Menna Barreto) que ataque os revolucionários junto ao Quaraí. Estes, internam-se no Uruguai. Neste dia, Caxias chega a Sant’ana do Livramento.

31 - Em ofício ao Ministro da Guerra, informa ser sua intenção progredir do Passo de São Lourenço ao do Rosário, para atacar a concentração das forças farroupilhas. Informa também que entrou no Estado Oriental para buscar os cavalos que negociou com Oribe, e que teme uma ligação de Rivera com Bento Gonçalves. Expede a OD n° 35, com o QG instalado no Campo do Tenente-Coronel Carlos Ribeiro, nas Pontas do Sarandy.

Abril (1843) - 1 - Em ofício ao Coronel Jacinto Pinto, das Pontas do Ibirapuitã-Chico, determina que o mesmo dirija sua tropa para o Passo do Rosário.

5 - Do QG em marcha nas imediações de Sant’Ana do Livramento, envia ofício ao Coronel Manuel dos Santos Loureiro informando que os farroupilhas pretendem atacá-lo com 200 homens e que o Exército está acampado “nas proximidades de Santa Ana, e que por aqui se conservará...à espera de cavalhadas”... 

7 - Em ofício ao Conselheiro Honório Hermeto Carneiro Leão, Ministro dos Negócios Estrangeiros, com o QG nas imediações da Capela de Sant’Ana do Livramento, informa que os rebeldes atravessaram a fronteira com dois mil homens, que existe um tratado entre Rivera e Bento Gonçalves para que os farroupilhas possam passar a fronteira, que é muito difícil, por isso, a pacificação da província e que sabe que Oribe é contrário aos farrapos.

9 - Na Ordem do Dia n° 36, com o QG nas Pontas do Ibicuí, informa a vitória das forças legais frente às forças do General farroupilha José Gomes Portinho e também o desbaratamento de uma partida rebelde pelo Capitão Vasco Guedes. Em ofício ao Encarregado brasileiro em Montevidéo, informa que os rebeldes seriam batidos se não passassem a fronteira, que 300 orientais que estavam a serviço de Bento Gonçalves foram devolvidos a Rivera e que o Exército se manterá na mesma região enquanto não receber cavalhadas. Solicita ao Encarregado que informe Oribe de que ele (Caxias) está disposto a mandar ao acampamento do mesmo um oficial para tratar da venda de 6.000 cavalos oferecidos ao Imperador Dom Pedro II por Rosas, aliado de Oribe. Juntamente com o ofício acima, remete outro a Oribe cumprimentando-o pela recente vitória contra Rivera e que espera que ele (Oribe) não poupe meios de bater os farroupilhas “sempre que eles deixando o território Brasileiro se refugiem para esse Estado”.

10 - Daví Canabarro ataca a retaguarda de Caxias, que estava em São Gabriel. Derrota imperial, com perda de boiadas e cavalhadas, mas Caxias determina que haja resposta imediata (ver 19). Determina que as cavalhadas das Divisões sejam conduzidas para o pasto guardadas por piquetes. Em ofício dirigido ao Tenente-Coronel Francisco Pedro de Abreu (Moringue), estando com o QG nas Pontas do Taquarembó, acusa o recebimento de ofício de Abreu sobre cavalos já reunidos e sobre os movimentos dos farroupilhas.

11 - Ainda das Pontas do Taquarembó, envia ofício ao Coronel João da Silva Tavares informando que designou o 2° Regimento de Linha para o reforçar, em face da proximidade dos farrapos.

13 - Em ofício ao Comandante da 4ª Brigada, das Pontas do Cunha-Perú, informa a este que Bento Manoel está em perseguição de Jacinto Guedes e que ele (Cmt 4ª Bda) “se porá com ele de acordo, e cumprirá o que ele lhe determinar”... Diz ainda Caxias que o Exército segue na direção de São Gabriel, depois de ter recebido 2.000 cavalos.

14 - De Livramento, escreve carta a Antônio Manuel Corrêa da Câmara, sabendo que este deseja a pacificação da Província, convidando o mesmo para “apresentar-se neste Exercito, ou em qualquer outro ponto aonde existão forças imperiais”... Nesta data, oficia a Oribe, solicitando ao mesmo informar onde receber os seis mil cavalos comprados no Uruguai através dele (Oribe). 

19 - Fazendo 24 léguas em 48 horas, Caxias chega de volta a São Gabriel. Os imperiais atacam os farroupilhas e recuperam boa parte do gado bovino e eqüino perdido em São Gabriel a 10 deste mês.

20 - Caxias oficia à Corte, informando o recebimento de três mil cavalares vindos do Uruguai. Das imediações de São Gabriel, mediante ofício, informa ao Coronel José Ribeiro de Almeida o recebimento de ofício deste, sobre a reunião de cavalhadas e gente e, entre outros assuntos, encarrega o mesmo do Comando de Fronteira de Bagé. Dirige ofício ao Ministro da Guerra informando sobre as operações, inclusive a apresentação do farroupilha Tenente-Coronel Demétrio Ribeiro, que trouxe “oitenta Cavaleiros e 500 cavalos”. Informa ainda que suspendeu o Coronel Jacinto Pinto do comando, por desleixo.

22 - Da localidade Tapera do Trilha (São Gabriel), oficia ao Ministro da Guerra relatando a situação das operações. Oficia ao Conselheiro Hermeto Leão informando que passou a fronteira para receber de Oribe os cavalos comprados, e que, sem cavalos, os rebeldes não poderão continuar as suas ações.

23 - Expede a OD n° 37, com QG ainda na Tapera do Trilha, contendo assuntos diversos.

25 - Da Estância do Tenente-Coronel Manoel Pedroso, no Vacacaí, publica a OD n° 38, a qual contém assuntos de saúde.

27 - Com o QG ainda no mesmo local, expede a OD n° 39, tratando de deserções e de saúde.

29 - Expede a OD n° 40, ainda da região do Vacacaí, determinando punição a um oficial, entre outros assuntos disciplinares.

30 - Publicação da OD n° 41, com QG ainda na Estância do Tenente-Coronel Manoel Pedroso. Nesta OD, Caxias fixa os Quadros de Organização das unidades de Cavalaria e Infantaria.

Maio (1843) - 1 - Ainda do mesmo local, expede a OD 42, a qual trata de assuntos gerais.

2 - Com o QG instalado na Estância do Céu, sobre a margem esquerda do Vacacaí, publica a OD 43, tratando da segurança nos estacionamentos. Remete ofício ao Ministro da Guerra, informando sobre as operações e que “nada tem ocorrido de extraordinário nesta Província”. Informa também que organizou um Esquadrão de Cavalaria Ligeira com os ex-farroupilhas que se apresentaram ao Exército Imperial.

8 - Na Ordem do Dia n° 44, com o QG junto ao Arroio Santo Antônio, transcreve a Provisão do Imperador, de 15 de fevereiro, dispondo sobre a “Tabella das Continencias, Guardas de Honra e Salvas do Exército”, determinando sua imediata aplicação.

12 - Com o QG no Campo do Velho Cypriano, junto ao Taquarembó, publica a OD n° 45, contendo transferências de militares e outras ordens.

13 - Do QG nas Pontas do Taquarembó, em frente da Guarda Velha Espanhola, oficia ao Coronel Francisco de Arruda Câmara, alertando-o contra possíveis ataques de Canabarro.

14 - Do mesmo local, envia ofício a Moringue (Ten Cel Abreu), informando-o dos movimentos dos farrapos e que este “procure bater a Netto”.

16 - Expede a OD 46, com QG na Pontas do Jaguary, com assuntos gerais.

17 - Em Ordem do Dia n° 47, ainda com o QG nas Pontas do Jaguary, Caxias informa a bem sucedida ação de Bento Manoel Ribeiro sobre as forças de Canabarro, entre outras operações. Manda novo ofício ao Ministro da Guerra relatando as últimas operações e informando sobre a compra de artigos bélicos em Montevidéo.

20 - Ainda nas Pontas do Jaguary, mas na região de Taboleiro, publica a OD 48, contendo punição a um soldado que havia roubado e carneado uma rês, entre outras disposições.

22 - O Ministro da Justiça, Marquês do Paraná, remete uma carta a Caxias dizendo o seguinte: “A guerra dessa Província dura ha já muitos annos; e, se continuar por mais dois, póde conduzir-nos á bancarrota e talvez á dissolução. A obra da pacificação do Rio Grande é de magnitude immensa”.

25 - Na OD n° 49, ainda nas Pontas do Jaguary, registra a bem sucedida operação realizada pelo Major Demétrio Ribeiro contra os rebeldes.

26 - Batalha do banhado de Ponche Verde (Dom Pedrito), com vitória imprecisa. Os imperiais, com Bento Manoel Ribeiro, dizem ter sido sua, e os republicanos garantem ter vencido.

Nota do autor: o Gen Tasso Fragoso destaca em sua obra A Revolução Farroupilha (Rio de Janeiro: Almanak Laemmert, 1938) a similitude entre esta batalha e a do Passo do Rosário, de 20Fev1827, do Brasil contra argentinos e uruguaios.

27 - Em ofício ao Ministro da Guerra, Caxias informa que teve 30 mortos e 50 feridos, inclusive Bento Manoel, e que o inimigo teve 35 mortos e 100 feridos na última batalha (Batalha de Ponche Verde).

30 - Em ofício ao Comandante da Guarnição de Porto Alegre, informa que em Ponche Verde a vitória foi imperial e que mande para Rio Pardo o 2° Batalhão de Fuzileiros.

Junho (1843) - 2 - Com o QG no Passo de Dom Pedrito, publica a OD n° 50, contendo assuntos gerais e nomeações de oficiais.

3 - A OD n° 51, ainda do mesmo local, contém nomeações de oficiais e outros assuntos. Na Ordem do Dia Adicional à de n° 51, registra a vitória legalista na batalha de Ponche Verde, ocorrida a 26 de maio, elogiando diversos chefes, entre os quais Bento Manoel, Luiz Manoel da Lima e Silva, João Propício Menna Barreto e Andrade Neves.

4 - Do QG instalado na margem direita do Santa Maria, expede a OD 52, contendo assuntos disciplinares.

6 - Publica a OD n° 53, com o QG na região de Taquarembó Chico, na qual trata de promoções e assuntos administrativos.

7 - Com o QG em marcha na Costa do Taquarembó Chico, envia ofício ao Ministro da Guerra relatando a situação de material da tropa e solicitando suprimento do mesmo. Em adendo, informa sobre a vitória em Ponche Verde e que, entre os rebeldes ...haviam orientais lutando.

10 - Ainda do Taquarembó Chico, expede a OD n° 54, com assuntos de suprimento de gêneros para a alimentação da tropa.

19 - Já com o QG instalado na região da Estância do Marechal Barreto, publica a OD n° 55 na qual trata, entre outros assuntos, de segurança dos estacionamentos e das continências às autoridades.

20 - Do mesmo local, expede a OD n° 56, na qual trata do resultado da revista passada às tropas da 1ª e da 3ª Divisões. Em ofício ao Ministro da Guerra, Salvador José Maciel, Caxias declara que espera receber em breve os cavalos comprados no Uruguai. Informa também, em outro ofício, sobre os últimos combates, em que se destacaram Moringue e o Tenente Coronel Antônio de Souza, embora aquele tenha sido ferido na cabeça e no braço.

21 - Em Ordem do Dia n° 57, com o QG na Estância do Marechal Barreto, registra e louva a vitória de Chico Pedro (Moringue) na ação contra João Antônio, José Gomes Portinho e Ismael Soares.

23 - Em ofício, da Estância do Marechal Barreto, ao Capitão de Mar e Guerra Antônio Pedro de Carvalho, recomenda vigilância sobre o São Gonçalo, em virtude dos cavalos do Exército Imperial invernados no Rincão dos Touros poderem chamar a atenção dos revolucionários.

26 - Do QG na margem esquerda do Taquarembó, expede a OD n° 58, a qual contém louvores ao 5° Corpo de Guardas Nacionais e movimentações internas, entre outras disposições.

28 - Expede a OD n° 59, com o QG nas Confluências do Taquarembó, na qual trata de assuntos disciplinares.

29 - A Ordem do Dia n° 60, com o QG à margem esquerda do Arroio Taquarembó, refere-se ao ataque frustrado efetuado por Daví Canabarro contra as forças legais comandadas pelo Coronel Francisco de Arruda Câmara no Serro do Vacaicuá, ocorrido a 13 de junho.

Julho (1843) - 1 - Na OD n° 61, com o QG junto à margem direita do Arroio Santo Antônio, publica o afastamento e as despedidas do Chefe de Esquadra, o inglês John Pascoe Grenfell, destacado para as forças navais do Império no Prata, depois de sete anos lutando contra os farroupilhas.

2 - Do QG instalado na Estância do Carmo, publica a OD n° 62, que trata da apreensão de cavalos pertencentes aos “sectários da revolta”.

3 - Acampa com o Exército junto ao Arroio Santo Antônio, na Estância do Carmo. Deste local, expede a OD n° 63, tratando de assuntos disciplinares. Em ofício ao Ministro da Guerra, informa sobre as operações, sobre a vitória de Chico Pedro sobre José Antônio da Silveira, sobre a compra de cavalos no Uruguai e sobre a continuidade das ações, mesmo no inverno.  

4 - Da Estância do Carmo, expede ofício ao Comandante da Guarnição de Rio Pardo, determinando que mande escolta a São Lourenço para receber a “Caixa Militar” (pagamento) e fardamentos para o Exército, bem como providenciar carretas e cavalos para esse fim.

6 - Do mesmo local, envia ofício ao Ministro da Guerra confirmando a execução de ordens deste e solicitando o reforço de mais 600 recrutas para o Exército.

8 - Do mesmo local, publica a OD n° 64. Esta OD contém extinção de sub-unidades, promoções e movimentações. Toma conhecimento de que o inimigo marcha, com a maior parte das forças, para Alegrete.

9 - Ainda da Estância do Carmo, publica a OD n° 65, na qual trata de assuntos relativos ao pagamento dos militares.

11 - Determina ao Coronel Marques de Souza III que, no comando de um destacamento de 1.000 homens, impedisse os rebeldes de consumar um provável golpe de mão nos cavalos que havia comprado no Uruguai.

- Desloca-se de Bagé em direção à Caçapava.

16 - Em ofício reservado a Oribe, Caxias procura definir o local exato para a entrega de 6.000 cavalos comprados no Uruguai, conforme orientação do Ministro de Negócios Estrangeiros Honório Hermeto Carneiro Leão (Marquês do Paraná), mas o uruguaio não cumpre o combinado alegando “nada saber” sobre os cavalos.

18 - Com o QG na região de Campo de Maria Cardoso, publica a OD n° 66, com assuntos gerais. Em ofício ao Secretário da Justiça, remete relação dos ex-farroupilhas que pedem anistia, frisando que assim agem por cansaço da prolongada guerra e que “anseiam pelo descanso”. Em ofício ao Ministro da Guerra, relata que soube que Antônio de Souza Netto não é mais “General em Chefe das forças rebeldes”, e foi nomeado Canabarro em substituição, sendo que este “já não obedece às ordens de Bento Gonçalves”.

24 - Expede a OD n° 67, da margem esquerda do Camaquã, junto ao Passo do Hilário, com assuntos administrativos. Em ofício a Marques de Souza, informa que Netto perdeu toda a sua cavalhada (tomada por João Propício), que o Exército marcha na direção de Caçapava e que ele (Marques) deverá aguardar ordens para passar a cavalhada do Rincão dos Touros para o outro lado, entre outras ordens. 

27 - Publica a OD n° 68, com o QG junto ao Arroio Carajá. Esta OD trata de antiguidade de oficiais e promoções dos mesmos.

Agosto (1843) - 3 - Chega a Caçapava, a caminho de Jaguarão, para fazer junção com as tropas de Marques de Souza III. Neste local, publica a OD n° 69, que contém movimentações de oficiais.

4 - Caxias toma conhecimento de que Bento Gonçalves renunciou à Presidência e ao comando do Exército Republicano e passou as funções para José Gomes Jardim. 

6 - Publica a OD n° 70, ainda de Caçapava, que trata da dispensa de um oficial das funções de Ajudante de Ordens.

7 - A OD n° 71, de Caçapava, trata de promoções.

10 - Recebe ofício reservado do Ministro da Fazenda, Joaquim Francisco Viana, determinando que Caxias faça estabelecer “séria vigilância” sobre os navios e passageiros procedentes de Portugal, onde a polícia detectou grande fabricação de moeda falsa brasileira.

14 - De Caçapava, publica a OD 72, na qual trata de assuntos disciplinares.

15 - Do mesmo local, manda ofício a Marques de Souza para que este passe os seis mil cavalos no Passo dos Canudos no dia 23 de agosto e siga em direção à Estância das Tunas. Informa, no mesmo ofício, que Canabarro, perseguido, entrou no Uruguai “quase a pé” e que Netto e Bento também passaram para o lado oriental.

17 - Em ofício ao Ministro da Guerra, informa sobre as últimas ações e providencias, informando também que “Não ha hoje uma só povoação dominada pelos rebeldes, não há mesmo na Província nenhuma força deles à exceção de pequenas partidas de vinte, a trinta homens que têm mais o caráter de salteadores do que partidistas políticos”... Informa também que está fortificando Caçapava e que “O inimigo acha-se mui falto de cavalos e nesta Província ser-lhe-á impossível refazer-se deles: porque quase todos se acham em nosso poder”..., entre outras.

18 - Em ofício ao Ministro da Guerra, informa sobre a modificação no comando farroupilha (ver 04 de agosto).

22 - Com o QG no mesmo local, publica a OD n° 73, na qual trata de movimentações e de disciplina.

24 - Com o QG nas Pontas do arroio Caraga, envia ofício a Marques de Souza informando que Netto estaria na área de Piratiní, “podendo tentar alguma coisa sobre essa fôrça”...e que João Propício estava indo ao encontro do republicano.

25 - Já com o QG instalado na região de Campo de Manoel Dias, expede a OD n° 74, a qual contém assuntos disciplinares. 40° aniversário.

Setembro (1843) - 1 - Em Ordem do Dia n° 75, QG na Estância do Boleno, Caxias regula e organiza uma força voluntária de brasileiros residentes no Uruguai para a luta contra os farrapos. A força se chamou Corpo Provisório de Voluntários, com dois esquadrões, cada um com duas Companhias.

3 - Das Pontas do Candiota, expede ofício ao Brigadeiro Felippe Nery de Oliveira, Comandante da 1ª Divisão, informando sobre a movimentação dos farroupilhas.

6 - A Ordem do Dia n° 76, da margem direita do Candiotinha, destaca a passagem dos 21 anos da Independência, com formatura geral e três salvas de tiros de Artilharia.

8 - Com o QG no Passo do Menezes no Rio Jaguarão, envia ofício ao Capitão de Mar e Guerra Antônio Pedro de Carvalho determinando que este transfira algumas canhoneiras para o Jaguarão, entre outras ordens. Em ofício ao Ministro da Guerra, informa sobre a movimentação das forças dos farrapos e sobre a negativa de Rivera em aceitar tropas de Canabarro no Uruguai, devendo este ir para a província argentina de Entre-Rios.

10 - Como Provedor da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Caxias propõe que a mesma funde um cemitério extra-muros no Alto da Azenha, o que foi aprovado. Este cemitério é hoje o Cemitério da Santa Casa.

11 - Agraciado, por Decreto Imperial, com a Grã-Cruz da Ordem de São Bento de Avis. Na Ordem do Dia n° 77, com o QG em Bagé, Caxias destaca as ações contra os farrapos realizadas a partir de 11 de julho junto ao rio São Gonçalo pelos comandantes Coronel Manoel Marques de Souza III, Ten Cel Francisco Pedro de Abreu (Moringue) e Major Manoel Luiz Osorio.

12 - Do mesmo local, expede a OD n° 78, na qual despacha assuntos disciplinares e de movimentações internas.

13 - Do QG em Bagé, através da OD 79, destaca o bom desempenho da tropa nas formaturas realizadas em comemoração ao Dia da Independência.

14 - Na Ordem do Dia n° 80 (QG em Bagé), transcreve o Aviso do Imperador elogiando os chefes e as tropas legalistas pelas vitórias obtidas em Vacaicuá e Ponche Verde.

15 - Na OD n° 81, de Bagé, faz público Aviso do Imperador que elogia as ações imperiais e o “assignalado feito d’armas no dia 8 de junho”, mandando louvar os militares que dele tomaram parte.

16 - Publica a OD n° 82, ainda de Bagé, que contém mudanças de organização dos corpos de tropa. Determina os preparativos para seguir de Bagé em direção a São Gabriel.

19 - Com o QG ainda em Bagé, oficia ao Comandante da 1ª Divisão informando sobre a movimentação dos Farrapos e recomendando sobre as carretas para transporte do fardamento chegado do Rio e seu destino.

21 - Na Ordem do Dia n° 83, com o QG na confluência do Arroio Piraí, junto a Santa Tecla, registra a apresentação do Major Emílio Luiz Mallet e o designa para Ajudante-General da 1ª Divisão.

22 - Assinada a Carta Imperial que promove Caxias “à dignidade” da Grã-Cruz da Ordem de São Bento de Avis.

26 - Das Pontas do Camaquã, oficia ao Tenente-Coronel João Propício Menna Barreto, informando “que uma força argentina entrara em nosso território” e que a tropa ao comando do mesmo deverá marchar “a encontrá-la e a fará seguir até meu QG...no caso que (em caso negativo)...os atacará imediatamente e os procurará destruir” (ver o dia seguinte).

27 - Recebe a apresentação do uruguaio General Baldomero Sotelo e de suas tropas (200 homens), presos no dia anterior por João Propício, por invasão do território gaúcho. Sotelo revela a Caxias que tinha “separado de Rivera, por estar cansado de sofrer-lhe as prepotências”.

28 - Com o QG nas Pontas do Jaguarí, oficia a Paulino José Soares, Ministro dos Negócios Estrangeiros, relatando a apresentação do uruguaio Sotelo e de sua tropa na data anterior, que os fez desarmar e os conserva com toda a cautela, até saber o “seu verdadeiro motivo”... 

Outubro (1843) - 1 - A OD n° 84, publicada com o QG nas Confluências do Camaquã, contém assuntos administrativos.

3 - Das Pontas do Vacacaí, envia ofício ao Brigadeiro José Maria da Gama informando sobre as últimas movimentações dos republicanos, que são muitos os apresentados que se retiram do exército farroupilha, inclusive oficiais, e que o mesmo (Gama) deve entrar em contato com Bento Manoel, que está em Alegrete, entre outras ordens.

5 - Das Pontas do Salso, envia ofício ao Brigadeiro Gama solicitando notícias. Informa também que soube que Canabarro morrera de doença em Alegrete e que o Exército marcha na direção da mesma cidade.

Nota: a notícia da morte de Canabarro revelou-se falsa.

6 - Instalado o QG na região de Campos de Bernardo do Couto, expede a OD n° 85, a qual contém assuntos disciplinares.

7 - Rivera escreve a Caxias sobre Sotelo, dizendo que este “es un emigrado de La Republica Argentina”, e que, junto com mais “240 santafecinos...” cometeu o crime de desertar, e que “han cometido...toda a classe de atentados em las familias”.

10 - Chega a São Gabriel, onde ficará até novembro. Expede a OD 86, com assuntos disciplinares.     

15 - Do QG em São Gabriel envia ofício a Chico Pedro (Moringue), falando sobre os 300 cavalos tomados aos rebeldes e sobre a correspondência entre Rivera e Bento apreendida em Bagé, dizendo que “por ela fiquei sabendo ao fato de todo o trama urdido entre esses dois inimigos do Brasil”. Diz ainda que Moringue deve “perseguir o inimigo...não lhe devendo dar tempo a ele poder reunir e invernar cavalos”. Neste mesmo dia, envia ofício ao Ministro da Justiça solicitando qual destino devia dar aos ex-farroupilhas que se apresentam solicitando anistia. 

16 - Na OD n° 87, com o QG em São Gabriel, Caxias dispõe, entre outros assuntos, medidas em relação ao então Hospital Militar da Cidade de Porto Alegre.

17 - Caxias oficia ao Secretário de Estado da Justiça, Honório Hermeto Carneiro Leão, Marquês do Paraná, informando sobre a guerra e referindo-se à demissão do diretor e vice-diretor do Arsenal de Guerra de Porto Alegre.

25 - Combate de Canguçú, com vitória imperial. Chico Pedro vence uma coluna farroupilha de 400 homens comandada por Bento Gonçalves e Netto, apreendendo 250 cavalos, sendo 50 encilhados (selados), bestas de carga (com bagagens), correspondência e outros materiais.

27 - Na Ordem do Dia n° 88, QG em São Gabriel, Caxias registra operações realizadas nas fronteiras com o Uruguai e Argentina, das quais participaram os legalistas João Propício Menna Barreto e Francisco Pedro de Abreu contra os republicanos Canabarro e Guedes. Registra também as providências tomadas em relação a uma invasão do território brasileiro por forças dos uruguaios Frutuoso Rivera e Sotelo.

31 - Através da OD 89, manda cumprir sentenças judiciais, entre outros assuntos correlatos. Envia ríspido ofício a Bento Manuel cobrando ações mais positivas e perseguição efetiva aos rebeldes.

Novembro (1843) - 2 - Na Ordem do Dia n° 90, com QG ainda em São Gabriel, Caxias registra combates entre as forças de Moringue e de Francisco Félix Pereira Pinto contra Bento Gonçalves, Netto e Canabarro, com derrota destes. Em ofício ao Ministro da Guerra, informa sobre o bom resultado do combate de Canguçú (vide 25Out), dizendo também que havia, entre os rebeldes, “quarenta chinas vestidas de homens”.

3 - Levanta acampamento em São Gabriel e segue para a fronteira com o Uruguai. Antes de partir, expede a OD n° 91, contendo assuntos gerais.

6 - 2° Combate de Canguçú. Bento Gonçalves, Antonio Netto e Camilo Campelo, com 600 homens, atacam Moringue, sendo rechaçados obstinadamente, após este receber reforços. Os republicanos perderam 90 combatentes.

8 - Com o QG na Cerca da Pedra, envia ofício ao Brigadeiro Felippe Nery de Oliveira, Cmt da 1ª Divisão, informando sobre a situação das operações e dizendo que, em correspondência apreendida, “O inimigo confessa...que sua Infantaria não tem cartuchos para sustentar duas horas de fogo, e que é preciso havê-los aos nossos depósitos”.

10 - Em ofício ao Ministro da Guerra, do QG nas Pontas do Vacacaí, informa sobre as operações e, entre outras informações: “tenho de aumentar a Infantaria do Exército para com ela guarnecer todas as povoações da Província donde os rebeldes tiravam todos os seus recursos”...

11 - Instala o QG nas Confluências do Camaquã e expede a OD n° 92, onde trata de mudança de denominação de unidades e demais assuntos. Em carta ao pai comenta, em relação a Bento Manuel, que apenas “o atura”, finje “ter nele confiança”, e que sua força militar “o detesta”.

14 - Em ofício ao Ministro da Guerra, informa que em uma partida contra os farroupilhas apreendeu correspondência de Rivera dirigida a Canabarro.

15 - Em ofício ao Ministro-residente do Brasil em Montevidéo, João Lins Vieira Cansanção de Sinimbú, relata a situação geral das operações e cita as cidades sob seu inteiro poder.

16 - Na Ordem do Dia n° 93, com o QG nas pontas do Camaquã, registra ações realizadas por Demétrio Ribeiro contra os republicanos, apreensão de correspondência endereçada a Canabarro, vinda do Uruguai, e apreensão de cavalos do piquete de Jacinto Guedes.

18 - Na Ordem do Dia 94, das Cabeceiras do Jaguarí, registra a vitória legalista em Canguçú, de Moringue e Francisco Félix Pinto contra Bento Gonçalves e Netto, ocorrida a 25 de outubro.

21 - Ainda das Cabeceiras do Jaguarí, publica a OD n° 95, com nomeações de oficiais e praças, e assuntos disciplinares.

25 - Do QG na região de Campo de Chico Talaveira, expede a OD n° 96, com assuntos administrativos.

Dezembro (1843) - 1 - Na Ordem do Dia n° 97, da Guarda Velha do Santa Maria, Caxias determina “Grande-Parada” em homenagem ao Imperador, por ocasião da data natalícia do mesmo no dia seguinte.

3 - Em ofício a Marques de Souza III, do QG na Guarda Velha de Santa Maria, informa sobre a situação da luta contra os farrapos e informa que “resolvi aumentar a força de Cavalaria que se acha sob o seu comando”.

4 - Em ofício ao Ministro da Guerra, do mesmo local, informa que os rebeldes estão sempre em contato com o lado oriental, do qual recebem recursos e cavalhada, retornando sempre refeitos de material. Informa também que Oribe é contra os Farrapos e que “sem um acordo definitivo com um dos dois contendores do Estado Oriental, nunca será possível concluir de todo com a guerra desta Província”.

5 - Em ofício ao Ministro da Guerra, informa que em combate contra os republicanos na região do Taquarí o Capitão Barbosa obteve vitória, além de “tomar mais de trezentos cavalos”.

6 - Na Ordem do Dia n° 98, na Estância da Carolina, manifesta “que ficou saptisfeito d’aparencia da Grande Parada” do dia 01Dez.

7 - Com o QG na região de Cruz de São Pedro, publica a OD 99, registrando o sucesso obtido nas missões de obtenção de cavalos e de ações contra os “rebeldes”.

8 - Combate de Vacacaí: cumprindo missão de reconhecimento determinada por Caxias, o Cap Vasco Guedes é derrotado e preso pelo farroupilha Urbano Barbosa.

11 - Em ofício a Moringue, do Arroio dos Hospitais, informa as últimas ações dos farrapos e que encontrou-se com Canabarro e sua tropa, mas o mesmo pos-se “logo...em precipitada retirada”.

17 - Na Ordem do Dia n° 100, margem direita do Santa Maria, junto ao Passo de Dom Pedrito, registra as ações e a prisão do dia 8.

18 - Do Passo de Dom Pedrito, envia ofício a Justo José Urquiza y García, governador de Entre Rios (Argentina), relatando a situação das operações de compra de cavalos através de Oribe (aliado de Urquiza) e sobre correspondência (apreendida) de Rivera a Canabarro.

20 - Reaparece o cometa Estrela de Caxias (Cometa Brilhante - vide 05 de fevereiro e 20 de março de 43). Neste dia, Caxias envia à Corte um pedido de anistia para os ex-farroupilhas apresentados voluntariamente às forças legais.

25 - Na Ordem do Dia n° 101, junto ao Passo do Rosário no Rio Santa Maria, registra ações realizadas pelo Tenente José Lacerda contra forças de Bento Gonçalves na região de Encruzilhada, inclusive a morte do republicano Coronel Agostinho Mello, entre outras ações.

26 - Combate de Santa Rosa, região do Butuí. Demétrio Ribeiro e Antônio Fernandes Lima vencem João Antônio e Onofre Pires, estes com 80 mortos, 100 feridos e 95 prisioneiros.

30 - Em ofício a João Propício Menna Barreto, do QG em marcha na região de Itapeví, informa sobre o andamento das operações e coordena as próximas ações.

1844 

Circunstâncias

- No Parlamento brasileiro os liberais voltam ao poder.

- Imperiais e Farrapos iniciam os entendimentos para a paz no RS.

- Nas Alagoas: Revolta dos Lisos contra os Cabeludos, oposicionistas e situacionistas provinciais, respectivamente. Os Lisos foram derrotados.

- Em Recife: Primeiro motim do Fecha-Fecha, por insatisfações sociais e contra o governo.

Janeiro - 2 - Em ofício ao Ministro da Guerra, de Saicã, Caxias relata as últimas operações e os objetivos a conquistar, destacando a perseguição feita a Canabarro.

7 - Do QG no Passo do Rosário, informa a Chico Pedro, mediante ofício, que Rivera fornece munição aos farrapos, que João Antônio da Silveira foi “completamente destroçado” por Demétrio Ribeiro e que José Gomes Portinho foi vencido pelo legalista Major Jardim.

8 - Ainda da margem esquerda do Santa Maria, publica a OD n° 102, com movimentações internas dos corpos de tropa.

15 - Estabelece o seu QG em São Gabriel e expede a OD n° 103, contendo nomeações e assuntos de disciplina. Em ofício ao Ministro da Guerra, informa sobre a vitória de 26 Dez junto ao Arroio Butuí e também sobre o andamento das operações.

18 - Torna pública a OD n° 104, na qual trata dos Hospitais, das Enfermarias, de alimentação e de transferências internas.

20 - Na Ordem do Dia n° 105, QG na Capella de São Gabriel, Caxias registra o falecimento, por doença, do Brigadeiro Felippe Nery de Oliveira, comandante da 1ª Divisão Imperial.

21 - Na OD n° 106, ainda em São Gabriel, destaca ações realizadas no período 23/31 Dez nas regiões do Ibicuí, Quaraí e Santa Rosa por João Propício Menna Barreto, Demétrio Ribeiro, Bento Manoel e Major Severo contra Canabarro, Portinho e João Antonio.

22 - Caxias presta juramento, através de Procuração, como Grã-Cruz da Ordem de São Bento de Avis.

25 - Ainda de São Gabriel, remete ofício ao Ministro da Guerra Salvador José Maciel, relacionando os oficiais de seu comando que faleceram por enfermidades em 1843, inclusive o Brigadeiro Felippe Nery de Oliveira e o Coronel Antônio Medeiros da Costa, este de “um ataque de cérebro”

Fevereiro (1844) - 1 - Na Ordem do Dia 107, junto à Tapera de Hipólito de Freitas, registra ações realizadas a 01 de janeiro pela força composta pela Companhia de Voluntários Alemães e Cavalaria Policial de Triunfo, ao comando do Capitão da Guarda Nacional Izaías Gonçalves, contra Bento Gonçalves no Passo do Ribeiro, margens do Jacuí.

7 - Em ofício ao Ministro da Guerra, com o QG na região do Jaguarí, relata as últimas operações e informa “ocupei definitivamente...São Gabriel, fortificando uma altura...vilas de Caçapava e Alegrete, hoje fortificadas”...

16 - Em ofício ao Ministro da Guerra, já com o QG nas imediações do Alegrete, informa sobre a derrota de Rivera frente à Urquiza e sobre as fugas constantes dos farroupilhas para o Uruguai e Corrientes.

19 - Com o QG em Alegrete, expede a OD n° 108, com assuntos gerais.

27 - Duelo entre Bento Gonçalves e Onofre Pires, o que mostra a dissensão entre os farrapos, fato que chega logo ao conhecimento de Caxias. Vencido, Onofre morre dias depois, em consequência dos ferimentos.

28 - Em ofício a Bento Manuel, informa sobre o desentendimento entre os farrapos e o duelo entre Onofre e Bento.

Março (1844) - 6 - Na Ordem do Dia n° 109, da Capela de Sant’Ana do Uruguai (Uruguaiana), Caxias registra o cumprimento da Provisão do Conselho Supremo Militar que determina que os oficiais dos Corpos de Milícias (extintos por lei de 18 de agosto de 1831) podem continuar usando os mesmos uniformes dos antigos corpos.

7 - Em ofício ao Ministro da Guerra, esclarece a situação das operações e relata que Canabarro “...escapara à perseguição de Bento Manoel e lograra reunir-se a Netto e Bento”... Relata também que Netto foi perseguido, “...fazendo...12 léguas por dia, apesar do péssimo estado de sua cavalhada, pelo que mais de 300 homens de cavalaria marchavam a pé com os arreios às costas”.

9 - Na OD 110, determina punições a oficiais e trata de outros assuntos.

10 - Na Ordem do Dia 111, ainda da Capela de Sant’Ana do Uruguai, registra ações realizadas na Serra do Caverá, Alegrete, Arroio Vacacaí, São Gabriel e Santa Maria da Boca do Monte.

11 - Caxias recebe da Câmara Municipal de São Paulo seu diploma de Deputado Geral por aquela Província.

12 - A Câmara Municipal de São Paulo remete a Caxias o diploma de Deputado Geral da Província, para que ele possa tomar assento na Assembléia Geral Legislativa do Império. Não atende ao convite por achar-se em missão no RS. 

15 - Com o QG na margem direita do Arroio Gurupá, publica a OD 112, que contém uma reorganização do Exército, promoções, dispensas e outros assuntos.

16 - Caxias ordena determinantemente a Bento Manoel que marche para as pontas do Arroio Pai Passo. Neste mesmo dia, Moringue é fragorosamente derrotado por Antonio Manoel do Amaral na Serra da Palma, junto ao Arroio Candiota, retirando-se ferido para Canguçú. 

19 - Ainda do Gurupá, expede a OD 113, que trata de assuntos disciplinares.

24 - Com o QG na região de Estabelecimento do Capitão, publica a OD n° 114, com assuntos disciplinares e gerais. Em ofício ao Ministro da Guerra, Jerônimo Francisco Coelho, com o QG nas Pontas do Arroio Catí, informa sobre trocas de prisioneiros com os farrapos e sobre propostas de paz feitas pelos mesmos ao Império.

25 - Das Pontas do Ibirapuitã, expede a OD n° 115, que trata de diversas nomeações de oficiais.

30 - Escreve a Frutuoso Rivera, dizendo ter recebido carta deste, de 23 de março. Nesta carta, o uruguaio afirma “...estar autorizado pelos rebeldes a tratar da paz”...(TASSO FRAGOSO, p. 243).

Abril (1844) - 2 - Em ofício ao Ministro da Guerra, com o QG no Passo da Rita França, no Piraí, informa sobre uma reunião dos líderes farroupilhas com Frutuoso Rivera, sendo que este “...sugeriu a idéia de um acomodamento com o Império”... Relata também a derrota de Chico Pedro frente a Antônio Manoel do Amaral na Serra da Palma, combate ocorrido a 16 de março. Escreve carta à esposa, estando acampado no local Guarda Velha de Santa Maria, relatando a situação no RS.

8 - Em ofício ao Ministro da Fazenda, Manuel Alves Branco, relata o atraso dos pagamentos ao Exército, a falta de recursos e a aproximação do inverno, entre outras circunstâncias.

9 - Através de correspondência apreendida, revela-se uma ordem de Canabarro a Antônio Netto no sentido de “acossar” Caxias, no deslocamento deste.

13 - Estaciona no Passo Orqueta, rio Piratiní, de onde expede a OD n° 116, que trata de promoções de oficiais e praças. Conforme CÂMARA (p. 25), neste dia termina o 1° período das operações de Caxias contra os farroupilhas.

15 - Em passagem por Pelotas, escreve ao vereador mais votado do local, estimulando-o a convocar os demais vereadores e reinstalar a Câmara pelotense “o mais breve possível”.

20 - Com o QG em Rio Grande, Caxias oficia ao Ministro da Guerra informando a sua viagem a Porto Alegre a 21, onde permanecerá oito dias, e sobre o andamento das próximas operações.

30 - Com o QG em Porto Alegre, publica a OD n° 117, que trata de dispensas, nomeações e transferências de oficiais.

Maio (1844) - 4 - Em ofício ao Ministro da Guerra Jerônimo Francisco Coelho, informa que mandou dissolver o 5° Batalhão de Caçadores, o qual se recusou a marchar sob o comando interino de um capitão em Alegrete. Informa que o batalhão pertence à 1ª Divisão, comandada por Bento Manuel Ribeiro e que sabe que “...é notório, da indisposição e ódio que votam à pessoa do Brigadeiro Comandante da 1ª Divisão, com quem não desejam servir”...

5 - Em carta ao pai lamenta a morte de seu irmão mais jovem, Francisco, de doença não identificada, com a idade de 33 anos, no Rio.

7 - Remete ofício ao Ministro da Guerra com o “mapa de sua força”.

Nota: o Mapa da Força é um documento que contém os dados numéricos referentes aos efetivos de uma tropa.

10 - Chega ao acampamento de suas tropas, na margem direita do Piratiní. Da Estância do Paraíso expede a OD n° 118, com assuntos de dispensa de praças por motivo de saúde.

11 - Ainda do mesmo local, expede a OD n° 119, com assuntos administrativos. Inicia a marcha costeando a “fronteira de Jaguarão”, para transpor o Camaquã e perseguir as tropas farrapas. Conforme CÂMARA (1964, p. 25), neste dia começa o 2° período das operações de Caxias na Guerra dos Farrapos.

12 - Com o QG junto ao Sítio de Bazílio Antônio, publica a OD n° 120, com disposições relativas a Justiça e Disciplina.

13 - Na OD n° 121, do Arroio do Lageado, Caxias registra ações realizadas contra os farroupilhas nas regiões de Santa Rosa e do Arroio Butuí, quando foram vencidas forças de João Antônio da Silveira pelos legalistas Demétrio Ribeiro e Antônio Lima.

19 - Com o QG nas Pedras Altas, publica a OD n° 122, que trata, entre outros temas, de nomeações de oficiais, movimentações, trato com os eqüinos e disciplina.

20 - Em ofício a Marques de Souza III, com o QG em marcha no Candiotinha, informa-o sobre as marchas de Canabarro e Netto, alertando sobre possíveis ataques desses farroupilhas.

22 - Em ofício a Bento Gonçalves da Silva Júnior, do QG em marcha nas Pontas do Jaguarão, apresenta um salvo-conduto para o jovem dizendo às autoridades locais que “não se embarassem com o dito Bento...enquanto viver pacífico e obediente às Autoridades”...

Nota: o filho de Bento Gonçalves abandonou as fileiras republicanas e voltou para a fazenda da família, no Cristal, região sul do RS.

26 - Chega a Bagé.

28 - Pela manhã, abandona Bagé, em direção a Livramento.

30 - Do QG instalado na margem esquerda do Rio Santa Maria, expede a OD n° 123, que trata de dispensas, demissões e movimentações internas.

31 - Com o QG instalado no Campo de Manoel Vieira da Cunha, publica a OD n° 124, que dissolve um batalhão e trata de assuntos disciplinares. Conforme Celso M. Schröeder, em seu trabalho Efemérides da Revolução Rio-Grandense de 1835-1845 (UCS, Caxias do Sul, 2004), nesta data Daví Canabarro manda Bento Gonçalves procurar Caxias “...afim de conferenciar”... e que o emissário (Bento) só voltou a 08 de junho.

Junho (1844) - 7 - Remete ofício ao Ministro da Guerra, estando com o QG no Upamarotí, no qual informa que o rebelde João Antônio foi desarmado pelo governo de Corrientes mas que, em seguida, armou-o novamente, sendo que aquele retornou ao RS. Ressalta que “...tanto os frutistas (de Frutuoso Rivera), como oribistas (de Oribe) nenhuma confiança me merecem”... Nesta mesma data, em outro ofício à mesma autoridade, diz que “A moral dos rebeldes empeiora todos os dias; a deserção nestes últimos tem sido mui grande...e o estado de intriga que...Bento Gonçalves dirigiu um cartel de desafio a Canabarro, e urde-se ali uma conspiração, cujo fim...elevar Bento Gonçalves a presidência da agonizante Republiqueta”...

12 - Estando o QG na Costa do Cunhaperú, publica a OD n° 125, abordando serviços de guarda de acampamentos, preparação dos soldados para o combate e disciplina.

23 - Na Ordem do Dia n° 126, das Pontas do Cunha-Perú, registra ações realizadas entre 11 de março e 31 de maio nas regiões de Pai-Passo, Garupá, Orqueta, Rincão dos Touros, Candiota, Livramento e Cachoeira, contra os republicanos. 

25 - Ainda nas Pontas do Cunha-Perú, expede a OD n° 127, com movimentações internas e uma exoneração de oficial.

26 - Do mesmo local, publica a OD n° 128, na qual dá destino a praças excluídas por motivo de saúde. Já em marcha, aproxima-se da região de Livramento.

27 - Acampa na Coxilha de Sant’Ana do Livramento. Já com o QG neste local, expede a OD n° 129, completando as providências tomadas na OD anterior sobre praças excluídas.

Julho - 2 - Das Pontas do Quaraí, publica a OD n° 130, com teor administrativo.

8 - Ainda estacionado na região de Pontas do Quaraí, publica a OD n° 131, cujo teor versa sobre os comandos interinos dos corpos de tropa.

9 - Caxias resolve partir em direção ao Taquarembó, em perseguição a Canabarro,

11 - Das Pontas do Quaraí, envia ofício ao Ministro da Guerra informando a prisão do republicano José Mariano de Matos, a morte de Antônio Manoel do Amaral e sobre a situação das operações. Em ofício desta data, Caxias usa pela primeira vez a escrita cifrada.

12 - Do QG instalado na região de Campo d’Antonio de Vargas, expede a OD 132, na qual trata de expedientes administrativos.

17 - Pela 2ª vez é utilizado o código cifrado em documentos oficiais.

19 - Estaciona na região de pontas do Upamarotí, onde desiste da perseguição a Canabarro e adota outra conduta.

21 - Caxias segue em direção a São Gabriel, frustrando Canabarro, que tinha intenções de “bater a guarnição” (SCHRÖDER, p. 420) do local.

22 - Do Passo da Armada, envia ofício ao Ministro da Guerra informando a vitória sobre o guerrilheiro gaúcho Juca Custódio, ocorrida a 25Jun nas margens do Jacuí, imediações da Ilha da Pintada, Porto Alegre.

25 - Expede a OD 133, estando com o QG instalado na margem direita do Passo de São Borja. Nesta OD, trata de movimentações internas.

27 - Em correspondência com Marques de Souza III, Caxias refere-se a ofícios recebidos da Corte sobre uma possível guerra contra Rosas e diz ter certeza de que, se tal guerra acontecesse, os farrapos se aliariam ao Império e a guerra civil estaria acabada (SOUZA, 2008, p. 547).

29 - Chega a São Gabriel.

30 - Já com o QG instalado, publica a OD n° 134, dando andamento aos assuntos administrativos.

31 - Na Ordem do Dia n° 135, com o QG em São Gabriel, Caxias exige o cumprimento do regulamento no que se refere ao casamento de oficiais sem o consentimento superior, ressaltando que as licenças para núpcias “...não lhes será negada, todas as veses que SExª. se persuadir que d’essa união pode resultar a felicidade de seus subordinados, e o bem da sociedade, sem míngua da moral e bons costumes”...

Agosto (1844) - 1 - A OD n° 136 trata de promoções, passagens para a reserva e dispensas.

2 - A OD n° 137, desta data, dispõe sobre assuntos gerais.

3 - Na Ordem do Dia n° 138, ainda em São Gabriel, Caxias registra vitórias imperiais dos chefes Francisco d’Abreu (Moringue, 28Mai) e Balbino Francisco de Souza (21Jun) sobre Antônio Netto e Antônio Manoel do Amaral nas regiões da Serra do Herval e de Jaguarão, respectivamente.

5 - Do mesmo local, remete ofício ao Ministro da Justiça Manuel Antônio Galvão, informando que anistiou 153 ex-farroupilhas, entre os quais José Pinheiro de Ulhôa Cintra, Francisco Modesto Franco e Domingos José de Almeida.

7 - Do mesmo local, expede a OD n° 139, que trata de assuntos gerais e de deserções.

8 - Na OD n° 140, Caxias transcreve decisão do Imperador, ouvido o Conselho Supremo Militar, sobre a contagem do tempo de serviço de oficiais e praças que pertenceram à Escola Militar no Rio de Janeiro.

9 - A OD n° 141 continua transcrevendo resoluções do Imperador, desta vez sobre os Conselhos de Guerra.

10 - Na OD n° 142, Caxias elogia o Coronel Manoel Marques de Souza III “...pelo zelo e energia com que desempenhou o comando da praça de São Gabriel”...

12 - Ainda do mesmo local, expede a OD n° 143, que faz públicas várias recomendações sobre os Regulamentos de Infantaria e Cavalaria. 

16 - Prepara o deslocamento do QG para Caçapava, mais o 8° de Fuzileiros, o 5° de Caçadores e o 3° Regimento de Cavalaria.

19 - Do QG ainda em São Gabriel dirige ofício ao Ministro da Guerra Jerônimo José Coelho, informando que os rebeldes “...se dividiram em pequenos grupos...e se espalharam pela Campanha, o que me obriga a dividir...as nossas forças”... Parte de São Gabriel em direção a Caçapava.

20 - Com o QG na Pontas do Vacacaí, publica a OD n° 144, tratando de tempo de serviço, dispensas e assuntos disciplinares.

21 - Estaciona na região de Estância de Gabriel Machado.

25 - 41° aniversário de Caxias.

26 - Estaciona na região de Caçapava.

29 - Já com o QG na Vila de Caçapava, expede a OD n° 145, sobre demissões, dispensas e exonerações.

30 - Nesta data, publica a OD n° 146, a qual trata de exclusão de praças incapazes para o serviço.

Setembro (1844) - 2 - Na OD n° 147, entre outros assuntos, determina que “A Fortificação deste Ponto fica denominada Forte de Pedro 2° e a da Capella de S. Maria da Boca do Monte – Reduto da Imperatriz”.

3 - Na Ordem do Dia n° 148, QG em Caçapava, Caxias promove muitos oficiais e praças por ocasião do 4° aniversário da maioridade de Dom Pedro II, ressaltando que os preteridos devem requerer suas promoções em ressarcimento de preterição.

6 - Na Ordem do Dia 149, em Caçapava, determina, no dia seguinte, formatura em Grande Parada, comemorativa ao “Anniversario do Dia em que resoando nos Campos do Ypiranga o brado varonil repercutido d’esde o Amazonas ao Prata, se começara a Grande e Magestoza Obra da Independencia da Terra de Santa Crús”...

9 - Na OD n° 150, faz recomendações sobre as continências e trata de nomeações e exonerações. Conforme SCHRÖDER (2004, p. 421) ocorreu, nesta data, entre Caxias e Bento Gonçalves, uma “entrevista para tratar da pacificação”...  

10 - Caxias recebe carta de Rivera na qual este pede ao brasileiro uma conferência para tratar da paz.

11 - Em ofício ao Ministro da Guerra, informa que recebeu um emissário que dava conta de que Canabarro “...deseja concluir a guerra por meio de uma conciliação”... E que mandou dizer a Canabarro “...que preferia os meios de conciliação aos da força”...

Nota: conforme Morivalde Calvet Fagundes, em História da Revolução Farroupilha. Caxias do Sul, EDUCS, 1984, citado por MACHADO, 2011, p. 48: Caxias, através de Dionísio Amaro, comunicou a Canabarro que ‘...embora não pudesse firmar armistício, em função das instruções que recebia, suas forças não agiriam com contundência...’ isto é, apenas desenvolveriam simulações.  

13 - Na OD n° 151, dispõe sobre custódia de presos e licenças. O Brasil reconhece a independência do Paraguai.

14 - Parte de Caçapava na direção geral sudeste.

23 - Com o QG na confluência do Camaquãzinho, publica a OD n° 152, com assuntos gerais.

25 - A OD n° 153 trata de assuntos rotineiros.

28 - Já tendo se deslocado, publica a sua OD n° 154 das Pontas do Jaguary, na qual dispõe sobre assuntos de Justiça.

29 - Ainda das Pontas do Jaguary, expede a OD n° 155, que trata da assistência do governo aos militares mortos em campanha.

30 - No mesmo local, publica a OD n° 156, com assuntos diversos. Rivera escreve a Caxias, dizendo-se autorizado pelos farroupilhas a tratar da paz e pedindo a “...suspensão das armas”...

Outubro (1844) - 1 - Na última OD das Pontas do Jaguary, a de n° 157, trata de assuntos administrativos. Caxias responde a Rivera dizendo que não aceita nenhuma proposição “...cuja base não seja a deposição das armas”...

2 - Estaciona na região de pontas do Taquarembó, em direção a Bagé. Neste dia, oficia ao Ministro da Guerra informando que Canabarro está, com a maior parte de sua tropa, na fronteira de Jaguarão. Em outro ofício para a mesma autoridade, informa que recebeu o ex-farroupilha anistiado Ismael Soares da Silva para tratar da paz, dizendo também que expediu salvo-condutos aos chefes Bento Gonçalves e Antônio Netto para virem ao seu acampamento.

3 - Com o QG instalado na margem direita do Taquarembó, expede a OD n° 158, nomeando um padre para o hospital de Rio Pardo e outras ações.

9 - Com QG no “Campo do Far.°” (sic), publica a OD n° 159, sobre assuntos gerais.

11 - O Major republicano Antônio Vicente da Fontoura chega ao acampamento de Rivera, onde estará de 17/19 Out o Tenente-Coronel Osorio. Ambos para tratar, por parte de Caxias, da pacificação da Província do RS e saber das intenções do rebelde uruguaio.  

12 - Expede a OD n° 160, com o QG junto à Estância do Talaveira, com assuntos administrativos. Rivera responde a Caxias dizendo que Francisco Pereira de Souza “...irá conversar com ele”... (Caxias). O comandante brasileiro manda Osorio a Rivera confirmar o que já tinha sido dito por carta “...e também que ele (Caxias) pretendia realizar a pacificação combinando diretamente com os rio-grandenses, principalmente porque estava convencido de que ele Rivera queria iludí-lo com promessas falazes...” (TASSO FRAGOSO, 1938, p. 264).

13 - Bento Gonçalves escreve a Caxias informando que teve conhecimento de ameaças do ditador portenho Juan Manuel de Rosas.

14 - Ainda do Campo do Talaveira, faz publicar a OD n° 161, nomeando o Coronel Lopo d’Almeida Henriques Botelho e Mello para comandar a guarnição da Vila de Cachoeira.

15 - Caxias escreve a Rivera dizendo que “...preferia tratar (da paz) diretamente com os seus patrícios”...

17 - Em nome de Caxias, Osorio conferencia com Rivera.

18 - Do QG no Campo do Rofino, expede a OD n° 162, que trata de assuntos gerais, registra a criação de uma Companhia de Cavalaria de Guardas Nacionais em Canguçú, em Destacamento, e nomeia para Comandante o Tenente da Guarda Nacional Manoel Vieira de Brito, ficando adida ao 5° Corpo de Cavalaria da GN.

19 - Caxias recebe carta de Bento Gonçalves em que este informa que “...mesmo sabendo da ameaça do ditador Rosas não abria mão de seus princípios e que a sustentação não teria por base a suspensão das armas”... Na OD n° 163, com o QG ainda no Campo do Rofino, registra ações imperiais na Costa do Herval levadas a efeito a 10Set pelo Major Antônio Israel Ribeiro contra forças ao comando de Bento Gonçalves. Registra também a morte do rebelde Juca Custódio a 11 de setembro.

20 - Em correspondência dirigida a Rivera, Caxias afirma que rejeitará qualquer proposta de paz que contrarie as leis e instruções do Império.

21 - Da Estância de Pedro Fagundes, onde instalou o QG, publica a OD n° 164, com a qual determina medidas disciplinares.

22 - Envia ofício a Bento Gonçalves dizendo que se dispunha a negociar a paz mas, conforme foi constatado depois, o documento não chegou às mãos do destinatário.

28 - Já com o QG na margem direita do Piraí Grande, expede a OD n° 165, com a relação de preços das peças de armamento, correame e equipamento, para fins de indenização em caso de perda ou extravio, se for caso.

Novembro (1844) - 1 - Ainda do Piraí Grande, a OD n° 166 trata, entre outros, de assuntos disciplinares.

6 - Caxias recebe em seu acampamento os emissários farroupilhas Vicente da Fontoura e Padre Francisco das Chagas Martins Ávila e Sousa, encontro no qual é acertada a partida de um emissário para a Corte para tratar da paz.  

8 - Já com QG em Bagé, expede a OD n° 167, tratando de assuntos de incapacidade de militares para o serviço por motivo de saúde.

9 - Data do suposto ofício de Caxias ordenando a Moringue que atacasse Daví Canabarro no Cerro de Porongos às duas horas da madrugada do dia 14 de novembro e que “...Canabarro e Lucas de Oliveira estavam cientes do ataque”... (Este documento é apócrifo, o que gerou a chamada Controvérsia de Porongos). Transcrição da Nota do Copiador em MINISTÉRIO DA GUERRA, 1950, p. 148: 

nota importante do copiador — Este ofício deve ser criteriosamente ana­lisado. Há quem tenha suas dúvidas a respeito de sua autenticidade. No Li­vro 171 do Museu do Estado, ele está deslocado, isto é, foi copiado na última pá­gina do mesmo, pág. 249, enquanto o ofício que trata da parte do combate dos Porongos está na pág. 206. O ofício a que se refere Caxias de 28 de outubro, contendo o mesmo assunto não foi possível descobrir. Esse ofício talvez eluci­dasse o assunto. [...]. A defesa de A. F. Rodrigues de Canabarro me parece fraca. Julgo o documento legítimo, pois Francisco Pedro não teria nenhuma conveniência em divulgar um documento que lhe tiraria todas as honras de uma estrondosa vitória, como foi julgada a surpresa dos Porongos.

10 - Encontra-se Caxias em marcha na região de Capão do Tigre, entre os dois arroios Piraís. Registra em documento que ficaria em Bagé “...afim de sair de frente a Canabarro no caso em que este coronel (Moringue) não o pudesse bater e que ele quisesse procurar a junção com Jacinto Guedes no Estado Oriental”... Expede ofício ao Ministro da Guerra, informando sobre os últimos sucessos da tropa imperial e que “Continuam as propostas para a conclusão da guerra por meios conciliatórios”...

11 - Caxias, temendo que Canabarro fosse ao encontro de Moringue, determina ao Tenente-Coronel Francisco Félix uma aproximação em outra frente, no rumo do Quebracho, de modo a desviar a atenção de Canabarro. Este, desloca 400 homens de Porongos para o Quebracho, de modo a reforçar José Gomes Portinho, que vinha se enfrentando com Félix (MACHADO, 2011, p. 57, citando CAGGIANI, Ivo. Canabarro: de tenente a general. Porto Alegre: Martins Livreiro, 1992, p. 136).

13 - Moringue, em marchas noturnas, aproxima-se do cerro de Porongos, onde Canabarro estava acampado. Reúnem-se em Porongos os generais do exército farroupilha e redigem um documento estabelecendo pontos importantes, entre os quais os seguintes: - estão desejosos de terminar a guerra civil; - foram forçados à guerra pelas violações de seus direitos no período da tormentosa menoridade de Dom Pedro II; - autorizam Vicente da Fontoura, com a anuência de Caxias, para ir à Corte expor os motivos que forçaram a guerra e “...os receios de vê-la tornar-se mais sanguinolenta e devastadora pelas atuais ocorrências dos Estados vizinhos”...Assinam José Gomes de Vasconcelos Jardim, Daví Canabarro, João Antônio da Silveira e Antônio Netto.

14 - Derrota de Daví Canabarro em Porongos, atacado de surpresa por Chico Pedro (Moringue). Com a derrota, cai em poder de Caxias o original da Convenção de Aliança e Amizade entre Frutuoso Rivera e os farrapos, que estava na bagagem de Canabarro. Sobre este caudilho, diz Caxias: “É sem dúvida a primeira vez que David Canabarro é surpreendido, o que até agora parecia impossível pela sua incansável vigilância”...

- Do QG “junto Aos três Capões À Leste do Pirahy Grande”, expede a OD n° 168, que trata de assuntos de Justiça.

Nota: ao longo do tempo, diversos historiadores se ocuparam e continuam se ocupando da controvérsia de Porongos. Conforme BENTO, Cláudio Moreira, no artigo ‘Caxias, vítima de calúnia’, publicado no jornal O Gaúcho n° 32 (www.ihtrgs.com.br): “A farsa foi assim desfeita por Félix de Azambuja Rangel: ‘Após a surpresa de Porongos, Chico Pedro, acampado no Pequeri, perguntou ao seu major João Machado de Moraes: és capaz de imitar a firma de Caxias? Respondeu-lhe: A letra é boa e talvez eu possa imitar! Pois vamos fazer uma intriga contra Canabarro. Este homem é o único que pode ainda sustentar a Revolução, portanto vamos fingir um ofício de Caxias para mim, dizendo-me que no dia combinado com Canabarro, vá atacá-lo e derrotá-lo, visto haver entre ele, Caxias e oficiais deste, um convênio. Intriga, devido a dizerem os farrapos, que Canabarro era um traidor. E, assim, este distinto general republicano passou a traidor, o que é uma grande ofensa ao seu ilibado caráter e imorredoura memória’. Chico Pedro, chefe militar notável, omitiu este fato em suas Memórias, publicadas em1921. Qual o motivo? Sobre a assinatura por Caxias do forjicado ofício em Piratini, o historiador local, David de Almeida, negou que Caxias tivesse estado lá. Estas considerações sintetizam artigo divulgado pela Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB) e pelo Instituto de História e Tradições do RGS (IHTRGS)”. Conforme Henrique Oscar Wiedersphan, em ‘O convênio de Ponche Verde’ (Porto Alegre: EST, 1980), citado por MACHADO, 2011, p. 50: “...continuaremos a atribuir o desastre desta surpresa de Porongos apenas à omissão e ao desleixo de Canabarro, mas nunca a uma traição premeditada, em conluio com Caxias”.         

15 - Na Ordem do Dia n° 169, com o QG em Rodeio Colorado, registra ações de Andrade Neves contra Bento Gonçalves em Encruzilhada, a 18Out, com a prisão do republicano Major Luiz Roiz de Oliveira. Por exigência de Caxias, os farrapos dirigem ao Imperador um documento de representação no qual “exporiam os motivos que tiveram para desobedecer ao governo”...

16 - De Bagé, em ofício de resposta a Chico Pedro, fala sobre “...o glorioso feito d’armas...V.S. merecedor dos maiores elogios...com que atacou esse bando de cobardes que não souberam ao menos defender suas vidas com honra”... Vicente da Fontoura encontra-se com Caxias em Bagé, informando que ele seria o emissário dos farroupilhas à Corte e solicitando a este licença para levar a representação ao Imperador. No documento, os farrapos mostram vontade de se submeterem ao Império.

17 - Em ofício ao Capitão de Mar e Guerra José Joaquim Raposo, solicita passagens em barco a vapor de Pelotas para o Rio para Marques de Souza III, Carlos Miguel de Lima e Silva e Vicente da Fontoura, “...com os respectivos camaradas”..., recomendando rapidez.

19 - Em anexo a ofício ao Secretário de Negócios Estrangeiros Ernesto Ferreira França, de Bagé, remete o “...tratado de aliança celebrado entre o General Rivera, e os Chefes rebeldes desta Província”...apreendido em 14 de novembro em Porongos. Em ofício ao Ministro da Guerra, relata o andamento das operações e o resultado da surpresa de Porongos, entre outras informações, principalmente o aumento do efetivo da 8ª Brigada para 1.170 homens (anterior ao dia 14 Nov), o que não chegou ao conhecimento de Canabarro e contribuiu para a derrota deste (MACHADO, 2011, p. 79).

20 - Em ofício ao Ministro da Guerra, de Bagé, informa as notícias sobre a pacificação e que o Coronel Manoel Marques de Souza III será o seu emissário à Corte, acompanhado do seu irmão (de Caxias), o Capitão Carlos Miguel de Lima e Silva. Envia ao senador José Clemente Pereira um pequeno índio para a carruagem do mesmo, juntamente com carta contendo notícias do RS.

21 - Na Ordem do Dia n° 170, com QG em Bagé, Caxias registra o aumento do efetivo para o ataque a Porongos para 1.170 homens (ver 19Nov), a perseguição dos imperiais a Canabarro pelas regiões de Quaraí, Arroio Taquarembó, Candiota, Jaguarão, Piraí Grande, e finalmente Porongos (14Nov), onde Canabarro foi surpreendido por Moringue, com derrota total dos republicanos. Registra ainda ações de Bento Manoel sobre Bernardino Pinto em Alegrete, e de João Propício sobre Guedes. 

22 - Ainda com o QG em Bagé, publica a OD n° 171, com assuntos de Justiça, entre outros.

24 - Uma força de Canabarro bate um destacamento de 17 homens de Moringue na costa do Jaguarão (SCHRÖDER, p. 424).

30 - Com o QG na região de Costa do Candiotinha, expede a OD n° 172, com assuntos rotineiros.

Dezembro (1844) - 2 - Em ofício ao Ministro da Guerra, do QG no Passo Real do Candiota, informa a morte de Joaquim Teixeira Nunes a 26Nov, por tropas de Moringue, em combate na costa do Arroio Grande.

4 - Já com o QG na região de Campo do Capitão Valério, na Costa do Candiota, publica a OD n° 173, na qual registra ações de Bento Manoel Ribeiro e João Propício sobre Jacinto Guedes, da derrota de Moringue frente a Canabarro na costa do Jaguarão, e da derrota e morte de Joaquim Teixeira Nunes por Moringue em Arroio Grande. Promove ao posto imediato diversos militares que se destacaram em Porongos.

5 - Embarque da comissão de paz para o Rio de Janeiro.

7 - Com o QG no Campo do Boleno, publica a OD n° 174, com assuntos diversos.

12 - Com o QG junto aos Olhos de Agua, expede a OD n° 175, tratando da Tabela de Continências, Guardas de Honra e Salvas, entre outros assuntos. Nesta data, chegam à Corte os emissários de paz farroupilhas e o de Caxias, Coronel Manoel Marques de Souza III.

16 - Ainda na região de Olhos de Água, publica a OD n° 176, onde trata de assunto disciplinar, repreendendo “acremente” e mandando prender um oficial que deteve indevidamente dois oficiais republicanos que, logo após a prisão, conseguiram fugir.

17 - Do mesmo local, expede a OD 177, com nomeações e outros assuntos.

18 - Já com o QG na região de Estância do Boleno, expede a OD n° 178, que trata de assuntos disciplinares e de uma licença de oficial. Do Rio, o Ministro da Guerra remete ofício a Caxias com as instruções para a pacificação da Província do RS, inclusive sobre a anistia aos chefes rebeldes e conforme o Decreto desta data, no qual o Imperador estabelecia que a paz só fosse feita depois da “deposição das armas e da submissão immediata” dos farroupilhas. Este Decreto não foi cumprido por Caxias, que preferiu confiar nos líderes farrapos.

20 - Final das conversações de paz entre os emissários vindos do sul e os representantes do Imperador, e embarque de retorno dos primeiros.

22 - Do QG instalado na região de Campo do Serro do Baú expede a OD n° 179, com assuntos gerais.

25 - OD n° 180, da região de Campo de Valleda, com assuntos disciplinares.

27 - Com o QG na Pontas do Piratiní, publica a OD n° 181, com assuntos diversos.

29 - O Major do Corpo Provisório da Guarda Nacional Vasco Alves bate o republicano Bernardino Pinto na margem direita do Quaraí, território oriental. É o último enfrentamento da Guerra dos Farrapos.

Tenente-General Manoel Marques de Souza III, Conde de Porto Alegre, homem da máxima confiança e amigo de Caxias. Lutarão juntos contra Oribe e Rosas em 1851/52 e também na Guerra do Paraguai.         

 

                    

 

1845

Janeiro - 1 - Com o QG na Villa de Piratiní, publica a OD n° 182, com assuntos administrativos.

2 - Marques de Souza III, de volta da Corte, apresenta-se a Caxias informando o resultado da viagem.

3 - Avista-se com Caxias o Major Antônio Vicente da Fontoura (ver 16Nov44).

4 - Do mesmo local, expede a OD n° 183, tratando de assuntos gerais.

- Em ofício ao Ministro dos Negócios do Império, José Carlos Pereira de Almeida Torres, informa que cumprirá a determinação deste de ouvir Vicente da Fontoura sobre os meios de levar a guerra ao fim.

5 - Na Ordem do Dia n° 184, com o QG ainda em Piratiní, Caxias registra ações de Andrade Neves em Rio Pardo, ocorridas em novembro, contra forças de Bento Gonçalves e Netto.

10 - Em ofício ao Ministro da Guerra, Caxias relata as últimas ações da Guerra.

15 - Em ofício a Chico Pedro, de Bagé, informa sobre a reunião dos líderes farroupilhas em Ponche Verde, bem como a entrega a ele (Caxias) dos escravos. Determina também muita atenção, dizendo “Não intenda V.S. por isso que estão suspensas as hostilidades. Não”.

16 - Com o QG em Bagé, publica a OD n° 185, contendo diversos assuntos de natureza rotineira.

17 - A OD n° 186, de Bagé registra, entre outros temas, a punição a um copista de Moringue que alterou um ofício deste a Caxias sobre a vitória de Porongos, no qual fizera constar indevidamente que “arrancara das mãos do inimigo um Estandarte”, o que se revelou não ser verdade. O copista, chamado Anolino Tavares de Macedo, foi recolhido preso na Presiganga do Rio Grande (EDUCAÇÃO E SAÚDE, 1943, p. 330).

18 - Na Ordem do Dia n° 187, com QG em Bagé, registra ações de Bento Manoel, Demétrio Ribeiro e Vasco Alves contra Bernardino Pinto, no período de 03/28Dez, nas regiões de Três Cruzes e Alegrete. Bernardino Pinto foi ferido e preso, juntamente com outros oficiais republicanos.  

27 - A OD n° 188, de Bagé, trata de assuntos administrativos.

Fevereiro (1845) - 1 - A OD n° 189, ainda de Bagé, trata de assuntos de Justiça.

4 - Do QG em Bagé envia ofício cifrado (3° e último) ao Ministro da Guerra informando sobre as últimas ações, inclusive não ser “conveniente suspender as hostilidades”...Diz ainda que “Davi Canabarro é hoje o chefe em cuja boa fé mais confio,”...

7 - OD n° 190, com QG em Bagé: dispensas e demissões.

9 - Na OD n° 191, Caxias exonera das funções de seu Ajudante de Ordens o Major Pedro Maria Xavier de Oliveira Meirelles.

11 - Na OD n° 192, de Bagé, são tratados assuntos referentes à movimentações, licenças, saúde e de uma ação dos marinheiros imperiais sobre uma “Partida dos rebeldes”, ocorrida ao final do mês anterior no rio Jacuí, a qual tinha o objetivo de “saquear as Canoas de Voga”.

15 - Ainda de Bagé, a OD n° 193 trata de dispensas e licenças.

18 - Na última OD de Bagé, a de n° 194, Caxias registra uma ação do Destacamento do Ponto do Jahy sobre um ataque frustrado em 04Fev do “rebelde Fagundes” ao referido Destacamento, entre outros assuntos.

21 - Com o QG na Guarda Velha de Santa Maria, a OD n° 195 trata de assuntos disciplinares.

23 - O Major republicano José Narciso Antunes da Porciúncula procura Caxias para informá-lo da adesão de Bento Gonçalves à pacificação.

25 - Daví Canabarro, Comandante dos farroupilhas, reúne em Ponche Verde um Conselho de oficiais do seu Exército para “serem tratados...os negócios da paz” . Os chefes farroupilhas deliberaram sobre a proposição de paz com o Império, pela qual resolveram aceitar “as condições pactuadas e todas quantas se pudessem mais conseguir do Barão de Caxias”. Tudo registrado mediante Ata. Este documento está transcrito em TASSO FRAGOSO, 1938, p. 268/270. Manoel Lucas de Oliveira leva a Caxias o resultado da reunião dos republicanos e a Ata de Pacificação da Guerra dos Farrapos. Esta Ata não foi registrada em nenhuma ordem do dia e a palavra anistia não aparece.

27 - Em carta a Canabarro, Caxias enfatiza que mostrou o Decreto Imperial a Vicente da Fontoura “como as instruções que o acompanham” sobre os escravos e sobre a anistia.

28 - O Coronel Marques de Souza III vai ao acampamento farroupilha para apressar o pronunciamento de paz, pois Caxias estava desconfiado da demora. Manoel Lucas de Oliveira lança a proclamação, assinada por Daví Canabarro, na qual anuncia a paz (TASSO FRAGOSO, 1938 p. 271/272). Nenhum representante do Império assinou o documento. O Decreto de anistia nunca foi publicado na Coleção de Leis do Brasil (SOUZA, 2008, p. 509).

Março (1845) - 1 - No campo de Alexandre Simões, Dom Pedrito, à margem direita do Santa Maria, Caxias proclama a pacificação do RS e declara encerrada a Guerra dos Farrapos, que ensangüentara o solo gaúcho por quase dez anos (TASSO FRAGOSO, 1938, p. 272). Esta Proclamação não foi registrada em Ordem do Dia.

2 - Chegada a Bagé, onde manda realizar, ao invés de um Te-Deum, uma “Missa de Defuntos”, em memória aos que pereceram em combate.

4 - Em ofício, Caxias ordena que os farrapos negros ainda em armas fossem agregados aos Corpos de Cavalaria de Linha. Conforme Schröder (2004, p. 427), nesta data Bento Gonçalves e Antônio Netto encontram-se com Caxias em Bagé. Em ofício ao Min. da Justiça, informa que “todos os chefes (rebeldes) que os capitaneavam sem exceção se me apresentado e pedido anistia [...] seguindo à risca as instruções”... 

5 - Ainda em Bagé, pela OD n° 196 trata de dispensas e licenças. Em ofício ao Ministro da Guerra comunica que a província se acha completamente pacificada, não havendo nenhum grupo armado. Informa também que recebera dos farroupilhas “...um certo número de escravos”..., os quais mandou adir ao Corpo de Cavalaria.

6 - Em carta ao seu amigo Dionísio Amaro da Silva, Bento Gonçalves faz justiça a Caxias dizendo: “...Por fim temos uma paz que só conseguimos algumas vantagens pela generosidade do Barão de Caxias. Deste homem...amigo dos rio-grandenses”...

8 - Chega a São Gabriel, onde permanecerá até o dia 22 de março.

11 - Com o QG em São Gabriel, expede a OD n° 197, que trata de assuntos rotineiros.

14 - No mesmo local, publica a OD 198, que trata de assuntos administrativos.

17 - Pela OD n° 199, Caxias dissolve a 1ª e a 2ª Divisões de Operações do Exército, nomeia os comandantes das fronteiras, renumera unidades e dissolve a Companhia de Voluntários Alemães, entre outros assuntos.

18 - OD n° 200, com assuntos gerais. Manda cópias do Decreto Imperial (da anistia) às autoridades de Rio Pardo e Pelotas.

19 - Através da OD n° 201, a última em São Gabriel, concede licenças e faz demissões, entre outros assuntos.

20 - Designa o Alferes Corrêa da Câmara para fazer parte do Piquete de Honra que acompanharia o Imperador, em visita à Província. O Jornal do Comércio de Porto Alegre louva a atuação do “ilustre General...Caxias, que com tanto valor e perícia soube encaminhar as coisas a este fim ”, e informa sobre a boa receptividade da população da província a Caxias.

21 - Acompanhado pelo Major Vicente da Fontoura, Canabarro desloca-se da Estância da Caieira até São Gabriel e conferencia com Caxias.

25 - Recebe a titulação de Conde (sem ter sido Visconde), e é promovido a Marechal de Campo efetivo, depois de três anos como Marechal de Campo graduado.

Nota: a promoção a “efetivo” só era possível após a abertura da respectiva vaga.

26 - Com o QG em Caçapava, a OD n° 202 trata de dispensas, passagens para a reserva e licenças.

28 - Pela OD n° 203, em Caçapava, Caxias determina, entre outros assuntos, que não se sirva mais aguardente às praças do Exército e que “...a mesma seja substituída por fumo e erva mate”...

29 - Ainda em Caçapava, a OD n° 204 transcreve Avisos da Secretaria dos Negócios da Guerra, bem como trata de outros assuntos diversos.

Abril (1845) - 1 - Com o QG na pontas do Irapuã, a OD n° 205 continua a transcrever os Avisos da Secretaria da Guerra.

2 - Recebe a Carta Imperial que o agracia com o título de Conde, o qual lhe fora conferido pelo Decreto de 25 de março.

4 - Com o QG na Vila de Cachoeira, expede a OD n° 206, que trata de dispensas e de Justiça.

8 - Expede a última Ordem do Dia, a de n° 207, ainda com o QG no interior (Rio Pardo), na qual trata somente de assuntos administrativos.

10 - Desembarca em Porto Alegre.

11 - O Secretário Gonçalves de Magalhães anuncia que o Barão de Caxias passaria a conceder audiências nas manhãs de 2ªs, 4ªs e 6ªs feiras.

13 - A Irmandade de Nossa Senhora das Dores celebra um Te Deum pela pacificação da Província.

14 - Caxias vai ao Regimento de Artilharia a Cavalo assistir à iluminação recém inaugurada.

16 - Expede a primeira Ordem do Dia já como Conde, e já em Porto Alegre, a de n° 208, tratando de assuntos gerais.

17 - OD n° 209, em Porto Alegre: assuntos diversos. Noite de Gala em Porto Alegre, com a apresentação da peça “O Hello” em homenagem a Caxias. O primo de Caxias, Cadete Carlos Corte Real de Lima faz ao mesmo um “eloqüente elogio” (SOUZA, p. 537).

19 - A Sociedade Bailante realiza um baile em homenagem a Caxias e pela pacificação da Província.

22 - Cumprindo determinações da Corte, Caxias marca a data das eleições gerais e provinciais.

23 - A OD n° 210 trata de promoções e de Justiça, entre outros.

25 - Com a OD n° 211, trata de assuntos de deserção e dispensas.

29 - Pela OD n° 212, na ‘Leal e Valerosa Cidade de Porto Alegre’, dispõe sobre Justiça e dispensas.

30 - Com a OD n° 213, Caxias dispensa do serviço ativo oficiais reformados, nomeia o Comandante da Guarnição de Porto Alegre, elogia oficiais, extingue comandos gerais de municípios e Polícias Militares e dissolve o Batalhão de Depósito, entre outras providências.

Maio (1845) - 1 - Através da OD n° 214, determina a baixa do serviço de praças inválidas para o serviço.

3 - Manda conceder empréstimo à Câmara Municipal para a continuação das obras do Cais da Praça do Mercado em Porto Alegre.

5 - Com a OD n° 215 concede dispensas e nomeia oficiais.

7 - Na Ordem do Dia n° 216 toma providências para o cumprimento de decretos e de avisos da Secretaria da Guerra, entre outros assuntos.

12 - A OD n° 217 trata de assuntos diversos e administrativos.

23 - Pela OD n° 218, providencia andamento a assuntos de Justiça e de assuntos gerais.

30 - A OD n° 219 registra a revista passada ao 2° Batalhão de Fuzileiros e contém outros assuntos.

31 - Na OD n° 220, Caxias registra a excelente apresentação do 7° BC, em Rio Pardo, a 07 Abr, bem como o aquartelamento e a escrituração, pelo que elogia o seu comandante Coronel Luiz Manoel da Lima e Silva (seu tio).

Junho (1845) - 10 - Pela OD n° 221, concede dispensas e trata de assuntos diversos.

11 - Através da OD n° 222 promove oficiais, concede dispensas e pune um praça.

16 - Pela OD n° 223, faz público o falecimento, no Rio, do Tenente-General Manoel Jorge Rodrigues, Barão de Taquary, pelo que manda oficiar missa com tropa formada para honras fúnebres. Destaca a ação do falecido oficial nas guerras da Cisplatina e dos Farrapos e diz que a História Militar “...lhe fará a devida justiça”...

18 - Trata a OD n° 224 de dispensas, licenças e promoções.

21 - Através da OD n° 225, manda executar as ordens imperiais de promover a Marechal de Campo Graduado o Brigadeiro Bento Manuel Ribeiro, e a Coronel Honorário o Tenente-Coronel Honorário João Propício Menna Barreto, entre outras disposições.

Nota: o oficial honorário não pertencia às fileiras do Exército, mas podia participar voluntariamente das ações de guerra.

25 - A OD n° 226 registra o falecimento em Rio Pardo, por doença, do Coronel Graduado João Francisco de Mello, Comandante do 3° Batalhão de Caçadores, e trata de assuntos diversos.

27 - Na OD n° 227 dispõe sobre assuntos de saúde e diversos.

30 - Pela OD n° 228, manda dar baixa a diversos militares inválidos, encaminhando-os para o devido destino, para amparo pelo governo.

Julho (1845) - 1 - Em carta a Osorio sobre as eleições gerais e provinciais do RS, comenta o seguinte: “os soldados não votam para que não se diga que eu quero impor uma eleição à província em baionetas. Porém os cabos, oficiais, etc...não deixam de fazer número” (SOUZA, 2008, p. 542).

2 - A OD n° 229 trata de dispensas e promoções.

14 - A OD n° 230 trata de assuntos administrativos.

17 - A OD n° 231 trata, principalmente, de assuntos de Justiça.

22 - A OD n° 232 trata de assuntos de Justiça e licenças, entre outras ordens.

26 - Pela OD n° 233, concede dispensas, licenças, baixas de inválidos e outras.

30 - Através da OD n° 234 demite oficiais, concede licenças e trata de Justiça.

Agosto - 8 - Através da OD n° 235, manda executar disposições da Secretaria de Guerra, entre as quais a nomeação do Coronel João Frederico Caldwell para Comandante das Armas do Pará, entre outras ordens.

11 - O Imperador assina a Patente pela qual promove Caxias ao posto de Marechal de Campo Graduado.

13 - Com a OD n° 236 realiza transferências, concede dispensas e trata de assuntos de Justiça.

19 - Pela OD n° 237 concede demissões e toma outras providências.

20 - Com a OD n° 238 providencia a baixa de militares incapazes para o serviço, entre outras ações.

22 - Com a OD n° 239, Caxias determina o cumprimento de Avisos da Secretaria da Guerra, entre outras medidas.

25 - 42° aniversário de Caxias.

27 - Na Ordem do Dia n° 240, com QG em Porto Alegre, determina as providências para as comemorações do dia 07 de setembro com formaturas em Grande Parada nas guarnições e nos acampamentos, três descargas de “fogo rolante”(*) de Artilharia e salvas de 21 tiros, para “...Solemnisar o Magnífico Dia, que marca a epocha mais brilhante da Terra de Santa Crus...apontado as gerações vindouras, como obra emanada de hum Genio não vulgar”....

(*) Fogo rolante ou Barragem rolante é um dos três tipos de barragens da Artilharia. Consiste em um volume de fogos produzido por baterias colocadas em linhas sucessivas. Estes fogos vão sendo alongados na direção do inimigo alternadamente, mediante revezamento das baterias, de modo que a tropa atacante possa progredir.

28 - Na OD n° 241, publica um Decreto Imperial sobre a nova classe de Oficiais, os Honorários de 1ª Linha, bem como os uniformes correspondentes.

30 - Caxias é incluído pelo povo sul-riograndense na lista tríplice dos indicados ao Senado pelo RS tendo sido, posteriormente, escolhido Senador por Sua Majestade o Imperador D. Pedro II.

31 - A OD n° 242 trata de assuntos administrativos.

Setembro (1845) - 1 - Caxias é designado, por Carta Imperial, Senador do Império pela Província do Rio Grande do Sul. De todos os senadores, Caxias foi quem ocupou o senado por mais tempo: 35 anos.

5 - Através da OD n° 243, trata de assuntos relativos à Saúde.

7 - Com o fim de congraçar a família rio-grandense, Caxias organiza em Porto Alegre um grande baile comemorativo à independência, o qual foi realizado na Sociedade Bailante. 

10 - Com a OD n° 244, dispõe sobre diversos assuntos administrativos.

11 - Chega da Corte o resultado das eleições para Senador pela Província do RS e Caxias foi o escolhido em lista tríplice.

12 - Nomeia o Conselheiro Antônio Manoel Corrêa da Câmara para organizar a Estatística da Província do RS. Novas comemorações em Porto Alegre pela escolha de Caxias para Senador.

15 - Pela OD n° 245, determina que em todos os Corpos do Exército e no Corpo Policial sejam criadas “Escollas de primeiras letras, e nelas serão admetidos todos os Officiaes Infferiores”..., bem como regula o funcionamento das mesmas.

17 - A OD n° 246 trata de assuntos de rotina administrativa.

20 - Pela OD n° 247, determina o cumprimento de Decreto Imperial sobre movimentações e licenças.

22 - Na OD n° 248, Caxias determina o cumprimento de ordens do Governo sobre a numeração das Brigadas que guarnecem a fronteira, a saber: a que guarnece a fronteira de Rio Grande e do Chuí continua a ser 1ª Brigada; a da fronteira de Jaguarão passa a ser a 2ª Brigada; a da fronteira de Bagé será 3ª Brigada; e a da fronteira de Quaraí será 4ª Brigada. Os comandos serão, respectivamente, Brigadeiro Luiz Manoel de Jesus, Coronel Manoel Marques de Souza III, Coronel Graduado Francisco Félix da Fonseca Pereira Pinto e Coronel Honorário João Propício Menna Barreto. Escreve a Osorio agradecendo a este pela contribuição à sua vitória eleitoral.   

Outubro (1845) - 4 - Na OD n° 249, trata de assuntos gerais.

6 - O Imperador e a Imperatriz Tereza Cristina embarcam no Rio com destino à Província do RS.

7 - Pela OD n° 250, última com o QG em Porto Alegre, transcreve e manda dar cumprimento às determinações vindas da Corte, sobre diversos assuntos. 

8 - Remetido a Caxias o Decreto pelo qual o Imperador lhe concede a demissão do cargo de Presidente da Província de São Pedro do RS.

13 - Continua a transcrever e mandar à devida execução ordens vindas do Governo, na OD n° 251, já com o QG em Rio Grande.

21 - Idem, com a OD n° 252, de Rio Grande, entre outras ordens.

23 - A OD n° 253 trata de assuntos administrativos.

26 - Pela OD n° 254, manda dar cumprimento ao Decreto Imperial e ao Aviso da Secretaria da Guerra sobre a reinclusão de militares dispensados e de dispensas de outros militares.

31 - Através da OD n° 255, determina Caxias o cumprimento das normas sobre o número de salvas de artilharia conforme as datas comemorativas, entre outras providências.

Novembro - 9 - Expede a sua última Ordem do Dia no Rio Grande do Sul, relativa à pacificação da Guerra dos Farrapos, a de n° 256, com QG em Rio Grande, tratando de assuntos gerais. Não menciona a transferência da Presidência da Província ao seu sucessor. 

10 - O Imperador chega a Rio Grande, sendo recebido por Caxias.

21 - O casal imperial chega a Porto Alegre, acompanhado por Caxias.

Caixa de texto:  
Davi Canabarro

 

Caixa de texto: Bento
Gonçalves

 

Dezembro - 2 - Por iniciativa de Caxias o Imperador, por Decreto n° 439 funda, na data de seu aniversário, em Porto Alegre, o Colégio Santa Teresa, para meninas órfãs.

Caixa de texto: Davi
Canabarro

 

Nota do autor: Caxias expediu suas 214 ordens do dia iniciando com a de n° 41 e concluindo com a de n° 256. A maioria delas trata de assuntos administrativos e gerais. Foi prioritário, neste trabalho, aquelas que tratam de operações de combate e as de assuntos relevantes. A coletânea de ordens do dia está contida em: EDUCAÇÃO E SAÚDE - Biblioteca Nacional, Ministério da. Guerra dos Farrapos – Ordens do Dia do General Barão de Caxias (1842-1845). Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1943. Esta obra existe na Biblioteca da PUCRS, Área de Ciências Humanas, História, Área A, Estante 24, código 981.65043.G934g.

 

1846

Circunstâncias

- Construção dos primeiros estaleiros da América do Sul pelo Barão de Mauá, no Rio de Janeiro.

- Guerra entre o México e os EUA pela posse do Texas. O México é derrotado.

Neste ano de 1846, o então Conde de Caxias é elevado ao Grau 33 na Maçonaria.

Janeiro - 7 - Chega a Cachoeira do Sul a comitiva do Imperador Dom Pedro II, da qual o irmão de Caxias, Carlos Miguel, faz parte.

13 - A comitiva chega a São Gabriel.

Fevereiro - Neste mês, em viagem na comitiva do Imperador, Carlos Miguel morre em Rio Pardo, de doença não identificada.

1 - Caxias lança, em Porto Alegre, na presença do Imperador, a pedra fundamental do Liceu Dom Afonso, primeira instituição de ensino secundário no RS. O Liceu era localizado na esquina das atuais ruas Duque de Caxias e Marechal Floriano, no centro da cidade.

10 - O Imperador e comitiva encontram-se em Pelotas, onde é colocada a pedra fundamental da nova Igreja Matriz.

Nota: de Nov de 1845 a Fev de 46 são poucos os dados disponíveis sobre Caxias.

Março - 1 - Caxias abre a primeira sessão ordinária da segunda legislatura da província do RS, ainda como Presidente da mesma, na qual relata a sua administração, inclusive as causas que abalaram a "Segurança Individual" na Província e a dificuldade encontrada para a construção da "Casa de Correcção" em Porto Alegre.

3 - Passa a Presidência, pacificada, da Província do RS para o Major reformado Patrício José Corrêa da Câmara Júnior. Recebe o título de Grande Benemérito da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Deixou Caxias diversas obras em Porto Alegre e no RS, como a da Igreja Matriz, Cadeia do Gasômetro, Ponte de Pedra, numeração das casas, abertura e calçamentos de ruas, iluminação pública, planejamento de prédios para a Câmara de Vereadores, Justiça e Teatro São Pedro, demolição do entrincheiramento da Guerra dos Farrapos, proibição do lançamento de dejetos no Rio Guaíba, criação do Estabelecimento de Aprendizes Menores do Arsenal de Guerra, reabertura da Assembléia Provincial, aumento dos vencimentos dos funcionários públicos, construção da fachada da Santa Casa, balizamento do canal de navegação da Lagoa dos Patos, financiamento para a construção dos mercados de Porto Alegre e Rio Grande, instalação de trapiches para captação de água no Rio Guaíba e loterias beneficentes, entre outras.

23 - Caxias chega ao Rio, já com a glória de Pacificador de quatro províncias.

Maio - 11 - Assume sua cadeira no Senado, como representante do RS.

Junho - 12 - Em sessão no Senado, Caxias propõe facilitar o processo de naturalização dos colonos de São Leopoldo, medida aprovada.

Agosto - 21 - Na tribuna do senado, dirige proposição no sentido do aproveitamento dos oficiais da Guarda Nacional no Regimento de Cavalaria do sul, com postos honorários, pelos relevantes serviços que haviam prestado ao Império na Revolução Farroupilha (PEIXOTO, 1973: p. 174).

25 - 43° aniversário de Caxias.

Outubro - 8 - Louvado em Decreto Especial, “pelos bons e importantes serviços que prestara”, pacificando a Província do RS.

9 - Exonerado oficialmente, a pedido, do Comando-em-Chefe do Exército em operações no RS, mediante Carta Imperial.

12 - Por Aviso Ministerial, recebe ordem para reassumir o Comando das Armas da Corte.

13 - Apresenta-se e reassume o Comando das Armas da Corte.

1847

Circunstâncias

- Dom Pedro II cria o cargo de Presidente do Conselho de Ministros (Primeiro Ministro-20 de julho). A Monarquia brasileira torna-se parlamentarista.

- Combate do Morro do Ferrabraz, entre os Muckers e tropas legais.

- Em Salvador: Motim do Mata-Mata, contra os dois governos, o imperial e o provincial, por reformas sociais.   

Neste ano, além de colaborar com a importação de garanhões da raça Puro-Sangue Inglês, Caxias foi o primeiro presidente do ‘Club de Corridas’, uma sociedade anônima então fundada, e que marcou o início das atividades turfísticas na Guanabara. O Club foi precursor do Jockey Club Brasileiro.

Março - 20 - Caxias abandona a sede da Rua do Conde, no Rio, onde funcionava o Grande Oriente Brasileiro, declarando-se independente, e sendo empossado no cargo de Soberano Grande Comendador do mui Poderoso Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito (RAEE) do Grande Oriente Brasileiro. Este novo Grande Oriente (GO), foi denominado GO de Caxias. Fundação do Supremo Conselho de Caxias e do Círculo Maçônico Independente.

22 - Entra em licença para poder organizar o Grande Oriente da Maçonaria, que serviria de base para o Supremo Conselho.

27 - Proposto, por iniciativa de Manuel de Araújo Porto Alegre (futuro Barão de Santo Ângelo), para Membro Honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), no Rio de Janeiro. O Diploma também é desta data.

Abril (1847) - 9 - Toma posse como Grão-Mestre do Grande Oriente.

Maio - 11 - Por conclusão de licença, apresenta-se e entra formalmente no exercício de suas funções de Senador vitalício do Império pelo RS, ao lado do pai, também Senador e ex-regente do Império. Assume também a função de Membro Honorário do IHGB.

Junho - 1 - Aprovado oficialmente como Membro Honorário do IHGB.

Julho - 8 - No Senado, defende os direitos à promoção daqueles que com ele serviram no Sul.

18 - Defende, como Senador, a promoção para oficiais que combateram a Revolução Farroupilha, alegando que os mesmos haviam sido preteridos.

26 - Comparece à Sessão de Posse das Luzes da Loja Maçônica União Escocesa.

Agosto - 6 - Pede, no Senado, que fosse aumentada a representação da bancada de deputados do Rio Grande do Sul, em face do aumento da população.

25 - 44° aniversário de Caxias.

21 - No Senado, reclama recompensas para os Guardas Nacionais do Rio Grande do Sul.

Setembro - 20 - Reassume, após licença, o Comando das Armas da Corte e da Província do Rio de Janeiro.

Dezembro - 16 - Nasce seu primeiro e único filho varão, Luiz Alves de Lima e Silva (Luizinho), cuja existência foi de somente quinze anos.

1848

Circunstâncias

- Revolução Praieira (PE), luta dos liberais contra conservadores e contra os comerciantes portugueses. O líder foi o liberal Antônio Chichorro da Gama, que lança o “Manifesto ao Mundo”.

- Em Recife e Salvador, respectivamente: 2° Motim do Fecha-fecha e 2° Motim do Mata-mata.

Abril - 5 - Obtém Caxias licença para ausentar-se da Corte.

Julho - 12 - No Parlamento, criticado por um deputado a respeito da paz no sul do país, defende-se polidamente dizendo que cumpriu tudo do que foi encarregado de fazer pelo governo.

Agosto - 25 - 45° aniversário de Caxias.

Outubro - 6 - Reassume o Comando das Armas da Corte, após a licença (ver 05Abr), e depois de encerrados os trabalhos da Assembléia Geral Legislativa.

Dezembro - 19 - Obtém nova licença para ausentar-se da Corte.

1849

Neste ano, Caxias foi um dos organizadores das importantes corridas do Turfe do Rio. Desejando cultivar café, amplia suas propriedades em Valença, adquirindo uma lavoura do cunhado, Brás Fernandes Carneiro Viana.

Março - 19 - Reassume o Comando das Armas da Corte, após licença.

Julho - 17 - Propõe a fusão do Grande Oriente Caxias com o Grande Oriente do Brasil. Encarrega João Fernandes Tavares de tratar com o Senador Araújo Viana a referida fusão.

Agosto - 25 - 46° aniversário de Caxias.

Setembro - 21 - Solicita exoneração do exercício de comandante das armas da Corte.

Novembro - 2 - Obtém nova licença para tratar sua saúde, afastado da Corte.

1850

Conforme o Visconde de Taunay em suas “Memórias”, neste ano Caxias adquiriu uma propriedade no Rio de Janeiro. Ao recebê-la, encontrou 60 escravos negros a mais do que estava combinado com o vendedor. Comunicou o fato ao mesmo, que lhe disse: “São escravos da nação; continue a desfrutar-lhe os serviços”. Imediatamente, Caxias reuniu os negros e lhes deu a liberdade.

Fevereiro - 26 - No Parlamento, combate a criação do Corpo de Fuzileiros Navais, arguindo o Ministro da Guerra sobre se ele corresponderia “...ao que se esperava com a supressão do corpo de artilharia da marinha”... e se era conveniente “...fuzileiros commandados por officiaes da armada, que pouco ou nada entendem dessa arma”... (RMB nº 3, 25 Ago 36, p. 130).

Julho - 3 - Caxias hipoteca apoio ao Senador Holanda Cavalcanti pela retirada da Academia Militar para fora da Corte, a fim de que a mesma não mais estivesse sujeita a possíveis influências políticas.

Agosto - 25 - 47° aniversário de Caxias.

Setembro - 21 - Exonerado, a pedido, do Comando das Armas da Corte, sendo louvado pelo zelo e acerto com que se houve nas funções (ver 21Set49).

26 - Nomeado Membro da Comissão encarregada de propor a distribuição dos oficiais pelas diferentes armas e serviços, segundo suas habilitações.

Novembro - 1 - Primeira reunião de instalação do Club de Corridas, no Prado Fluminense, entre os bairros de São Francisco Xavier e Benfica. O 1° Presidente foi Caxias (vide 1847).

1851

Circunstâncias

- Início da Guerra contra Oribe e Rosas.

- Tratado de Limites, Comércio, Amizade e Subsídios entre Brasil e Uruguai.

Maio - 29 - Com o Tratado de Corrientes, entre o Brasil, Entre Rios e Corrientes, inicia a campanha contra os ditadores Oribe e Rosas, no Prata. O Império designará o Conde de Caxias.

Junho - 15 - Caxias é nomeado, pela 2ª vez, Presidente da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul.

16 - Mediante Decreto, é nomeado Comandante-em-Chefe do Exército no RS, com o exército ainda a organizar.

20 - Inicia a viagem para o Sul, a bordo do vapor Imperatriz.

21 - O Imperador assina a Carta Patente nomeando Caxias para Comandante-em-Chefe do Exército no RS.

23 - Desembarca às 1100 h em Santa Catarina. Segue viagem no mesmo dia.

26 - Às 1600 h, chega ao porto da cidade do Rio Grande.

27 - Parte para a capital do RS, Porto Alegre, às 1130 h.

29 - Assinada por Dom Pedro II e pelo Visconde de Monte Alegre (José da Costa Carvalho),  Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Império, em 15 de maio de 1851, a Carta que outorga a Caxias a Presidência da Província do RS. Às 1000 h desembarca em Porto Alegre, em cujo porto havia chegado na noite anterior.

30 - Toma posse no governo da Província do RS e assume o Comando-em-Chefe do Exército. Expede a Ordem do Dia n° 1 aos seus comandados, exortando-os ao cumprimento do dever.

Julho (1851) - 1 - Expede a Ordem do Dia n° 2 dispondo sobre a organização do seu Estado-Maior (EM).

2 - Publicação da Ordem do Dia n° 3 tratando de Saúde, Avisos do Ministério da Guerra e assuntos gerais.

3 - A OD n° 4 trata da nomeação do Coronel Vicente Villas Boas para Comandante da Guarnição e Fronteira do Rio Grande, entre outras.

4 - À tarde, Caxias parte para Rio Grande, a bordo do Vapor de Guerra Fluminense.

5 - Caxias chega a Rio Grande. Saca 800 contos de réis para organizar seu Exército e entrar em Campanha. À noite, recebe manifestações populares de boas-vindas.

Nesta época, foi organizado no Rio o 15° Batalhão de Infantaria, formado de 1.800 alemães (contratados) trazidos de Hamburgo pelo Ministro da Guerra Sebastião do Rêgo Barros, para a campanha contra Oribe e Rosas, contra a vontade de Caxias. O resultado foi o pior possível (VASCONCELOS, 1942, p. 413/415).

6 - Publica a sua Ordem do Dia n° 5, tratando de nomeações e de outras disposições para o Exército.

7 - Preside a cerimônia de batismo da Bandeira do Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional (GN) de Rio Grande, da qual fica sendo padrinho.

9 - Determina a reunião da GN, e que as tropas estacionem na região de Orqueta, em Pelotas.

10 - Dirige-se a Pelotas, a fim de iniciar a marcha para o Prata. Em Pelotas, passa em revista as tropas do Batalhão 13 de Infantaria, três companhias de alemães engajados e do Batalhão da GN.

11 - Em Ordem do Dia (n° 6), transcreve Decreto de perdão aos desertores, desde que se apresentem no prazo de seis meses.

12 - Expedição da Ordem do Dia n° 7, que trata de assuntos gerais. À noite comparece, juntamente com o seu Estado-Maior (EM), a um baile a ele oferecido pela Câmara Municipal de Pelotas.

14 - Parte de Pelotas, às 2200 h, a bordo do Vapor Portoalegrense, para uma Estância à margem direita do rio Piratiní.

15 - Chegando ao destino, providencia o desembarque de material bem como a compra de cavalares para os oficiais do seu EM.

16 - Parte, em marcha a cavalo, para o acampamento de Orqueta, onde chega à tarde, passando em revista as tropas do 2° Regimento de Cavalaria Ligeira e dos Batalhões de Infantaria 3° e 11°. 

17 - Pela manhã, passa em revista todo o acampamento.

18 - Examina a cavalhada (1.000 animais) recentemente comprada para as operações.

19 - Ordem do Dia n° 8, na qual nomeia, transfere e transcreve Aviso do Ministro da Guerra sobre promoções de oficiais.

20 - Em Ordem do Dia (n° 9), cria uma companhia de Sapadores e Transporte, faz nomeações e manda colocar em vigor as Instruções do Marechal inglês Lord William Carr Beresford, de 1850, para a Cavalaria, com modificações por ele (Caxias) implementadas.

23 - Permanece em Orqueta até esta data, tomando medidas gerais e efetuando compras de bois, carretas, etc., já que havia falta quase absoluta de meios para o deslocamento das tropas.

24 - Começa a marcha Orqueta-Cerrito-Pedro Osório-Bagé-Sant’ana do Livramento.

25 - Prossegue a marcha, fazendo etapa de 3,5 léguas (+ - 21 Km) e acampa na região de Estância do Major Balbino.

26 - Atinge o Arroio do Chasqueiro, afluente da Lagoa Mirim, onde acampa. Expede a Ordem do Dia n° 10, criando uma Divisão a duas brigadas, ao comando do Brigadeiro José Fernando dos Santos Pereira. O general uruguaio Eugenio Garzón, em carta a Caxias, sendo amigos de longa data, manifesta satisfação e oferece o seu apoio às operações contra o ditador argentino Juan Manuel de Rosas.

27 - Prossegue a marcha, indo acampar no Passo das Pedras do Arroio Herval.

28 - Reinicia a marcha, fazendo quatro léguas, e acampando na região de uma das cabeceiras do rio Piratiní.

29 - Marchando 2,5 léguas, acampa na região de Estância das Pedras Altas.

30 - Prossegue três léguas, passa o Arroio Candiotinha no Passo da Conceição e acampa na margem direita.

31 - Continuando, perfaz três léguas por estrada, acampando no Passo Geral do Candiota.

Agosto (1851) - 1 - Neste dia, marcha duas léguas e acampa junto ao Arroio Seival. Expede a Ordem do Dia n° 11 com assuntos gerais.

2 - Movimenta-se em direção Oeste. Após 3,5 léguas (+ - 21 Km), acampa na região da Estância do Coronel Medeiros.

3 - Chega a Bagé, onde recebe e expede correspondências, e adquire material para o Exército.

4 - Permanece acampado na Vila de Bagé, recebendo e respondendo ofícios e expedindo diversas ordens.

5 - Às 0700 h parte para Sant’Ana do Livramento. Após uma marcha de 4,5 léguas, acampa na região de Passo do Acampamento, na margem direita do Arroio Piraí-Grande.

6 - Parte às 0630 h, marcha cinco léguas e acampa na região de Estância dos Cunhas, Ponche Verde, Dom Pedrito.

7 - Prossegue, atravessa o banhado do Ponche Verde, marcha quatro léguas e acampa na Estância de Tristão Gusmão, ainda na região de Ponche Verde. Neste dia, Caxias recebe o Coronel João da Silva Tavares, o qual veio oferecer seus serviços “em prol da Causa Nacional”.

Nota: Tavares (futuro Visconde do Cerro Alegre) tinha lutado ao lado de Caxias contra a Revolução Farroupilha.

8 - Continuando, faz uma etapa de seis léguas (36 Km) e acampa junto à margem direita do Arroio Upamarotí.

9 - Em prosseguimento, marcha por 5,5 léguas até o Serro de Itaquatiá, onde acampa, a quatro léguas de Sant’ana do Livramento.

10 - Chega a Livramento, depois de seis dias de difícil marcha por terrenos alagados pela chuva e com muito frio.

12 - Caxias recebe ofício comunicando a apresentação do Major uruguaio Benito Hubô, com 86 homens, o qual havia abandonado as fileiras de Oribe. Recebe também a apresentação do Gen Daví Canabarro, Comandante da Guarda Nacional de Livramento e Quaraí.

13 - Continuando em Livramento, recebe informações sobre as tropas de Oribe, toma providências em relação à fronteira, manda Osorio ir à presença do General Justo José Urquiza, adversário de Rosas, combinar os próximos movimentos. Expede sua Ordem do Dia n° 12, sobre contagem de antiguidade e Avisos do Ministro da Guerra.

15 - Neste dia, recebe o Brigadeiro João Caldwell, vindo de São Gabriel. Caldwell, futuramente, seria o Comandante das Armas do RS.

16 - Ainda em Sant’ana, toma diversas providências em relação à segurança da fronteira e expede ofício a Urquiza.

17 - Desloca-se a Itaquatiá, retornando no mesmo dia.

18 - Permanece em Livramento, na preparação das tropas para adentrar o território uruguaio.

21 - Parte para a região de Arroio Sarandí, a fim de inspecionar as tropas que acabavam de chegar de São Gabriel.

22 - Na localidade de Sarandí, prossegue nas minuciosas revistas às tropas ali acampadas.

23/24 - Ainda em Sarandí, toma diversas providências em relação à logística, principalmente sobre o armamento, munição e fardamento.

25 - Retorna a Livramento. À tarde, recebe a apresentação do Coronel de Engenheiros Miguel de Frias e Vasconcelos, vindo da Corte para compor o Exército nas operações. 48° aniversário.

26 - Oficia à Corte, em relação à confecção de uniformes e lanças, e solicitando a remessa de armamento, fardamento, equipamento e munição. Expede a Ordem do Dia n° 13, criando dois regimentos de cavalaria da Guarda Nacional, entre outras medidas.

27 - Em Ordem do Dia nº 14, faz diversas nomeações e publica várias disposições para o Exército. 

28 - Conclui a organização do Exército em Operações em Sant’ana do Livramento. Organiza o mesmo em quatro divisões, comportando 14 brigadas que, sob seu comando, iniciarão as operações contra o ditador uruguaio Manuel Oribe, o que registra na Ordem do Dia n° 15. Nomeia o Coronel Miguel de Frias e Vasconcelos seu Chefe de Estado-Maior.

Setembro (1851) - 3 - Até este dia, ocupa-se Caxias da logística para o prosseguimento das ações, incluindo cavalos para montaria e provisão de gado bovino para consumo.

4 - Em marcha, Caxias transpõe a fronteira por Sant’ana do Livramento, com 16 mil homens, e dirige-se a Rio Negro para combater Oribe. Ao chegar a Cuña Peru, lança a sua Ordem do Dia de n° 18, informando a tropa sobre a situação das operações e conclamando-a ao cumprimento do dever. Neste local, efetua a junção da 1ª Divisão com a 2ª.

5 - Prosseguindo duas léguas, acampa na região de Capão Inglês.

6 - Permanece no Capão Inglês, face às chuvas e ao intenso frio.

7 - Continua às 0720 h, indo acampar na região de Estância João Vicente.

8 - Permanece no mesmo local, em face da chuva e dos campos alagados.

9 - Em progressão da marcha, acampa na região de cabeceiras do Taquarembó.

10 - Marchando somente meia légua, em face do frio e da chuva, acampa na outra cabeceira do Taquarembó.

11 - Marchando 2,5 léguas, acampa na região da última nascente do Taquarembó.

12 - Reinicia a marcha às 0630 h, na direção Oeste, depois Sudoeste (SO), indo acampar na região do Arroio Laurel.

13 - Marchando 2,5 léguas, acampa na região do Arroio Mata-Olho.

14 - Progredindo, acampa, após 1,5 léguas, na região de Infernillo, permanecendo até o dia 16.

15 - Aproveita para passar revista e determinar exercícios de combate à tropa de Infantaria.

16 - Reinicia a marcha em direção ao Sul, acampando na região de Arroio Três Cruzes. A partir deste dia, e até 25, Caxias sofreu de “violenta cólica” e “forte irritação intestinal” (VASCONCELOS, 1942, 2° Vol, p. 441), o que o obrigou a deslocar-se na sua carretilha.

17 - Em continuidade da marcha, sob temperatura de 4°C, o Exército acampa ainda na região de Arroio Três Cruzes.

18 - Na direção geral SO, a marcha deste dia vai até a região do Passo do Taquarembó-Chico. Pela manhã, Caxias recebe ofício de Urquiza dando conta de que Oribe havia solicitado uma trégua de 70 horas, com vistas a negociar “um convênio”.

19 - Acompanhado de seu Estado-Maior e piquete, Caxias acantona em uma casa da Estância do Goiacá, próximo ao acampamento de suas forças. Em seguida, ordena que a 1ª Divisão marche em direção ao Passo de Polancos, a fim de atravessar o Rio Negro.

20 - Permanecendo o Exército acampado até o dia 22 são realizados, pela manhã, exercícios de Infantaria e Cavalaria.

21 - Ainda sofrendo terrivelmente de males intestinais, Caxias expede sua Ordem do Dia n° 20, na qual trata de assuntos relacionados aos oficiais de Saúde. 

22 - Reiniciando, a marcha foi de 2,5 léguas, até as cabeceiras do Rio Araranguá, onde acampou.

23 - Marcha reiniciada, a progressão foi até a região de nascente do Queguaí, onde se montou o acampamento.

24 - Permanecendo acampado no mesmo local, Caxias expede a sua Ordem do Dia n° 21, contendo disposições sobre o serviço interno, ordens de marcha e estacionamentos.

25 - Em movimento rumo a E, a tropa marchou 1,5 léguas até o Arroio dos Tambores, onde acampou e foi expedida a Ordem do Dia n° 22, na qual está contida a recomendação do respeito ao direito de propriedade. Neste dia Caxias, recuperado parcialmente de seus males, já pode fazer a marcha a cavalo, embora “quebrantado e desfigurado” (VASCONCELOS, 1942, 2° Vol., p. 444).

26 - Na continuidade da marcha, a tropa progrediu três léguas, acampando na região do Arroio Batoví.

27 - Neste dia, as forças de Caxias iniciam a passagem dos afluentes do Rio Negro, iniciando com o Arroio Malo, acampando depois.

28 - Marchando em direção Sudeste, a tropa transpõe o Arroio Rolão e o Arroio Charaíta, acampando após.

29 - Às 0625 h reinicia a marcha, com etapa de três léguas, acampando nas margens do Arroio da Carpintaria.

30 - Marchando somente meia légua, a tropa transpôs o Carpintaria e acampou junto aos Cerros Dos Hermanos.

Outubro (1851) - 1 - Permanece acampado em Dos Hermanos. Recebe Caxias o boato de que já estava havendo negociações entre o Brasil e Oribe, mas decide prosseguir, aguardando informações oficiais.

2 - A tropa prossegue até a margem direita do Negro, o qual começa a transpor no Passo de Polancos e no chamado Passo de Oribe. 

3 - Continua a transposição do Rio Negro.

4 - Caxias conclui a passagem do Rio Negro, operação que durou três dias.

5 - Continua a marcha em direção ao Sul. Após 2,5 léguas, acampa na região de Padre Tomaz.

6 - Com a marcha reiniciada, a tropa perfaz quatro léguas, acampando junto ao Arroio da Carpintaria Grande.

7 - Transpõe a tropa o Arroio e chega à região de Arroio de Quadras, onde acampa, depois de três léguas de marcha.

8 - Segue na direção geral Sul, transpõe o Arroio Salinas e chega às margens do Arroio Mestre de Campo, onde acampou. Foram 3,5 léguas. 

9 - Prossegue a marcha e transpõe o Arroio do Salso, indo acampar à margem do Rio Yí (Gí).

10 - Permanecendo o Exército acampado no Yí, Caxias desloca-se para a região de Montevidéo (Cerro) para encontrar-se com Urquiza, com o qual tratará das operações e da possível capitulação de Oribe. Pernoita em Arroio do Castro.

11 - O Exército prossegue a marcha. Chegando à margem direita do Yí, acampa abaixo do Passo de Polancas. Caxias, em deslocamento para Montevidéo, recebe a notícia da capitulação de Oribe, feita em separado a Justo Urquiza, no Passo del Molino, o que lhe desagrada. Pernoita junto ao arroio Santa Luzia-Chico.

12 - Celebrados os cinco Tratados de Aliança entre o Brasil e o Uruguai: Perpétua Aliança, Extradição, Comércio e Navegação, Socorro e Limites. O Exército prossegue, continuando a transposição do Yí. Caxias, em deslocamento para Montevidéo pernoita, ainda, junto ao Santa Luzia.

13 - Executam a transposição do Yí a 1ª Divisão, o Hospital e os materiais da Ajudância-General e do Quartel-Mestre General. Caxias pernoita na Vila de Piedras.

14 - Chega Caxias ao acampamento de Urquiza, encontrando a paz já feita. Solicita uma reunião entre ele, o General Eugenio Garzón, Urquiza, e os ministros uruguaios da Guerra e do Exterior.

15 - Urquiza visita Caxias. Na residência de Garzón, é realizada a reunião solicitada por Caxias para tratar dos “negócios pendentes do Rio da Prata”. A luta agora será contra Rosas. Concluída a transposição do Yí pelo Exército, a qual levou seis dias.

16 - Prossegue a marcha do Exército, indo acampar, após três léguas, na região de Arroio do Castro.

17 - Desloca-se Caxias para o porto de Montevidéo, onde visita o Chefe de Esquadra John Pascoe Grenfell. Permanece na capital uruguaia até o dia 29, tomando diversas providências. Concluída a passagem pelo Arroio do Castro, o Exército prossegue a marcha (quatro léguas) até a margem esquerda do Arroio da Cruz.

18 - Neste dia, três léguas ao Sul, acampou a tropa na região de Passo da Cruz, no Rio Santa Luzia Chico. 

19 - Às 0600 h, reiniciou-se a marcha. Após a transposição do Rio Santa Luzia Chico a tropa acampou na região de Cardales.

20 - Continuando na direção Sul, o Exército marchou duas léguas, acampando na região de Passo do Coelho, Rio Santa Luzia. Fica todo o Exército reunido neste local. Até esta data, foram 500 Km em 30 dias, com média de quase 17 Km/dia.

21 - Permanece o Exército acampado nesta região. Caxias determina o estabelecimento de um Hospital Militar em Canelones.

22 - Continua acampado na região de Passo do Coelho.

23 - Tendo sido extinto o 6º Batalhão de Caçadores, o Exército recebe os remanescentes, que foram distribuídos entre as outras unidades.

24 - Neste dia, ocorre mudança do local do acampamento para 4,5 Km a jusante do Santa Luzia, onde é realizada a junção da 3ª Divisão com o grosso.

25 - São distribuídas as 400 praças do extinto 6° BC pelos corpos mais desfalcados.

29 - Caxias começa o retorno de Montevidéo, pernoitando em Canelones.

30 - Permanece em Canelones, tratando do futuro hospital.

31 - Parte de Canelones e chega no mesmo dia ao acampamento do Exército, quando foi cumprimentado por toda a oficialidade, realizando revista a seguir, e assistindo ao desfile da 3ª Divisão.

Novembro (1851) - 1 - Prosseguindo a marcha, o Exército tomou a direção Oeste/Sudoeste, indo acampar na margem esquerda do Rio Santa Luzia. Expede Caxias a sua Ordem do Dia n° 23. Neste dia, recebendo ofícios do Encarregado de Negócios do Brasil junto ao Uruguai, Conselheiro Honório Hermeto Carneiro Leão, Caxias resolve deslocar-se de novo a Montevidéo, partindo às 1400 horas e pernoitando em Canelones.

2 - Caxias chega a Montevidéo. O Exército prossegue até a confluência do Arroio da Virgem com o Santa Luzia, onde acampa.

5 - Começa o retorno de Caxias de Montevidéo. Pernoita em Piedras.

6 - Chega ao local do acampamento.

7 - Expede a OD n° 24, permanecendo acampado no mesmo local.

8 - Levanta acampamento e acampa novamente no Passo do Soldado. 

9 - Caxias recebe a visita do Conselheiro Hermeto Leão, acompanhado de José Maria Paranhos e de Grenfell, tendo recebido a comitiva todas as honras militares e sendo cumprimentada por toda a oficialidade. Após o jantar foram dados votos de saúde ao Imperador, a Artilharia salvou e foi tocado o Hino Nacional Imperial.

10 - Retorno da comitiva oficial a Montevidéo. Caxias permanece acampado no mesmo local, onde expede a sua OD n° 25.

11 - Prosseguindo o deslocamento para a Colônia do Sacramento, o Exército vai acampar nas nascentes do Arroio Cagancha.

12 - Marcha até o Passo do Cagancha, onde acampa.

13 - Prossegue até o Rio São José e o atravessa, indo acampar junto ao Passo do José Inácio.

14 - Marcha até a margem esquerda do Arroio João, onde acampa.

15 - Continua até a margem esquerda do Arroio Pavão, transpõe o mesmo para o lado ocidental e acampa.

16 - Na direção Oeste, marcha até o Arroio Cufré (afluente do Prata), transpondo-o e acampando após.

17 - Permanece no Cufré. Publica a Ordem do Dia n° 26, com a nova organização do Exército (20 mil homens) em operações.

18 - Prossegue até o Arroio do Rosário (3,5 léguas), o qual atravessa para a margem direita (ocidental) e acampa.

19 - Na continuidade, atravessa o Arroio Cola e acampa.

20 - Às 0500 h, reinicia a marcha, indo acampar na margem direita do Arroio Minuano.

21 - Assinado em Montevidéo o Tratado de Aliança entre Brasil, Uruguai e os estados de Entre-Rios e Corrientes, para pôr termo à opressão de Rosas. Caxias prossegue a marcha, atravessa o Arroio Sauce e acampa.

22 - Caxias chega à Colônia do Sacramento, deixando a tropa acampada nas imediações da cidade. Nomeia o Coronel Francisco Pereira Pinto Comandante da Guarnição. 

Dezembro - 1 - Falecimento inesperado, quando em deslocamento para Montevidéo, do General uruguaio Eugenio Garzón, amigo de Caxias.

14 - Caxias destaca a 1ª Divisão, com 4.020 homens sob o comando do Brigadeiro Manoel Marques de Souza III, para incorporar ao Exército Aliado, sob o comando de Justo José Urquiza, a fim de combater Rosas. Antes da partida da tropa, dirige à mesma uma proclamação, contida na Ordem do Dia n° 33: “Marchai, que no momento do perigo tudo fará para achar-se convosco o vosso general e melhor amigo”.

15 - Caxias expede a sua Ordem do Dia n° 34, a última do ano de 1851, na qual trata de assuntos gerais.

23 - Começa a transposição do Rio Paraná, em Diamante. Esta operação durou 16 dias, sendo concluída a 08 de janeiro de 1852.

1852

Janeiro - 1 - Primeira Ordem do Dia do ano, a de n° 35: assuntos gerais.

5 - Começa o deslocamento da chamada Divisão Auxiliadora Brasileira para transpor o Rio Paraná e entrar em território argentino. Caxias permanece na Colônia do Sacramento. Fundação (em Santos), com Carta Constitutiva depois assinada por Caxias, da Loja Fraternidade, a mais antiga Loja Maçônica santista em atividade.

8 - Completa a transposição do Rio Paraná pelo Exército Aliado, que se concentra na região de Espinilho. Inicia imediatamente o deslocamento em direção a Buenos Aires, com o nome mudado para Exército Grande da América do Sul.

9 - Fusão do Grande Oriente do Brasil (GOB) com o Grande Oriente Caxias, em sessão presidida pelo Marquês de Abrantes. A Caxias (ausente) é concedido o título de Grão-Mestre Honorário da Ordem e por isso foi considerado o 6° Grão-Mestre do GOB. Até sua morte, Caxias foi o ‘Garante’ da amizade entre o Supremo Conselho da Inglaterra perante o GOB.

17 - Caxias e Grenfell, sem desembarcarem da Corveta Dom Afonso, reconhecem visualmente o porto de Buenos Aires, no planejamento para as ações contra Rosas. Escolhem o ponto para a hipótese de desembarque.

Fevereiro - 3 - As forças de Caxias, comandadas por Manoel Marques de Souza III e Manoel Luis Osório, mas sob o comando geral de Urquiza, vencem os rosistas na Batalha de Monte Caseros. Caxias não participa da batalha, permanecendo na Colônia do Sacramento com 16 mil homens em reserva. Nesta mesma data, é condecorado pelo governo do Uruguai pela sua campanha contra Oribe.

4 - Marques de Souza III descreve a Caxias, por escrito, com o QG já em Palermo, a Batalha de Monte Caseros, também chamada de Morón, ou ainda de Batalha dos Santos Logares. 

5 - Em Buenos Aires, Caxias publica a sua OD nº 40, versando sobre a brilhante vitória dos campos de Morón (Monte Caseros), da qual resultou a fuga de Rosas, embarcado em um navio inglês.

9 - Em documento desta data, com QG em Palermo, Urquiza faz relato a Caxias sobre a “...memorável jornada de 3 do corrente, em que as armas aliadas se cobriram de glória”...

11 - Caxias retorna para a Colônia do Sacramento.

12 - Entrada triunfal do Exército Aliado em Buenos Aires, ocasião em que é ovacionado pela população. No desfile da tropa, Urquiza, ao lado de Caxias, manifestando sua admiração pelo garbo, disciplina, limpeza e correção da tropa brasileira, perguntou ao brasileiro: “- com quantos fuzilamentos conseguiu V.Excia. tão belo resultado? Caxias disse: “nenhum”. (CORDOLINO, 1952, p. 179).

Março (1852) - 1 - Caxias recebe carta de Urquiza, desta data, agradecendo ao Exército Brasileiro a participação na luta contra Rosas: “...Os valentes que a compõem, fiéis à voz da honra e à dignidade de sua Pátria...”. Inicia a Divisão Brasileira o regresso ao território do RS.

6 - A Divisão Brasileira chega a Montevidéo.

3 - Promovido a Tenente-General (atual General de Exército), depois de sete anos como Marechal de Campo Efetivo.

9 - Chega a Montevidéo, em deslocamento de retorno ao Brasil.

12 - Assinada pelo Imperador a Carta-Patente de promoção de Caxias ao posto de Tenente-General.

14 - Mediante Decreto, é criada a Medalha de Ouro para os oficiais-generais em ação na República do Uruguai. Caxias a receberá, por ter sido Comandante-em-Chefe. Concedida, também, a Medalha de Honra ao Exército Brasileiro, pela vitória contra Rosas. 

22 - Caxias visita, em Montevidéo, a viúva do General Garzón, Ângela (Marquesa de Montes Claros), e sua filha Paulita, pelo falecimento do oficial uruguaio, seu amigo.

23 - Caxias, ainda em Montevidéo, reúne-se com Honório Hermeto Carneiro Leão (representante do Império no Uruguai), Grenfell e Rodrigo de Souza Pontes (diplomata brasileiro) para estudar o problema das relações entre o Império e a nação oriental.  

Abril - 1 - Na Ordem do Dia nº 47, Caxias designa o Reverendo Padre Capelão Manoel da Vera Cruz para as funções do seu ministério junto ao Hospital da Cidade de Rio Grande (RS).

3 - Em resposta a uma carta, Urquiza escreve a Caxias reafirmando a paz conquistada e sua manutenção dizendo que a mesma “não pode e não deve ser alterada”. Referia-se Urquiza à rivalidade entre blancos e colorados no Uruguai (PEIXOTO, 1973: p. 227).

4 - Caxias inicia a marcha de retorno de seu vitorioso Exército da região da Colônia do Sacramento para o RS.

12 - Na marcha de retorno, o Exército passa pelo Arroio Santa Luzia-Chico.

20 - Chega a Arroio Tala.

Maio (1852) - 5 - Nesta data, o Exército passa pelo Arroio Talita.

11 - Chegada a Arroio Salso.

12 - O Exército de Caxias passa pelo Arroio Oriental.

15 - O Tratado de Aliança entre Brasil e Uruguai sofre ajustes em relação às fronteiras. Caxias prossegue em sua marcha.

24 - Chegada ao Arroio do Frade Morto.

30 - Aos 56 dias de marcha, o Exército atinge e atravessa o Arroio Chuí.

31 - Nesta data, Caxias atravessa o Arroio Malo.

Junho (1852) - 4 - Na vila de Jaguarão, depois de nove meses de campanha e mais de 1.800 Km percorridos, Caxias despede-se, em Ordem do Dia, do seu Exército e da Guarda Nacional.

9 - Em Ordem do Dia nº 62, Caxias declara terminado o estado de guerra a 4 de junho, determinando o regresso do Exército à Província do RS.

22 - Decreto Imperial exonera Caxias do Comando-em-Chefe do Exército do Sul.

23 - Entrega o governo do RS ao vice-presidente Luís Alves Leite de Oliveira Belo.

26 - Por Decreto Imperial, é elevado ao título de Marquês. Em Bagé, recebe a confirmação da concessão da Medalha de Ouro concedida aos oficiais-generais que lutaram no Uruguai (ver 14 Mar).

30 - Retorna à Corte, proveniente do RS, apresentando-se nesta data.

Julho - 3 - Por parte do General João Frederico Caldwell, comandante da 2ª Divisão do Exército, Caxias é alvo de significativa homenagem.

21 - Assinatura do Decreto de Exoneração das funções de Presidente da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul.

22 - Remetida a Caxias a cópia do Decreto que o exonerou do Comando-em-Chefe do Exército que atuou no Prata.

Agosto - 25 - 49° aniversário de Caxias.

Setembro - 5 - Mediante Carta do Conselho Imperial recebe a informação da concessão do Diploma e da Medalha de Ouro da Campanha do Uruguai, esta pendente de fita verde no pescoço.

Obs.: conforme PEIXOTO (1973: 232) nesta época Caxias recebe uma dispensa para tratamento de saúde na estação de águas medicinais de Baependi, MG, de onde retorna recuperado.

1853

Junho - 1 - Carta Imperial confere a Caxias a Carta de Conselho, dando-lhe o direito de tomar parte direta na elevada administração do Império. Mediante Carta, o Imperador “há por bem fazer mercê ao...de o elevar a Marquez do mesmo titulo em sua vida”, promovendo Caxias a Marquês.

Agosto - 25 - 50° aniversário de Caxias.

Dezembro - 2 - Morre no Rio o pai de Caxias, o General Francisco de Lima e Silva. Foi senador, Comandante das tropas em operações em Pernambuco em 1824 e membro da Regência Trina do Império. Neste ano, no Senado, Caxias apresenta o Projeto n° 148, propondo a criação de um colégio militar para órfãos de militares e filhos de militares incapacitados.

1854

Neste ano, Caxias promove, na prática, a fusão do Grande Oriente de Caxias com o Grande Oriente do Brasil, já decidida em janeiro de 1852, mas não continua no cargo de Soberano Grande Comendador, embora prossiga como um dos grandes Baluartes do Supremo Conselho.

Também neste ano, a primeira estrada de ferro em solo brasileiro foi inaugurada no Rio de Janeiro por Irineu Evangelista de Souza, Barão de Mauá. Ela se estendia do Porto de Estrela, local de nascimento de Luiz Alves de Lima e Silva, hoje Duque de Caxias, à Raiz da Serra, próximo a Petrópolis.

Ainda em 1854, houve a conclusão das obras da Ponte de Pedra, centro de Porto Alegre, iniciadas durante o governo de Caxias e por sua iniciativa. A ponte, de três arcos planos, permitia a ligação viária do centro com as antigas chácaras da cidade. Tombada pelo município em 1979.

Julho - 3 - Em discurso no Senado, Caxias explica a sua rejeição aos estrangeiros engajados no Exército na Campanha contra Oribe e Rosas dizendo que eles “...haviam-se conduzido mal”. Fora obrigado a dissolver a Companhia de Pontoneiros e não concordava com o fato dos europeus estarem sujeitos ao regulamento prussiano e não ao do Conde de Lippe, “não sendo possivel manter num exercito dois regulamentos”. Acrescenta que “De oitenta deles que estiveram em Monte Caseros haviam desertado quase todos” (RMB nº 3, de 25 Ago 36, p. 129).

Agosto - 25 - 51° aniversário de Caxias.

28 - Decorridos 27 anos da batalha do Passo do Rosário o então Marquês de Caxias, sócio honorário do IHGB, respondeu a um questionário de nove quesitos que lhe dirigira o secretário do Instituto, Dr. Joaquim Manoel de Macedo.

1855

Neste ano, começou o 1º período de Caxias como Ministro da Guerra. Na área do ensino aumentou as exigências para o ingresso na Escola Militar, introduzindo outras disciplinas, além da redação e das quatro operações aritméticas. Transferiu as instruções práticas do Largo de São Francisco para as unidades e para a Fortaleza de São João, na Urca. Contratou profissionais para as aulas de equitação, veterinária, pirotecnia e trabalhos de sapa. Para os exercícios de manobra e tiro, dotou a Escola de terrenos de “Salitre junto á Lagoa Rodrigo de Freitas”. Para a instrução da tropa, abandonou os métodos de Bernardo Zagallo (Infantaria), do General Lord Beresford (Cavalaria) e da Guarda Real Francesa, General João Pardal e Comissão de Prática (Artilharia), e adotou as ordenanças do Exército Português provisoriamente “emquanto não se organiza uma táctica elementar privativamente nossa, em harmonia com as circunstamcias peculiares ao nosso exercito, e com a natureza de nossas guerras”.  

Junho (1855) - 14 - Mediante Decreto, Caxias é nomeado Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Guerra, pela primeira vez.

16 - Toma posse nesta data, substituindo o General Pedro de Alcântara Bellegarde.

27 - Em Circular desta data, determina: que os Corpos façam exercício todos os dias, o cumprimento fiel do Regulamento de uniformes, o estabelecimento de escolas de 1ªs letras nos corpos e que as praças sejam bem alimentadas.

Julho - 18 - Cumprindo determinação imperial, ordena que os oficiais que “marchão em serviço” de um para outro ponto tem direito a adicional e etapas.

20 - Após um mês de gestão na pasta da Guerra, Caxias responde, no Parlamento, às reflexões de vários parlamentares, revelando-se perfeito conhecedor do orçamento de seu Ministério.

21 - Em Circular, declara que as praças do Exército que tendo concluído o tempo continuam a servir sem engajamento devem perceber soldo dobrado.

25 - Cumprindo ordem imperial, determina que o Batalhão d’Engenheiros fique sob a jurisdição e inspeção do Comandante das Armas da Corte.

30 - Em Circular, determina que sejam postas em liberdade as praças desertoras que não tenham sido processadas por falta de Conselho de Disciplina.

Agosto - 17 - Por ordem do Imperador, determina que “sejão glozados” (anulados) os vencimentos, além do meio soldo, aos oficiais em gozo de licença não concedida pela Secretaria da Guerra (Ministério).

18 - Com Decreto desta data, Caxias baixa um Regulamento pelo qual é cerceada a prepotência dos Conselhos de Inquirição, e dado aos oficiais o direito de defesa.

21 - Cumprindo determinação do Império, define o sistema de abastecimento de gêneros do Presídio de Fernando de Noronha, fazendo com que os preços praticados “pelos vivandeiros” sejam razoáveis, ressaltando que o assunto é da responsabilidade do Comandante do Presídio.

24 - Falece seu tio e mentor, o Marechal do Exército José Joaquim da Lima e Silva, Visconde de Magé.

25 - 52° aniversário de Caxias.

Setembro (1855) - 5 - Por Decreto Ministerial, Caxias determina que as promoções dos militares não seriam mais com as aberturas de vagas, mas sim “todas conjuntamente na mesma data” (CAMPOS, 163).

6 - Pelo Decreto 1.649, cria nos regimentos os “Conselhos Econômicos” (RMB nº 3, de 25Ago36, p. 168).

10 - Em Circular, determina o desconto, dos vencimentos dos “empregados” nas Repartições do Ministério da Guerra, dos dias faltosos sem causa justificada.

12 - Em Circular, publica determinação imperial que aprova as “Instrucções para a escripturação dos Livros Mestres dos Corpos”, hoje substituídas pelos livros de alterações de oficiais e praças. Através de Aviso, regula os fatos e documentos a serem averbados para o acesso dos militares às promoções.

14 - Por Aviso, especifica os casos em que os desertores reconduzidos que extraviaram material da Fazenda Nacional devem ou não sofrer desconto em seus vencimentos.

19 - Mediante Decreto, estabelece normas sobre licenças e sobre antiguidade dos oficiais e praças.

20 - Mediante Circular, publica determinação imperial no sentido de que nas fortalezas não se façam sinais “com tiro de bala” aos navios de guerra estrangeiros e aos mercantes, mas somente nos casos previstos.

21 - Por determinação do Imperador, publica Circular estabelecendo regras para os castigos corporais de correção (chibata) e o procedimento para a exclusão dos réus de “3ª deserção simples”.

22 - Mediante Aviso, comunica que os militares podem ser presos pelas autoridades civis, em circunstâncias específicas.

29 - Através de Circular, põe em execução o Regulamento para Conselho de Inquirição de oficiais, hoje substituído pelo Conselho de Justificação. 

Outubro - 1 - Em Circular determina, por ordem do Imperador, que os oficiais transferidos, e que seguem por terra, tem direito a ajuda de custo e outras vantagens já estabelecidas em Aviso anterior. 

6 - Mediante Decreto, estabelece regulamentação para os regimes internos das unidades, normas precursoras do atual Regulamento Interno e dos Serviços Gerais (R-1 ou RISG).

8 - Mediante Aviso, publica ordem do Imperador no sentido de que “os Auditores de Guerra gozão de Graduação de Capitão e...devem usar do uniforme estabelecido”... 

9 - Publica Aviso declarando que nos lugares em que não houver Auditores devem ser nomeados os Juízes de Direito das Comarcas.

27 - Em Circular, recomenda que as gratificações aos oficiais do Corpo de Engenheiros sejam reguladas de acordo com as Instruções de 10 de janeiro de 1843.

Novembro (1855) - 5 - Publica Resolução Imperial determinando que os réus excluídos do serviço militar por força de sentença sejam processados “no foro comum, quando comettão fuga”...

7 - Mediante Decreto, Caxias define quais as armas cuja subtração constitui agravante do crime de deserção das praças de pré, entre outras providências.

Nota: a denominação “praça de pret” vem da Idade Média e designa o soldado temporariamente a serviço, sem garantia de estabilidade. Não é mais usada no Exército essa denominação.

9 - Em Aviso, declara que “os filhos dos Officiaes honorários estão nas circunstancias de ser reconhecidos 1°s e 2°s Cadetes, e que os ditos Officiaes tem direito á Ordem de Aviz”...

24 - Com o Decreto nº 1.680, desta data, Caxias obtém dotar os Conselhos de Investigação, Inquirição e Disciplina de formulários, unindo assim as garantias do direito natural com as exigências da disciplina militar. 

Dezembro - 25 - Em Aviso, declara que os oficiais da Guarda Nacional não podem servir nos Conselhos de Guerra e Juntas de Justiça.

27 - Por Aviso, manda por em execução “o grande uniforme do Corpo de Engenheiros”.

29 - Por Decreto, estabelece regulamentos para as fábricas e arsenais.

"Os pactos sem a espada são apenas palavras e não têm a força para defender ninguém”. (Thomas Hobbes, em Leviatã)

1856

Janeiro - 7 - Através de Circular, Caxias proíbe a fabricação de fardamentos nos corpos de tropa localizados nas guarnições onde houvesse Arsenal de Guerra.

12 - Mediante Aviso, estabelece organização única para todos os sete batalhões de fuzileiros do Exército.

14 - Através de Circular, estipula os casos em que se deveria proporcionar transporte por mar aos oficiais do Exército movimentados e suas famílias.

18 - Recomenda que nos “livros mestres” (registro das alterações) se registrasse o dia do casamento dos oficiais e praças, nome da mulher e filhos, com datas de nascimento e óbito, se fosse o caso.

19 - Determina que os oficiais e praças licenciados para estudar na Escola Militar mas reprovados no exame de suficiência, terão desconto no tempo de serviço do período, por terem inutilmente perdido esse tempo.

7 - Determina que as vagas dos Sargentos nomeados Oficiais das Companhias de Pedestres “não se preenchão, por serem...postos de comissão”.

Nota: as “Companhias de Pedestres” foram criadas em 1836 para proteger colonos e trabalhadores subordinados à Repartição Especial de Terras Públicas, inspetores e agrimensores encarregados de medir lotes, contra os ataques dos gentios, de acordo com a Lei de Terras.

Março (1856) - 13 - Mediante Aviso, declara que os comandantes das Companhias de Pedestres tem precedência sobre os Alferes, sendo considerados Tenentes.

Abril - 11 - Por Circular, determina que os oficiais agregados por motivo de saúde sejam inspecionados de seis em seis meses.  

Maio - 7 - Mediante Aviso, estabelece normas para a instrução, habilitação, classificação e promoção das praças a alferes-alunos. 

12 - Através de Aviso, aprova a criação de uma Enfermaria para a Escola de Aplicação do Exército, criada em 1855 no Forte São João, RJ. Esta Escola foi embrião da Escola Militar da Praia Vermelha (1857).

17 - Em Aviso, declara que na falta de oficiais efetivos para os Conselhos de Guerra poderiam ser chamados os da Guarda Nacional.

Junho - 2 - Em Aviso, aumenta para 320 réis a diária dos “africanos livres” (alforriados) empregados no Laboratório de Campinho.

5 - Através de Aviso, declara que “os oficiais da Guarda Nacional em destacamento tem direito à 5ª parte do soldo”, da mesma forma que os oficiais de 1ª linha.

30 - Mediante Lei desta data, por iniciativa de Caxias, o Parlamento cria a Repartição da Ajudância-General do Exército.

Julho (1856) - 2 - Por indicação de Caxias, o Imperador cria a equipe de apagadores de incêndio do Arsenal de Guerra da Corte, depois Corpo Provisório de Bombeiros da Corte.

12 - Apresenta ao Parlamento inúmeras modificações administrativas na Pasta da Guerra, dentre as quais a reforma do Corpo de Saúde.

17 - Presta juramento como ‘filiando-livre’ da Loja Maçônica 2 de Dezembro, pertencente ao Grande Oriente do Brasil.

18 - Por Aviso desta data, estabelece regulamento para a Diretoria das Obras Militares.

31 - Através de Aviso, “excita a observância” das normas para inspeção de recrutas, voluntários ou não.

Agosto - 23 - Em sessão do Senado discursa sobre as cavalhadas para o Exército e “seus campos de creação no sul”, dizendo que nas guerras platinas a “primeira cousa que fazem é procurar cavallos...”

25 - 53° aniversário de Caxias.

Setembro - 3 - Nomeado pela 1ª vez, Caxias assume a Presidência do Conselho de Ministros e a Chefia do Governo, em substituição ao Marquês de Paraná (Honório Hermeto Carneiro Leão), falecido nesta data.

27 - Em Aviso, estabelece os procedimentos para a segurança e transporte dos recrutas presos mediante escolta, mas “livres de ferros”.

Outubro - 28 - Em Circular, explica que a isenção do serviço militar mediante o pagamento de 600.000 réis “só he facultada aos recrutas antes de assentarem praça”. 

Novembro - 4 - Em sessão do Supremo Conselho, Caxias é admitido como ‘filiando-livre’ na Loja Maçônica 2 de Dezembro, no Rio de Janeiro (ver 17Jul). Posteriormente, em 1869, já como Duque, seria nomeado representante do Supremo Conselho da Inglaterra no Grande Oriente do Brasil, cargo que exerceu até sua morte.

10 - Em Circular, nomeia um Inspetor Militar para todas as Companhias de Pedestres.

Dezembro - 11 - Determina que os oficiais presos “para sentenciar” (sic) só terão o desconto do meio soldo a partir da data de nomeação do respectivo Conselho de Guerra.

16 - Por Aviso, estabelece o modelo de diploma dos “Bachareis em Mathematicas”.

29 - Por Aviso, regulamenta os exames das matérias práticas da Escola de Aplicação do Exército.

31 - Por Aviso, determina a extinção da Comissão de Promoções, cumprindo ordem do Imperador.

1857 

Janeiro - 23 - Mediante Aviso, Caxias determina que os alunos da Escola de Aplicação não continuem individualmente como adidos ao Batalhão de Engenheiros, e sim sejam formadas Companhias de Alunos, estas adidas ao mesmo Batalhão.

27 - Em Aviso, declara que não havendo legislação autorizando adiantamento de soldos aos oficiais, não poderão ser concedidos os mesmos sem ordem expressa da Secretaria de Estado.

31 - Aprova, como Presidente do Conselho de Ministros, a regulamentação e a instalação, nesta data, da Ajudância-General, instituição substituída pelo Estado-Maior do Exército em 1899.

- Estabelece normas para as Inspeções Militares.

- Mediante Decreto, reforma a Tabela de 1825 na parte relativa às gratificações de “Comando e exercício”, aumentando os valores. Para a função de 1° Ajudante-General do Exército nomeia seu tio, o Marechal Manoel Fonseca da Lima e Silva, Barão de Suruí.

Fevereiro - 3 - Mediante Aviso, determina que os exames preparatórios para a Escola de Aplicação sejam realizados na própria Escola, sendo exigido o Latim para os candidatos ao Curso de Engenharia.

14 - Em Aviso, declara que os soldos dos alunos da Escola Militar são equivalentes aos de 1° e 2° sargentos da tabela em vigor. Em outro Aviso, classifica ordinalmente as fortalezas e fortificações (1ª, 2ª e 3ª ordem), a fim de regular as gratificações dos respectivos comandos.

Março - 13 - Decreto autoriza Caxias a alterar a distribuição dos oficiais de Saúde e estabelecer princípios sobre os hospitais, inclusive em campanha.

14 - Aviso Ministerial desta data promulga as instruções para os assistentes do recém criado cargo de Ajudante-General. 

20 - Através de Aviso, coloca em execução o Regulamento para os Inspetores dos Corpos das três armas do Exército, definindo revistas, exames de armas, prisões, escrituração, contabilidade, instrução, exercícios, formaturas, disciplina, etc.

28 - Mediante Decreto, determina que os processos oriundos dos Conselhos de Guerra fossem distribuídos, no Conselho Supremo Militar de Justiça, pela ordem cronológica, face ao grande número deles.

Abril - 21 - Em Aviso, manda organizar a Companhia de Enfermeiros, aquartelando a mesma na Fortaleza de São João.

30 - Através de Aviso, declara que os Ajudantes do Diretor do Arsenal de Guerra da Corte tem direito a “gratificação especial de cem mil réis mensais”. Este foi o último ato de Caxias como Ministro e Secretário da Guerra, tendo sido sucedido pelo Brigadeiro Jeronymo Francisco Coelho.

Maio - 3 - Exonerado, a pedido, da Presidência do Conselho de Ministros e da Pasta da Guerra. Retorna ao Senado.

Agosto - 25 - 54° aniversário de Caxias.

Nota do autor: no período em que foi Ministro e Secretário de Estado da Guerra (14Jun1855/04Mai1857) Caxias expediu, entre Avisos, Circulares, Portarias, Declarações, Ordens, Aprovações e Recomendações, 207 documentos. A maioria deles trata de assuntos específicos. Por isso não foram citados neste trabalho. Foram aqui prioritários aqueles que interessaram à Força Terrestre como um todo.

              1858

Circunstâncias

- Brasil e Paraguai assinam uma Convenção assegurando a livre navegação no Rio Paraguai, extensiva a outros países.

- Abertura da Biblioteca Nacional.

- Revoltas na Bahia: “Motim da Carne sem osso, da farinha sem caroço e do toucinho do grosso”, revolta popular contra os fornecedores e comerciantes desonestos.

Julho - 5 - No Senado, Caxias faz vigoroso aparte ao Senador Silveira da Motta, o qual citava, como injuriosas, as palavras do Deputado Souza Franco, que o acusou de ser incapaz do cargo de Presidente do Conselho de Ministros.

Nota: Caxias, tolerante, aparteou dizendo o seguinte: “injuriosas não; não sou capaz de soffrer injurias de ninguém”.

16 - Nasce o único neto de Caxias, José de Lima Carneiro, filho de Ana de Loreto. Seguiu-se uma grande quantidade de bisnetos, trinetos, etc.

Agosto - 25 - 55° aniversário de Caxias.

Dezembro - 18 - Mediante Decreto é nomeado Conselheiro de Estado e de Guerra.

1859

Março - 26 - Nomeado pela 2ª vez, por Aviso Ministerial, Presidente da Comissão encarregada da revisão das Ordenanças Portuguesas [tropas de 3ª linha, auxiliares do Exército (1ª linha) e das Milícias (2ª linha)].

Abril - 21 - A Ordem do Dia nº 119 do Ministro da Guerra publica o Aviso Ministerial que designa Caxias Presidente da Comissão de Revisão das Ordenanças Portuguesas.

Agosto - 10 - Cai o ministério do Visconde de Abaeté, e é substituído pelo do conselheiro baiano Ângelo Muniz da Silva Ferraz, futuro Barão de Uruguaiana, o qual não teria boas relações com Caxias.

Agosto - 25 - 15° aniversário de Caxias.

25 - 56° aniversário de Luiz Alves.

1860

Agosto - 25 - 57° aniversário de Caxias.

Novembro - 9 - Caxias, em carta a João Maurício Wanderley, Barão de Cotegipe, refere-se ao gabinete Ferraz dizendo sobre “as loucuras do nosso bom governo, que tudo terá menos tino administrativo”. Neste ano, foi regulamentado o Corpo de Bombeiros da Corte, criado por indicação de Caxias (ver 2 de julho de 1856). Este Corpo foi militarizado em 19 de julho de 1880.

1861

Circunstâncias

- Naufrágio da fragata inglesa Prince of Wales na costa do RS, cujos destroços foram pilhados. Com isso, começa a Questão Christie entre Brasil e Inglaterra.

- Início da Guerra de Secessão nos EUA.

Neste 2º período como Ministro da Guerra, Caxias trabalhou no sentido do melhoramento da “Instrucção da Tropa, Serviço Nacional e Obrigatorio, Justiça Militar, Armamento, Cartographia, Collegio Militar e Colonias Militares” entre outros assuntos.

Março - 2 - Nomeado, pela segunda vez, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Guerra.

3 - Nomeado oficialmente Presidente do Conselho de Ministros e de Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Guerra. É encarregado pelo Imperador de organizar um novo Gabinete.

8 - Em sessão solene no Senado, apresenta à nação o novo Conselho de Ministros do Império.

Maio - 3 - Expõe, no Senado, a Diretriz política do Gabinete que chefia.

Julho - 26 - Em sessão do Parlamento, instado pelo Deputado José Bonifácio, declara que a base da lei de recrutamento seria a conscrição. No Parlamento, Caxias é criticado pelo Senador Cavalcanti de Albuquerque, que o denomina de “instrumento da oligarquia”. Respondendo, diz Caxias: “Não tenho servido senão ao Sr. D. Pedro e ao seu governo, representado pelos ministros de Estado. É a isto que o nobre senador chama oligarquia?”. Em discurso, é elogiado por Zacarias de Góis e Vasconcelos.

Agosto - 25 - 58° aniversário de Caxias.

Dezembro - 29 - Em função de dissidências no Partido Conservador, em carta a Cotegipe, afirma “Só derrotado formalmente deixarei o posto”. Neste ano, como Ministro da Guerra, Caxias volta ao tema da criação do colégio militar como uma providência necessária, indicando a Fortaleza de São João como local para instalação do colégio, podendo abrigar 100 alunos internos, sustentados e vestidos à custa do Estado, que aí receberiam as instruções primária e secundária. Conforme a RMB nº 3, de 25Ago36, p. 171, Caxias “Bateu-se galhardamente pela creação do Collegio Militar, mas nada conseguiu, nem mesmo que se lhe désse um pouco da glória, que vae caber toda a Thomaz Coelho”.

1862

Circunstâncias

- Agravamento da Questão Christie com a prisão de três oficiais da marinha inglesa no Rio. As relações entre Brasil e Inglaterra serão cortadas no ano seguinte.

- Bartolomeo Mitre é eleito Presidente da Argentina.

Neste ano, Caxias baixa as “Ordenanças do Exército Imperial do Brasil”, calcadas nas Ordenanças do Exército de Portugal e indica a Fortaleza de São João para acolher o projetado Colégio Militar e seus 100 alunos, porém não obtém êxito, mais uma vez, neste alvitre.  

Maio - 21 - O Gabinete Conservador, presidido por Caxias, sofre um revés na Câmara dos Deputados e demite-se. Zacarias de Góis e Vasconcelos, oposicionista, é encarregado pelo Imperador de formar um novo Gabinete.

22 - Eleito Presidente de Honra do L’Institute D’Afrique, com Diploma assinado em Paris pelo “presidente Le Prince Duc de Rohan-Rohan de Soubise, Sr. de Ventadour”.

24 - Exonerado, a pedido, dos cargos de Presidente do Conselho de Ministros e de Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Guerra.

Junho (1862) - 18 - Caxias sofre o duro golpe de perder seu único filho homem (homônimo), Luiz Alves de Lima e Silva, com quinze anos incompletos.

30 - Nesta data, surgem as primeiras desavenças entre Caxias e o Senador Ângelo Muniz da Silva Ferraz, futuro Barão de Uruguaiana, em face de discurso de Ferraz versando sobre assuntos militares, sobre os quais não tinha nenhuma experiência.

Agosto - 25 - 59° aniversário de Caxias.

Setembro - 19 - Com a morte de Carlos López, sobe ao poder no Paraguai seu filho Francisco Solano López.

Outubro - 30 - Em carta ao amigo Osorio, sobre a situação no Parlamento, comenta “Não se pode ser Ministro nesse tempo...porque os ingratos e os descontentes são muitos”.

Dezembro - 2 - Promovido a Marechal do Exército Graduado, depois de 11 anos como Tenente-General.

10 - Caxias recebe, de Ângela Garzón, pêsames pela morte do jovem Luiz Alves, ao mesmo tempo em que a mesma informa o falecimento de sua filha Paulita.

Nota: nesta data, falecia Carlos Antônio López, Presidente do Paraguai, assumindo o governo seu filho, o Marechal Francisco Solano López.

18 - Escreve ao Visconde do Rio Branco manifestando sua inconformidade com a Questão Christie dizendo: Que me diz da questão inglesa? Não se pode ser súdito de nação fraca. (...) Tenho vontade de quebrar a minha espada quando não me pode servir para desafrontar o meu país de um insulto tão atroz. (...) Disseram-me, na cidade, que o almirante inglês teve a princípio o plano de tomar as nossas Fortalezas, mas que depois mudou para o de dar caça aos navios brasileiros e tomá-los. Que tratantes! Seu amigo e companheiro. M. de Caxias”.

Nota: a Questão Christie começou com o encalhe do navio inglês Prince of Wales em abril de 1861 na costa-sul do RS, com a morte de 12 tripulantes. O navio foi saqueado pela população local, o que gerou protestos do embaixador inglês William Christie, o qual exigiu desculpas de Dom Pedro II e a indenização pelos danos, o que não foi inicialmente atendido, gerando o impasse diplomático. O caso foi agravado pela prisão de alguns marinheiros ingleses no Rio, por motivo de baderna, e pela prisão de navios mercantes brasileiros por uma esquadra inglesa. O Imperador rompeu as relações com a Inglaterra e o caso foi levado à arbitragem do Rei da Bélgica cuja decisão, em 1863, foi favorável ao Brasil.

1863

Janeiro - 10 - Nas funções de Senador, em carta ao Conselheiro Paranhos comenta “O Imperador me pediu que me não fizesse centro de coisa alguma, pois que me queria ter disponível para qualquer emergência”...

15 - Convocado pelo Ministro da Guerra, Caxias participa, com outros generais, de reunião cuja pauta era o aumento dos efetivos do Exército.

16 - Em carta pessoal a José Maria da Silva Paranhos, comenta sobre as graves questões da atualidade como a ‘Questão Inglesa’ (Christie).

Agosto - 25 - 60° aniversário de Caxias. 

1864

          Neste ano, a situação dos pecuaristas brasileiros no Uruguai tinha se tornado bastante difícil, com assassinatos e depredações feitas pelos uruguaios. O governo imperial consultou Caxias sobre o pretendido apoio aos fazendeiros, e o General Antônio de Souza Netto, representante dos fazendeiros procurou-o pessoalmente. O Marquês respondeu a ambos que o Brasil não devia se envolver nas questões internas do país vizinho e que deveria sim, o Império, reforçar as guarnições militares de fronteira do RS. Em seguida, Caxias criticou fortemente o Imperador Dom Pedro II sobre sua política em relação ao Uruguai.

Junho - 17 - Francisco Solano López se oferece ao Império para ser mediador nas questões com o Uruguai. O Imperador agradece mas recusa.

Agosto - 25 - 61° aniversário de Caxias.

Novembro - 12 - No Rio Paraguai, a montante de Assunção, o vapor brasileiro Marquês de Olinda é aprisionado pelo navio de guerra paraguaio Taquarí. A bordo, viajava o novo governador de Mato Grosso, o Coronel do Corpo de Engenheiros Frederico Carneiro de Campos, que é preso como prisioneiro de guerra e levado a um campo de concentração onde “...falece pouco depois, vítima de torturas físicas e morais”... (TINOCO, 1956, p. 155).

Dezembro - 6 - Escreve ao amigo Visconde do Rio Branco, então em missão no Uruguai, sobre a questão com o Paraguai dizendo que “as cousas estão no ponto de serem decididas pelas armas”. Salienta que é necessário “um exército de 40.000 homens das 3 armas; e como conseguir isto, no Brasil, com pannos quentes?”

8 - Em nova carta a Rio Branco relata visita à família do mesmo. Carta na qual se refere ao filho do Visconde, José Maria, futuro Barão do Rio Branco, que entraria para o serviço diplomático em 1875 com a sua ajuda.

23 - Inicia a Guerra da Tríplice Aliança, com a invasão paraguaia a São Borja, RS, e declaração de guerra do Paraguai ao Brasil. No início do ano seguinte, ocorrem as invasões do Mato Grosso, Uruguai e Corrientes pelas forças de Francisco Solano López. Neste ano, sobre a mobilização para a Guerra do Paraguai, Caxias opinou ao Ministro da Guerra que “por [...] circunstâncias deploráveis, o nosso Exército contava sempre em suas fileiras grandes maiorias de homens que a sociedade repudiava por suas péssimas qualidades”.

"Aprendi que um homem só tem o direito de olhar outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se". (Gabriel Garcia Marques)

1865

Circunstâncias

- na Guerra contra Athanásio Cruz Aguirre é ocupada pelos brasileiros a capital uruguaia, Montevidéo.

- Assinatura do Tratado da Tríplice Aliança contra o Paraguai (01 de maio).

- Rendição paraguaia em Uruguaiana (18 de setembro).

- Início da Guerra da Confederação Chile-Perú-Bolívia-Equador contra a Espanha (Guerra do Pacífico).

- Em Decreto de 07 de janeiro, o Imperador criou os “Voluntários da Pátria”.

Janeiro - 20 - A pedido do Ministro da Guerra, o General Henrique Pedro Carlos de Beaurepaire-Rohan, Caxias traça o Plano de Campanha contra as forças do Paraguai.

25 - Caxias entrega ao Ministro da Guerra o Plano de Campanha. Propõe também a criação de corpos de voluntários para a guerra, aos quais denomina Voluntários da Pátria. O governo imperial não aprova o plano de Caxias.

26 - Em consequência do apresamento do vapor brasileiro “Marquês de Olinda” pelo governo paraguaio em Assunção e a invasão do Mato Grosso, o Brasil aceita a declaração de guerra de Francisco Solano López.

Fevereiro - 12 - Em carta ao Barão de Cotegipe manifesta seu desagrado em relação à questão com o Paraguai, dizendo que o Exército “...está entregue a quem mal poderia commandar uma brigada de cavallaria [...] se os Paraguayos passão (a fronteira), batem o nosso Exercito que he de 12.000 homens, dos quaes apenas 4.000 são de má infanteria [...] Estou quazi louco, com os dizacertos, que estou vendo praticar, mas como sou ‘vermelho’’, não sou ouvido, [...] O atual ministro da guerra não sabe nem a nomenclatura das cousas militares! [...] mas o ‘dono’ da caza, parece tranqüilo”... (RMB nº 3, de 25 Ago 36, p. 132-133).

14 - Recebe em sua residência a visita do Presidente do Conselho de Ministros do chamado Gabinete de 31 de agosto, o Senador pelo MA Francisco José Furtado, que o convida para “acceitar o commando em chefe do nosso exercito” (no Paraguai). Caxias recusa, em face da sua saúde e por divergências com o Ministro da Guerra.

Março - 18 - Nesta data, o Paraguai declara guerra à Argentina e invade a Província de Corrientes.

Maio (1865) - 1 - Assinado em Buenos Aires o Tratado da Tríplice Aliança entre Brasil, Argentina e Uruguai, para combater Solano López.

Julho - 10 - Integrante da comitiva do Imperador, Caxias segue para o sul, para acompanhar os acontecimentos em Uruguaiana, invadida pelos paraguaios ao comando do Tenente-Coronel Antônio de La Cruz Estigarríbia.

12 - Chegando em Santa Catarina, escreve à esposa dizendo “Aqui chegamos agora mesmo, e vamos partir já, por que o Imperador não quer desembarcar...O Ferraz...trata de me angariar, por que vê que o Imperador ouveme muito, e já disse que no Rio Grande não fará se não o que eu disser: veremos”.

26 - De Porto Alegre, escreve à esposa. Comenta sobre o frio e sobre o próximo passo da viagem: Rio Pardo.

28 - Escreve novamente à esposa, quando comenta sobre a partida, sobre o frio e que está bem de saúde, finalizando “Beije por mim os nossos netos. Estou com muita pressa. Adeos. Sou teu. Luiz”.

31 - Em nova carta à esposa, já em Rio Pardo, comenta que o próximo destino será Cachoeira do Sul.

Agosto - 3 - De Cachoeira, em nova carta, diz que “chegamos no dia 1° do corrente”. Comenta também que há falta de tudo nas tropas: dinheiro, munição, cartuchame, etc.

21 - De Caçapava, informa por carta à esposa que está tudo bem, há um mês da partida do Rio, e que o Imperador tem a intenção de seguir em direção a São Gabriel.

25 - 62° aniversário de Caxias.

Setembro - 18 - Na condição de Marechal de Campo e Ajudante de Campo do Imperador, Caxias assiste à rendição das forças paraguaias em Uruguaiana. Por imposição do Visconde de Porto Alegre (Manoel Marques de Souza III), somente os brasileiros podem assinar a Ata. Assinam o Visconde e o Ministro Ferraz. Em Uruguaiana, recusa convite do Presidente do Gabinete, Conselheiro Furtado, para comandar as tropas brasileiras na guerra contra López.

30 - Em viagem de volta, escreve à esposa de Porto Alegre, quando comenta que está bem e que deve chegar ao Rio em 10 de novembro.

Novembro - 10 - De retorno do Rio Grande do Sul, onde acompanhava o Imperador Dom Pedro II, apresenta-se ao QG do Exército no Rio de Janeiro.

Dezembro - 3 - O Almirante Tamandaré posiciona sua esquadra em frente a Paisandú.

18 - Por Aviso Ministerial, Caxias é nomeado Membro da Comissão Revisora da Legislação Militar.

22 - A pedido, é dispensado da Comissão acima referida (18Dez).

1866

Circunstâncias

- Batalha de Tuiutí, a maior batalha campal da América do Sul (24 de maio): 10 mil mortos.

- Abertura do Rio Amazonas à navegação internacional.

- Morte de Sampaio, futuro Patrono da Infantaria, em Tuiutí.

Janeiro - 13 - Caxias é efetivado no posto de Marechal do Exército.

Abril - 4 - Escreve a Osorio, expondo a este o seu plano de desbordamento e isolamento de Humaitá pela terra e pela água.

6 - Quando assinava a Parte de Combate informando o Comando das vitórias obtidas em Itapirú morre em Purutué, vítima de uma bomba paraguaia, o Tenente-Coronel Villagran Cabrita, hoje Patrono da Arma de Engenharia do EB. Cabrita faria falta a Caxias no futuro.

15 - No comando do I Corpo de Exército, acampado no Passo da Pátria, o General Osorio, ao iniciar a passagem do Rio Paraná, no Passo da Pátria, lança patriótica proclamação aos seus soldados.

17 - As tropas do General Osorio infligem fragorosa derrota a 4.000 paraguaios na margem direita do Rio Paraná.

23 - Forças brasileiras ocupam o acampamento paraguaio do Passo da Pátria.

Maio - 2 - Forças aliadas vencem os paraguaios em Estero Bellaco, batalha na qual estes perdem 2.500 homens, duas bandeiras e quatro canhões.

Julho - 15 - Nesta data, o Gen Osorio, por estar doente, passa o comando das tropas brasileiras no Paraguai para o General Polydoro Fonseca Jordão e retira-se para o Rio Grande do Sul.

Agosto - 3 - Início da gestão do 3º gabinete, presidido por Zacarias de Góis que, com aporte de recursos, muito ajudou Caxias, no futuro, a retomar a ofensiva no Paraguai.

25 - 63° aniversário de Caxias.

28 - Caxias é condecorado como Grã-Cruz Efetivo da Ordem da Rosa pelos relevantes serviços já prestados à Pátria no Paraguai.

Setembro - 2 - Início do bombardeio de Curupaití e desembarque das tropas do General Manuel Marques de Souza III na região de Guardiã.

22 - Desastre de Curupaití, ao comando do argentino Bartolomeu Mitre. O fato repercutiu na Corte, o que determinou o convite e a designação de Caxias para a Guerra do Paraguai. Ao ser convidado por Zacarias de Góis, do Partido Liberal, sendo ele do Partido Conservador, lhe disse: “Sr. Ministro, a minha espada não tem partido”.      

Outubro - 9 - O Ministro da Justiça e o Presidente do Conselho de Ministros dirigem-se a Caxias, para convidá-lo formalmente a assumir o comando das forças brasileiras no Paraguai. Caxias aceita.

10 - Por Decreto desta data, o Imperador promove oficialmente (ver 13Jan) Caxias a Marechal do Exército efetivo e o nomeia Comandante-em-Chefe das forças brasileiras de terra e mar em operações no Paraguai. Neste mês, recebe também a Medalha de Ouro da Rendição de Uruguaiana.

13 - Publicação do Decreto da promoção a Marechal do Exército Efetivo, depois de quatro anos como Marechal do Exército Graduado.

16 - Em Angostura, no Chaco, o Tenente-Coronel Tibúrcio de Souza, à frente de uma ala do 16º de Infantaria, derrota um destacamento paraguaio. 

17 - Mediante Carta Patente, o Imperador nomeia Caxias como Grã-Cruz Efetivo da Imperial Ordem da Rosa, concedendo-lhe o colar correspondente.

18 - Osorio é indicado para comandante das armas do RS e do 3° Corpo, nova grande unidade a ser criada por decisão de Caxias.

20 - Por indicação de Caxias, Osorio é nomeado Comandante do 3° Corpo, a ser criado.

21 - Em ofício ao Governo, apresenta questões procurando definir com mais precisão as suas atribuições de Comandante-em-Chefe das tropas brasileiras e a sua própria posição em relação ao General Mitre.

22 - Assinatura do Ato Imperial (Patente) que nomeia Caxias Comandante-em-Chefe das Forças do Império em operações contra o Paraguai.

29 - Caxias parte do Rio para Montevidéo, com destino ao Paraguai, a bordo do vapor “Arinos”.

Novembro (1866) - 1 - Caxias chega a Montevidéo, onde se demora três dias tomando providências de ordem administrativa e militar.

4 - Em ofício a Osorio informa haver aceito a proposta do Capitão Fernando Schneider de organizar uma bateria de artilharia montada com 100 praças (RMB nº 3, de 25Ago36. p. 83).

5 - Parte para Buenos Aires, em companhia do Conselheiro Francisco Otaviano de Almeida Rosa.

6 - Caxias chega a Buenos Aires, a caminho do Paraguai.

8 - Parte de Buenos Aires e sobe o Rio Paraguai rumo ao Passo da Pátria.

9 - Vindo de Buenos Aires, Caxias chega a Rosário.

14 - Procedente de Rosário, Caxias chega à Corrientes, onde inspeciona hospitais e depósitos, tomando ativas providências. 

16 - Em Corrientes, recebe o Almirante Tamandaré, com quem teve uma longa conversa sobre a Guerra do Paraguai.

17 - Embarca para Itapirú (Passo da Pátria), onde chega à noite.

18 - Caxias chega ao acampamento de Tuiutí e recebe do Marechal de Campo Polydoro, às 1400 horas, o comando das forças brasileiras, sob o regozijo do Exército. Acompanhado por Polydoro, foi visitar o General Mitre e depois percorreu parte do acampamento do Exército Brasileiro. 

19 - Publicação da primeira Ordem do Dia de Caxias no Paraguai na qual, dirigindo-se à tropa, diz: “Conto...com a vossa constância e dedicação ao paiz, para levarmos ao cabo a gloriosa empresa, em que estamos empenhados. – Mais um esforço e os nossos trabalhos serão coroados”...

20 - Caxias apresenta-se à Esquadra e ao 2° Exército em Curuzú, assumindo o comando.

25 - Em Ordem do Dia, Caxias determina que os oficiais não mais usem distintivos nos combates, ficando diferenciados das praças pelo tipo da espada.

27 - Em Tuiuti, Caxias informa ao General Osorio, Marquês do Herval, haver assumido o Comando de todas as forças brasileiras contra o Paraguai. Solicita ainda a Osorio um mapa e todas as informações possíveis para apressar a conclusão da guerra.      

Dezembro (1866) - 3 - Em Decreto, o Almirante Joaquim José Inácio é nomeado comandante interino da Esquadra brasileira, por doença de Tamandaré.

8 - Caxias determina o bombardeio das tropas paraguaias de Curuzú, sendo destruído um depósito de munições paraguaio.

23 - Novo bombardeamento de Curupaití pela baterias brasileiras de Curuzú e também pela Esquadra.

Nota: No comando das tropas brasileiras no Paraguai, conforme DORATIOTO, 2002, p. 278, Caxias reorganizou o Exército, pôs fim às disputas políticas entre os chefes e tornou mais eficientes as tropas, fortaleceu a posição do Exército, ampliou a autonomia deste em relação ao governo imperial e obteve liberdade de ação. Foi esta autonomia que permitiu ao Exército construir uma identidade própria, dissociando-a [...] do Estado monárquico para associá-la à Nação.  

                                                                                                      

 

"A guerra, assim como é madrasta dos covardes, é mãe dos corajosos”. (Cervantes)

 

 

1867

Circunstâncias

- Invasão do Paraguai por Bela Vista, Mato Grosso, pelo Coronel Carlos de Morais Camisão. Após alguns sucessos, inicia a famosa e trágica Retirada da Laguna.

- Tratado de Ayacucho, entre o Brasil e a Bolívia, para definição dos limites na região do Acre, o qual é reconhecido como boliviano.

A imobilidade das forças aliadas neste período da guerra foi devido às seguintes causas: retirada dos soldados argentinos, recebimento e treinamento de novos soldados recém incorporados, a dificuldade em se penetrar no Paraguai e a necessária recomposição do quadro de oficiais (DORATIOTO, 2002, p. 287).

Janeiro (1867) - 8 - Caxias ordena ao Almirante Barroso o reconhecimento de Lagoa Pires e de Curupaití.

10 - Através de Carta ao Ministro da Guerra, Caxias nega existir cordialidade com o inimigo, desmentindo, destarte, boatos sobre o assunto.

15 - Assinatura da Carta-Patente promovendo Caxias ao posto de General do Exército Graduado.

19 - Determina uma missão para desalojar elementos avançados inimigos que hostilizavam a esquerda aliada.

24-25-30 - Em três ofícios destas datas, Caxias informa a João Lustosa da Cunha Paranaguá que Bartolomeu Mitre retirou 1.200 homens do Exército Argentino no Paraguai para a repressão a uma revolta em Mendoza.

Fevereiro - 9 - O Gen Bartolomeu Mitre, da Argentina, retorna à presidência de seu país, passando o comando provisório das forças aliadas a Caxias. Mitre leva consigo 4.000 homens do seu exército, o qual fica reduzido à metade.

10 - Caxias assume o Comando Geral interino das forças aliadas contra Solano López no Paraguai.

11 - Em ofício ao Ministro da Guerra sobre promoções diz que as mesmas devem ser procedidas a quem está “á vista do inimigo expondo sua vida e não a quem procura posição cômoda...”

14 - Caxias informa ao Marquês de Paranaguá (João Lustosa da Cunha Paranaguá), Ministro da Justiça, dos Estrangeiros e da Guerra, haver sido preso um espião paraguaio, do qual foram obtidas várias informações. Informa também acharem-se atacados de febre intermitente 4.000 soldados brasileiros, e que “assim não convem dar ataque...”

25 - Osorio remete ofício a Caxias informando sua marcha para o Paraguai e que já conta com 1.800 homens no seu 3° Corpo.

27 - Recebe a apresentação do General Manoel Marques de Souza III - Visconde de Porto Alegre, que retornava ao Paraguai após licença por motivo de saúde.

Março (1867) - 6 - Mitre escreve à Caxias, ressaltando que pretende voltar logo ao Paraguai.

10 - Caxias informa ao Marquês de Paranaguá que a falta de correspondência para a Corte é devida ao cólera morbus no Vapor Teixeira de Freitas. Menciona também que “lavra a febre palustre, estando 7.500 atacados...”

15 - Segue informação ao Marquês de Paranaguá dando conta de que faltam explosivos e cartuchame no Exército e que o 1º Batalhão de Infantaria fora agraciado com a insígnia do Cruzeiro.

17 - Atendendo pedido de reforços feito por Caxias, o governo imperial convoca, por decreto, 8.000 guardas-nacionais para a guerra.

26 - Detectada a “cólera-morbus” em Itapirú, a qual propaga-se rapidamente. Terá a duração de mês e meio, declinando em maio. Morreram, aproximadamente, quatro mil militares brasileiros.

31 - Caxias informa ao Ministério da Guerra a situação do Exército, vítima de cólera e sem munições.

Abril - 4 - Escreve a Osorio expondo o seu futuro Plano de Manobra.

6 - Escreve ao Conselheiro Visconde do Rio Branco expondo o mesmo Plano de Manobra comunicado a Osorio.

10 - Em carta confidencial põe o Ministro da Guerra a par do seu Plano.

13 - Em carta ao Ministro da Guerra informa sobre a tentativa de roubo de munições no depósito de Corrientes, protagonizada por um argentino chamado Fidel Chaves.

16 - Em nova substituição ao General Mitre, Caxias assume interinamente o Comando das Forças Aliadas, conforme a Ordem do Dia nº 244 da Secretaria do Ministério da Guerra. Osório informa que já conta com 2.500 homens e quatro canhões.

19 - Em ofício ao Marquês de Paranaguá informa que Osorio passou o rio Uruguai e que o cólera levou para a cama uma terça parte do Exército.

20 - Uma expedição do Tenente-Coronel Juvêncio de Menezes ao Rio Apa vence os paraguaios e toma a região da Fazenda da Machorra. 

25 - Escreve a Osorio, alertando a este sobre a epidemia de cólera.

29 - Recebe carta de Mitre, de Buenos Aires, na qual o argentino insiste na execução do Plano de Operações combinado em Tuiutí.

30 - Responde a Mitre sobre as idéias do Plano dizendo que “em geral, estou de acordo com elas”.

Maio (1867) - 7 - Em ofício ao Marquês de Paranaguá, informa sobre o cólera, mapas da força, hospitais, necessidade de suprimentos, etc.

10 - Em carta a Paranaguá remete os quadros demonstrativos das vagas nos corpos especiais e nas três armas do Exército.

25 - Na Assembléia Geral Legislativa, é lido o relatório sobre a epidemia de cólera que atingira o Exército Aliado, extinta graças às medidas tomadas por Caxias.

29 - Caxias vai a Curuzú, verificar os danos causados pela cheia do rio Paraguai. Ordena a retirada do 2° Corpo de Exército da região. Bombardeio de Curupaití pelo Almirante Joaquim José Inácio, futuro Visconde de Inhaúma.

31 - Chegada dos irmãos norte-americanos James e Ezra Allen a Tuiutí, com seus balões cativos para operações de reconhecimento.

Junho - 10 - Em carta confidencial a Paranaguá informa que “está prompto a marchar e só espera juncção com as forças de Osorio”.

14 - Em ofício ao Marquês de Paranaguá informa sobre a necessidade da limalha de ferro exigida pelo norte-americano James Allen para o gás que deve fazer subir os balões e que Osorio vai atravessar o rio Paraná.

16 - Recebe, em Tuiutí, a apresentação do Tenente-Coronel José Antônio Corrêa da Câmara, designando-o para Ajudante e Quartel-Mestre-General do 3° Corpo de Exército, sob o comando de Osorio.

21 - Caxias baixa em OD uma determinação para que as ligações dos comandantes e demais autoridades com o Comandante-em-Chefe fossem realizadas sempre através do Chefe de Estado-Maior deste.

24 - Primeira ascensão (330 m) dos balões cativos dos irmãos Allen, para reconhecimento, contratados por Caxias. Os irmãos Allen haviam prestado esses serviços ao Exército Nortista na Guerra de Secessão dos EUA. No total, foram 20 ascensões no Paraguai.   

Julho (1867) - 1 - De Tuiutí, escreve à esposa, quando comenta que está bem e que nos próximos dias prosseguirá a marcha do Exército.

4 - Caxias manda evacuar Curuzú e concentra as tropas em Tuiutí.

5 - O 2° Corpo de Exército atinge o Passo Lenguas, passando a aguardar novas ordens de Caxias.

6 - Em nova carta à esposa, faz diversos comentários e se refere assim sobre as doenças “Estamos já livres do cholera, e agora há menos febre com o frio”...

8 - Segunda ascensão de um dos balões Allen.

10 - O 3° Corpo de Exército (3° CEx-Osorio) ocupa posição a 12 Km de Itatí, de onde, por ordem de Caxias, prossegue para o Passo da Pátria a fim de embarcar nos navios da esquadra.

11 - Caxias informa por escrito a Osorio que este deve reunir sua tropa, recém chegada do RS, ao grosso dos aliados no Passo da Pátria.

14 - Passa em revista o 3° CEx, de Osorio, no Passo da Pátria, tropa recentemente chegada do RS. De Tuiutí, Caxias informa ao Marquês de Paranaguá que, por ordem sua, Osório vai atravessar o Rio Paraná. 

17 - Ordenado o reconhecimento do Passo de Candelária, no Rio Paraná, ordem logo cumprida.

18 - Nesta data, Caxias passou a ter todas as forças aliadas reunidas na área Tuiutí-Passo da Pátria, podendo iniciar as operações.

21 - Caxias considera terminada a fase de preparação e determina o início da ofensiva, após 15 meses. Ordena ao General Marques de Souza III, Visconde de Porto Alegre, que sustente a base de operações e ameace o flanco direito do inimigo.

22 - À frente do Exército, começa Caxias a marcha de flanco de Tuiutí para Tuiú-Cuê, a qual contorna o flanco esquerdo do inimigo, margeando o Rio Paraná e transpondo o Estero Bellaco. Nesta data, Mitre retorna ao comando dos aliados no Paraguai.

24 - Caxias determina que um dos balões fosse levado ao acampamento da vanguarda do Exército mas, informado que faltaria oxigênio, determinou o recolhimento do balão. 

26 - Em Ordem do Dia baixa instruções sobre Polícia do Campo, recolhimento e condução de feridos, emprego de mulheres nos hospitais de sangue, sepultamento, estatística e correspondência.

28 - Caxias continua a grande marcha de flanco, com a qual atinge Tuiú-Cuê.

31 - Ocupação de Tuiú-Cuê. O grosso do exército acampa em Tuiú-Cuê, após a marcha de flanco de 45,4 Km que durou nove dias.

Agosto (1867) - 1 - Em Ordem do Dia, de Tuiú-Cuê, Caxias dirige-se ao Exército Aliado. Mitre retorna ao comando das forças aliadas. É recebido por Caxias, que relata àquele os últimos acontecimentos.

2 - Na noite deste dia estabeleceu-se uma ligação telegráfica por fio subterrâneo entre o QG de Osorio e o de Caxias.

3 - Após concluídos os entrincheiramentos em Tuiú-Cuê, determina o prosseguimento das operações para sitiar as posições inimigas.

5 - Mitre manda a Caxias um estudo da situação militar do momento e sobre os planos possíveis de execução, inclusive o forçamento de Humaitá.

6 - Caxias responde a Mitre insistindo que a esquadra deve forçar Curupaití e Humaitá antes do Exército avançar e que não se deve abandonar a comunicação com Tuiutí, que é “por onde se abastece o Exército”.

8 - De Tuiú-Cuê escreve à esposa, relatando a situação geral da guerra e queixando-se dos males de saúde dos quais estava acometido.

9 - Em ofício, responde a Mitre expondo suas idéias sobre o prosseguimento da guerra e que não é conveniente forçar Curupaití e Humaitá. 

12 - Caxias cede às ponderações de Mitre e aceita que a esquadra force primeiro Curupaití e só depois Humaitá, se for possível.

15 - Determina ao Visconde de Inhaúma forçar o Passo de Curupaití pelos encouraçados da Esquadra, o que é realizado com sucesso.

17/18 - Através de dois ofícios destas datas, Caxias elogia a operação do dia 15 pela Esquadra ao comando do Visconde de Inhaúma, reconhecendo o zelo e perícia de seu amigo, elogiando também a Força Naval.

20 - Manda adiantar os reconhecimentos na direção Arroio Fundo – Pilar.

23 - Em Ordem do Dia, louva o Visconde de Porto Alegre pelas providências acertadas que tomou em relação à retomada de um comboio aliado de víveres e forragens tomado pelo inimigo em Tuiú-Cuê.

24 - Caxias remete a Mitre uma “exposição escrita” sobre as mais recentes operações.

25 - 64° aniversário de Caxias.

27 - Em ofício para Caxias, Mitre questiona a conveniência da ordem de retirada dada à Esquadra no forçamento de Humaitá, negando a Caxias a competência para expedí-la sem que tivesse havido prévio acordo e solicitou que a suspendesse.  Considerou que aquela posição era importante e que o forçamento de Humaitá deveria ser realizado por estar no plano de campanha acordado. Caxias discorda (ver 12Set).

28 - Respondendo ao ofício de Mitre, recorda que já havia relatado que considerava uma “indesculpável temeridade arriscar a Esquadra a destroço completo e inevitável, não só na falta de esperança fundada de êxito feliz, como tendo certeza de resultado infrutífero”.

Setembro (1867) - 4 - Caxias percorre a nova estrada pelo Chaco, a cavalo, até a margem do Rio Paraguai em frente à Villeta.

7 - Em ofício a Paranaguá, relata ataque paraguaio a um comboio aliado de carretas, o qual foi rechaçado pelo Visconde de Porto Alegre.

9 - Caxias recebe de Mitre uma resposta à sua exposição de 24Ago na qual o argentino discorre sobre as operações.

10 - Em conferência com Mitre, Caxias não aceita o plano do argentino.

11 - Apresenta-se a Caxias um diplomata inglês, com mandado de López, com propostas de paz que não são levadas em consideração.

- Em carta, Caxias manifesta ao Ministro da Guerra seus receios e desconfianças em relação a Mitre, referindo-se à “procrastinação da guerra e destruição de nossa esquadra”. O Ministro responde a 28.

12 - O Comandante brasileiro manda ao Rio o Coronel João de Souza Fonseca Costa com as propostas de paz de López, para a consideração do Imperador. No mesmo dia, Mitre apresenta aos chefes aliados o seu plano de operações, rejeitado por Caxias.

Nota: conforme John Schulz (1994, p. 65), Caxias registra grave acusação a Mitre, dizendo que o argentino “desejava prolongar a guerra para beneficiar comerciantes argentinos, com quem mantinha relações muito íntimas”. Os fornecedores eram, na maioria, argentinos.

15 - Em ofício a Paranaguá aborda a imobilidade do Exército e informa que posicionou-se contra as idéias de Mitre sobre as operações futuras.

20 - Tomada da localidade de Pilar pelos aliados.

25 - Caxias determina as últimas ascensões dos balões cativos de reconhecimento e observação, em face das dificuldades de seu emprego. 

28 - O comandante da vanguarda de Caxias, Coronel João Nunes da Silva Tavares (Joca Tavares), realiza reconhecimento das posições de Piquisirí.

Outubro (1867) - 3 - Combate de São Solano, para o qual Caxias planejou e comandou pessoalmente o ataque. A derrota paraguaia foi completa, com mais de 500 mortos.

5 - Na madrugada deste dia, em São Solano, Caxias observou que os paraguaios não sepultaram seus mortos. Determinou então a um ajudante que se aproximasse do inimigo oferecendo o sepultamento, a ser feito pelos brasileiros. Os paraguaios, por receio, não quiseram receber o brasileiro (CAMPOS, 1939, 295).

7 - Neste dia, Caxias recebeu o cônsul francês no Paraguai, em passagem para Assunção. Aproveitou para entregar ao francês uma relação de oficiais brasileiros que supunha estarem presos, ao mesmo tempo em que permitiu a alguns paraguaios prisioneiros dos aliados que escrevessem para suas famílias. Solicitou ainda ao cônsul que fizesse chegar ao conhecimento de López de que havia dado liberdade a estes prisioneiros para regresso ao seu país, e que os mesmos recusaram retornar, por “acharem-se muito bem entre nós” (CAMPOS, 1939, 296).

13 - Em ofício ao Marquês de Paranaguá relata ataque às cavalhadas inimigas, conseguindo destroçar a metade, e solicita uma vaga de Marechal para Victorino Carneiro Monteiro.

15 - Na Ordem do Dia n° 139, de Tuyu-Cué, dispensa o Cel Corrêa da Câmara das funções de Chefe do Estado-Maior, louvando a este “pela intelligencia, atividade e acerto”...

21 - Caxias assiste ao triunfo do combate de Tataibá, refrega por ele planejada.

28 - Apesar das discordâncias de Mitre, Caxias resolve efetuar a tomada de Taí-í, determinando a partida da expedição do General Menna Barreto.

29 - Caxias dirige o combate e a tomada de Potrero Ovella.

30 - A tropa brasileira ocupa Taí-í.

31 - Ordenada a fortificação de Potrero Ovella.

 

Novembro - 1 - Em ofício ao Marquês de Paranaguá informa que Mitre não se decidiu a movimentar o Exército, além de obrigar a nossa esquadra a forçar Curupaití, o que originou grandes avarias.

2 - Caxias prossegue na execução do sítio. Determina a tomada “à viva-força” das fortificações de Tayí. 

3 - 2ª Batalha de Tuiutí, com vitória aliada. Caxias, em Tuiu-Cuê, interfere na batalha mandando reforços sob o comando do Gen Vitorino Monteiro.

 

Dezembro - 12 - Em Ordem do Dia, anuncia a vitória aliada na 2ª Batalha de Tuiutí. Elogia o Visconde de Porto Alegre “pela heróica e brilhante defesa que naquele dia opôs ao inimigo, sustentando a sua posição”...

13 - De um reconhecimento na região acima do Passo da Pátria, resulta o apresamento de 2.000 reses pelos brasileiros.

24 - Caxias escreve longo ofício a Mitre reconstituindo as ações passadas, analisando procedimentos e projetando o futuro da guerra.                  

1868

Neste ano, Caxias pediu exoneração do comando das tropas no Paraguai. As razões foram muitas, desde problemas de saúde até críticas dos jornais da corte e dos próprios ministros. Mas a razão principal foi a falta de apoio do gabinete. A crise gerada pelo pedido de Caxias foi imediata. O que seria menos prejudicial – a demissão do militar ou a queda do gabinete? Se a opção fosse a primeira, o risco seria a guerra prolongar-se muito. Se fosse a queda do gabinete conservador, desmoralizava-se o mesmo. O Imperador solicitou ao Conselho de Estado uma decisão. O desfecho foi a permanência de Caxias e a queda do Gabinete mediante renúncia.

Janeiro - 10 - Morte do Vice-presidente da Argentina, Marcos Paz. Mitre vê-se forçado a retornar definitivamente ao governo de seu país.

11 - No acampamento aliado, Caxias determina salvas de Artilharia de meia em meia hora em memória do falecido Vice-presidente argentino.

12 - Pela terceira vez, Caxias assume o Comando interino das forças aliadas contra o ditador Solano López pela ausência definitiva de Mitre, o qual não retorna mais ao Teatro de Operações. 

13 - A Ordem do Dia nº 4 do Comando Aliado publica a substituição, em caráter definitivo, de Mitre por Caxias, que ascende à posição de Generalíssimo (Comandante geral de todas as tropas de terra e mar).

14 - Mitre parte para o Passo da Pátria e dali para Buenos Aires. Caxias é o Comandante geral.

27 - Por ordem de Caxias, o General Argolo é transferido do Comando do 1º para o 2º Corpo do Exército (CEx), em substituição ao General Visconde de Porto Alegre, que se retira para a Corte por enfermidade.

31 - No planejamento do assalto a Humaitá, Caxias planeja conferenciar com o Vice-Almirante Joaquim José Inácio de Barros, Barão de Inhaúma, Comandante da Esquadra, sobre os planos das próximas operações, aproveitando a viagem para examinar as forças de Tuiutí e do Chaco.

Fevereiro (1868) - 1 - A bordo do encouraçado Bahia, em reunião com os comandantes da esquadra, Caxias observa as baterias sob casamatas da fortaleza e as correntes de ferro que fecham o Rio Paraguai no Passo de Humaitá.

2 - Retorna do encouraçado Bahia e chega ao acampamento do Passo Ipoí. Sobre a posição defensiva de Tuiutí, Caxias reconhece que o desenvolvimento da linha de fortificação é excessivo, pelo que ordena ao General Argolo para o restringir.

4 - Determina a Vitorino Monteiro que proceda reconhecimento sobre Potrero Obella e o alerta sobre a possibilidade de emboscadas em Laurelles.

7 - Passa por São Solano e desloca-se a Tayí, onde inspeciona as tropas do Marechal Vitorino José Carneiro Monteiro.

9 - Desloca-se a Pilar, onde inspeciona as tropas do Brigadeiro João Manoel Menna Barreto.

13 - Caxias determina a reunião de novos navios monitores à Esquadra encouraçada, para efetivar seu audacioso cometimento.

17 - Convoca reunião com os comandantes aliados para analisar as informações do Barão de Inhaúma sobre a baixa da enchente do Rio Paraguai e a conseqüente operação contra Humaitá.

18 - Reúne em seu QG os generais Osorio, Gelly y Obes, Henrique Castro e Andrade Neves para debater os planos de prosseguimento das ações.

19 - Assalto e tomada do Reduto-Cierva e do Forte do Estabelecimento, nos quais se destacou Victorino Monteiro. Neste combate, Caxias interferiu pessoalmente, revelando-se possuidor de grande bravura. Seis navios brasileiros forçam e ultrapassam Humaitá e Timbó chegando a Tají, rumo a Assunção. Neste dia, morre assassinado em Montevidéo o ex-Comandante do Exército Uruguaio General Venâncio Flores.

20 - Escreve a Inhaúma elogiando-o sobre as últimas operações: “Meu amigo. A sua Esquadra brilhou: não se podia fazer mais, nem com mais habilidade”. Em sessão desta data, o Conselho de Estado examina o pedido de exoneração de Caxias do comando no Paraguai, descontente face às críticas em jornais da corte e em outros periódicos e dos próprios ministros, em relação à guerra.

21 - Em ofício desta data, recebe a negativa de seu pedido de exoneração do comando das tropas no Paraguai. Ao mesmo tempo, recebe carta dos seus colegas conservadores pedindo-lhe que não se demitisse.

24 - No porto de Assunção ancoram três encouraçados aliados trazendo tropas de desembarque as quais asseguram, através de manifestos, tranqüilidade ao povo paraguaio, pois só lutam “contra a tirania de Solano López”.

26 - Em Tuiu-Cuê, Caxias escreve ao Marechal Vitorino Monteiro, solicitando-lhe a remessa da parte oficial do comandante da Esquadra sobre o Forte de Timbó.

27 - Caxias ordena um reconhecimento sobre Laureles, que estava em poder dos paraguaios, sendo em seguida tomado esse forte, cujas trincheiras são arrasadas. Determina a Victorino Monteiro que interrompa a comunicação do Chaco com Humaitá batendo, para isso, o Forte de Timbó. Escreve carta à esposa, lamentando ainda a perda do filho Luizinho.

Março (1868) - 3 - Forçamento do passo de Curupaití. Mediante Decreto desta data, Caxias é agraciado como Grã-Cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro pelos relevantes e extraordinários serviços prestados no Comando-em-Chefe das forças em operações contra o governo paraguaio.

5 - O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) celebra, em sessão solene, os feitos de 19 de fevereiro das armas de Caxias, os quais foram aludidos pelo próprio em carta ao 1º Secretário daquele Instituto. 

6 - Informa a Victorino Monteiro que o inimigo continua a se concentrar em Humaitá e que convém “estar de melhor acordo possível com o chefe da Esquadra Delfim...” (Delfim Carlos de Carvalho, Barão da Passagem).

10 - Toma conhecimento de que López colocou-se em marcha de Passo-Pocú para o Chaco.

12 - Determina um destacamento para ocupar a área ao sul da Lagoa Iberá e providencia uma ligação ferroviária para fins de reabastecimento da tropa em Andaí e também para os navios da esquadra.

17 - Eleito Sócio Honorário do Instituto Polytechnico Brasileiro. O Diploma de Admissão é desta data, assinado pelo Conde D’Eu.

19 - Informa ao Marechal Victorino José Carneiro Monteiro que López deixou o quadrilátero e seguiu para o Chaco. Informa também que vai atacar Curupaití.

20 - Conferencia com Inhaúma sobre a tomada de Curupaití por um ataque de flanco em cooperação das tropas terrestres com a esquadra.

21 - O General Argolo toma Sauce.

22 - Tomada de Curupaití.

23 - Chega Caxias a Paso Pocú, antigo QG de López, onde reúne os generais Gelly y Obes e Enrique Castro. Em ofício ao Ministro da Guerra informa sobre as vitórias de Argolo e Osório no Quadrilátero, o que “prenuncia o breve termo da guerra”.   

28 - Pelo Decreto nº 4.131, o Imperador cria a Medalha do Mérito Militar para aqueles que se distinguirem por bravura em qualquer ação de guerra.

31 - Caxias ordena ao Marechal Vitorino Monteiro a exploração da mata de Potrero Ovella desde Laurelles ao Estabelecimiento.

Abril (1868) - 2 - Em documento ao Ministro da Guerra informa sobre a mudança da base de operações do Passo da Pátria para Curupaití.

4 - Caxias determina ao Batalhão de Engenheiros o início da construção da linha fortificada para o sítio de Humaitá, bem como as posições das baterias de Artilharia.

7 - Da região de Gamarra informa a Victorino Monteiro que no sábado de aleluia pretende “romper o bombardeio contra Humaitá” e que a Esquadra deve tomar parte no bombardeio.

8 - Caxias acusa o recebimento do ofício do Secretário do IHGB Cônego Joaquim Pinheiro, que elogia “ao extraordinário o comportamento do Exercito e de seus commandantes no dia 19 de fevereiro”.

14 - De Pare-Cuê, escreve ao Ministro da Guerra dando-lhe conta das posições ocupadas e informando que Solano López se encontra em Tebicuarí. 

25 - Caxias ordena ao Marechal Vitorino Monteiro o reforço da retaguarda e do flanco direito do exército estacionado em Pare-Cuê e Estabelecimento.

29 - Importantes operações no Chaco são determinadas por Caxias para o 8º e 16º batalhões de Infantaria. Alerta Victorino Monteiro para observar “toda a cautela no Rio Nemboeu, pelo lado de Tebicuary”.

Maio - 3 - Informado por um desertor paraguaio de que López planejava um ataque ao acampamento aliado, Caxias determina o embarque para o Chaco do 14° Batalhão de Infantaria, apoiado por duas bocas de fogo.

8 - No reduto do Chaco as forças brasileiras recebem forte contra-ataque paraguaio, resultando pesadas perdas para as forças de Solano López.

14 - De Pare-Cuê, Caxias oficia ao Ministro Paranaguá, narrando-lhe os ataques sofridos e os triunfos alcançados pelo Exército Brasileiro. Informa também sobre a “destruição de fortes de que os inimigos se podem aproveitar”. 

17 - Nomeado Sócio Honorário do Instituto Politécnico Brasileiro.

22 - Determina interceptar, em Andaí, a retirada dos defensores de Humaitá (12.000 homens) para o Chaco.

Junho (1868) - 1 - Caxias determina um reconhecimento da área de operações do inimigo por uma expedição formada por cavalaria e artilharia, baixando para isso prudentes e enérgicas instruções.

6 - Determinado o reconhecimento do Passo do Posta, no Rio Jacaré, para proteger a Marinha aliada, fundeada em Taí-í.

8 - Zacharias de Góis e Vasconcelos explica no Senado como se deu a escolha de Caxias, pelo Gabinete Liberal, para Comandante no Paraguai.

10 - Conferida por Decreto de 03 de março deste ano, é assinada pelo Imperador a Carta Patente da nomeação de Caxias como Grã-Cruz da Imperial Ordem do Cruzeiro. Em carta à esposa, diz que está bem, mas com pressa, não tendo tempo para escrever mais. 

15 - Em nova carta à esposa, ainda de Pare-Cuê, relata que “As desordens da Confederação Argentina e do Estado Oriental tem atrapalhado a concluzão da guerra aqui, e criado esperanças ao Lopes que já nenhuma tinha”...

18 - O Senador Zacharias de Góis e Vasconcellos, em discurso no Senado, elogia Caxias pela atuação no Paraguai dizendo: “...Foi (sic) um grande serviço que prestou ao Brasil...”.     

29 - Em ofício ao Ministro da Guerra informa que vai atacar Timbó e solicita suprimento de munição para o Exército.

Julho - 3 - Desloca-se até a posição de Andaí, para inspecionar as tropas.

10 - Recebe a Condecoração conferida pelo Dec. de 03 de março (ver 10Jun).

15 - Determinada a tomada e arrasamento de um reduto exterior às trincheiras de Humaitá, o que é executado, pela madrugada, por um esquadrão.

16 - Após reconhecimento em força determinado por Caxias, é ordenado o ataque à Fortaleza de Humaitá, que inicia às 0600 h, mas os aliados são repelidos pelos paraguaios. Este fato teve fortes repercussões na Corte. 

18 - Em discurso no Senado, Paranaguá defende Caxias. Ocorre uma crise ministerial, com a queda do Gabinete de Zacarias de Góis e Vasconcelos.

21 - Por ordem de Caxias a Esquadra força o passo de Humaitá, com sucesso. Na continuidade, a Esquadra ataca San Fernando.

24 - Por ordem de Caxias, e sob o comando do Barão da Passagem (Chefe da 3ª Divisão Naval), sobem o Rio Paraguai três encouraçados brasileiros, com a missão de forçar a passagem das baterias de Fortim, o que conseguem.

25 - Às 1630 horas Caxias entra em Humaitá, evacuada pelos paraguaios e já ocupada pelo Coronel José Antônio Corrêa da Câmara, da 5ª Divisão de Cavalaria (5ª DC).

29 - Em ofício ao Ministro da Guerra afirma que tenciona transferir de Curupaití para Humaitá a base de operações do Exército Aliado.

30 - Caxias manda a Engenharia demolir e arrasar a bateria de Artilharia de Humaitá, chamada Bateria Londres.

Agosto (1868) - 2 - Determina encaminhar propostas de rendição aos paraguaios. Foram duas, ambas rechaçadas.

3 - Após nove dias de combate, o Exército conclui a tomada da região e da Fortaleza de Humaitá, objetivo militar da guerra.

4 - No Campo de Humaitá, Caxias passa a tropa em revista, a qual conta com 5.000 homens bem montados e fardados. Realiza também o inventário das presas de guerra. 6 - Determina combate aos paraguaios remanescentes nas proximidades de Pare-Cuê.

7 - Em carta à esposa, comenta sobre os paraguaios que “em numero de 1327 renderão-se ontem, já extennuados de fome”...

8 - Caxias embarca no Encouraçado Bahia para examinar um local de desembarque para as tropas que atacariam o reduto paraguaio do Timbó.

13 - No QG em Pare-Cué, reúne os generais aliados e expõe-lhes os planos para o avanço aliado e para as operações sobre Tebicuarí, as quais tiveram aprovação geral.

14 - Em carta ao Ministro da Guerra, Caxias defende o fim da guerra, alegando estarem vingadas as injúrias vindas de López. O Imperador manda continuar a guerra.

15 - Caxias determina nova ascensão dos balões (aeróstatos), para reconhecimento do trecho entre Tuiutí e Humaitá. Gelly y Obes informa a Caxias que as tropas argentinas não mais fariam parte da guerra.

16 - Encouraçados e navios-transportes da Esquadra forçam as baterias de Novo Estabelecimento e Timbó, o que fazem com êxito, vindo fundear nesta segunda localidade.

19 - Caxias marcha de Pare-Cuê para atacar López em Tebicuarí. Ocupa Novo Estabelecimento, forte abandonado pelo inimigo por pressão dos exércitos aliados.

- Em carta à esposa, diz “Já com o pé no estribo, pois vou marchar daqui a huma hora para Tebicuarí...Vou, meu amor, vêr se acabo de todo a guerra, nestes 2 meses,”...

22 - Caxias recebe a notícia de que os paraguaios haviam abandonado Timbó.

24 - Caxias deixa o acampamento na Vila del Pilar e ruma para Lagoa Santa. O Exército Aliado avança, bivacando nas imediações do Arroio Montuoso.

25 - 65° aniversário de Caxias.

26 - Em Lagoa Santa, ao sul do Arroio Jacaré, Caxias acampa. A OD da Repartição de Ajudante-General publica a condecoração com a Ordem do Cruzeiro concedida a Caxias (ver 03Mar).

27 - As forças brasileiras transpõem o Passo Portilho servindo-se de balsas montadas sobre tubos de borracha, atravessando o Arroio Jacaré, onde trava combate com o inimigo, que é destroçado.

28 - Continua a marcha, atravessando o Yacaré. A vanguarda avança até a região de Tebicuarí. Nova reunião do Comandante-em-Chefe com os generais aliados.

29 - Os navios brasileiros Piauí, Pará e Rio Grande penetram no Tebicuarí.

31 - Caxias dispõe-se a atravessar o Rio Tebicuarí, para atacar o inimigo em San Fernando, mas este pressente o ataque e se evade em direção à Villeta.

Setembro (1868) - 4 - Decide Caxias transferir o local de seu QG para San Fernando.

6 - O General argentino Gelly y Obes recebe ordem de seu governo para voltar a se incorporar novamente ao exército em marcha, quando é informado por Caxias que o local para essa operação é Villeta. 

8 - O Quartel-General de Caxias é transferido, no espaço de uma hora, de Tebicuarí para San Fernando, acampando em Recodo. 

10 - Depois de penosa marcha, Caxias se apodera de Villa Franca, já abandonada pelo inimigo.

11 - Em ofício ao Marquês de Pararanaguá, Ministro das Relações Exteriores, Caxias expõe inquietações em relação à condução da guerra por Mitre, estando este em Buenos Aires e, assim, afastado do TO.

12 - Em preparação para a marcha do dia seguinte, expede ordem a Osorio (Comandante do 3° Corpo) determinando que a vanguarda marche até Barrios-Cué e que o grosso progrida até Marta-Cué e acampe. 

13 - Depois de quatro horas de marcha, vindo de Vargas, o Quartel-General de Caxias chega, às 1000 h, à Pai-Tuiá. 

14 - Marchando para o Arroio Surubi-í, tendo partido de Pai-Tuiá, Caxias atinge Barrios Cué, onde acampa.

17 - No prosseguimento, acampa em Estância Gill.

18 - Prosseguindo, acampa na região de Roque González.

19 - Cinco léguas depois, acampa em Capela de San Juan.

22 - Os aliados alcançam a ponte de Surubi-í. Caxias acampa em Inácio Vega.

23 - As forças de Caxias encontram o inimigo defendendo a ponte na região do Arroio Surubi-í, havendo sério combate, com êxito para os brasileiros.

24 - As forças aliadas atravessam o Arroio Surubi-í. Caxias acampa na região de Estância Idoriaga, após uma marcha de 200 Km em 36 dias.

25 - Últimas ascensões dos aeróstatos na Guerra do Paraguai.

28 - Ordenado o reconhecimento sobre as linhas do Piquicirí.

29 - Caxias sobe o Rio Paraguai de navio, acompanhado pelo Visconde de Inahúma, para examinar a posição de Angostura.

Outubro (1868) - 1 - Caxias comanda a Cavalaria no reconhecimento das linhas do Piquicirí, sendo tomada uma trincheira avançada além daquelas linhas. 

5 - O Passo de Angostura é forçado por quatro encouraçados, que estacionam entre Villeta e Santo Antônio, cortando as comunicações do inimigo com Assunção.

9 - Caxias decide pela construção da estrada do Chaco. Confiará ao General Alexandre Gomes de Argolo Ferrão a direção da construção.

10 - Convoca de Humaitá o Gen Argolo e seu Corpo de Exército para a construção da estrada sobre o Chaco. Argolo responde a Caxias: "Marechal! Se for possível, está feita! Se for impossível, vamos fazê-la!".

14 - Em Ordem do Dia, registra que Piquicirí é fortíssima posição e que não pode ser atacada nem de frente nem pela direita, pelo que decidiu o ataque pela esquerda através do Chaco.

15 - Os encouraçados Silvado, Lima Barros e Rio Grande forçam as baterias de Angostura, sobem o Rio Paraguai e se reúnem à 3ª Divisão Naval do Chefe de Divisão Delfim Carlos de Carvalho, futuro Barão da Passagem.

17 - Acampa com o grosso do Exército na região de Potrero Recalde.

19 - Caxias dirige-se à margem direita do rio Paraguai e, em companhia de Argolo, percorre a picada (parcial) construída no Chaco.

24 - O 1º tenente do Corpo de Engenheiros Emílio Carlos Jourdan consegue ampliar a picada no Chaco, à altura de poder se comunicar com o encouraçado Brasil, que dirigia o trabalho do mesmo oficial.  

26 - Forças sob o comando dos tenentes-coronéis Deodoro da Fonseca e Tibúrcio de Souza, por ordem de Caxias, derrotam os paraguaios na região próxima a Vuelta de Angustura, no Chaco.

27 - Concluída a Estrada do Chaco (+ - 11 Km), Caxias a percorre em companhia do General Argolo, seu construtor.

Novembro (1868) - 2 - Determina a uma Brigada de Cavalaria da 3ª Divisão avançar sobre o flanco direito do acampamento inimigo de Piquisirí, o que obriga os paraguaios a retrair.

4 - Caxias vai novamente ao Chaco e percorre a cavalo toda a estrada até a beira do Paraguai, frente a Villeta. Fez-se acompanhar por Argolo. Em Villeta, passam para o navio Rio Grande e sobem o Rio Paraguai para a escolha do local de desembarque da tropa.  

6 - Caxias planeja embarcar o Exército nos navios da Esquadra em Villeta e o desembarcar em Santo Antônio depois de pronta a estrada.

17 - Realiza novo reconhecimento da estrada do Chaco a cavalo, acompanhado por Argolo.

19 - Realiza reconhecimento das linhas do Piquicirí, apoiado pela Esquadra, e determina o bombardeamento de Angostura por cinco encouraçados brasileiros.

20 - Realiza novo reconhecimento de Villeta. Encontra já construída a ponte de batéis, para a comunicação entre as duas margens.

23 - Faz a quarta excursão até a foz do Villeta, onde já se encontram o 2° CEx e parte do 1°.

26 - Por ordem de Caxias os encouraçados Brasil e Cabral, o monitor Piauí, o vapor Triunfo e uma lancha sobem Palmas e forçam a passagem pelas baterias de Angostura.

27 - Transferência do QG de Caxias de Palmas para o Chaco, onde são ativados os preparativos da passagem e desembarque na retaguarda das posições inimigas.

28 - Autoriza Osorio a dar início à passagem das forças de cavalaria para o Chaco na manhã do dia seguinte, 29.

29 - Ordenado o bombardeio de Assunção, já evacuada pela população.

30 - Em reconhecimento pelo Rio Paraguai, Caxias decide que o desembarque será nas barrancas de Santo Antônio.

Dezembro (1868) - 1 - Aproveitando-se do novo caminho do Chaco, Caxias marcha até defronte de Santo Antônio, de onde manda transportar em vapores todas as suas forças para aquele porto. Em ofício ao Ministro da Guerra, reitera sua disposição de atacar por Villeta.

2 - Passa revista no Exército reunido no acampamento de Reducción-Cuê, no Chaco, margem direita do rio Paraguai, antes do início da marcha de flanco.

3 - Caxias atravessa o rio Paraguai e desembarca no Chaco. Reorganiza o Exército, com os seguintes comandos: 1° Corpo de Exército: Brigadeiro Jacyntho Machado Bitencourt; 2° CEx: Marechal de Campo Argolo Ferrão; e 3° CEx: Tenente-General Osorio.

4 - Ordenado o início da marcha pelo Chaco à noite, para o desembarque em Santo Antônio, iludindo os planos bélicos de Solano López. Ordena ao General Argolo o reconhecimento imediato da ponte de Itororó, por ser ponto de passagem obrigatório para a retaguarda inimiga.

5 - Caxias e seu exército atravessam o Rio Paraguai do Chaco para o local Guarda de Santo Antônio, acima de Villeta. Desembarca com os três corpos de exército totalizando 17 mil homens e sem perda de nenhum soldado e nenhum cavalo. Início da Dezembrada, que vai até a ocupação de Assunção.

6 - Batalha de Itororó: transpondo a Ponte de Itororó à frente do 1° Corpo de Exército, sob forte fogo inimigo, Caxias profere a épica frase: “Sigam-me os que forem brasileiros!”. A batalha é vencida no mesmo dia. Feridos gravemente o Marechal Argolo e o Brigadeiro Gurjão.

7 - Prossegue a marcha pela manhã, acampando além do Arroio Itororó.

8 - Chega às 1800 horas à Capela de Ipané. Ocupação do Porto de Ipané. Determina o início do movimento de todo o Exército na direção geral oeste.

10 - Acampa em Ipané.

11 - Atacando sob forte temporal, à frente do 2º e do 3º Corpos, Caxias inflige terrível derrota ao inimigo na batalha do Arroio Avaí. Osorio é ferido por um tiro no maxilar. O Exército acampa em Villeta.

14 - Em OD desta data registra as ações na batalha de Avaí.

16 - Determina um golpe de mão contra a cavalaria paraguaia avançada à frente de Piquisirí.

20 - Em Ordem do Dia, dirige-se à tropa, exaltando as vitórias anteriores e estimulando-a ao combate que se aproxima, o das Lomas Valentinas.

21 - Assalto e tomada da extensa linha fortificada de Piquicirí e Itá-Ibaté.

22 - Decidido o assalto às Lomas Valentinas.

23 - Caxias determina ao Coronel Paranhos e ao Coronel Mallet que cerrem suas tropas até Palmas. À tarde reconhece a parte oriental da posição ocupada pelo inimigo.

24 - Em frente às Lomas Valentinas, Caxias e os chefes dos exércitos argentino e uruguaio firmam uma intimação ao Presidente Solano López para a deposição de armas, que é por este recusada.

25 - Através de 40 bocas de fogo inicia, às 0600 horas, o bombardeio das Lomas Valentinas.

26 - Por Decreto desta data, Caxias é condecorado com a Ordem de Dom Pedro I, grau Grã-Cruz, pelos relevantes e extraordinários serviços prestados na Guerra do Paraguai. Suposto entendimento, através de emissário(s), entre Caxias e López para a fuga deste. Entendimento não confirmado (DORATIOTO, 2002, p. 375).

27 - Ordenada violenta carga de fogo e ataque em todas as frentes sobre o inimigo, da qual resulta a fuga de López e a ocupação completa das Lomas Valentinas, com a apreensão de grande quantidade de víveres, munição, arquivos e bagagens. Destruída a capacidade tática defensiva do inimigo. Batalha de Itá-Ibaté, a última das Lomas Valentinas, com vitória aliada.

28 - Caxias e os generais aliados intimam à rendição as forças paraguaias sitiadas em Angostura as quais não aceitam, por julgarem que López ainda estava na região de Lomas Valentinas.

29 - Pela madrugada, inicia a marcha de Caxias em direção a Angostura onde, às 0800 horas, seria iniciado o bombardeio se dois parlamentares paraguaios não viessem se certificar da fuga de López. Este, já havia buscado proteção na Cordilheira.

30 - Caxias recebe um parlamentar com a declaração de que a tropa paraguaia de Angostura se renderia, o que aconteceu às 1100 horas. Por generosidade, foi permitido aos oficiais prisioneiros continuarem a portar suas espadas. Última campanha de Caxias na Guerra do Paraguai e na carreira militar. Os troféus desta última campanha foram 127 canhões e 29 bandeiras inimigas.

31 - Após Angostura, Caxias marcha com o grosso da tropa para Villeta. A Ordem do Dia nº 658 da Repartição de Ajudante-General desta data publica a condecoração de Caxias com a Grã-Cruz da Ordem de Dom Pedro I.

1869

Janeiro - 1 - Prossegue rio Paraguai acima a esquadra brasileira, em direção à região de Armação, transportando tropas de desembarque brasileiras. Caxias assiste ao embarque das tropas que vão ocupar Assunção, sob o comando do Coronel Hermes da Fonseca.

2 - Levanta acampamento em Villeta e prepara o prosseguimento para Assunção.

3 - Caxias segue, com grande parte da tropa, em direção de Assunção. No caminho, acampa em Santo Antônio.

4 - Em marcha para Assunção, acampa junto à Capela de São Lourenço. O Jornal do Comércio de Porto Alegre compara Caxias ao General Ulysses Grant, norte-americano vencedor da Guerra de Secessão.

5 - Entrada de Caxias com as tropas aliadas em Assunção, objetivo político da guerra, já ocupada pela Brigada do Coronel Hermes da Fonseca.

6 - Determina alterações na organização da tropa, reduzindo os corpos para dois: o 1°, sob o comando de Osorio, e o 2° sob o de Argolo.

9 - Caxias presencia o falecimento do General Andrade Neves, Barão do Triunfo, em Assunção, a quem se referira como “bravo dos bravos do Exército Brasileiro”, vítima dos ferimentos recebidos no ataque às Lomas Valentinas. 

12 - Em ofício ao Ministro da Guerra solicita ser substituído no comando, alegando fadiga e problemas de saúde, agravados pelo calor.

13 - Em carta ao Barão de Muritiba, Ministro da Guerra, Caxias comenta as razões de ter nomeado o General José Luiz Menna Barreto para a Junta de Justiça Militar, sediada em Humaitá.

14 - Parte uma expedição a Mato Grosso, com o fim de comunicar ao Presidente daquela Província os últimos acontecimentos e restabelecer a comunicação fluvial com a mesma. Expede a sua Ordem do Dia n° 272, na qual relata as ações do mês anterior e o fim da guerra.

16 - Em Ordem do Dia Caxias passa “a direção de todo o movimento” da Força Naval para o Barão da Passagem, em conseqüência do estado de saúde de Joaquim José Inácio de Barros, Visconde de Inhaúma.

17 - Caxias desmaia durante uma missa na Catedral de Assunção. Fica desacordado por meia hora. Em Humaitá, neste mesmo dia, morre o Brigadeiro Hilário Maximiano Antunes Gurjão, de ferimentos recebidos em Itororó no ano anterior.

18 - Caxias expede Ordem do Dia despedindo-se do Exército, então em Assunção, e passa o comando ao General Guilherme Xavier de Souza. Declara que assim procedia por fortes motivos de saúde.

22 - Embarca no navio Guaporé, com destino à capital uruguaia. Em São Nicolau, passa para o navio “Lima e Silva” e continua a viagem.

24 - Desembarca em Montevidéo o Marquês de Caxias, em precário estado de saúde, vindo do Paraguai.

30 - Caxias recebe a Carta Imperial nomeando-o integrante da Grã-Cruz da Ordem de Dom Pedro I, cuja insígnia de ouro e brilhantes lega, mais tarde, à sua irmã, a Baronesa de Suruí. Publica a penúltima Ordem do Dia, a de n° 274. 

Fevereiro (1869) - 7 - Em Montevidéo, na Ordem do Dia nº 275, deixa o comando das forças brasileiras no Paraguai na qual se justifica e diz: “Achando-me gravemente enfermo...tenho o coração oprimido pela dor de separar-me do Exército”.

9 - Gravemente enfermo, embarca de volta para a Corte, acompanhado do médico, do seu ex-Chefe do EM e de mais cinco oficiais.

15 - Chega ao Rio de Janeiro, a bordo do navio São José, o Marquês de Caxias, sendo recebido no porto somente pela esposa, a Marquesa de Caxias, dona Anna Luiza.

16 - Recolhe-se Caxias à sua residência na Tijuca, acompanhado pela esposa.

17 - Dirige um ofício à Diretoria da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Freguesia de São Francisco Xavier do Engenho Velho agradecendo a intenção dos comparoquianos em obsequiá-lo “...com festejos, por ocasião da minha chegada à esta Côrte;...rogo à V.Exa. o favor de conseguir d’elles, que seja applicado o producto da subscrição recolhida para esse fim, às obras da Igreja da nossa Freguesia”...

20 - Condecorado por Decreto com a Medalha do Mérito Militar pelas suas ações de bravura em Estabelecimento, Itororó, Avaí e Lomas Valentinas. 

22 - Oficialmente demitido, a pedido, do Comando-em-Chefe das Forças do Império em Operações contra o Paraguai.

23 - Recebe a cópia do Decreto que lhe conferiu a Medalha do Mérito Militar.

Março (1869) - 8 - No Rio, falece o ex-Cmt da Esquadra brasileira no Paraguai, Almirante Joaquim José Inácio de Barros, Visconde de Inhaúma.

22 - Exonerado do Comando-em-chefe das forças brasileiras contra o Paraguai “em vista do sofrimento de moléstia que o impossibilita de continuar no Comando”. Decreto Imperial nomeia o Conde D’Eu para substituir Caxias no Paraguai.

23 - Agraciado com o título de Duque, pela 1ª vez concedido a um brasileiro nato, pelos relevantes serviços prestados à Pátria na Guerra do Paraguai.

Nota: embora tenha alçado Caxias a Duque, o Imperador manifestou seu desapontamento pelo fato do mesmo ter se retirado do Paraguai sem ter capturado López.

Abril (1869) - 4 - Em Assunção, falecimento do Brigadeiro Jacyntho Machado Bittencourt, vítima de hepatoperitonite adquirida em campanha.

10 - Lavrada a Carta Imperial conferindo a Caxias o título de Duque, o único duque brasileiro nato. Recebe cumprimentos da Câmara da cidade de Campanha, Minas Gerais, aos quais responde, pelo desempenho na Guerra do Paraguai.

19 - A Ordem do Dia nº 668, da Repartição de Ajudante-General publica a exoneração de Caxias do Comando das forças brasileiras no Paraguai sendo, na mesma Ordem, louvado pelo Imperador.

Maio - 2 - Inicia a ocupação do Chaco pelas forças brasileiras no Paraguai.

Junho - 11 - Em Ofício dirigido ao Ministro da Guerra, a Câmara dos Deputados louva Caxias pelos gloriosos feitos no Paraguai.

12 - A Câmara Municipal da Cidade de Baependy, sul de MG, em Sessão desta data, resolveu, por unanimidade de seus membros, felicitar Caxias, pela sua incomparável “abnegação patriótica e grandes feitos na ingente Campanha do Paraguay”.

21 - Em Ordem do Dia a Repartição de Ajudante General transcreve o ofício datado de 11 deste mês da Câmara dos Deputados.

Julho - 12 - Em sessão desta data, a Assembléia Provincial do RS felicita Caxias pelas “tantas e tão brilhantes provas (que) tem dado ao pavilhão nacional...”

26 - Da Tijuca, escreve carta ao amigo General Câmara cumprimentando-o pelas vitórias no Paraguai provando que, conforme diz “...eu não me tinha enganado, quando o propuz para General”...

Agosto (1869) - 6 - Em carta a Osorio, manifesta sua preocupação pelo amparo das famílias de seus comandados que pereceram em ação. 

13 - Remete ofício ao Presidente do IHGB encaminhando a coleção do “Diário das Operações e Ordens do Dia do Exército” do período 1867-68.

25 - 66° aniversário de Caxias.

Novembro - 4 - Chega a Macaé, em companhia da esposa, seguindo para a Fazenda Machadinha, onde residia sua filha mais moça, Ana de Loreto, junto ao genro, Manoel Carneiro da Silva. O casal permaneceu durante cinco meses e sete dias na fazenda.

Dezembro - 15 - No Paraguai, é disperso o acampamento paraguaio de Iguassú-Guá, sendo preso o seu Comandante, o Coronel Canete e 40 homens, e apreendidos como troféus de guerra dois estandartes. Neste ano, foi publicado o primeiro livro sobre Caxias, de autoria de José de Alencar: O Duque de Caxias.

Nota: não é objetivo deste trabalho reconstituir a Guerra do Paraguai, senão mostrar o período em que Caxias esteve na guerra (18Nov1866/18Jan1869), exatamente dois anos e dois meses, período no qual ocorreram os seguintes combates/batalhas, em ordem cronológica, conforme DONATO, 1996, p. 131/132:

- em 1866: Curuzú 20Nov; Caraiá 21Dez; Curupaití 23Dez; e Curupaití 29Dez;

- em 1867: Curupaití 08Jan; Acarajá 12Jan; Curupaití 13Jan; Lagoa Pirí 19Jan; Curupaití 02Fev; Retiro 18Abr; Machorra 20Abr; Laguna 06Abr; Apa-Mi 08Mai; Bela Vista/Nhandipá 11Mai; José Carlos 12Mai; Miranda/Noaque 25Mai; Curupaití 29Mai; Corumbá 13Mai; Alegre 11Jul; Tuiutí 12Jul; Passo de Candelária 17Jul; Tuiu-Cuê 31Jul; Penimbu/Arroio Hondo 03Ago; Curupaití 06Ago; Palmares/Estero Rojas 11Ago; Curupaití 15Ago; San Solano 06Set; Pilar 20Set; Estero Rojas 24Set; Pare-Cuê 03Out; Tatijibá 21Out; Ibarra 27Out; Potrero Obella 29Out; Taji 02Nov; Tuiutí 03Nov; Caimbocá 01Dez; e Passo Poí 26Dez;

- em 1868: Curupaití 13Fev; Humaitá 19Fev; Tebicuarí 21Fev; Assunção 24Fev; Laureles 27Fev; Humaitá 02Mar; Tají 02Mar; Curupaití 03Mar; Tebicuarí 09Mar; Rojas 22Mar; Estabelecimiento 23Mar; Humaitá 10Abr; Timbó Chico 01Mai; Araçá 02Mai; Iasuií 02Mai; Andaí 04Mai; Estabelecimiento 04Mai; Iasuií 08Mai; Yacaré/Passo Ovejas 07Jun; Guaicurú 03Jul; Tají 09Jul; Passo Benitez 15Jul; Humaitá 16Jul; Acaiuasá 18Jul; Timbó 21Jul; Isla Fortin 24Jul; Isla Poi 26Jul; Humaitá 27Jul; Isla Poí 28Jul; Lagoa Verá 31Jul; Lagoa Verá 01Ago; Lagoa Verá 05Ago; Timbó 16Ago; Yacaré 26Ago; Passo Real del Tebicuarí 28Ago; Surubií 23Set; Angostura 01Out; Piquisirí 01Out; Angostura 05Out; Angostura 10Out; Angostura 15Out; Piquisirí 17Out; Vuelta de Angostura 26Out; Angostura 28Out; Abagiba 28Out; Angostura 19Nov; Piquisirí 19Nov; Angostura 26Nov; Itororó 04Dez; Capella Nimbi 04Dez; Angostura 09Dez; Avaí 11Dez; Angostura 16Dez; Sanja Blanca 17Dez; Angostura 19Dez; Lomas Valentinas 21/27Dez; Lomas Valentinas/Itá Ibaté 27Dez; Lomas Valentinas 30Dez; e Angostura 30Dez.  

1870

Circunstâncias

- Francisco Solano López morre em Cerro Corá (01 de março).

- O Conde d’Eu, comandante das tropas brasileiras no Paraguai, declara finda a guerra.

- O jornal “A República” inicia no Brasil o movimento pela república.

- Início da influência militar na política. O motivo principal é os baixos salários.

Fevereiro - 23 - O Diário do Rio de Janeiro publica o artigo “Breve resumo das operações militares dirigidas pelo metódico general Marquês de Caxias na campanha do Paraguai”.

Nota: o referido artigo esclarece diversas passagens da guerra, principalmente o combate da ponte de Itororó.

Abril - 11 - Retorna ao Rio vindo de Macaé, no navio Macahé.

Maio - 14 - Do Andaraí, escreve carta ao General Câmara acusando recebimento de carta deste, de 06Fev, e dirigindo-lhe parabéns pelos feitos gloriosos no Paraguai. Nesta carta, comenta o seu “incomodo de figado”, que o atormenta desde a Balaiada.

Junho - 28 - Em carta a Osorio, Caxias confidencia sua inconformidade com as intrigas políticas contra si no Senado.

Julho (1870) - 5 - Escreve novamente ao agora Brigadeiro Câmara, anexando um livro do poeta Antônio José dos Santos Neves, no qual são cantados em versos os heróis do Paraguai. A poesia se chama “Louros e Espinhos”.

15 - Profere magistral discurso no Senado, defendendo-se das acusações de Pedro Francisco de Paula Cavalcanti e Albuquerque, Visconde de Camarajibe (ou de Albuquerque), de que era “um instrumento da olygarchia”, entre outras. Rebate críticas por não ter aprisionado López.

Agosto - 25 - 67° aniversário de Caxias.

28 - Tornado efetivo na Grã-Cruz da Imperial Ordem da Rosa.

Outubro - 1 - Lavrado o Diploma de admissão de Caxias como Membro-Efetivo da Sociedade de Veteranos da Independência da Bahia.

12 - Nomeado Conselheiro Extraordinário de Estado. É efetivado a seguir.

1871

Circunstâncias

- Lei do Ventre Livre. Mais um passo na direção da abolição dos escravos negros.

- Assinatura do Tratado de paz com o Paraguai (09 de março).

Neste ano, como Conselheiro de Estado, Caxias atuou em 33 resoluções e consultas, a maioria de caráter administrativo, motivo pelo qual não serão aqui transcritas.

Fevereiro - 4 - No Conselho, Caxias participa da Resolução sobre as leis das províncias de São Paulo e de Pernambuco, ambas promulgadas em 1870.

18 - Participa da Resolução sobre a necessidade de se alte­rar a tabela que regula o abono da ajuda de custo aos comandantes de armas das províncias.

Abril (1871) - 8 - Participa da Resolução sobre a antiguidade das graduações militares.

15 - Participa da Consulta sobre a reclamação que faz o admi­nistrador da massa falida da Companhia Intermediária de Nave­gação a Vapor entre a Corte e Santa Catarina com relação à falta de pagamento de fretes dos vapores "Imperatriz", "Imperador" e "Miguel".

Maio - 10 - Participa da Resolução sobre as leis promulgadas pela Assembléia Provincial do Maranhão, promulgadas em 1870.

11 - Caxias escreve ao Barão de São Borja (Victorino Carneiro Monteiro) sobre a situação militar no RS, onde lamenta querer o governo retirar da Província o Barão de Pelotas, Patrício José Corrêa da Câmara.

Junho - 7 - Participa da Resolução sobre o requerimento do Major Severiano Adolpho Charão pedindo indenização das despesas que fez com a reunião de 96 praças que foram incorporadas à tropa que in­vadiu o Uruguai em 1864.

14 - Participa da Resolução sobre o quesito formulado pelo Ministério da Guerra: se nos crimes que não são capitais, nos lugares onde não há auditor letrado pode servir de ‘auditor de guerra’ qualquer capitão.

Julho - 26 - Participa da Resolução sobre o requerimento de D. Anna Delphina de Faria Paiva, mãe do ex-alferes Luiz Gabriel de Paiva, e mais numerosos habitantes das cidades do Rio Grande e Pelotas, “pe­dindo perdão da pena de galés perpétuas que o mesmo ex-alferes está cumprindo na fortaleza de Santa Cruz”.

Nota: Pena de Galés era a 2ª pena abaixo da condenação por fuzilamento ou forca. Consistia em trabalhos forçados do condenado, acorrentado perpetuamente, com um peso redondo na extremidade da corrente. O nome é da época das galés, antigas embarcações movidas a remo, e cuja velocidade era dada pelo ritmo de um tambor.

Agosto - 25 - 68° aniversário de Caxias.

Setembro - 9 - Discursando no Senado, Caxias explica como foram as ações em Itororó.

Outubro - 4 - Em decisão conjunta de Caxias, Muritiba (Ministro da Justiça) e Abaeté (Presidente do Senado) é extinto o Instituto Militar, fundado pelo então Tenente-Coronel Floriano Peixoto para defender os interesses do Exército como corporação e como órgão político. O Conselho de Estado havia decidido que o Instituto era uma ameaça à disciplina (SCHULZ, 1994, p. 79).

5 - No Conselho, é dada solução à consulta sobre as leis da Bahia, promulgadas ainda neste ano.

14 - Como Conselheiro de Estado, Caxias resolve sobre a aplicação das leis da Província de Minas Gerais, promulgadas neste ano.

18 - Resolução da consulta sobre as leis do Rio Grande do Norte, promulgadas em 1870.

Novembro - 15 - Ainda como Conselheiro de Estado, interpreta a maneira de se efetuar o pagamento da Diária mandada abonar aos oficiais que serviram durante a Guerra de Independência.

Dezembro - Neste final de ano, é agraciado com a Medalha da Campanha Geral do Paraguai, cunhada com o bronze dos canhões tomados ao inimigo.

- Ainda neste ano de 1871, Caxias foi nomeado Provedor da Irmandade Santa Cruz dos Militares, no Rio.

                        1872

Circunstâncias

- Primeiro censo brasileiro: 9,9 milhões de habitantes.

- Início da Revolta dos Muckers no RS, através da fanática Jacobina Meurer.

- O Brasil e o Paraguai fazem o Tratado de Assunção, de paz entre os dois, excluindo a Argentina.

Neste ano, como Conselheiro de Estado, Caxias atuou em 43 resoluções e consultas, a maioria de caráter administrativo, motivo pelo qual não serão aqui transcritas.

Abril - 6 - No Conselho de Estado, Caxias vê aprovado pelo Imperador seu voto em separado no requerimento da empresa Travassos & Companhia, fornecedora das tropas brasileiras no Paraguai, no qual a mesma solicitava indenização de prejuízos. O voto foi no sentido da prorrogação do contrato, o que satisfez os reclamantes, conforme o Aviso Ministerial de 08 de abril (RMB nº 3, de 25Ago36, p. 193-200).

13 - De acordo com a opinião de Caxias, o Conselho de Estado aprova a baixa ou reforma dos marinheiros com mais de doze anos de serviço.

25 - Resolução sobre a petição de graça do soldado do extinto corpo de artífices da Corte Querino Lopes Rodrigues, condenado à morte (sic).

Junho - 3 - Participa da Consulta sobre a indenização reclamada pelo Barão de Mauá, na qualidade de Presidente da Companhia da Ponta da Areia, a título de aluguel do estabelecimento desse nome, durante o tempo em que esteve à disposição do Ministério da Marinha.

11 - Participa da Resolução sobre o projeto do Código Disciplinar do Exército para tempo de paz.

18 - Resolução sobre a petição de graça do soldado do 9º Batalhão de Infantaria João Raymundo, condenado à morte (sic).

Agosto - 14 - No Conselho de Estado, Caxias indefere a reclamação de indenização pelo abalroamento do vapor Íris pelo navio Voluntários da Pátria.

21 - Em carta ao seu amigo Marechal Câmara, recomenda o Manuscrito de Brasilicus, pseudônimo de Patrício Câmara Lima (Manuscrito de 1869 ou Resumo Histórico das Operações Militares dirigidas pelo Marechal do Exército Marquês de Caxias na Campanha do Paraguai), o qual aborda as operações de Caxias no Paraguai.

24 - Participa da Resolução em que é indeferido o requerimento dos filhos do Almirante John Pascoe Grenfell pedindo uma pensão.

25 - 69° aniversário de Caxias.

Setembro (1872) - 30 - Como Conselheiro de Estado, indefere o requerimento de um professor de desenho da Escola de Marinha que pede as honras de 1º Tenente da Armada.

Outubro - 20 - Caxias organiza e especifica o novo orçamento do Ministério da Guerra.

Novembro - 5 - Na condição de Conselheiro de Estado determina, em parecer, que ao Secretário da Escola Central seja efetiva a disposição do Decreto nº 3.083, de 28 de abril de 1863 e da Lei nº 2.223, de 05 de abril deste ano.

Nota: conforme o & 3°, Art. 186, Cap. III, Título V do Regulamento das Escolas Militares, na parte que trata do pessoal da administração, a escola terá um secretário “...que terá o gráo de bacharel em mathematicas”.

Dezembro - Recebe a Medalha da Guerra do Paraguai, com três listras. Esta medalha foi cunhada em bronze, pendente do lado esquerdo do peito, com fita de três listas iguais, sendo vermelha a do centro e verde as extremas. Era igual para todos os indivíduos agraciados, independente de posto ou do feito de bravura.

1873

Neste ano, como Conselheiro de Estado, Caxias atuou em 51 resoluções e consultas, a maioria de caráter administrativo, motivo pelo qual não serão aqui transcritas.

Abril - 27 - No Conselho de Estado, Caxias indefere a proposta de uma firma comercial para incumbir-se do serviço de reboques da barra do Rio Grande do Sul.

Junho - 22 - Como Conselheiro de Estado, torna extensivo aos oficiais honorários, quando empregados, o abono do aumento de soldo concedido pelo Decreto nº 2.105, de 08 de fevereiro deste ano.

Agosto - 25 - 70° aniversário de Caxias.

Setembro - 25 - No Conselho de Estado, Caxias opina sobre o pagamento de indenização aos herdeiros de Manuel Bianchi por socorros prestados aos brasileiros aprisionados em Corumbá pelas forças paraguaias em 1865.

Dezembro - 9 - Participa da Consulta sobre alterações em diversos artigos do Regulamento da Escola Militar, propostas pelo Comandante da mesma.

1874

Neste ano, como Conselheiro de Estado, Caxias atuou em 49 resoluções, a maioria de caráter administrativo, motivo pelo qual não serão aqui transcritas.

Janeiro - 17 - Por Resolução desta data, declara que os oficiais reformados do Corpo da Armada podem ser nomeados para os cargos de Intendência da Marinha. 

Fevereiro - 28 - Participa da Resolução sobre a dispensa, solicitada pelo Chefe do EM da Força Naval estacionada no Paraguai e Mato Grosso, da função de ser um dos “claviculários do cofre” (detentor da chave do cofre da Caixa de Economia) da referida Força.

Março - 6 - Resolução sobre a petição de graça do anspeçada do 2º Regimento de Artilharia a Cavalo Pedro Celestino, condenado à morte por insubordinação.

23 - Falecimento da esposa, a Excelentíssima Sra. Duquesa de Caxias.  

Abril - 22 - Caxias faz seu testamento e nomeia os testamenteiros. No testamento, doa sua espada ao Brigadeiro João de Souza da Fonseca Costa, seu Ajudante de Ordens em 1851/52 e Chefe de Estado-Maior no Paraguai. Em 1925, os descendentes de Fonseca Costa doaram a espada ao IHGB.  

Junho - 4 - Nesta data, foi completada a Fé de Ofício de Caxias, mencionando inclusive o último pedido de demissão de Presidente do Conselho de Ministros.

Julho - 8 - Participa da Resolução sobre o requerimento de um ex-praça da Armada que solicita soldo e gratificação em país estrangeiro por quatro anos em que esteve prisioneiro do governo paraguaio.

Agosto - 12 - No Conselho de Estado, defere o requerimento de dois peticionários, concedendo-lhes a pensão à qual têm direito os operários que se inutilizam no serviço.

25 - 71° aniversário de Caxias.

Setembro - 27 - Aprovação da Lei do Serviço Militar Obrigatório, conforme Caxias havia ensaiado implementar. Será implementada em 1876, na forma de Alistamento Militar por Sorteio, ainda quando ele era Ministro da Guerra e Chefe de Governo.

Novembro - 11 - Como Conselheiro de Estado, manda contar como tempo de serviço aquele em que o 1º Cirurgião do Corpo de Saúde da Armada Dr. Joaquim da Rosa serviu como praticante no Hospital Militar do Exército.

1875

Circunstâncias

- Colocado em vigor o Regulamento Disciplinar do Exército.

- Falência do Banco Mauá.

- Início da grande crise internacional, que dura 20 anos.

Neste ano, Caxias assume pela 3ª vez as funções de Ministro da Guerra. Desta vez, imprime novo surto de progresso à força terrestre trabalhando nos seguintes assuntos: Armamento, Sorteio Militar, Ensino Militar, Tropa, Observatório Astronômico, Hospitais, Laboratório Químico-Farmacêutico e Coudelaria Militar, entre outros.

Como Conselheiro de Estado, Caxias atuou em 27 resoluções e consultas, a maioria de caráter administrativo, motivo pelo qual não serão aqui transcritas.

Ainda neste ano de 1875, Caxias recebeu em sua casa na Tijuca a visita de Elisa Alícia Lynch, viúva de Francisco Solano López, que estava a caminho do Paraguai. Caxias tinha recentemente sido nomeado Presidente do Conselho e Ministro da Guerra. Ela foi solicitar uma recomendação de Caxias para o governo paraguaio liberar os seus bens, que estavam retidos. Caxias sentou-se a escrivaninha e redigiu de próprio punho uma carta ao ministro brasileiro (embaixador) em Assunção, solicitando esse alvitre (BAPTISTA, Fernando. Elisa Lynch, mulher do mundo da guerra. Rio: Bibliex, 2007).

Ainda durante este ano, Caxias baixa Regulamento instituindo a Disciplina e Serviço Interno dos corpos arregimentados. Era equivalente aos atuais Regulamento Interno e dos Serviços Gerais (RISG) e Regulamento de Continências (RCont).

Março (1875) - No Conselho de Estado, Caxias opina para que um oficial de Marinha seja reformado administrativamente.

Fevereiro - 27 - Regulamentação da Lei do Serviço Militar aprovada em 27Set74.

Junho - 23 - Caxias é convidado por sua Majestade Dom Pedro II para organizar o Ministério.

25 - Nomeado pela 3ª vez Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Guerra e Presidente do Conselho de Ministros. Em face disso, fica organizado um novo ministério conservador, por Caxias presidido.

28 - Na chefia do chamado Ministério São João, dirige-se à Assembléia Geral anunciando o Programa de Governo.

Julho - 6 - Em carta ao Barão de São Borja (Tenente-general Vitorino José Carneiro Monteiro), Comandante das Armas do RS, manifesta-se contrário à idéia de “intervenção brasileira nos negócios orientais, que não convem fazer”.

Agosto - 25 - 72° aniversário de Caxias.

Setembro - 17 - Obtém a assinatura do Imperador anistiando os bispos da chamada Questão Religiosa.

8 - No Conselho de Estado, opina pela necessidade de serem nomeados escreventes para auxiliar o oficial de fazenda junto ao Corpo de Imperiais Marinheiros no serviço de escrituração.

13 - Como Conselheiro de Estado, relata o pedido do Capitão-Tenente Eduardo Wandenkolk para ser condecorado com o hábito de Avis.

Dezembro - 17 - Pacificação da Questão Religiosa, ao ser aprovado pelo Imperador o seu parecer, propondo a anistia aos bispos de Olinda e Belém.

1876

Neste ano, como Conselheiro de Estado, Caxias atuou em 64 resoluções e consultas, a maioria de caráter administrativo e judicial, motivo pelo qual não serão aqui transcritas.

Março - 26 - A Princesa Isabel assume o trono por ocasião da viagem de Dom Pedro II aos EUA e à Europa. Em face disto, Caxias assume a Presidência do Conselho de Ministros e o cargo de Ministro da Guerra.

Junho - 28 - Em Aviso, põe termo às reclamações de fornecedores argentinos Lezica & Lanus, ainda da Guerra do Paraguai, encerrando essas questões com o pagamento de parte das citadas reclamações.

Julho - 5 - No Conselho de Estado, Caxias vota contra o recurso interposto pelo cidadão Raimundo Pio Barroso Bastos, sobre seu alistamento para o Serviço Militar na Província do Pará.

19 - Caxias opina contra o recurso interposto por os negociantes de forragens Casaccia & Patri, no Paraguai, por prejuízos alegados e não averiguados.

26 - Participa da Resolução sobre a época em que devia ser feito o alistamento militar relativo a 1876, por não ser possível o sorteio devido a atrasos das apurações de algumas províncias.

27 - Em São Cristóvão, Praça Dom Pedro I, Caxias passa em revista o 1º Regimento de Cavalaria Ligeira e o 2º Regimento de Artilharia a Cavalo. Ainda em julho, por ser maçom, Caxias é expulso da Irmandade Santa Cruz dos Militares.

Agosto - 25 - 73° aniversário de Caxias.

1877

Neste ano, como Conselheiro de Estado, Caxias atuou em trinta resoluções e consultas, a maioria de caráter administrativo, motivo pelo qual não serão aqui transcritas.

Abril - 24 - No Conselho de Estado, opina contra o recurso interposto por dois cidadãos contra a decisão da Junta de Alistamento da Corte, que os considerou bem alistados para o serviço do Exército.

28 - Como Conselheiro de Estado, Caxias opina favoravelmente à petição de graças ao ex-soldado do 1º Regimento de Cavalaria Ligeira Manoel Alves Pereira, condenado à morte.

Maio - 4 - Em discurso no Parlamento, rebate suposição de Zacharias de Góis de que em 07Abr31, na crise da Abdicação ele, Caxias, teria sido revolucionário. Explica que era Major, subordinado ao seu comandante de corpo e, como tal, cumpria ordens, mas aduz que foi pessoalmente a favor da abdicação, por julgar que era melhor para o Brasil.

9 - Os anais do Senado desta data registram a sessão na qual foi comentada a atual inimizade (antes íntimos amigos) entre Caxias e Osorio, conforme foi publicada pela imprensa do Rio (RMB nº 3, de 25 Ago 36, p. 157-163), recém chegado à Corte para assumir as funções de Senador.

Julho - 11 - No Conselho de Estado, emite opinião sobre as leis promulgadas pela Assembléia Provincial do Maranhão, no ano anterior.

Agosto - 25 - 74° aniversário de Caxias.

Setembro - 26 - Com a volta de Dom Pedro II da sua viagem, a Princesa Isabel deixa o trono e dispensa Caxias das funções de Presidente do Conselho de Ministros e de Ministro da Guerra.

Novembro - 6 - Eleito Sócio Honorário do Instituto Litterário Luizense, de São Paulo.

29 - Participa de Resolução sobre as leis do Rio Grande do Sul, promulgadas em 1876 e 1877.

Dezembro - 1 - Participa da Resolução sobre os requerimentos de diversos “repetidores” da Escola Militar, pedindo a nomeação de “lentes”, independente de Concurso.

15 - Como Ministro da Guerra, baixa o Aviso nº 536, transferindo o Laboratório Químico-Farmacêutico do Hospital Militar da Corte para sede autônoma na rua Evaristo da Veiga, nº 29, centro do Rio.

29 - Participa das Resoluções sobre as leis da Província do RS, promulgadas em 1876 e 1877.

1878

Janeiro - 5 - Em carta ao Imperador, pede exoneração de Presidente do Conselho de Ministros e de Ministro da Guerra, afastando-se do governo. Recolhe-se à Fazenda de Santa Mônica, em Vassouras, à beira do rio Paraíba do Sul, aos cuidados de sua filha mais velha, a Baronesa de Santa Mônica.

Março - 4 - Estando em Lisboa, o Monsenhor Joaquim Pinto de Campos, deputado por Pernambuco, oferece à sua Província o livro de sua autoria ‘Vida do Grande Cidadão Brasileiro Luiz Alves de Lima e Silva’.

Maio - 1 - Exonerado da função de Ministro da Guerra.

Junho - 7 - Continua exercendo a função de Senador pelo Rio Grande do Sul e a de Conselheiro de Estado e de Guerra. Neste ano, foi publicada a obra do Padre Joaquim Pinto de Campos: A vida do grande cidadão Luiz Alves de Lima e Silva, a terceira do mesmo autor sobre Caxias. Neste último período como Ministro da Guerra, Caxias adota o modelo de fuzil Comblain para a Infantaria e a clavina Spencer para a Cavalaria (retro-carga), define o Sistema de Serviço Militar, melhora o Ensino Militar, recupera os Hospitais, o Laboratório Químico-Farmacêutico e a Coudelaria Militar. Resolve ainda a pendência das reclamações dos fornecedores argentinos (vide 28Jun76).

Agosto - 25 - 75° aniversário de Caxias. 

 

 

“O homem superior distingue-se do homem inferior pela intrepidez e desafio à infelicidade” (Friedrich Nietzsche)

 

 1879

Janeiro - 13 - No Rio, ocorre o falecimento do Tenente-General Polydoro da Fonseca Quintanilha Jordão, Visconde de Santa Teresa, ex-comandante do Exército Imperial no Paraguai, de 15 de julho a 18 de novembro de 1866.

Agosto - 25 - 76° aniversário de Caxias.

Outubro - 4 - Falecimento de Manuel Luis Osorio, amigo de Caxias.

1880

Maio - 7 - Às 1830 h, Caxias sente-se mal e é levado ao leito. O Monsenhor Meirelles é chamado com urgência e ministra-lhe o sacramento da morte. Falece às 2030 h, depois de ter se despedido de todos os presentes ao seu leito de morte na Fazenda Santa Mônica, Juparanã.

8 - Missa de corpo presente e velório, até às 1300 h. Às 1400 h é levado por trem para o Rio. Continua o velório no Palacete da atual Rua Conde de Bonfim até a manhã seguinte. Reuniram-se o Senado e a Câmara dos Deputados em sessões solenes para aprovar moção e votos de pesar pelo passamento de Caxias.

9 - Sepultado às 0930 h no Cemitério São Francisco de Paula, no Catumbi, sem as honras militares e pompas fúnebres de direito, tendo sido seu corpo conduzido por soldados de ótimo comportamento, tudo conforme estabelecido em seu testamento. Foi cumprido o seu desejo de ser enterrado pela Irmandade Santa Cruz dos Militares.

14 - Em Sessão ordinária do IHGB, com a presença do Imperador, foi proferido um discurso em homenagem a Caxias, após o que foi encerrada a Sessão em sinal de pesar e como homenagem aos consócios falecidos.

Nota: sob a égide do IHGB, foi criada uma associação civil-militar com o nome de Instituto Duque de Caxias com o fim de tornar perene o culto do grande brasileiro, comemorando sempre a data de 25 de agosto (RMB nº 3, de 25Ago36, p. 297).

28 - O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro nomeia uma Comissão para fazer erigir na Corte uma estátua equestre do Duque de Caxias. Neste ano, é publicada a obra do Major José Bernardino Bormann: Marechal Duque de Caxias.

Dezembro - 15 - Em Sessão Magna do IHGB, o Conselheiro Dr. Olegário Herculano de Aquino e Castro procede o necrológio de Caxias dizendo: “O duque de Caxias foi grande aos olhos do seu século; maior será ainda aos olhos da posteridade”  (Rev. Mil. Brasileira nº 3, de 25Ago36., p. 24).

“Ninguém planeja fracassar, mas fatalmente fracassa por não planejar”.  (Jim Rohn)

 

OUTROS FATOS E HOMENAGENS APÓS A MORTE

1884

Abril - 12 - Na região serrana do RS, o Quinto Distrito da Paz é anexado ao município de São Sebastião do Caí com o nome de Freguesia de Santa Teresa de Caxias, hoje Caxias do Sul.

1887

Setembro - 22 - Falecimento da 2ª filha de Caxias, Ana, 2ª Baronesa de Ururahy.

A glória dos grandes homens deve sempre ser medida de acordo com os meios que empregaram para adquiri-la”  (François La Rouchefoucald)

1889

Março - 9 - Sancionado o Dec. nº 10.202, que cria o Imperial Colégio Militar da Corte e aprova o Regulamento. No capítulo “Recompensas” é instituída a medalha de ouro “Caxias” concedida, até 1936, a somente onze alunos.

Abril - 10 - Comprado o Palacete da Babilônia, pertencente aos Barões de Itacuruçá, para nele ser instalado o Imperial Colégio Militar. O Palacete é hoje o Gabinete de Comando do Colégio Militar do Rio de Janeiro.

Maio - 6 - Início das aulas do Colégio Militar da Corte, com 44 alunos matriculados, realização do sonho de Caxias.

1890

Junho - 20 - A Freguesia de Santa Teresa de Caxias, RS, fundada em homenagem a Caxias, ainda em vida, quando ele era presidente da Província do RS, é emancipada com o nome de Vila de Santa Teresa de Caxias.

1896

Outubro - 24 - Por lei desta data, é extinta a Repartição do Ajudante-General, sendo criado o Estado-Maior do Exército. A lei só entra em execução com o Regulamento de 06 de janeiro de 1899.

1897

Março - 20 - Falece, no Rio, o Marquês de Tamandaré, que se cobriu de glórias no Paraguai.

“Por mais brilhante que seja uma ação, não deve passar por grande se não for o efeito de um grande plano”  (François La Rouchefoucald)

1898

Abril - 18 - Pelo Decreto nº 228 é mantida a medalha Duque de Caxias, prêmio ao mais distinto e aplicado aluno do Colégio Militar.  

1899

Agosto - 15 - No Largo do Machado, Rio de Janeiro, é inaugurado o monumento, uma estátua equestre, ao Duque de Caxias. O escultor foi Rodolfo Bernardelli. A comissão incumbida do monumento manda cunhar uma medalha de bronze comemorativa à inauguração do mesmo.

Novembro - 20 - O Marechal João Thomaz de Cantuária, Chefe do Estado-Maior do Exército, em ofício circular desta data, condecora com a medalha do monumento à Caxias as instituições, inclusive o IHGB, pessoas presentes à inauguração, repartições do Ministério da Guerra, distritos militares e unidades que participaram do processo de construção e inauguração.

1902

Abril - 21 - Falecimento da filha primogênita de Caxias, Luiza, Baronesa de Santa Mônica.

1903

Junho - 5 - Em sessão do IHGB, o sócio Max Fleiuss propôs que o Instituto incumbisse Euclydes da Cunha de escrever uma monografia sobre Caxias. Foi aprovada por unanimidade e aceita por Euclydes da Cunha.  

Neste ano, foram publicadas as seguintes obras e artigos:

ROMERO, Sílvio. O Duque de Caxias e a Integridade do Brasil. Rio de Janeiro: Laemmert, 1903.

ABREU, Capistrano de. O Duque de Caxias. Rio: Gazeta de Notícias, 04Ago1903.

OLIVEIRA, Antônio José Dias, General. Caxias, o Pacificador. Rio: Revista da Escola Militar da Praia Vermelha, 1903.

1904

Neste ano, foi publicada a seguinte obra: SEIDL, Raimundo Pinto. O Duque de Caxias – esboço de sua gloriosa vida. Rio de Janeiro, 1904.

1905

Outubro - 2 - Pelo Decreto nº 5.698, o Governo mantém no Regulamento do Colégio Militar a medalha Duque de Caxias para o melhor aluno.

1909

Neste ano, surgiu o seguinte livro: SENE, Ernesto. Caxias. Rio de Janeiro, 1909.

1918

Novembro - 5 - Nesta data, foi inaugurado o aquartelamento da 2ª Bateria do 5º Distrito de Artilharia de Costa, em Praia Grande, São Paulo, desde então denominado Forte Duque de Caxias o qual forma, em conjunto com os outros dois fortes, o de Jurubatuba e o Rego Barros, a Fortaleza de Itaipu.

1920

Neste ano, foi publicado o livro de João Hafkeymer, O Duque de Caxias. Publicação da Editora Barcelos Bertaso, de Porto Alegre.

1923

Agosto - 25 - Instituídas as comemorações de Caxias através do Aviso n° 443, desta data, do Ministro da Guerra General Setembrino de Carvalho.

1924

Agosto - 25 - A data de natalício de Caxias é escolhida para ser o Dia do Soldado. A União Católica dos Militares escolhe Caxias como seu Patrono.

1925

Agosto - 11 - Instituído, pelo Aviso Ministerial n° 366, desta data, o Dia do Soldado. A partir deste ano, o IHGB guarda, como relíquia que é, a invicta espada de Caxias.

1926

Agosto - 27 - Através do Aviso n° 320, o Ministro da Guerra determina que o dia 25 de agosto deve ser considerado feriado militar.

1928

Agosto - 25 - O Tenente-Coronel Sylvio Schedeler pronuncia conferência sobre Caxias no então 12º RI, Belo Horizonte.

1930

Outubro - 24 - Vitoriosa a revolução que colocou o Dr. Getúlio Vargas no governo da República.

1931

Neste ano, o então Coronel José Pessoa mandou moldar a cópia fiel, em escala, da espada de Caxias, que é, hoje, o Espadim do cadete das Agulhas Negras.

Março - 14 - Criado o Distrito de Caxias, com sede na antiga Estação de Meriti e formado pelo território desmembrado do Distrito de Meriti, pertencente ao então Município de Iguaçu (atual Nova Iguaçu, RJ).

Dezembro - 28 - O Coronel José Pessoa, Comandante da Escola Militar do Realengo, estabelece em Boletim a medalha “Caxias”, destinada ao Aspirante a Oficial 1° colocado na classificação geral do Curso.

1932

Dezembro - 16 - Primeira entrega, junto à estátua no Largo do Machado, de espadins aos cadetes do Realengo, cópia fiel em escala da espada invicta do Patrono.

1933

Neste ano, foi publicada uma das principais obras sobre Caxias, de autoria de um de seus maiores biógrafos, o Dr. Eugênio Vilhena de Morais: O Duque de Ferro – aspectos da vida de Caxias. Rio de Janeiro.

1934

Março - Neste ano, foi publicada a obra de ORICO, Osvaldo: O Condestável do Império. Porto Alegre: Globo, 1934.

13 - O Decreto nº 23.994, que aprova o novo Regulamento da Escola Militar, mantém a medalha “Caxias”, instituída pelo General José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, em 28 de dezembro de 1931, para o 1º classificado na referida Escola.

Maio - 16 - O Decreto nº 24.257 determina que a moeda de prata de 8 gramas, módulo 26 mm, traga no anverso a efígie do Duque de Caxias, e “no reverso uma espada batalhante” (Revista Militar Brasileira nº 3, de 25Ago36, p. 20).

1935

Neste ano, Dom Francisco de Aquino Corrêa, arcebispo de Cuiabá, compôs a letra do Hino à Caxias. A música é de Francisco de Paula Gomes.

A partir deste ano, em todo dia 25Ago, passa a ser rezada uma missa no altar-portátil que pertenceu a Caxias, o qual é conservado no Convento de Santo Antônio, no Largo da Carioca.

Julho - 22 - Pelo Decreto n° 305 desta data, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas, o Forte do Leme recebe a denominação histórica de Forte Duque de Caxias (*).

Agosto - 1 - A Revista Militar Brasileira n° 1, de 25 de agosto de 1935, publica um Ensaio Psicológico de Caxias, de autoria do General da Reserva Liberato Bittencourt. 

8 - No 133º ano do nascimento de Caxias, manifesta-se o Presidente da República Dr. Getúlio Dornelles Vargas exaltando a figura do Patrono do Exército (RMB nº 1, de 25Ago35, p. 304-305).

25 - Na edição deste mês da Revista Militar Brasileira, no artigo “O dia do Soldado”, o Ministro da Guerra General João Gomes Ribeiro Filho, estimula os militares a lembrarem-se sempre de Caxias.

Dezembro - 31 - Autorizado pela Lei nº 128, de 06Dez, o Executivo manda cunhar pelo Dec. nº 565, desta data, novas moedas, entre as quais foi mantida a de Caxias, no valor de 2.000 réis, tendo o seu busto de perfil no anverso. 

(*) Após a Independência do Brasil, o Forte do Vigia, no Leme (zona sul do Rio), recebeu seus primeiros canhões. Reformado pelo Capitão Augusto Tasso Fragoso em 1895, passou a ter o nome de Forte do Leme. Como homenagem ao Patrono do Exército, recebeu, em 1935, a denominação histórica de Forte Duque de Caxias, por decreto de Getúlio Vargas.

1936

Neste ano, foi reeditada a obra do Padre Joaquim Pinto de Campos sobre Caxias.

Agosto - O Ministro da Guerra General Pedro Aurélio de Góis Monteiro, em artigo na Revista Militar Brasileira intitulado “Caxias, Comandante-em-Chefe”, refere-se à ação de comando do mesmo dizendo: “...E assim ele ganhava as almas para os combates pela Pátria.”

25 - Inaugurado um marco de granito no Km 54 da antiga Rodovia Rio-Petrópolis, Raiz da Serra, assinalando o local do antigo Solar dos Belo, família de Caxias.

Setembro - 11 - O Diário Oficial da União (DOU) publica a criação, pelo IHGB, do Instituto Duque de Caxias, com o fim de “tornar perene o culto ao grande brasileiro”.

1940

Abril - 12 - O Decreto-Lei nº 2.133, desta data, dispõe que o Ministério da Guerra será o guardião do testamento e do inventário de Caxias, escritos de seu próprio punho, que se achavam em Cartório.

1941

Agosto - 28 - Inauguração do prédio novo do antigo Ministério da Guerra (hoje Palácio Duque de Caxias), no centro do Rio (vide 1974), na Av. Presidente Vargas, então em construção.

1942

Agosto - 25 - Em Porto Alegre, na Biblioteca Pública, o Dr. Darcy Pereira de Azambuja, professor e jurista, pronuncia conferência sobre Caxias, publicada pela 3ª Região Militar como colaboração à campanha “Monumento a Caxias”.

1943

Dezembro - 31 - A Estação de Merity, baixada fluminense, que em 1931 havia sido declarada 8º distrito de Nova Iguaçu, foi emancipada e transformada na cidade de Duque de Caxias em 31 de dezembro de 1943, durante o Estado Novo, através do Decreto nº 1.055.

1944

Agosto - 25 - Na AMAN é inaugurado um monumento a Caxias, constituído por uma herma de bronze sobre uma coluna de granito onde se acha aposta uma placa de bronze com a inscrição: "Soldados que mereceram o privilégio de conduzir os despojos do grande Marechal" (segue-se a nominata).     

Dezembro - 29 - O Decreto Municipal n° 720 determina a mudança de denominação da Vila Santa Teresa de Caxias para Caxias do Sul, RS.

1945

Inaugurada em São Luiz (MA), a 19 de janeiro, pelo governo do estado, a monumental estátua equestre de Caxias, na praça em frente ao 24° Batalhão de Caçadores – Batalhão Barão de Caxias.

No centenário da Paz do Ponche Verde, no local onde foi proclamada a paz entre o Império e a República Farroupilha, foi construído e inaugurado o Obelisco da Paz. A localidade, a 42 Km da sede, é o 4 º Sub-Distrito de Dom Pedrito e se chama Ponche Verde. Dom Pedrito, por esse motivo, é chamada a Capital da Paz. (http://www.dompedrito.com.br/historico.htm)

1949

Agosto - 23 - Lavrada a Ata de Exumação dos despojos do Duque e da Duquesa de Caxias pela Comissão Especial designada pelo Presidente Dutra, que se reuniu no Cemitério da Venerável Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula. A exumação foi realizada nesta mesma data. A semana de 19 a 25 de agosto foi destinada às comemorações oficiais em todo o território nacional.

24 - Traslado das urnas funerárias do Duque e de sua esposa para a Igreja da Santa Cruz dos Militares, com missa solene.

25 - Depositados os despojos de Caxias e da esposa “...no Pantheon da Praça da República”... - O auto de exumação está no Arquivo Nacional. O Programa Geral das Comemorações está publicado na Revista Militar Brasileira desta data. 

30 - Traslado da estátua equestre do Largo do Machado, mais os restos mortais e os de sua esposa, para o Pantheon na Praça Duque de Caxias, Av. Presidente Vargas, Rio, sítio histórico onde ele serviu por muitos anos ao Exército e ao Brasil. A Irmandade Santa Cruz dos Militares realizou vigília cívica da eça armada desde o dia 24 até esta data.

Outubro - 20 - Através da Nota n° 177, o Ministério da Guerra regula o acesso ao Pantheon, dizendo que o mesmo é “um monumento da cidade...A cripta, porém...fica sob a guarda e responsabilidade do Exército. A cripta será franqueada ao público”...

1953

Junho - 4 - O Ministro da Guerra é visitado pelo Sr. Isaac Scialom y Cardoso, com a finalidade de doar ao Ministério da Guerra uma área de terras em Estrêla, baixada fluminense, em que se achava a casa onde nasceu Caxias. Com a assinatura da escritura de doação, concretizou-se uma íntima aspiração do Exército, qual seja a posse da terra em que seu patrono veio ao mundo e à qual foi dada condigna utilização.

1960

Inauguração do Monumento ao Duque de Caxias na Praça Princesa Isabel, São Paulo, com 45 metros de altura e 50 toneladas, fundido por Victor Brecheret no Liceu de Artes e Ofícios. É o maior monumento equestre do mundo. Na homenagem a Luiz Alves de Lima e Silva, foi retratada, na base do monumento, uma cena da batalha de Itororó, ocorrida durante a Guerra do Paraguai.

1961

Janeiro - Inauguração da Refinaria Duque de Caxias (REDUC), a mais completa e complexa refinaria do sistema Petrobrás. Localiza-se na Rodovia Washington Luís, km 113,7, distrito de Campos Elísios, município de Duque de Caxias, RJ.

1962

Março - 13 - Pelo Decreto 51.929, Caxias é consagrado Patrono do Exército Brasileiro. No mesmo decreto, são consagrados os demais patronos das armas, quadros e serviços.

Dezembro - A Turma de Aspirantes da AMAN recebe a denominação histórica de “Turma Duque de Caxias”. A esta turma pertence o Gen Ex Enzo Martins Peri.

1965

Na obra “Forças Armadas e outras forças” (Recife: Imprensa Oficial, 1965, 36 p.), o sociólogo Gilberto Freyre cunha os termos “caxiismo” e “caxias”, este último uma adjetivação/metáfora, caída no agrado popular e hoje verbete nos dicionários de Aurélio Buarque e de Antônio Houaiss.

1972

Março - Neste ano, o Estado-Maior do Exército define a projeção histórica de Caxias destacando “Excelsas virtudes militares, deixou ensinamentos permanentes para a doutrina militar terrestre do Brasil”.

28 - Inauguração, em Duque de Caxias, do Museu Histórico em homenagem ao Patrono do Exército. Localiza-se na Av. Automóvel Clube, s/n°, Taquara.

1973

            Neste ano, é publicado o livro do autor Paulo Matos Peixoto ‘Caxias - Nume tutelar da nacionalidade’ (Rio: EDICO).

 

1974

Outubro - 17 - Pelo Decreto n° 74.705, desta data, o prédio do antigo Ministério da Guerra, situado na Av. Presidente Vargas, no Rio, recebe a denominação histórica de “Palácio Duque de Caxias”.

1980

Maio - 8 - Cerimônia nacional oficial na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), Resende, RJ, em memória aos 100 anos da morte de Caxias e aos 35 anos da vitória aliada na 2ª Guerra Mundial.

1988

Maio - 25 - O jornalista Barbosa Lima Sobrinho, em artigo do Jornal do Brasil desta data considera Caxias o Patrono da Anistia.

Julho - 12 - Em artigo no jornal Diário Popular, de Pelotas, RS, o Coronel Cláudio Moreira Bento defende Caxias como o “Pioneiro Abolicionista” por ter, em 01 de março de 1845, em Dom Pedrito, RS, 43 anos antes da Lei Áurea, incluído, por sua conta e risco, na Paz da Revolução Farroupilha (1835-45) a seguinte cláusula: “4º - São livres e como tais reconhecidos todos os cativos  que serviram na República”.

1989

Maio - 19 - Inauguração, no Rio, da Loja Maçônica Augusta e Respeitável Duque de Caxias. 

1996

Março - 1 - Caxias é escolhido Patrono da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB), sediada em Resende, RJ.

1997

Julho - 12 - O 24° Batalhão de Caçadores, São Luís, MA, recebe a denominação histórica de Batalhão Barão de Caxias e o respectivo Estandarte Histórico.

1999

Junho - 8 - Pela Portaria nº 311, desta data, a 13ª Companhia de Comunicações, São Gabriel, RS, recebe a denominação histórica de Companhia Praça Forte de Caxias. Foi o forte que serviu de QG a Caxias, na "Terra dos Marechais", para o combate aos farroupilhas.

Agosto - 9 - Pela Portaria Ministerial nº 399, desta data, a Companhia Praça Forte de Caxias recebe o seu Estandarte Histórico.

2001

Março - 23 - A Portaria Ministerial n° 123 - Cmt EB, desta data, concedeu a denominação histórica de “Batalhão Duque de Caxias”, ao

Batalhão da Guarda Presidencial – BGP, de Brasília (DF).

Abril - O Comandante do Exército concede ao 3º Grupo de Artilharia Anti-Aérea (3º GAAAé), Caxias do Sul, RS, a denominação histórica de Grupo Conde de Caxias.

2003

Janeiro - 28 - Nas comemorações do bicentenário de nascimento do Duque de Caxias, a Lei n° 10.641, desta data, institui Caxias “Herói da Pátria” e determina a inscrição de seu augusto nome no “Livro de Aço” do Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF).

Agosto - 21 - Inauguração do Museu e busto de Caxias no seu local de nascimento. No âmbito das comemorações do bicentenário de nascimento do Patrono do Exército Brasileiro, a Academia de História Militar Terrestre do Brasil lançou o livro, de autoria de seu presidente: BENTO, Cláudio Moreira. Caxias e a Unidade Nacional. Porto Alegre: Metrópole, 2003. A obra foi inicialmente lançada, com sessão de autógrafos, no Salão Brasil do Colégio Militar de Porto Alegre. Neste livro, o autor considera o século XIX no Brasil como o Século do Duque de Caxias. Outros lançamentos em outros locais foram também realizados. As comemorações do Bicentenário de Caxias foram realizadas em âmbito nacional, principalmente Brasília, Rio, Porto Alegre e no Nordeste, mas todas as Organizações Militares do EB organizaram atividades, tais como palestras, áudio-visuais, formaturas e desfiles.

2009

Agosto - 25 - Inauguração, no Setor Militar Urbano, em Brasília (DF), de uma estátua de bronze de Caxias, em corpo inteiro, sobre um pedestal, patrocinada pela POUPEx, mas de iniciativa da Delegacia Marechal José Pessoa, do DF, da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, sob a delegação do General Arnaldo Serafim, também vice-presidente da dita Academia.

“A verdade é filha dos tempos e não da autoridade”. Galileu Galilei.

 

ALGUNS DADOS NUMÉRICOS DA VIDA DE CAXIAS

            Caxias teve quatro irmãos e três irmãs. Seu tempo total de vida foi de 76 anos, oito meses e 12 dias (25.805 dias). Considerando-se a sua data de praça em 1808 e o seu afastamento das lides militares em 1879, esteve presente na força terrestre por mais de 70 anos. Participou de oito campanhas, sendo cinco internas e três externas. Foi comandante invicto em seis delas. Lutou em três países estrangeiros.

            A partir dos antepassados que vieram de Portugal para o Brasil, Caxias pertence à 3ª geração. Foi a partir desta geração que o nome de família passou a ser “Lima e Silva”. Deixou ela descendentes que já estão na 8ª geração.

Esteve Caxias afastado do Rio de Janeiro e da família, nas diversas missões, durante 4.594 dias, o que equivale a 12 anos, sete meses e quatro dias, sem considerar os anos bissextos e afastamentos eventuais. Os períodos de afastamento foram os seguintes:

1) de 24 de março a 16 de novembro de 1823: Guerra da Independência na Bahia – 206 dias;

2) de 15 de julho de 1825 a 02 de dezembro de 1828: Guerra da Cisplatina – 1205 dias;

3) de 04 de março a 06 de maio de 1839 – Viagem ao Rio Grande do Sul – 63 dias;

4) de 22 de dezembro de 1839 a 30 de junho de 1841 – Balaiada – 190 dias;

5) de 19 de maio a 13 de julho de 1842 – Revolução Liberal de São Paulo – 420 dias;

6) de 27 de julho a 22 de setembro de 1842 – Revolução Liberal de Minas Gerais – 56 dias;

7) de 29 de outubro de 1842 a 23 de março de 1846 – Guerra dos Farrapos – 1240 dias;

8) de 20 de junho de 1851 a 30 de junho de 1852 – Guerra contra Oribe e Rosas – 375 dias; e

9) de 20 de outubro de 1866 a 15 de fevereiro de 1869 – Guerra do Paraguai – 839 dias.

Foi Presidente de duas províncias, Maranhão e Rio Grande do Sul. Nesta última, duas vezes. Foi Comandante das Armas de quatro províncias. Em duas delas acumulou as duas funções. No RS, em duas ocasiões. Foi Deputado por duas províncias e Senador por uma delas (RS) por mais de trinta anos. Debelou quatro revoltas internas e venceu duas guerras externas. Participou de uma guerra interna, a da Bahia, e de uma externa, a da Cisplatina.

            Viveu sob sete sistemas de governo diferentes: regência de Dom João (Colônia), reinado de Dom João VI (Brasil Reino), regência de Dom Pedro, reinado de Dom Pedro I (1º Império), período regencial, reinado de Dom Pedro II (2º Império, 1ª parte) e monarquia parlamentar (2º império, 2ª parte)[1].

Foram seis as autoridades: Dom João, Dom Pedro, os dois da Regência Trina (sem o Padre Feijó), Padre Feijó (Regência Una) e Dom Pedro II, além dos diversos chefes de conselhos de ministros após 1847.

Foi Presidente do Conselho de Ministros por duas vezes. Transitou nos poderes executivo e legislativo. Nestes períodos, participou de 257 resoluções e consultas.

Caxias esteve casado por 41 anos, dois meses e 17 dias. Sua viuvez foi de seis anos, um mês e 14 dias. O casal teve três filhos, sendo duas mulheres e um homem, este falecido aos 15 anos de idade.

Seus interstícios nas diversas graduações e postos foram os seguintes: Cadete: 10 anos; Alferes: dois anos; Tenente: três anos; Capitão: quatro anos e oito meses; Major: oito anos e oito meses; Tenente-Coronel: dois anos e três meses; Coronel: um ano e sete meses; Brigadeiro: um ano; Marechal de Campo Graduado[2]: dois anos e oito meses; Marechal de Campo Efetivo: seis anos e 24 dias; Tenente-General: nove anos e nove meses; Marechal do Exército Graduado: três anos e um mês; e Marechal do Exército Efetivo: a partir de 13Jan1866.

Quanto aos títulos nobiliárquicos, foi Barão durante três anos e oito meses; Conde: sete anos e três meses (não foi Visconde); Marquês: 16 anos e nove meses; e Duque: a partir de 23 Mar 1869. Caxias foi Ministro da Guerra por seis anos, seis meses e 24 dias, descontínuos, em três períodos distintos.

Conforme SOUZA, 2008, p. 32, até a década de 1980, foram computados 51 títulos de obras sobre Caxias. De lá para cá, pelo menos mais três, incluindo esta, totalizando assim 54 obras, no mínimo.

Durante o período em que esteve no sul, combatendo os farrapos, Caxias dirigiu um total de 182 ofícios a autoridades imperiais, provinciais e aos seus comandantes subordinados. Isso mostra que manteve-se sempre aberto às diversas opiniões e sempre em constante ligação com as pessoas que participavam do processo, inclusive adversários e comandantes estrangeiros. O maior número de ofícios, 51, foi dirigido ao Ministro da Guerra do Império.    

 

O TESTAMENTO DO DUQUE DE CAXIAS (Transcrição)

CERTIFICO que em meu poder e cartório se acha arquivado o testamento com que faleceu LUIZ ALVES DA SILVA (DUQUE DE CAXIAS) o qual é do teor seguinte: Eu Luiz Alves da Silva, Duque de Caxias, achando-me com saúde, e em meu perfeito juízo, or­deno o meu testamento, da maneira seguinte. Sou católico Romano, nesta fé tenho vivido, e pretendo morrer. Sou natural do Rio de Janeiro e batizado na Freguezia de Inhomerim, filho legitimo do falecido Marechal Francisco de Souza e Silva e de sua legitima mulher Dona Mariana Cândida Belo de Lima; tam­bém já falecida. Fui casado a face da Igreja com a virtuosa Dona Ana Luiza Carneiro Viana de Lima, Duquesa de Caxias já falecida, de cujo matrimonio, restam-me duas filhas que são Luiza e Ana, as quais se acham casadas; a primeira com Francisco Nicoláu Carneiro Nogueira da Gama, e a segunda, com Manuel Carneiro da Silva, as quais são as minhas legitimas her­deiras. Declaro que nomeio meus testamenteiros, em primeiro lugar a meu genro Francisco Nicoláu,em segundo a meu genro Manuel Carneiro e em terceiro a meu irmão, e amigo Visconde de Tocantins, e lhes rogo que aceitem esta testamentaria da qual só darão contas, no fim de dois anos. Recomendo a estes, que quero que o meu enterro seja feito sem pompa algu­ma, e só como irmão da Cruz dos Militares, no grau que ali tenho, dispensando o estado da casa Imperial, que se costuma a mandar aos que exercem o cargo que tenho. Não desejo mesmo que se façam convites para o meu enterro, por que os meus amigos que me quiserem fazer esse favor, não precisam dessa forma­lidade, e muito menos consintam, os meus filhos, que eu seja embalsamado. Logo que eu falecer deve, o meu testamenteiro, fazer saber ao General e ao Ministro da guerra, que dispenso as honras fúnebres que me pertencem como Marechal do Exército, e que só desejo que me mandem seis soldados, escolhidos dos mais antigos e de melhor conduta dos corpos da guarnição, para pegar das argolas do meu caixão, a cada um dos quais o meu testamenteiro, no fim do enterro dará trinta mil réis de gratificação. Declaro que deixo ao meu criado Luiz Alves quatrocentos mil réis e toda a roupa do meu uso. Deixo ao meu amigo e companheiro de trabalho João de Souza da Fonseca Costa, como sinal de lembrança, todas as minhas ar­mas, inclusivamente a espada com que comandei seis vezes em campanha, e o cavalo de minha montaria arreado com os arreios melhores que tiver na ocasião da minha morte. Deixo a minha irmã, a Baroneza de Suruí, as minhas condecorações de brilhantes da or­dem de Pedro primeiro, como sinal de lembrança, e a meu irmão, o Visconde de Tocantins, um candieiro de prata, que herdei de meu pai. Deixo o meu relógio de ouro com a competente corrente ao Capitão Salustiano de Barros e Albuquerque, também como lem­brança pela lealdade com que tem me servido como amanuense. Deixo a minha afilhada Ana Eulalia de Noronha, casada com o capitão Noronha, dois contos de réis. Cumpridas estas disposições, que deverão sair da minha terça, tudo mais que possuo, será repartido com as minhas duas filhas Ana e Luiza acima decla­radas. E mais nada tendo a dispor, dou por findo o meu testamento, rogando ás Justiças do País, que o façam cumprir por ser esta a minha última vontade escrita por mim e assinada. Rio de Janeiro, vinte e três de abril de mil oitocentos e setenta e quatro. Du­que de Caxias. Era o que se continha em o dito tes­tamento retro e transcrito com o teor do qual fiz bem e fielmente extrair a presente certidão e aos próprios autos de testamento me reporto e dou fé. Rio de Ja­neiro, dezesseis de Fevereiro de mil novecentos e trinta e três. Eu Alfredo José Pinto, escrevente juramentado subscrevo e assino no impedimento ocasional do escrivão. Alfredo José Pinto.

(Fonte: ORICO, Osvaldo. O condestável(*) do Império. Porto Alegre: Globo, 1933.)

(*) Condestável – Comandante supremo do Exército, Comandante dos artilheiros, Escudeiro-mor, Intendente das cavalariças reais, Infante que nas grandes solenidades se colocava à direita do trono real.

 

 

 GENEALOGIA DO DUQUE DE CAXIAS

 

Linha paterna

1) Sargento-Mor João da Silva da Fonseca e Isabel Josefa (bisavós paternos - ambos de Portugal)

- Francisco de Lima

- Ana Vitória Xavier de Lima

- Maria Joaquina Xavier de Lima

- Marechal José Joaquim de Lima e Silva (avô - Portugal: 1746 – Rio: 1821)

2) Capitão Manoel Fonseca Costa e Ana Joaquina Costa (bisavós maternos – ambos do Rio: 1727/1800 e 1739/?, respectivamente)

- Joana Maria Fonseca Costa (avó - Rio: 1762 – Rio: 1842)

- Madre Maria

- Padre Mariano Joaquim Fonseca do Amaral

- Madre Tereza

- Tenente-Coronel Manoel Antônio Fonseca Costa (Rio: 1803-1890)

- José Maria Fonseca Costa (Rio: ?  - 1835)

- Mariana Francisco Fonseca Costa (Rio: ? -1826)

- Joaquina Maria Fonseca Costa (Rio: 1773 – 1843)

3) Marechal José Joaquim de Lima e Silva e Joana Maria Fonseca Costa (avós paternos)

- Brigadeiro Francisco de Lima e Silva (pai - Rio: 1785 -1853)

- Ana Vitória Xavier de Lima e Silva (Rio: 1786 - 1850)

- Marechal José Joaquim de Lima e Silva (Rio: 1787 - 1855)

- Maria Joana de Lima e Silva (Rio: 1788 -?)

- Joana Maria de Lima e Silva (Rio: 1790 - ?)

- José Luiz de Lima e Silva (Rio: 1791 - ?)

- Mariana Emília de Lima e Silva (Rio: 1792 - ?)

- Marechal Manoel da Fonseca de Lima e Siva (Rio: 1793 -1869)

- Teresa Cândido de Lima e Silva (Rio: 1793 -1869)

- Antônio de Lima e Silva (Rio: 1800 - ?)

- Maria de Lima e Silva (Rio: 1803 - ?)

- General João Manoel de Lima e Silva (Rio: 1805 – São Borja, RS: 1837)

- Marechal Luiz Manoel de Lima e Silva (Rio: 1806 – 1873)

 

Linha materna

1) Coronel Luiz Alves de Freitas Belo e Ana Quitéria Joaquina (avós maternos – ambos de Portugal: 1740 e ?, respectivamente, e Rio: ? ambos)

- Padre Luiz

- Marechal Joaquim Mariano de Oliveira Belo (MG: 1787 - 1852)

- Coronel de Milícias Antônio Lopes de Oliveira Belo (?? – ?: 1833)

- Marechal Venceslau de Oliveira Belo (MG: 1789 - ?: 1852)

- José Ricardo

- Bernardina Quitéria

- Mariana Cândida de Oliveira Belo (mãe - Rio: 1783 – 1841)

 

 

 

Pais e irmã(os)

Brigadeiro Francisco de Lima e Silva e Mariana Cândida de Oliveira Belo

- Luiz Alves de Lima e Silva (Rio: 1803 – 1880)

- Ana Quitéria de Lima e Silva (Rio: 1802 - ?)

- Bernardina Matilde de Lima e Silva (Rio: 1806 - ?)

- José de Lima e Silva (Rio: 1807 – 1808)

- José Joaquim de Lima e Silva (Rio: 1807 – 1894)

- Francisco de Lima e Silva (Rio: 1811 – 1844)

- Carlos Miguel de Lima e Silva (Rio: 1813 – Rio Pardo, RS: 1846)

- Camilo de Lima e Silva (Rio: 1815 - ??)

- Carlota Guilhermina de Lima e Silva (Rio: 1818 - ??)

 

DESCENDÊNCIA DO DUQUE DE CAXIAS (até a 5ª geração)

Família da esposa

Paulo Fernandes Viana (pai - Rio: 1757 – 1821) e Luiza Rosa Carneiro da Costa (mãe – Rio: 1786 – 1843)

- Paulo Fernandes Carneiro Viana (Rio: 1804 – 1865)

- Coronel Braz Fernandes Carneiro Viana (Rio: 1815 – 1870)

- Ana Luiza Carneiro Viana (esposa - Rio: 1816 – 1874)

Marechal Luiz Alves de Lima e Silva e Ana Luiza Carneiro Viana

- Luiza do Loreto Viana de Lima Nogueira da Gama (Rio: 1833 – 1902): casada com Francisco Nicolau Carneiro Nogueira da Gama. Filhos (netos de Caxias): Francisca de Lima Nogueira da Gama, Ana, Luísa, Mariana, Francisco Nicolau de Lima Nogueira da Gama, Maria do Loreto, Luís e Manoel.

- Ana Francisca do Loreto Carneiro Viana de Lima (Rio: 1836 – 1887): casada com Manoel Carneiro da Silva. Único filho (neto de Caxias): José de Lima Carneiro da Silva.

- Luiz Alves de Lima e Silva (Rio: 1847 – 1862): sem descendência.   

 

POSFÁCIO

Dr. Eduardo Cunha Müller*

 

            Distinguido pelo amável convite do Autor – que só encontra justificativa em face da fraternal amizade que nos une – cabe-me posfaciar tão interessante Trabalho de Pesquisa.

            Ab initio, faz-se mister referir, que, em tese, sou contra Posfácios; entendo que a apreciação das obras estão afetas, notadamente, aos seus leitores.

            Todavia, no caso presente, tenho que render-me à valia do instituto, que, de modo geral, não aprovo.

            É que, mercê da minha origem Riograndense e das minhas inclinações militares nitidamente cavalarianas, imaginava tratar-se, o Legendário Osório, do maior General do nosso Glorioso Exército. 

            E nisso residia sim, um confessado bairrismo, aliado ainda ao acendrado amor ao nobre amigo – o cavalo.

            Mas, lendo o incansável trabalho do Autor, sinalizando, dia a dia, a trajetória retilínea do Patrono da nossa Força Terrestre, desvaneceu-se, em razão dos irrefutáveis argumentos históricos, a impressão regionalista anterior!

            Caxias foi, sem dúvida alguma, o maior General, de todos os tempos, do Exército Brasileiro!

                       

(*) Eduardo Cunha Müller é Advogado e Historiador. Estudou no Colégio Militar de Porto Alegre-RS, no Chelsea College, em Londres, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e na Escola Superior de Guerra – ESG. Foi Presidente da Liga da Defesa Nacional no Estado do Rio Grande do Sul e Juiz do Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais – TARF/RS, sendo Acadêmico Emérito da Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil – FAHIMTB/AHIMTB/RS.  

 

BIBLIOGRAFIA

Fontes hemerográficas

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Fontes eletrônicas

www.solbrilhando.com.br: Cronologia Maçônica.

www.google.com.

Mantenha suas palavras positivas, porque suas palavras tornam-se suas atitudes. Mantenha suas atitudes positivas, porque suas atitudes tornam-se seus hábitos. Mantenha seus hábitos positivos, porque seus hábitos tornam-se seus valores.  Mantenha seus valores positivos, porque seus valores...tornam-se seu destino”.  (Mahatma Gandhi)

 

Dados da Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil

Foi fundada em Resende em 1o de março de 1996, como AHIMTB, data do aniversário do término da Guerra do Paraguai e do início do ensino militar na Academia Militar das Agulhas Negras em Resende. A Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB) destina-se a desenvolver a História das Forças Terrestres do Brasil, Exército, Fuzileiros Navais, Infantaria da Aeronáutica, Forças Auxiliares (Polícias e Bombeiros militares e outras forças que as antecederam desde o Descobrimento. A entidade, com sede e foro em Resende, mas de amplitude nacional, tem como patrono o Duque de Caxias e como patronos de cadeiras historiadores militares terrestres assinalados, por vezes também ilustres chefes militares, como os marechais José Bernardino Bormann, José Pessoa, Leitão de Carvalho, Mascarenhas de Moraes, Castelo Branco e generais Tasso Fragoso, Alfredo Souto Malan e Aurélio de Lyra Tavares. Foram consagrados em vida como patronos de cadeiras, em razão de notáveis serviços prestados à História Militar Terrestre do Brasil, os generais A. de Lyra Tavares (falecido), Jonas de Moraes Correia (falecido), Francisco de Paula Azevedo Pondé (falecido), Severino Sombra, o Almirante Hélio Leôncio Martins e os coronéis Francisco Ruas Santos, Jarbas Passarinho e Hélio Moro Mariante, este da Brigada Militar/RGS. Figuram como patronos os civis Barão do Rio Branco, Dr. Eugênio Vilhena de Morais, Gustavo Barroso, Pedro Calmon e José Antonio Gonsalves de Melo, pelas contribuições assinaladas à História Militar Terrestre do Brasil. A Federação, uma ONG, tem como 1o presidente de Honra o Comandante do Exército, 2º Presidente de Honra o Chefe do Departamento de Ensino e Pesquisa; 3º Presidente de Honra o Cmt da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e 4º o Cel Antônio Esteves, Presidente das Faculdades Dom Bosco. Entre os fatores da escolha de Resende, ressalta ser a AMAN a maior consumidora de assuntos de História Militar, que ministra curricularmente a seus cadetes nos 2º, 3º e 4º anos, através de sua cadeira de História Militar, o único núcleo contínuo e dinâmico de estudo e ensino de História Militar no Brasil.

A primeira posse como acadêmico foi a do Gen Carlos de Meira Mattos, na cadeira marechal J. B. Mascarenhas de Moraes. Aos dois muito se deve pela preservação da Memória da Força Expedicionária Brasileira. A segunda posse como acadêmico foi a do Gen Plínio Pitaluga e logo na 1a oportunidade o Gen Ex Tácito Theóphilo Gaspar de Oliveira, distinguindo assim chefes que combateram na FEB. A FAHIMTB participou de 23-25 de setembro l997 de Seminário Comemorativo da Guerra de Canudos na Câmara Federal e em 25 de setembro, na Globo News, sobre o mesmo tema, defendendo a participação das Forças Terrestres no Trágico Episódio que, via de regra, vinha sendo deturpada, quando em realidade a responsabilidade moral e política foi da Sociedade Civil da época que ordenou a destruição de Canudos. A FAHIMTB possui como órgão de divulgação o jornal O GUARARAPES, já no seu nº 39 (último trimestre de 2003) que é dirigido a especialistas no assunto e a autoridades com responsabilidade de Estado pelo desenvolvimento deste assunto de importância estratégica por gerador da perspectiva e identidade históricas das Forças Terrestres do Brasil e, principalmente pelo desenvolvimento de suas doutrinas militares. Divulgação que potencializa através de sua Home page – http://www.ahimtb.org.br, a pioneira entre as entidades do gênero no Brasil, onde implantou vários livros e artigos, tais como o livro As batalhas dos Guararapes, relacionado com o Dia do Exército, e Caxias e a Unidade Nacional, relacionado com o Dia do Soldado. E irá procurar, de futuro, explorar mais este meio de comunicação.

A FAHIMTB desenvolve seu trabalho em duas dimensões: a 1a, a clássica, como instrumento de aprendizagem em Arte Militar, com vistas ao melhor desempenho constitucional das Forças Terrestres, com apoio em suas experiências passadas, etc. A 2ª, com vistas a isolar os mecanismos geradores de confrontos bélicos externos e internos para que, colocados à disposição das lideranças civis estas evitem futuros confrontos bélicos com todo o seu rosário de graves conseqüências para a Sociedade Civil Brasileira.

A FAHIMTB dá especial atenção à Juventude masculina e feminina que estuda nos sistemas de ensino das Forças Terrestres Brasileiras, com vistas a promover encontro dela com as velhas gerações e com as atuais, de historiadores militares terrestres e soldados terrestres e, além disso, tentar despertar no turbilhão da hora presente, no insondável 3º milênio, novas gerações de historiadores militares terrestres, especialidade hoje em vias de extinção por falta de apoio e, sobretudo, estímulo editorial. Constatar é obra de simples raciocínio e verificação! É assunto que merece, salvo melhor juízo, séria reflexão de parte de lideranças das Forças Terrestres com responsabilidade funcional de desenvolver a identidade e perspectiva históricas das mesmas e, além disso, as suas doutrinas militares expressivamente nacionalizadas, calcadas na criatividade de seus quadros e em suas experiências históricas bem sucedidas, o que se impõe a uma grande nação, potência, ou grande potência do 3º Milênio. No desempenho de sua proposta ela vem realizando sessões solenes junto à juventude militar terrestre brasileira, a par de posses de novos acadêmicos do Exército, Fuzileiros Navais, Infantaria da Aeronáutica, Polícias e Bombeiros Militares, que vem mobilizando e integrando em sua cruzada cultural e centralizando subsídios em seu Centro de Informações de História Militar Terrestre do Brasil em Resende, junto à AMAN.

Outra finalidade da FAHIMTB é enfatizar para os jovens com os quais contata, a importância da História do Brasil e a de sua subdivisão: A História Militar Terrestre do Brasil. A primeira como a mãe da identidade e perspectiva históricas do Brasil e a segunda como mãe da identidade e perspectivas históricas das forças terrestres brasileiras no contexto das do Brasil, como em todas as grandes nações, potências e grandes potências mundiais. Isto por ser subsidiária de soluções táticas, logísticas e estratégicas militares que nos últimos 500 anos foram responsáveis, em grande parte, pelo delineamento, conquista, definição e manutenção de um Brasil de dimensões continentais. Soluções capazes de contribuírem para o desenvolvimento da doutrina militar terrestre brasileira, com progressivos índices de nacionalização, como a sonharam o Duque de Caxias e os marechais Floriano Peixoto e Humberto Castello Branco, etc.

Complementarmente procura a FAHIMTB apontar aos jovens, seu público alvo, os homens e instituições que lutam patrioticamente, a maioria das vezes sem nenhum apoio, para manter acesas e vivas as chamas dos estudos de História do Brasil e seus desdobramentos com o apoio na análise racional e não passional de fontes históricas, íntegras, autênticas e fidedignas, que com grandes esforços garimpam, ao invés das manipulações históricas predominantes entre nós, fruto das mais variadas paixões, fantasias e interesses, o que Rui Barbosa já denunciava em seu tempo. Confirmar é obra de simples verificação e raciocínio. E se os jovens disto se convencerem e exercerem o seu espírito crítico será meia batalha ganha.

A FAHIMTB vem atuando em escala nacional com representantes em todo o Brasil em suas várias categorias de sócios e já possui em Brasília, junto ao Colégio Militar, funcionando a sua Delegacia Marechal José Pessoa. Instalou no Colégio Militar de Porto Alegre a Delegacia General Rinaldo Pereira da Câmara. Em Fortaleza a Delegacia Cel José Aurélio Câmara e no Rio de Janeiro, no IME, a Delegacia Marechal João Baptista de Matos. A Delegacia General Luiz Carlos Pereira Tourinho, no CM de Curitiba e na Policia Militar de São Paulo a Delegacia Cel PM Pedro Dias Campos. Em Caxias do Sul a Delegacia Gen Morivalde Calvet Fagundes, em Pelotas a Delegacia Fernando Luis Osório, em São Paulo a Delegacia General Bertoldo Klinger, em Campinas a Delegacia Marechal Mário Travassos e em Minas Gerais a Delegacia General Antonio de Souza Júnior. Em outros locais estabelece sócios correspondentes. Comemorou condignamente o Bicentenário de seu patrono em 2003, o Duque de Caxias, conforme registrou em seu O Guararapes 39, onde se destaca a edição do livro Caxias e a Unidade Nacional.

 

Dados do Instituto de História e Tradições do RGS (IHTRGS) 1986-2003

Em 10 Set 1986, sesquicentenário do combate do Seival, que criou condições para a Proclamação da República Riograndense (1836-45) no Campo do Menezes, foi fundado, em cerimônia concorridíssima na Escola Técnica Federal de Pelotas, o Instituto de História e Tradições do RGS (IHTRGS). Instituição destinada a memorar fastos sesquicentenários da Revolução Farroupilha (1835-45). A referida fundação está toda documentada em volume especial encadernado, guardado pela Presidência à rua Florença, 266, Jardim das Rosas, Itatiaia - Rio de Janeiro, CEP 27.580-000, e-mail bentocm@resenet.com.br. Volume especial sob o título IHTRGS-Histórico, Organização e Fundação-1986, com índice, tendo 311 páginas, sendo que às págs. 220/223 constam os nomes dos membros de diversas categorias diplomados na sua Fundação, como também dados dos sócios fundadores, com os respectivos votos para a eleição da Diretoria. Votos que foram apurados por comissão integrada pelos presidentes do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil (IHGB) e Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB). Os Estatutos foram registrados no Tabelionato de Canguçu pelo seu titular, José Moreira Bento e escrivã Carla Bento Bosenbecker. Guarda o Presidente, no endereço citado, toda a documentação produzida nos diversos encontros. Com o 2º Presidente do IHTRGS, Osório Santa Figueiredo, em seu endereço: Caixa Postal 91, São Gabriel, RS, CEP 97.300-000, que atuou como secretário e coordenador, todas as atas dos diversos encontros.

Como sócios efetivos fundadores figuraram: o Cel BMRS Alberto R. Rodrigues, o Major Ex Ângelo Pires Moreira (coordenador), Arnaldo Luiz Cassol, Clayr L. Rochefort, Cel Ex Cláudio Moreira Bento (presidente), Corálio Cabeda, Fernando O’Donell, Gastão Abbot (falecido), Cel BMRS Hélio Moro Mariante (vice-presidente), Ivo Caggiani (falecido), Gen Jonas Correia Neto, Cel BMRS José Luiz Silveira (falecido), Júlio Petersen (falecido) Manoel A. Rodrigues (falecido), Mário Gardelin, Mário Matos, Marlene Barbosa Coelho (falecida) Gen Morivalde Calvet Fagundes (falecido), Mozart Pereira Soares, Osório Santana Figueiredo (secretário), Péricles Azambuja, Sejanes Dorneles (falecido) e Telmo Lauro  Müller.

Dentre as múltiplas realizações do IHTRGS, registradas em seus Anais, mencione-se encontros anuais, com vistas a integrar historiadores, tradicionalistas e folcloristas, isolados no movimento cultural gaúcho, estreitar laços de amizade e culturais entre eles e deslocamentos do IHTRGS até os locais cenários de fastos históricos, para comemorá-los. Assim, em Pelotas ocorreu o encontro de fundação na Escola Técnica Federal, coordenado por Ângelo Pires Moreira e com apoio do Diário Popular, através de Clayr Lobo Rochefort, que dedicou edição especial ao combate do Seival, elaborada pelo presidente do IHTRGS.

Em 08Abr1987 ocorreu o Encontro de Caçapava do Sul, no Clube União Caçapavano, sob a coordenação de Arnaldo Luiz Cassol, onde foi empossado sócio efetivo Humberto Fossa (já falecido), de Encruzilhada do Sul.

Em 13 Set 1987 ocorreu mais um encontro em Pelotas, na sede da União Gaúcha Simões Lopes Neto, mais uma vez sob a coordenação de Ângelo Pires Moreira. Encontro que se estendeu a Porto Alegre, no CPOR/PA, com conferência do presidente sobre os Sítios farrapos de Porto Alegre, sob a coordenação do sócio Jonas Corrêa Neto, na época comandante da 6ª DE.

Em 30Abr1988 ocorreu o encontro de Rio Pardo, comemorativo do sesquicentenário da maior vitória farrapa - o combate do Rio Pardo - quando foi lançada pelo presidente plaqueta alusiva. Encontro ocorrido no Clube Literário Recreativo de Rio Pardo.

Em 10 Set 1988 ocorreu o encontro de Canguçu, na Casa de Cultura, tendo como tema o combate de Cerro Alegre de 20 Set 1932, quando foi lançada plaqueta alusiva de José Luiz Silveira e Osório Santana Figueiredo, preparatória à fundação, três dias após, da Academia Canguçuense de História. Encontro coordenado por Marlene Barbosa Coelho, onde foi efetivado o tradicionalista Armando Ecíquo Perez, que representara o Instituto no sesquicentenário de instalação da República Rio-Grandense em Piratini, em 06 Nov1986 e que mereceu do Diário Popular memoração condigna do fato histórico, através de artigo do presidente.

Em 10 Jul 1989 ocorreu o encontro de São Borja, no Teatro do Regimento João Manoel, tendo como tema central a comemoração a resistência à invasão paraguaia em 1865. Coordenaram o evento os sócios efetivos então empossados Sérgio Roberto Dentino Morgado e Aparício Silva Rillo (falecido). Houve visita do presidente às ruínas de São Miguel.

Em 15 Set 1990 e 28 Set 1991 ocorreram os encontros de São Gabriel, na Associação Alcides Maya, sob a coordenação do sócio Osório Santana Figueiredo, um dos esteios do IHTRGS, e com apoio cultural e logístico do Dr. Milton Teixeira, quando foi efetivado o poeta gaúcho Caio Prates da Silveira e muito evocada a obra de Alcides Maya.

Em 14 Set 1992 ocorreu o encontro de Lavras do Sul, no Plenarinho da Casa de Cultura José Néri da Silveira, sob a coordenação do sócio Edilberto Teixeira.

Em 25Set1993 ocorreu o encontro de Santana do Livramento, de caráter internacional, marcadamente histórico e tradicionalista, na Associação Comercial e Industrial, sob a coordenação do historiador santanense Ivo Leites Caggiani, ocasião em que foi lançada a obra O Exército Farrapo e seus chefes, da lavra do presidente. Foram diplomados como efetivos os historiadores Raul Pont, Miguel Jacques Trindade e Blau Souza.

Em 07Abr1995 ocorreu o encontro do Rio de Janeiro, na sede do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sob a coordenação do sócio então empossado Manoel Pessoa Mello Farias, coordenador do Núcleo Rio de Janeiro do IHTRGS, que reunia diversos e ilustres gaúchos (as) ali residindo e também sócios da sesquicentenária Sociedade Sul-Riograndense, lá existente. Na oportunidade, foram diplomados sócios efetivos Manoel Pessoa Mello Farias, Edson Otto, Daoiz de La Roche, Pedro Ari Veríssimo da Fonseca e Ciro Dutra Ferreira. Categoria na qual já haviam sido empossados, quando da fundação do Núcleo do IHTRGS na Escola de Comando e Estado-Maior do EB, os sócios P. J. Mallet Joubim e Hélio Almeida Brum.

No dia 10 Set 1996, o IHTRGS fez mais um encontro no Rio de Janeiro, na sede do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em parceria com a Sociedade Sul Rio Grandense, e seu CTG Desgarrados do Pago e mais o Galpão da Saudade, da Academia Militar das Agulhas Negras, para memorar o seu 10º aniversário e suas realizações em prol da História, Folclore e Tradições do Rio Grande do Sul. E o fez com a satisfação de já haver superado o tempo de duração da República Rio-Grandense, cujos fastos se propôs prioritariamente memorar e divulgar, o que tem consciência de haver bem cumprido.

Em 27Mai99 foi feito um memorável encontro no Salão Brasil do Colégio Militar de Porto Alegre, onde foi reverenciada a memória dos seguintes sócios falecidos, evocados pelos novos sócios: Arthur Ferreira Filho, de São José do Norte; Aparício Silva Rillo, de Porto Alegre (samborjense de coração); Raul Pont, de Uruguaiana; Miguel Jacques Trindade, de Alegrete; Edilberto Teixeira, de Lavras do Sul; Arnaldo Cassol, de Caçapava do Sul; Humberto Castro Fossa, de Encruzilhada do Sul; Sejanes Dornelles, de Santa Vitória do Palmar; Manoel Pessoa Mello Faria, de Pelotas (viveu no Rio); Hélio de Almeida Brum, de Dom Pedrito (viveu no Rio) e Marlene Barbosa Coelho, de Canguçu. Foram eleitos os seguintes sócios efetivos: Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis, Cel Ivo Benfatto, Major Flávio Mabilde (falecido), Cap BMRS Aroldo Medina, José Conrado de Souza, Cel Leonardo Roberto Carvalho de Araújo e Ten Cel Antônio Cláudio Belém de Oliveira.

Em 24Jul99, na cidade de Alegrete, em encontro presidido pelo 2º presidente, Osório Santana Figueiredo, foram eleitos sócios efetivos: Hugo Ramires e Maria Fraga Dornelles. Sócios colaboradores: Sérgio Alves Levy, César Pires Machado, João Francisco de Andrade e Marione Jacques. Sócio correspondente: Daniel Fanti. Em 15Abr2000, na reunião de Rosário do Sul, presidida por Osório Santana Figueiredo, foram entregues diplomas de colaboradoras às professoras Mara Regina Miranda de Souza, Secretária Municipal de Educação e a Maria Almir Souto Nascimento.

Nestes 17 anos de resistência cultural, alguns dos soldados do IHTRGS faleceram, outros foram atingidos por problemas de idade e outras limitações, para presença mais efetiva em suas atividades. A renovação de novos nomes foi pouca, de igual forma que nas demais entidades brasileiras do gênero, parecendo que as novas gerações são avessas a estudos históricos ou pelo menos à produção e à divulgação históricas, o que nos parece lamentável. E no caso do R. G. do Sul, como ficará a sua perspectiva e a identidade históricas na cabeça das novas gerações gaúchas? Só Deus sabe! Aqui, por oportuno, registre-se o apoio que o IHTRGS teve de parte do jornal Diário Popular de Pelotas, de A Platéia de Santana, dos mensários Ombro a Ombro e Letras em Marcha e de o Tradição, que era editado pelo sócio efetivo Edson Otto que o tornou órgão de divulgação oficial do IHTRGS, do MTG e da CBTG.

Em História ou Estória, publicado em Tradição, em maio de 96 (ano da consciência tradicionalista) o Presidente do IHTRGS abordou a conjuntura crítica da historiografia brasileira, assunto estratégico nacional, para o qual os governos em todos os níveis e a Mídia, salvo raras e honrosas exceções, não tem dado a menor atenção. Em vista desta postura, de quem teria obrigação social e cívica de estimular estudos de História, qual o jovem que se animará a dedicar-se a este assunto? E quem no futuro escreverá HISTÓRIA e não ESTÓRIA do Rio Grande do Sul, como bússola para a construção segura do futuro do Rio Grande do Sul e de seus filhos e como mãe legítima das TRADIÇÕES GAÚCHAS? Eis a pergunta que o IHTRGS deixará no ar no seu 19º ano de atividades. Preza a Deus que os estudos de História do Rio Grande do Sul sejam retomados com vigor, para que produzam perspectiva e identidade históricas seguras. E estas, mais consensos sobre soluções a implementar! E que não se repita o que ocorria em 1904, segundo J. Simões Lopes Neto em sua histórica conferência na Biblioteca Pública de Pelotas sobre Educação Cívica e sobre o ensino de História do Brasil:

“Esse estudo não é somente descurado, mas ele não existe e nunca existiu. E a sua conseqüência é a preferida ignorância em que vivemos da nossa história e estudando histórias alheias. Todo o ensino tem um fim, o da História do Brasil é dar-nos o conhecimento da noção exata da solidariedade nacional, da disciplina cívica, da liberdade obediente e com ela o amor ao Brasil”.

Mas o que se tem assistido nos programas como A Ferro e Fogo, levado ao ar pela RBS, são versões desanimadoras, como manipulações da História do Rio Grande do Sul que ao invés de usarem a História como “a mestra das mestras, a mestra da vida” a fazem de “Maestra da calúnia e da mentira”, segundo definiu o falecido historiador Luís Flodoardo Silva Pinto, membro do IHTRGS. E mais, não dão oportunidade ao contraditório, somente a monólogos. É fundamental uma mudança neste sentido para caracterizar de fato a Liberdade de Imprensa, como uma rua de duas mãos que contemple o Direito de resposta e o Contraditório. Do contrário teremos a Liberdade de Empresa, um abuso conjunto do Poder Político, ou a opressão social e do Poder Econômico ou ainda a exploração social, que não podem prosperar num regime democrático, que não violente direitos das minorias, e que devem ser incluídas progressivamente e fraternalmente na Sociedade Brasileira.

No período de 2003 a 2010 diversos novos membros e/ou acadêmicos foram admitidos no IHTRGS. Foram os seguintes: Dr. Aécio César Beltrão, Cel Mauro da Costa Rodrigues, Cel Edmir Mármora Júnior, Dr. Eduardo Cunha Müller, Cel Altino Berthier Brasil, Cel Ernani Medaglia Muniz Tavares, Dr. Eduardo Marenco, Sr. Florisbal de Souza Del’Olmo, Cel Geraldo Lauro Marques, Dr. Jorge Babot Miranda (falecido), Cel Juvêncio Saldanha Lemos, Srta. Katy de Siqueira, Sra. Carmen Lúcia Ferreira da Silva, Dr. Agamenon Vladimir Silva, Cel Hiram Reis e Silva, Cel Ruy Collares Machado (falecido), Cap Ândrei Clauhs, Sr. José Ernesto Wunderlich, Sra. Adir Fanfa Onofrio, Sr. Ciro Oscar de Borba Saraiva, Dr. Sandro Dorival Marques Pires, Dr. Talai Djalma Selistre, Dr. Miguel Frederico do Espírito Santo, Dr. José Carlos Teixeira Giorgis, Dr. Paulo Gilberto Fagundes Vizentini, Dr. Ênio Palmeiro da Fontoura, Ten Nestor Magalhães e Cel Mário Luiz Rossi Machado.

Em 2010, foram empossados em Porto Alegre quatro novos acadêmicos: coronéis Edu Campelo de Castro Lucas e Ivo Benfatto, doutores César Pires Machado e Frederico Euclides Aranha. E em Santiago mais dois: Cel Reinaldo Goulart Correia e Sargento Carlos Fonttes.

 



Currículo do autor

   Coronel de Infantaria e Estado-Maior da Reserva do Exército Brasileiro, nasceu em Dom Pedrito-RS em 02Jun1949, filho de Paulo Giorgis e de D. Ester Caminha Giorgis. Casado, possui duas filhas, ambas formadas em Direito pela UFRGS, e dois netos. Reside em Porto Alegre desde 1998. Iniciou sua vida militar na capital gaúcha, onde cursou o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, Curso de Infantaria, sendo declarado Aspirante a Oficial em 1969. Fez Estágio de Instrução no 2º Batalhão de Carros de Combate Leves (2º BCCL), Santo Ângelo, em 1970. Aprovado em Concurso de Admissão, cursou a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em Resende, onde foi declarado Aspirante a Oficial de Infantaria em 1974 – Turma Integração Nacional. Cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) em 1984 e a Escola de Comando e Estado–Maior do Exército (ECEME) em 1993/94, onde liderou diversas promoções tradicionalistas gaúchas. Foi instrutor de Geografia e História Militar na AMAN no biênio 1991-92, tendo chefiado a cadeira de História em 1992. Serviu nas seguintes guarnições: Cuiabá-MT, Francisco Beltrão-PR, Pelotas-RS, Porto Alegre-RS, Rio de Janeiro-RJ, Apucarana-PR, Porto Alegre-RS (2ª vez), Blumenau-SC, Resende-RJ, Rio-RJ (2ª vez), Alegrete-RS e Porto Alegre-RS (3ª vez). Comandou a Companhia de Comando do Comando Militar do Sul em Porto Alegre (Jun87-Dez89) e o 10º Batalhão Logístico em Alegrete/RS, cidade que, por sua destacada atuação profissional, conferiu-lhe o título de Cidadão Alegretense.

   Foi estagiário de Estado-Maior na 5a Brigada de Cavalaria Blindada, Rio de Janeiro. Chefiou o Escalão Logístico da 3a Região Militar, sua última função no serviço ativo. Na Reserva, procura dar continuidade e divulgação às suas pesquisas sobre tradicionalismo e história militar do Brasil e do Rio Grande do Sul. É aluno do Curso de Graduação em História da PUCRS. Já Acadêmico Emérito, ocupava a cadeira nº 4 da Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil, cujo patrono é o historiador militar brasileiro General Antônio da Rocha Almeida. Foi colaborador do Jornal Tradição, órgão de divulgação do Movimento Tradicionalista Gaúcho, do Instituto de História e Tradições do RGS e da Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha. Atualmente, vem divulgando História Militar Terrestre através de vários sites e em especial na Revista Eletrônica da FAHIMTB, no site www.ahimtb.org.br.

     É o Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil/Rio Grande do Sul (AHIMTB/RS), recentemente formalizada. É o 1o Vice-presidente do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – www.ihtrgs.org). É o redator do informativo O Tuiutí. A FAHIMTB e o IHTRGS lançaram plaqueta de autoria do Cel Caminha focalizando a legislação que tem regulado o Ensino do Exército no Rio Grande do Sul desde a criação, em 20 de setembro de 1851, da Escola Militar da Província do Rio Grande do Sul, e que se constituiu no primeiro estabelecimento de ensino superior do Rio Grande do Sul. Trabalho em que o autor levanta fontes diversas, produzidas por diversos autores, para a História do Casarão da Várzea, atual local de funcionamento do Colégio Militar de Porto Alegre. No biênio 2006/07, foi Vice-Presidente da Liga da Defesa Nacional no RS.

     O Cel Caminha é co-autor dos livros das histórias da 8a Bda Inf Mtz, da 3a Bda C Mec, da 6ª Bda Inf Bld, da AD/6, da 2ª edição do livro O Conde de Porto Alegre, de Escolas Militares de Rio Pardo, da História da 2ª BdaCMec, da História da 3ª DE e da História do Casarão da Várzea (CMPA). No ano de 2007 produziu o livro Brasil-Linha do Tempo, cronologia da História do Brasil. Concluiu, recentemente, a co-autoria do livro da 1ª BdaCMec, e O Duque de Caxias dia-a-dia. Continua trabalhando nas obras História da Artilharia Divisionária da 3ª DE e Cronologia descritiva do Brasil Colônia. Foi prefaciador e posfaciador de vários livros da FAHIMTB. Contratado, de maio de 2002 a maio de 2009 como professor de História do CMPA, teve o encargo complementar de cooperar com a FAHIMTB/IHTRGS no desenvolvimento do Projeto História do Exército na Região Sul.

    Principais artigos publicados, entre outros, foram: A Intentona Comunista em poucas palavras (1999); O Tratado de Madri-1750 (2000); Algo sobre a viagem (2000 - resumo da viagem de Cabral ao Brasil); 1808 – A família real descobre o Brasil (2000); Plácido de Castro (2001); Memorial da Antiga área do 18º BIMtz no Partenon (2001); e Sesquicentenário da Batalha de Monte Caseros (2002).

     Proferiu palestras no CPOR/PA, 3ª RM, CMS, 8ª BdaInfMtz, CMPA, Lions e Rotary Clube. Em 2008, foi encarregado, pelo Comando Militar do Sul, para organizar o Simpósio de Osorio, comemorativo aos 200 anos de nascimento do Patrono da Cavalaria. Para o ano de 2010 está encarregado, pelo Cmt CMS, de organizar o Ciclo de Palestras sobre o patrono da Infantaria, Brigadeiro Antônio de Sampaio.

     Principais diplomas e/ou medalhas recebidos(as): - Medalha da Ordem do Mérito Militar, grau de Cavaleiro; - Medalha do Pacificador; - Medalha Marechal Osorio; - Amigo do CMPA; - Academia Canguçuense de História; - Mérito Niederauer, da 6ª Bda Inf Bld; - Bicentenário do Duque de Caxias; - Jubileu de 80 anos do CPOR/PA; - Medalha do Mérito Dragões Reais de Minas; - Seminário de Educação “Prática Docente: diálogo e desafios”; - Medalha Sangue de Heróis, da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil; - Medalha da Vitória, (idem acima); - Medalha da Associação Brasileira dos Integrantes do Batalhão Suez/RS; - Colaborador Emérito e Conselheiro da LDN; - Amigo da 3ª Cia Com Bld, Santa Maria; - Colaborador do EFIPAN/Alegrete; - Sócio Benemérito do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos do Alegrete; - Amigo do 12º BECmb, Alegrete; - Medalha da Vitória dos Combatentes Poloneses; - “Láurea” da LDN/Pelotas; - Participação no Exercício de Manutenção da Paz, Out97; - Medalha Átilo Escobar, da BMRS; - Medalha Marechal Mascarenhas de Moraes, da ANVFEB/RS; e - Medalha Marechal Zenóbio da Costa, da Associação Nacional dos Ex-Combatentes.

BRASIL – ACIMA DE TUDO!


 

[1]  Em 1847, Dom Pedro II criou a função de Chefe do Gabinete de Ministros, o que equivalia a um 1º Ministro, transformando a monarquia em Monarquia Parlamentarista.

[2]  Significa promoção não-efetiva, sem ocupar vaga.