FRANCISCO ÁVILA FREITAS (1931-2013)

 

                 Cel Cláudio Moreira Bento - Presidente da ACANDHIS

 

 

Foi com muito pesar que fui informado do falecimento, no dia 13 de março de Francisco,  meu querido amigo durante 75 anos, desde que ingressamos em 1º de março de 1938, no 1º ano do Colégio Nossa Aparecida. Por estranha coincidência neste dia foi eleito papa o seu tocaio, o  Papa Francisco, o 1º com este nome na longa galeria de papas  sucessores de São . Pedro, o padroeiro do Rio Grande do Sul

. E a nossa amizade se prolongou pelos tempos afora. O chamávamos na intimidade de Chico Cabrito pois  o conheci cuidando de cabritos que forneciam leite para ele e seus 4  irmãos . Irmandade que só ele sobrevivia. Sua irmã Zilda era a mãe do Prefeito Cássio Luiz  Freitas Mota. Por cerca de 6 anos nos encontrávamos na esquina da casa do advogado Raul dos Santos e seguíamos juntos para o Colégio Aparecida  e juntos retornávamos.

 Era filho de Silvino Freitas antigo Coletor Estadual e D. Luiza Ávila. Seu pai era afilhado de batismo de meu bisavô paterno,. o primeiro professor régio para meninos de Canguçu município Antônio Joaquim Bento, hoje nome do Teatro Municipal, em razão de haver introduzido o teatro em Canguçu em 1862, encenando pelas teatrais em prédio que existiu no local da Câmara de Vereadores .A faca é um instrumento indispensável ao gaúcho . E de Francisco adquiri menino,  minha primeira arma , uma pequena faca, com um bainha por ele feita de couro de uma priá.

A partir de 1944 tomamos rumos diferentes Fui estudar em Pelotas no Ginásio Gonzaga e, ali  em  Pelotas em 1950 iniciei minha longa carreira de oficial do Exército onde me tornei historiador militar, depois de 15 anos dedicado ao resgate da perdida mas  bela História de Canguçu , hoje publicada em mais de 4 livros.

Lembro de sua honestidade. fiel às lições passadas por seu pai conhecido por Major Silvino. . Lembro dele como gerente de uma Cooperativa de Funcionários Públicos de Canguçu, localizada na rua Exército Nacional Brigadeiro Antonio de Sampaio, Este o patrono da Arma de Infantaria do Exército. que esteve destacado em Canguçu, distrito de Piratini,de 1845/1849,no comando de uma Companhia de Infantaria, para zelar pela consolidação da Paz de Ponche Verde., nas serras do Sudeste  E ali na Cooperativa  testemunhai  o seu zelo, ,competência,  dedicação , honestidade..e espírito público De tempos mais recentes lembro sua correta e incorruptível  atuação na Comissão de Compras da Prefeitura.

A última vez que o visitei em sua casa situada na rua Silva Tavares 935,  recordamos nossas aventuras e amigos de infância a nós mais ligados no Colégio Aparecida: Ari Terres, Antônio Jacondino, Rolim Moura, Mário Fonseca, João Jorge, Zequinha  Vargas, Deuzinho Ribeiro, Pompeu Barbosa., Osmar Telesca, José Valente do Nascimento e seus primos Flávio Goulart Freitas e José Freitas Jorge. Grupo do qual sou um raro sobrevivente

Francisco encontrou sua mulher Maria Delfina em Piratini e de cujo consórcio nasceu uma filha Marta que casou com Flair António da Cruz Lopes, autor da musica da canção da ACANDHIS e por ele gravada, além de desatacado colaborador da ACANDHIS no Projeto Pontos  a ela confiados pelo prefeito Cássio sobrinho de Francisco. Flair e Marta  lhe deram três  netos Tiago , Luiza ( homenagem a sua mãe e Mateus   Netos  muito amados de  que Francisco muito se orgulhava e os  ajudava amorosamente a orientar na vida.

E ele nunca esqueceu nossa derradeira serenata portando uma vitrola. Ao chegarmos  na casa de um amigo que não  sabíamos que estava viajando,ao encostarmos a vitrola na janela e ela tocar nos vidros, a esposa do amigo no interior da casa começou a gritar desesperada.várias vezes -Socorro ladrões !!! . E o Francisco nervoso gritava . Minha senhora se acalme não são ladrões é uma serenata! E tristes  decepcionados prosseguimos ! E tentamos uma nova serenata na casa de um médico, natural ao que parece de Porto Alegre e sempre muito animado, mas que então conhecemos que era muito ciumento e  nos destratou. . Assim encerramos a nossa pioneira. última  e mal sucedida serenata com uma vitrola.

Aqui a homenagem ao meu saudoso amigo que partiu. Nasceu em 1931 e aqui na terra escreveu uma bela história, um  exemplo de cidadania  a ser seguido, pois ele foi sempre muito apreciado por todos e de certa forma um filosofo transmitindo a todos conselhos sábios.A ele devo muitas informações históricas  para minha obra como historiador de Canguçu.                    Um grande abraço ao meu querido amigo que nos deixou.

 

Este trabalho esta disponível em Artigos Canguçu no site da Federação de Academias de Hostória Militar Terrestre do Brasil que fundamos e presidimos www.ahimtb.org.br