GLORIOSAS AMANTES


Cláudio Moreira Bento (*)

No dia 26 de agosto, representando a Academia de História Militar Terrestre do Brasil( AHIMTB), assistimos, às 18 horas, no Espaço Cultural da Marinha no Rio de Janeiro, o prestigiado e muito concorrido lançamento do livro Gloriosas Amantes, de autoria do Almirante Hélio Leôncio Martins, patrono de cadeira na citada Academia, por ser o historiador do Corpo de Fuzileiros Navais. Cadeira inaugurada em sessão solene da AHIMTB, na Escola Naval, com a presença do Corpo de Aspirantes e inaugurada pelo acadêmico Alte Esqd Arlindo Vianna Filho .

O livro em epígrafe , se constitui uma notável lição de História Política, Social e Militar, contextos em que o autor focaliza, como gloriosas amantes, Eva Braun, Clareta Petacci, Elisa Alice Linch que sempre acompanharam seus amores, os ditadores Adolf Hitler, Benito Mussolini , Francisco Solano Lopes e, Giusepe Garibaldi, o reunificador da Itália depois de lutar pela causa da República Rio Grandense, como comandante de sua força naval que conquistou Laguna e a manteve por apreciável período.

O almirante Leôncio, hoje com 91 anos bem vividos, foi o primeiro comandante do navio Aeródromo Minas Gerais, como também o primeiro colocado nos três cursos regulares em nossa Marinha , e se fora ele do Exército seria considerado um "triplice coroado, ou pimeiro classificado, ou 01, nos cursos da AMAN, EsAO e ECEME.

Ao ingressar na inantividade, como oficial da Reserva da Marinha tornoui-se o seu maior historiador vivo, ao escrever notável obra com apoio do Almirante Max Justo Guedes do Centro de Documentação Geral da Marinha, e hoje acadêmico que ocupará a cadeira Corpo de Fuzileiros Navais da AHIMTB, que era ocupada pelo falecido acadêmico CMG FN Dino Willy Cozza .

O Almirante Leôncio fez uma releitura de nossa História Naval com equilíbrio e isenção e corrigindo algumas interpretações eivadas de preconceitos, fruto de desencontros em 1894/,95 de lideranças da Marinha com lideranças do Exército ,mas não do Exército e Marinha.

Reescreveu sobre o episódio que passou a História como A Revolta da Armada , mas em realidade A Revolta na Armada , da qual participaram 2 de seus 12 almirantes . Revolta que foi contida pela Esquadra Legal criada na ocasião e sob a liderança do Almirante Gonçalves e integrada por muitos oficiais e praças da Marinha que não participaram da citada Revolta.

Os termos manipulados Revolta da Armada e Coluna Prestes perduram por longo tempo . O último vem sendo resgatado como Coluna Miguel Costa /Prestes. E assim nossa história possui algumas manipiulações que aos poucos, a História como verdade e justiça, vai resgatando.

E hoje no vigor e juventude admiravel de seu cérebro, aos 91 anos, o Almirante Leôcio nos legou este trabalho notável, onde destaco, por interesse no Brasil, os perfis da irlandesa Madame Linch, a dedicada companheira de Solano Lopes e a brasileira, filha de Santa Catarina, Anita Garibaldi, a heroina de dois mundos.

Eva Braun e Clareta Petacci chamaram a atenção do autor por certo por serem as companheiras dos lideres que ele ajudou o Brasil a enfrentar na 2ª Guerra Mundial, como integrante da guarnição de um Caça Minas, da Força Naval do Nordeste.

Em considerações introdutórias ao seu livro, o Almirante Leôncio refere " as suas personagens que se caracterizaram por um amor intenso que as levara ao máximo sacrifício" . E mais adiante " que seu modesto estudo sobre o amor foi fruto da audácia de um ancião de 91 anos que se arriscou a escrever sobre o amor, já tão longe de sua vida."

Em sua dedicatória que nos fez ,refriu a seu livro " como uma travessura literária sua."

Acredito que o pesquisador e leitor interessados apreciarão muito este livro que poderá ser adquirido no Centro Cultural da Marinha, ao lado da Capitania dos Portos do Rio de Janeiro.

(x) Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil