INFORMATIVO GUARARAPES- 2008              

 


 

Fundada em 1o de março de 1996

 

O GUARARAPES

ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DAS ATIVIDADES DA

ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL

CGC 01.149.526/0001-09

       

- FALECIMENTO DO CEL GERMANO SEIDL VIDAL

- UMA MEMÓRIA PESSOAL ACERCA DA PRESEVAÇÃO, PESQUISA, CULTO E DIVULGAÇÃO DA HISTÓRIA ,TRADIÇÕES E VALORES DO EXERCITO 

 

 

 

 

OUT-DEZ 2008         No 59

    

SUMÁRIO

 

FALECIMENTO DO CEL GERMANO SEIDL VIDAL

 

- UMA MEMÓRIA PESSOAL ACERCA DA PRESERVAÇÃO, PESQUISA,

 CULTO E DIVULGAÇÃO DA HISTÓRIA,TRADIÇÕES E VALORES DO EXERCITO

 

- NOTICIAS DIVERSAS

 

 

    Coronel Germano Seidl Vidal, Artilheiro da FEB(19 jul 22-0ut2008)

Historiador, e escritor fecundo e membro modelo  da  AHIMTB, o Cel Germano faleceu no sábado 04 out 2008, deixando relevantes trabalhos sobre a FEB.Foi Comandante da 2ª Bateria do 8º GMAC (Rio-RJ), Comandante da 8ª Bateria do 2º RO-105 (Itu-SP), Instrutor da EAC (Rio- RJ), Comandante da 1ª/4º GACos M(unidade isolada, Salvador-BA), Comandante do CPOR de Salvador e Membro do Corpo Permanente da Escola Superior de Guerra (Rio-RJ).
O seu sepultamento  foi no domingo 05 out 2008 as 1400 no Jazigo da Família no Cemitério São Francisco Xavier no Caju. As honras fúnebres foram prestadas por militares do 11°. GAC – Grupo Montese, unidade sucessora do Grupo Escola – I/1º RAPC (4º Grupo de Artilharia 155 da FEB) onde o então Ten GERMANO comandou a Linha de Fogo da 2ª Bateria. De projeção notável foi sua obra a Guerra Proscrita cujo site acabava de comunicar atingira milhares  de visitas  .A Academia de História Militar Terrestre do Brasil lamenta profundamente o falecimento deste seu acadêmico emérito e ela  preserva em seus arquivos os  valiosos e modelares documentos por ele enviados
.Pela AHIMTB Cláudio Moreira Bento Presidente

CAMINHANDO. GERMANO SEIDL VIDAL 1922    -    2008

“Todos temos um caminho. Por ele vamos aos tropeços, Uns ajudando aos outros, dando-se as mãos em busca da melhor direção. Na chegada ,há uma curva.Quando a ultrapassamos, perdemos contato com os demais,caminhamos rumo ao desconhecido,talvez para o infinito...”

( Pensamento do Cel Germano  por seu colega de turma acadêmico Cel José de Sá Martins)

Convite para missa  por um filho do Cel Germano

GERMANO SEIDL VIDAL nos deixou para viver no paraíso. Com certeza, foi recebido por muitos anjos, os seus parentes, muitos amigos e admiradores, com muita alegria e carinho. DEUS está feliz com mais este discípulo.

MEU PAI deixa um legado de grandes realizações, porém a mais importante e significativa é a nossa família, onde sua esposa, seus filhos, netos, bisnetos, genro e noras têm por ele, muito amor, enorme respeito, grande admiração pelo carinho sempre disponível, pela sua sensibilidade, pelo seu senso de humor, pela sua arte, pela honestidade, pela ética, pela luta incansável em defender a teoria do pacifismo e pela sua honra.

Certamente, todos nós estamos sendo observados, protegidos e iluminados por ele, nos olhando lá do seu novo escritório de grandes idéias, em seus longos momentos de criação.

Convidamos a todos para nos unirmos em oração, nesta 6ª. Feira (10 de outubro), a partir das 19:00 horas, na Igreja Santa Margarida Maria (na Fonte da Saudade – Lagoa), onde será celebrada a “Missa da Ressurreição”, para compartilharmos muita paz e harmonia.

Desejamos que ele tenha a melhor das vidas para sempre. Ele merece ! Agradeço em nome da nossa família, todas as manifestações de pesar dos parentes e amigos. Germano Vidal  Filho     

O site da Academia  www. ahimtb.org.br   deu  destaque no obituário do ilustre Cel Germano da lavra do Professor e Tem R/2 de Art Eng Israel Blajberg acadêmico da AHIMTB  seu 3º vice Presidente Delegado da Delegacia Marechal João Batista de Mattos no Rio de Janeiro

MEMÓRIA SOBRE O CULTO,  HISTÓRIA,  DAS TRADIÇÕES  E VALORES NO EXÉRCITO- ATUALIDADE

 

  

 Cláudio Moreira Bento(x)

 

 

A História do Exército Brasileiro

 

Em 1972 no sesquicentenário da Independência foi lançada a História do Exército Brasileiro perfil militar de um povo, editada pelo Estado-Maior do Exército, através de sua Comissão de História presidida pelo Cel Francisco Ruas Santos tendo este autor  como seu adjunto.Obra de equipe, foi uma contribuição do Exército aos festejos do sesquicentenário da Independência. Baseou-se na melhor bibliografia de História Militar Terrestre do Brasil. Essa coleção refletiu o estágio da pesquisa histórico-militar, ainda bem carente de instrumentos essenciais ao trabalho histórico militar  terrestre cientifico ou crítico. Seu enfoque foi predominante de História Descritiva e não de História Crítica ou Científica á luz de fundamentos da Arte e Ciência Militar.

         Mostrou a ao povo brasileiro o seu Exército. Um Exército sempre vanguardeiro e fiel á luta pela conquista e manutenção dos Objetivos Nacionais Permanentes da Nacionalidade.

        Por outro lado ela se constituiu em valioso manual de instrução para a tropa., por permitir que as gerações do Exército, do presente e futuro, ao reverem e recordarem o trabalho árduo desenvolvido pelas gerações que as precederam, buscassem inspiração para o fiel cumprimento de missões constitucionais.

       A luta dos militares do passado, pela preservação e conquista dos objetivos de Independência, Soberania, Unidade e Paz Social deve inspirar as gerações atuais e futuras. Especialmente quanto a: conquista do Desenvolvimento e Integração Nacional, preservação e fortalecimento dos Valores Espirituais, Morais e Culturais da Nacionalidade, e, por fim, a conquista de uma Democracia marcadamente brasileira, adequada a esses valores e aos aspectos positivos do caráter do povo brasileiro.

      Uma Democracia obstáculo à demagógica exploração da Bondade - traço sublime do brasileiro - pela subversão, corrupção e pelos demagogos.

 

                                         A pesquisa deve continuar

 

     A pesquisa histórica-  militar terrestre não terminou com esta obra.Ela não atingiu todas as faixas de públicos do Exército. E não forneceu elementos essenciais ao desenvolvimento de uma Doutrina Militar Terrestre Brasileira, com base numa História Operacional e Institucional Cientifica ou Crítica do Exército.

       Tais elementos são impositivos para o progresso do Exército de um país, lutando para conquistar  seu grande e histórico destino.

        Por esta razão, basicamente, a pesquisa histórica- científica ou crítica das Forças Terrestres Brasileiras deve prosseguir.

       É primordial para o desenvolvimento progressivo da Doutrina  Militar Terrestre do Brasil. Assim procedem  os exércitos dos países mais desenvolvidos em Arte e Ciência Militar.

     O Estado-Maior do Exército não desconheceu esta realidade e a expressou na Portaria que criou, em 1970, a sua citada Comissão de História do Exército.

       A esta, determinou fornecer subsídios de interesse do Exército e do País. Possuímos mais de 500 anos de experiências frutíferas positivas de guerra convencional na América do Sul e Europa e ,inclusive, em guerra de Resistência, como no Nordeste a Guerra Brasílica contra o invasor holandês, a Guerra à Gaúcha contra o invasor espanhol no Sul e no Oeste, a Guerra do Rio Amazonas , liderada em realidade pelo General de Estado que passou a História como  Capitão Pedro Teixeira e levada a efeito mais tarde por Plácido de Castro, no Acre, e pelo General Cabralzinho no Amapá e que não devem ser desconsideradas na formulação de uma Doutrina Militar de Resistência na Amazônia ou numa “guerra do fraco contra o forte, segundo definição do estrategista Cel Golbery do Couto e Silva 

      E de Segurança Interna, experiências de combate a guerrilhas internas nas diversas áreas operacionais do Brasil e em especial no Maranhão e Revolução Farroupilha aplicadas com sucesso por Caxias.

       As dimensões  de nossa Unidade, Soberania, Independência e Paz Social, muito as devemos ao eficiente emprego das Forças Terrestres Brasileiras, sob o impulso de vigorosas forças espirituais e morais.

         Nossa experiência deve  ser pesquisada e analisada de modo crítico ou científico. Objetivo: a colocar a serviço do desenvolvimento da Doutrina Militar Terrestre Brasileira, principalmente no tocante ao desenvolvimento das forças morais do combatente brasileiro e na formação dos quadros e tropa do Exército.

 

 

                                               Pesquisa científica na ECEME

 

A Escola de Comando e Estado - Maior do Exército, na década de 60, realizou valiosas pesquisas históricas pioneiras, com tais objetivos  e sentido.

Analisou casos históricos militares brasileiros. Procurou ensinamentos doutrinários que eles sugeriam.

Merecem destaque as pesquisas de caráter sociológico e psicológico, procurando determinar o comportamento do Combatente Brasileiro em diversas campanhas. No tocante á da Itália, a mais alentada de todas, chegou a duas importantes conclusões de caráter científico, não opinativo ou arbitrário:

"Em combate o brasileiro não se adapta a normas disciplinares rígidas".

As outras pesquisas confirmaram a primeira conclusão. E esta permitiu traçar o perfil desejável do líder militar terrestre brasileiro.

A segunda conclusão refletiu descuido no campo doutrinário, quanto ao desenvolvimento das forças morais para o combate, ou simplesmente, a convicção do Porque lutar?.

Essas pesquisas pioneiras, por certo, devem ter contribuído para a formulação, pela ECEME, do Anteprojeto de Apoio Administrativo ao Exército Brasileiro e para o desenvolvimento do ensino de operações convencionais no território nacional, em  Segurança Interna e no de Segurança Externa contra o inimigo externo.

Para que a ECEME pudesse prosseguir neste trabalho científico valioso, precisaria recorrer a fontes primárias, fidedignas, autênticas integras e numerosas.

Tais fontes, principalmente, devem ser localizadas, analisadas e criticadas. Assim seria possível a reconstituição de fatos históricos militares terrestres do Brasil, matéria-prima para a marcha e o aprofundamento das pesquisas, especialmente na ECEME, e no CEP.No último quando se tratar de problemas de engenharia humana.

Eis sólidas razões que aconselham tanto o prosseguimento da pesquisa histórico-militar crítica, como sua dinamização.

A dificuldade de  fontes primárias ilustro como seguinte exemplo:

Um professor de História Militar da AMAN desejou elaborar com o concurso da Biblioteca do Exército, um livro que abordasse casos históricos brasileiros de emprego de pequenas unidades. Constatou, com tristeza, que não existia material disponível. Para consegui-lo seria necessária uma pesquisa profunda e demorada, a solução foi recorrer à experiência estrangeira.

A Biblioteca editou a História do Emprego de Pequenas Unidades na Campanha da Rússia. muito apreciada no Curso de Engenharia na EsAO quando a cursamos em 1964, no 2º semestre..

 

Doutrina Militar Terrestre

 

A Doutrina Militar Terrestre, no consenso de destacados pensadores militares estrangeiros e entre brasileiros, o Marechal Castello Branco e o Coronel J.B. Magalhães, possui cinco campos de desenvolvimento, essencialmente dinâmicos:

Desenvolvimento das forças morais do combate (convicção do Porque instruir-se e lutar?), da Organização, do Equipamento, da Instrução e do Combate, tudo visando o mais eficiente emprego de determinada força terrestre na conquista e preservação dos Objetivos Nacionais ou do Povo Brasileiro.

O estudo crítico ou científico de nossas experiências determinará quais os ensinamentos válidos colhidos, sejam sobre a forma de acertos a serem incorporados á doutrina, sejam sob a forma de erros a serem evitados.

Nosso Exército, numa conjuntura de Desenvolvimento e Integração, não possui condições ideais para a realização intensa de manobras. E a razão, o seu alto custo. As manobras em tempo de paz e a guerra, sempre foram as melhores formas de testar e aperfeiçoar a doutrina de Emprego de uma Força Terrestre.

.Por esta razão, o estudo histórico-militar brasileiro deveria, idealmente, dominar a doutrina da força terrestre, em todas as ocasiões em que foi empregada, determinando de modo sistemático e completo, as soluções corretas e falhas.

 Nossa experiência de guerra não pode ser abandonada e em especial o desenvolvimento da Doutrina de Guerra de Resistência no TO da Amazônia hoje, alvo, como nunca, de ambições alienígenas crescentes de controle de seu espaço, biodiversidade, riquezas minerais nobres .e de água potável.

Em nosso livro Amazônia Brasileira. Conquista. Consolidação Manutenção- História Militar Terrestre Brasileira 1616/2004 .Porto Alegre:AHIMTB, 2004, abordamos todos as lutas  internas e conflitos externos que envolveram nossa Amazônia ou a pressionaram. E ao final a relação de monografias de alunos do CPAEx e da ECEME relacionadas com a Segurança da Amazônia . Estudo solicitado pela ECEME e complementar ao nosso estudo realizado para a mesma ECEME sobre Conflitos Externos no Brasil 1500/1945 e Lutas Internas no Brasil ao longo de seu processo histórico.

 

Busca de velhas soluções

 

Quem pode afirmar que o Exército Brasileiro, no exercício de sua missão constitucional, não venha a recorrer, por imposição dos fatores Terreno  e Meios a soluções válidas de sua história: Ou a evitar, de pronto, erros iniciais cometidos em campanhas anteriores, resultante de uma deficiente análise dos fatores da decisão Militar : Missão, Terreno, Inimigo e Meios.

Em caso de emprego não seria ideal que essas indicações  estivessem bem determinadas?. E melhor ainda, em condições de serem restituídas, com rapidez e oportunidade ao planejador militar brasileiro, através de um eficiente Serviço de Documentação Histórica.

 

Forças Morais do Combate

 

"A tradição é a alma de um povo", proclamam com orgulho os tradicionalistas gaúchos, cujos antepassados, no período 1680-1870, viveram em constantes guerras com espanhóis e seus descendentes.

A afirmação é válida para o Exército como parcela armada de nosso povo e instrumento de defesa de suas aspirações, contra pressões internas e externas.

Podemos então afirmar: A tradição é a alma de um Exército!

E ajuntar: Exército sem tradição, ou que possuindo não a cultue é espada sem têmpera que quebra ao primeiro embate. O Exército Brasileiro tem sido espada de têmpera nobre. Esta convicção decorre de simples verificação e raciocínio.

Basta olhar para o mapa do Brasil e nele ver um país independente, uno, soberano, democrata, rico em valores espirituais, morais, culturais e em passo acelerado para Integração e Desenvolvimento. Mas sob ameaça de sua Soberania mais de que nunca na Amazônia, como se constata ao norte da Amazônia uma corrente patriota contra a demarcação da Reserva da Raposa do Sol, julgando que ela se constitui potencialmente numa nova questão do Pirara e de outro lado uma minoria de brasileiros acusados de estarem sendo manipulados por ONGs( Organizações não Governamentais) com apoio oficial, favoráveis à demarcação continua e retirando da área brasileiros  que lá se fixaram legalmente.. Quem terá a razão ? O que diria o grande diplomata e historiador Barão de Rio Branco sobre esta questão?

A tradição se formará, consolidará e será comunicada às gerações futuras, através do culto e divulgação sistemática dos feitos gloriosos da Instituição e da evocação da memória dos seus integrantes, que se sublimaram, em fidelidade, aos Objetivos Permanentes do Povo Brasileiro. Ênfase aos que cumpriram o dever com o sacrifício da própria vida.

Pois segundo Péricles Estratego e dirigente da Grécia no século V AC e que levou o seu nome e, para alguns o pai da Democracia: .

“Aquele que morre por seu pais serve-o mais em um só dia que os outros em a vida”.

A tradição do Exército de fidelidade aos objetivos da Nacionalidade, faz parte do campo da Doutrina que chamamos Desenvolvimento das Forças Morais do Combatente: É o que fornece respostas para as seguintes perguntas do combatente: Por que devo lutar? Dar a minha vida, se preciso for ? Instruir-me?. Cuidar do meu equipamento?. Obedecer as normas doutrinárias?.

De pouco adiantará um Exército bem organizado, equipado e instruído, no qual seus integrantes não encontrem, dentro de si, em condições adversas, respostas para estas perguntas.

O Exército luso-brasileiro, na Guerra Holandesa, improvisado mal organizado, equipado e instruído e bloqueado pelo mar encontrou respostas adequadas, ao contrário do Exército mercenário da Campanha das Índias Ocidentais, bem organizado, equipado e instruído nas táticas mais modernas de então, mas sem o impulso de forças espirituais e morais, não conseguiu vencer o exercito luso-brasileiro nas batalhas dos Guararapes !.

Resultado: vitória das forças espirituais e morais, de um Exército improvisado, sobre as forças materiais de um exército bem equipado, mas mercenário? E isto procuramos demonstrar em nosso  livro As batalhas dos Guararapes descrição e análise ( crítica) militar.Recife: UFPE,1971.2v Obra reeditada pela AHIMTB em 1994 comemorativa dos 355 anos da 1ª Batalha e do 10º aniversário da Criação do Dia do Exército pelo Presidente da República Itamar Franco ,sendo Ministro do Exército o Gen Ex  Zenildo de Lucena.

                      

 

 

Valor da Tradição - Exemplos

 

Na Guerra da Tríplice Aliança. Grandes dificuldades no campo moral interno. O Visconde de Porto Seguro, com a intenção de superá-las, buscou inspiração nas Guerras Holandesas no Nordeste.

Seu livro, História das lutas com os Holandeses, mostrou os patriotas do Nordeste, enfrentando e vencendo, com galhardia, maiores obstáculos que os brasileiros no Paraguai.

O General Mascarenhas  de Morais, antes de partir para Itália, presidiu, nos Montes Guararapes, cerimônia de transladação, para o templo ali construído, dos restos mortais de dois líderes da Insurreição Pernambucana : João Fernandes Vieira e André Vidal de Negreiros.

Foi buscar, para si e seus futuros liderados na Itália, inspirações na tradição ou, melhor, no exemplo dos patriotas do Nordeste.

De retorno, vitoriosa a FEB, ele depositou os louros da vitória da FEB em  Guararapes. Reconheceu que ali se forjara o espírito do Exército Brasileiro e se alicerçara, para sempre, as bases da Nacionalidade.

A tradição do Exército, por imposição da Era da Comunicação Social, precisa ser agressiva e sistematicamente difundida, em linguagem ou forma acessível, a diversos públicos em especial hoje pela Internet .

Ao público interno, para o Desenvolvimento das Forças Morais  do Combate, ou culto da Tradição, com vistas inclusive a fortalecer a sua auto estima.

Ao público externo, para melhor compreender a destinação constitucional do Exército. Isso permitirá melhor integração, Exército-Povo, favorável ao cumprimento das missões constitucionais. Esta integração  constatamos em Santa Maria ao lançarmos em 16 de setembro 2008 a História da 3ª Divisão de Exército –Divisão Encouraçada, em parceria com os acadêmicos Cel Inf RR Luiz Ernani Caminha Giorgis e o Major Com Andrei Clauhs.

 

Reflitamos

 

Nosso Exército pertence a país eminente cristão. É regido por uma Constituição feita sob a invocação de Deus .Isto, no dizer de Pontes de Miranda, deve inspirar a interpretação e a execução da Carta Magna.

Consequentemente, a Força Terrestre Brasileira não pode sofrer influências perniciosas, conscientes e inconscientes: do ateísmo, agnosticismo, materialismo, pragmatismo filosófico e autoritarismo.

Estas filosofias, em alguns pontos essenciais, a História revelou  repudiadas pelo povo brasileiro, por contrariar  o seu caráter.

A tais filosofias se deve o descuido pelo culto de nossas mais caras tradições, principalmente no período 1945-64. E descuido agora retomado.

Ao agnosticismo e ao pragmatismo, responsabilidade culposa.

O segundo por omissão e hipocrisia. Ao comunismo projetado pela Rússia em especial, responsabilidade dolosa, por agressão ideológica e mistificação e tentar vergar verdades históricas.

Ao final deste período de descaso por nossas Tradições e História, assistimos, estarrecidos, o lançamento de "História  Nova do Brasil, no seio da juventude universitária brasileira em suas  Casas de Estudantes.

Sobre ela assim referiu o Ex.mo. Sr, Presidente da República, Emílio Garrastazu Médici, em discurso pronunciado em 3 de junho de 1970, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, cuja atual sede atual esta muito a dever a seu apoio financeiro pela Caixa Econômica Federal por ele autorizado, por intermediação de seu antigo instrutor e historiador do IHGB General Estevão Leitão de Carvalho, patrono de cadeira na AHIMTB ocupada pelo acadêmico Gen Ex Paulo César de Castro , atual Chefe do DEP.

"Ainda temos memória e indignação para safra, em nosso país, da História engajada, de senso ultra pragmático, a serviço da dialética marxista, vergando as verdades do passado ao peso dos interesses do presente, forjando uma "História Nova", dócil á ideologia que a História mesma provou repudiada sempre pelo povo brasileiro e recrutando entre professores de História, o grupo de maior efeito multiplicador."

É geral a reclamação de companheiros contra o descuido pelo culto de nossas tradições, quando comparado  a outros Exércitos.

Isto, no entanto, não é tarefa para poucos. É obrigação coletiva. Todos  tem que contribuir, de alguma forma, no âmbito de seus comandos. Aqui uma sala de história, ali um museu, acolá e publicação do histórico do Corpo. Elaboração de pinturas alusivas aos feitos da unidade. O carinho pelos troféus e objetivos de valor histórico.

O balizamento de um local histórico próximo á sede do Corpo, com participação efetiva da comunidade. A confecção, para a guarda do Pavilhão, de uniformes históricos, preservação de documentos históricos, pois sem eles não haverá história militar.

E muitas outras iniciativas que seria exaustivo enumerar. Providências que encontram amparo nesta Diretriz do Exército em vigor que traduz o seu  Objetivo atual nº 1 que a Academia de História Militar do Brasil procura modestamente ajudar o Exército a conquistar,

“ Preservar, pesquisar, cultuar e divulgar a História, as Tradições e os Valores morais,culturais e históricos do Exército”. 

Diretriz que a AHIMTB considera uma ordem a todos os seus integrantes e a estendeu ao estudo da História das demais Forças Terrestres Brasileiras que estuda Fuzileiros Navais, Infantaria da Aeronáutica, Policias e Bombeiros Militares, Guarda Nacional , Voluntários da Pátria.

Seria o caso de perguntar a cada integrante do Exército da Ativa e da Reserva o que ele tem feito de objetivo neste sentido ou em apoio aos que revelam vocação  para este mister ,realizam este trabalho estratégico ?       Ou um exame de consciência para se assegurar que não atrapalhou consciente ou inconscientemente estas ações as julgando inúteis. Por desconhecer a sua projeção estratégica?

Impõe-se aqui uma autocrítica, um exame de consciência, aos companheiros que, como nós, lamentam o descaso pelo culto da História e  Tradições e Valores do Exército Brasileiro, principalmente, quando comparado com que é feito em outros países.

Qual foi a sua iniciativa neste sentido, quando estava a seu alcance promovê-la?

Se a consciência do companheiro estiver tranqüila, atire a primeira pedra, e redobre o esforço através de outras iniciativas. Há muito a fazer neste sentido!.

Para a consolidação  da Democracia " é impositivo uma mudança de atitude"

  

Desafio de um ilustre militar

 

O ilustre e consagrado historiador militar, General Augusto Tasso Fragoso, considerado o pai da História Militar do Exército e patrono espiritual do Estado-Maior do Exército, a cuja frente permaneceu mais tempo, assim desabafou, em 1922, na apresentação de seu livro de estréia como historiador, A Batalha do Passo do Rosário:

"Logo  aos primeiros passos de minha vida como oficial do Exército, senti com mágoa, a deficiência de minha preparação histórica.

Reconheci sem demora não só que falecia em geral o conhecimento dos fastos da Pátria, mas, sobretudo, o de seus grandes feitos militares. Foi no estrangeiro como adido militar na Argentina que a comprovação desta verdade me compungiu a alma de soldado brasileiro.

Deste sentimento tem partilhado, na Europa, nos Estados Unidos e na América do Sul, os companheiros que por estes locais viajaram.

E prossegue o General Tasso Fragoso:

"Porque seria a História Militar do Brasil tão descurada na Escola da Praia Vermelha: a escola um foco memorável  de trabalho e de civismo. em que seus mestres doutrinavam com sedutora mestria e grande elevação moral.

Talvez se possa explicar tão surpreendente contraste. Nos anos anteriores ao advento da República havia se arraigado no espírito de muitos, a falsa idéia de que a democracia verdadeira e a fraternidade real entre os povos deviam fundamentar-se no esquecimento e até na maldição de certos fatos do passado.

Daí, o estado de alma da geração militar a que pertenci e do meio que a preparava, onde havia um temor de falar em guerras em presença de moços que não tinham para com veteranos da guerra do Paraguai, que desfilavam diante deles alquebrados pela velhice e com fardas rebrilhantes de condecorações, o respeito e a estima que mereciam como dignos e leais servidores da Pátria comum. Aplacada a tormenta, meu espírito serenou...

Fui vendo por mim mesmo a veracidade do velho conceito de que a História é  a mestra  da vida, a mestra das mestras” fonte perene de patriotismo, que não deve ser desconhecida notadamente por militares. Pouco a pouco me convenci de que o estudo dos episódios históricos das gerações que nos precederam é salutar aos  moços que vestem farda, pois lhes fortalece o espírito, retempera o caráter e proporciona sólidos elementos para julgarem questões imprevistas e por vezes incandescentes, em que as paixões dominantes, sem as luzes da verdadeira História, acarretariam os maiores desatinos".

O general Tasso Fragoso acusava com o "fui vendo por mim mesmo", o sistema de Ensino do Exército,1874/2005, por não haver ensinado devidamente o valor da História Militar à sua geração. Suas abalizadas palavras surtiram efeito. A geração que o sucedeu produziu plêiade de competentes historiadores militares, hoje em sua grande maioria, ceifados pela morte, sem renovação. Foram prestigiados pelo grupo social a que pertenceram como seus intérpretes. A atual geração de historiadores é ínfima. Clama por incentivos e apoio ! E respeito!.

Não basta trabalhar financiando muitas vezes os próprios trabalhos. Sistematicamente, sem remuneração, executando estas tarefas que se constituem um dever do Estado. Alguns enfrentam o apelido injusto e pejorativo de "traça", de "rato de papel" do que se queixava o Cel Ruas Santos recém falecido e que nos deixou obra notável e autor da Teoria de História do Exército Brasileiro. Instrumento que acredito poucos exércitos possuem e traduzido pelo Sistema de Classificação de Assuntos de História das Forças Terrestres Brasileiras editado pelo Estado-Maior do Exército pelo qual orientamos nossas pesquisas

Os que assim vêem os historiadores militares “como traças e ratos de arquivos” e assim os consideram e os tratam são inocentes úteis ou Inimigos azuis. Fazem coro inconsciente ao inimigo interessado em silenciar nossa História e Tradições e descaracterizar nossos Valores para impor a sua ordem. Vez por outra deparo com alguns desinformados, mas  com poder de Estado e até, em escolas, que desprezam o valor da História Militar do Exército?

As editoras, em busca de lucros materiais, não editam esses trabalhos. A ironia maior é que ninguém contesta que eles devem ser feitos. Sua divulgação é um sagrado dever do Estado. As perspectivas são, assim, sombrias. Algo precisa ser feito, principalmente no quadro mundial tumultuado, de nossos dias.Trava-se uma violenta guerra insidiosa, de fundo ideológico.Nela digladiam-se adeptos: dos valores espirituais e dos valores materiais.O objetivo de cada contendor é conquistar a mente do ser humano. É uma guerra  de estratégia sutil, conforme ilustra o exemplo a seguir:

Num plano de ajuda a um país subdesenvolvido da África, os Estados Unidos construíram e equiparam um hospital. A Rússia então comunista o dotou de médicos e enfermeiros .A conclusão é óbvia!.

Neste tipo de guerra, a longo prazo, conta mais uma filosofia sem contradições, bem difundida através  dos mais modernos meios de Comunicação Social, do que sofisticados armamentos militares.

E aí entra a História Militar como arma, evidenciando a tradição e valores , deflagrando forças espirituais e morais indomáveis.

É oportuno finalizar este convite a um exame de consciência de parte dos companheiros, especialmente os com responsabilidade de em escolas formarem quadr, citando  palavras de um ex Chefe do Estado- Maior, General- de- Exército Breno Borges Fortes, durante a inauguração do Parque Histórico Marechal Manuel Luiz Osório, 1970:

"O culto aos heróis do passado é um dos mais belos e sagrados deveres de uma Nação".

 

Parques Históricos

 O Parque Osório foi  um marco luminoso em 1970 de implantação de  uma nova era de culto e comunicação de nossas tradições militares.

A iniciativa foi do Ex.mo Sr. Presidente da República Emílio Garrastazu Médici, quando comandante do III Exército. Sua Exa, no discurso no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro intitulado - Não se governa sem História - disse, ao referir-se ao Parque Osório: " novos parques históricos virão em outras latitudes; bem cedo o dos Guararapes: depois talvez, quem sabe, Caxias, Bilac, Sampaio, Castro Alves. O Parque Histórico Nacional dos Guararapes foi inaugurado em 19  de abril de 1971, cujo projeto, construção e inauguração tivemos a honra de coordenar de fato e neste dia lançar nosso livro As batalhas dos Guararapes descrição e análise militar  .

O Parque Histórico Nacional Duque de Caxias não prosperou.O Parque Histórico Brigadeiro Antonio de Sampaio, o Governo do Ceará, previa sua inauguração para 24 de maio de 1973, mas não ocorreu.

Desenvolviam-se estudos  e providências para a construção dos parques Históricos de Pirajá, na Bahia e  Genipapo no Piauí. O ultimo foi levado a efeito sob a forma de Monumento aos Heróis de Jenipapo e sobre o qual escrevemos livro já no prelo O Combate de Jenipapo – Descrição e análise militar e  a sua Projeção Estratégica na Independência no Ceará, Piauí s Maranhão

O Combate de Jenipapo lembrará, para sempre, que o grito de Independência ou Morte,em São Paulo  - significou para muitos brasileiros do Nordeste  - Independência e Morte.

Iniciativas atuais são as construções de Memoriais .O Memorial Marechal Emílio Luiz Mallet em Santa Maria  e o Memorial   Vilagran Cabrita, no Batalhão  Escola de Engenharia de Combate Escola, do qual tivemos a honra de sermos convidados para ser o orador  e oficial da centenária Arma de Engenharia.

Outras iniciativas por certo virão. A todas  o Exército tem emprestado apoio moral e material. .

O projeto Rondon nos Guararapes

.O Estado-Maior do Exército e o Projeto Rondon desenvolveram patriótica ação desde 1971, ate ser extinto para dar lugar ao Projeto Comunidades Solidárias. Acaba de ser reativado pelo atual Governo .  Aguarda-se seus frutos!

Baseado no fato de que sem documento não há história, o Projeto Rondon procedeu a um  levantamento de todos os arquivos no território nacional.de 1972 a 1974.

Objetivos tentados: preservar de destruição, extermínio, ou de evasão para o exterior, importantes documentos relacionados com todos os campos da História do Brasil.

Esclarecer, quando fosse caso, autoridades detentoras ou responsáveis, da importância desses documentos, como instrumentos de orientação do desenvolvimento do Brasil. Projeto do Cel Ruas Santos.

Esta  em curso adiantado, na Biblioteca do Exército o projeto de História Oral . Já foram realizados as partes relativas ao Brasil na 2ª Guerra e o da Contra Revolução Democrática de março de 1964  e em fase de  conclusão a História Oral do Projeto Rondon. Todos coordenados com garra e eficiência por seu encarregado o General Geraldo Nery, acadêmico ocupante da Cadeira General Jonas Correia Filho, em substituição ao Gen Ex Jpnas de Morais Correia Filho elevado a acadêmico emérito e, ambos, pai e filho de grande projeção na Presidência do Instituto de História  e Geografia e Militar do Brasil.

Em 1971 coordenamos o Projeto Rondon nos Guararapes , integrado por universitários da área de ciências humanas e 5 cadetes com vistas a pesquisarem aspectos relacionados com a Insurreição Pernambucana, originando a publicação do livro Projeto Rondon nos Guararapes ,contendo as conclusões das pesquisas por eles realizadas cujos detalhes constam em nosso depoimento no volume 4 do Projeto  Rondon ,História Oral.

 

Revolução na Comunicação da História Militar

Antes em 1971, realizou-se o 1º Simpósio de História Militar Terrestre Brasileira, sob os auspícios do EME e ECEME. Seus 75 participantes civis e militares - historiadores, escritores, jornalistas, professores e especialistas em comunicação social - foram unânimes na recomendação: elaboração de trabalhos de História Militar obedecendo as mais modernas técnicas de Comunicação Social, objetivando atingir as mais variadas faixas de públicos.."

Reconhecia o Simpósio que os trabalhos convencionais  de História Militar eram acessíveis a públicos restritos e não o eram  á grande massa. Motivos: a utilização de recurso com imagens muito raro; imagens repetidas, sem renovação; estacionado o trabalho criativo. Textos pesados e obscuros, sem condições de concorrer com outros assuntos abordados pela Imprensa de modo geral.

A própria Biblioteca do Exército deixou de editar livros de História Militar por estarem superados na forma de comunicação. Outros assuntos, melhor  apresentados, mereciam a preferência de seus sócios.

 

Audiovisuais

 

Entre as formas mais modernas de comunicação, recomendou o Simpósio a divulgação das populares: história em quadrinhos, fascículos em cores, literatura de cordel e discos. Em síntese: esforço na imagem, no som e no texto leve, atraente e objetivo.

Em 24 maio de 1972 - Dia da Infantaria - o IV Exército recorreu ao recurso da literatura de cordel e da fita gravada para divulgar, no sertão do Ceará, a vida do Brigadeiro Antonio de Sampaio.

O III Exército com bem elaborada trilha musical da História do Exército recorreu ao disco, para divulgar a vida do General Osório.

O EME decidiu explorar os audiovisuais para a divulgação popular da História do Exército. Imagens coloridas e narração com trilha sonora.

Primeiro problema para a adoção desta linha - pobreza da iconografia militar terrestre brasileira. Não tinha havido, neste século, preocupação de imortalizar, plasticamente, os grandes momentos de nossa história, como ocorre noutras terras. Neste ponto os países vizinhos estavam mais adiantados do que nós.

Muito do preservado entre nós o foi em preto e branco. Não se prestava á comunicação ideal. No entanto, quando com base histórica, serão tais fontes de real utilidade para elaboração de motivos em cores:

Para a reconstituição em cores surgiu outro problema: ausência de pintores qualificados para este tipo de trabalho, em número suficiente. Os poucos encontrados  possuíam dificuldades para pesquisar e desenvolver, por si, temas militares terrestres.

A Comissão de História do Exército reconheceu a necessidade de utilizar, na elaboração da História do Exército, a iconografia existente na área cultural da Guanabara.

Pesquisou durante alguns meses mais de 30000 peças iconográficas, na Biblioteca Nacional, Biblioteca do Exército, Gabinete Foto Cartográfico do Exército e coleções particulares .Naqueles locais relacionou 6000 motivos militares terrestres.

Eles integraram  seus arquivos, sob a forma de slides, cromos ou fotos em preto e branco e ao que me consta transferidos para a Biblioteca do Exército, pois não os encontrei no Centro de Documentação .

Deles, cerca de 500 foram incorporados á História do Exército Brasileiro. Além disto, foram elaborados centenas de esquemas e mapas de maior comunicação visual. Aquarelas executadas por especialistas, reconstituindo fatos histórico-militares importantes. São marcos históricos da renovação iconográfica militar do Brasil, em cores. Eu tive a honra de dirigir este projeto de áudio visuais da Comissão de História do EME. Com o apoio do GBOEx e parceria com ilustradores produzimos os originais e expressivos  álbuns A História do Brasil através de seu fortes e  Amor Febril –Memória da canção militar do  Brasil. E com o apoio FHE –POUPEx os álbuns ilustrados pelo pintor Newton Coutinho. Escolas de Formação das Forças Armadas do Brasil, A Guarnição do Rio de Janeiro na Proclamação da Republica e Quartéis Generais das Forças do Brasil. , Álbuns colocados em maioria decorando Salões de Honra de unidades das Forças Armadas do Brasil.A pedido do GBOEx elaboramos o álbum Moedas de Honra do Brasil e para a FHE- POUPEx  o projeto Os patronos nas Forças Armadas do Brasil. Em cada cabeça uma sentença: Com a mudança de diretoria destas instituições estes álbuns não foram editados. Eles estão disponíveis em Livros no site da Academia de História Militar Terrestre do Brasil www.ahimtb.org.br. O projeto Moedas de Honra nem foi pago ao autor. Na Presidência do Cel Omar Lima Dias que substituiu a que me deu um calote tivemos mais apoio.Como Diretor  Cultural do Clube Militar e de sua revista no Centenário do Clube em 1987 desenvolvemos em concursos a Iconografia relativa à fundação do Clube e nelas colocamos legendas expressivas.Por esta época despontou  o maior pintor plástico castrense o Acadêmico Pedro Paulo Cantalice Estigarribia que  espalhou suas notáveis e expressivas pinturas, a partir do QG do Exército em Brasília, por suas escolas e quartéis. Ele ocupa  na Academia de História Militar Terrestre do Brasil  a cadeira que tem por patrono o pintor Alcebíades Miranda Junior que fora até então o mais destacado ilustrador das Forças Armadas do Brasil, do que é um exemplo suas ilustrações na História do Exército de 1972.É impositivo que este trabalho se estenda a outras áreas culturais do país. Assim o exige o Objetivo Nacional de Integração.   

  

Plano de História Militar em Audiovisual

 

Antes em 1972, o Estado-Maior do Exército havia decidido, em caráter pioneiro, desenvolver um projeto de audiovisuais.

Objetivos: Renovar profundamente a iconografia histórico-militar terrestre, pesquisando e elaborando motivos originais.

Utilizar na divulgação da Histórica Militar a força didática desse meio auxiliar.

Este projeto seria passo intermediário e fonte valiosa para a abordagem cinematográfica de temas de História Militar.

É para o Exército, era a melhor forma para atingir faixas mais amplas de seu público. Guardando  a possibilidade de difusão através da TV a cores.

Possibilitaria uma renovação nas letras históricas, geralmente carentes de imagens.

No plano aprovado pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, a Comissão de História deveria desenvolver , no que fosse possível, até 1973, baterias de audiovisuais para os comandos de Áreas.

O Plano foi iluminado pela filosofia da História do Exército Brasileiro. Os audiovisuais transmitiriam aos públicos do Exército: a conquista e preservação dos Objetivos Nacionais Permanentes da Nacionalidade, em estreita e íntima colaboração com seu povo.

Focalizariam, basicamente, a História do emprego das Forças Terrestres, da área considerada.

Em julho de 1972, a Comissão de História realizou pesquisa para desenvolver uma bateria pioneira, relativa ao Rio Grande do Sul (área 3ª RM/ III Ex.)..

A base histórica da pesquisa e elaboração iconográfica serviria, de futuro, ao desenvolvimento do cinema nacional. Cada aquarela, além de reconstituir o fato histórico, reconstituiria o guarda-roupa da época, personalidades, armamentos e outros detalhes históricos.

Os livros especializados poderiam sair mais ilustrados e a cores, auxiliando o leitor a gravar melhor o fato histórico.

Unidades que participaram no passado de determinados feitos poderiam utilizar esses motivos para confecção de posters e publicações.

Serviriam de base á elaboração de cartões postais, calendários, estatuetas, gravuras, cinzeiros e outros itens decorativos poderiam ser feitos com autenticidade.

Enfim, previa-se um ilimitado o poder multiplicador dessa pesquisa.

Igualmente, a de elaboração iconográfica de motivos histórico-militares, que foi levada a efeito, em caráter pioneiro, sob os auspícios do Estado-Maior do Exército. Isto, até que se pudesse apoiar a iniciativa privada, a quem caberia normalmente, tarefas dessa natureza.

A Comissão de História elaborou para o Dia da Infantaria, em Brasília,  a história dessa arma, em audiovisual.O mesmo procedimento teve em relação á Arma de Artilharia.

Preparou uma Síntese Histórica da História do Exército, em audiovisual, como parte das comemorações da Semana do Exército.

Estas três baterias pioneiras foram realizadas em curto espaço de tempo. Objetivo: Adquirir-se experiência para trabalhos posteriores.

A experiência foi coroada  de êxito. Superou as expectativas.

Posteriormente muito usamos este material em nossos artigos e livros históricos e a Biblioteca do Exército na reedição da História do Exército do Exército de 1972 . Obra que fora dirigida e coordenada pela Comissão de História do EME  integrada pelo Cel Francisco Ruas Santos e do autor como seu Adjunto.

É de data recente a criação do sonhado Museu Histórico do Exército no Forte de Copacabana pelo Ministro do Exército Leônidas Pires Gonçalves, quando fomos  encarregado de presidir uma equipe de museólogos civis como Diretor do Arquivo Histórico do Exército para formatar o citado museu. Missão que traduzimos em relatório entregue ao 1º Comandante do Museu do Forte. Iniciativa que provocou a criação de várias salas históricas pelas unidades do Exército um inicio de uma atividade comum no Exército dos Estados Unidos, onde antes de se tomar conhecimento da atividade das unidades o visitante passar por seus bem organizados museus. Em Itajubá havíamos em 1982 como comandante do 4º Batalhão de Engenharia de Combate que foi batizado como Museu Juarez Távora.

Por iniciativa do hoje Gen Ex Jonas de Morais Correia Neto como secretário do Exército ,o antigo Arquivo do Exercito passou a denominação de Arquivo Histórico do Exército e a colecionar documentos relacionados com o campos da Doutrina Militar (Organização, Equipamento,Forças Morais, Instrução e Emprego) e fontes para se pesquisar Histórico de OM e compor biografias .Filosofia que esta inscrita em placa de bronze que mandamos colocar na entrada do Arquivo no Palácio Duque de Caxias. De expressivo nesta época foi a incorporação pelo Arquivo da valiosa coleção de cartas e plantas históricas existentes na unidade de Levantamento Cartográfico no Morro da Conceição e cedida por seu comandante de então o falecido Cel Ricardo Sérgio da Fonseca França por entender que ali elas se constituíam um estorvo e de que seriam  úteis como fontes históricas  a serviço da Memória Brasileira no Arquivo Histórico do Exército. Entre elas diversas cartas náuticas que foram transferidas para o Serviço de Documentação da Marinha onde foram recebidas com grande alegria pelo Alte RR Max Justo Guedes  seu Diretor o hoje acadêmico da AHIMTB ocupante da Cadeira C Alte Helio Leôncio Martins, assim consagrado em vida em razão de ambos haverem escrito a História do CFN ,corporação chegada ao Brasil há 200 anos .Nesta época o Arquivo promoveu seções de História muito concorridas comemorativas de centenários de oficiais generais do Exército dentre eles os centenários dos generais Eurico Gaspar Dutra, Pedro Aurélio de Góes Monteiro, José Pessoa, Cristóvão Barcelos etc .Idéia inspirada na Marinha em que em seu Centro de Documentação eram comemorados os centenários de Almirantes.Notável providência foi a de aumentar o estudo de História Militar nas escolas do Exército que não as possuíam e incluir seu estudo na ESA, ESAO etc Providência desenvolvida pelo Gen Ex Gleuber Vieira como Chefe do DEC e do EME e que a implantou como comandante do Exército .Enfim para valorizar no Exército o ensino de História Militar Crítica e incentivar os que possuíam vocação para este assunto. Foram criados Clubes de História das escolas do Exército. .Praza Deus que isto de fruto. O Gen Ex Gleuber Vieira ocupa hoje  a cadeira Marechal José Pessoa na AHIMTB.Pena foi a substituição, por falta de oficiais do QEMA de oficiais com este   curso como instrutores de História Militar na AMAN, como era no meu tempo de cadete e depois como  instrutor de História na AMAN. Substituição por oficiais egressos da AMAN sem este curso da ECEME, bem como por oficiais com curso de História Civil, sem conhecimento para a abordagem de História Militar Crítica proveniente de Escola do Exército em Salvador .Isto sem desmerecer suas capacidades, mais em  menores condições que os oficiais de Estado-Maior com três cursos acima dos  instruendos cadetes para melhor explorarem os fundamentos da Arte e Ciência Militar na abordagem de História Militar Critica e assim melhor integrarem o cadete no entendimento da tática de suas armas e serviços no Ensino Profissional. E os livros azuis (azulzinhos)de História traduziam e consolidavam a experiência de várias equipes de instrutores de História , inclusive a do Cel Francisco Ruas Santo e o  Planejamento do Ensino da  História Militar Crítica. Eles resistem faz 30 anos .Foi obra patrocinada pelo EME por intermédio do então Coronel Alberto dos Santos Lima Fajardo , chefe de uma seção no EME encarrega  do assunto História Militar e que fora realizado desde a criação do EME pela Seção de História e Geografia Militar , extinta para dar lugar a Comissão de História do Exército do EME,  por sua vez extinta para dar lugar ao Centro de Documentação do Exército.

Com apoio do Estado-Maior do Exército foi editado como manual em 1978 e reeditado em 1994, obra de nossa autoria Como estudar e pesquisar a História do Exército. E na mesma ocasião com o apoio do Estado- Maior e quando éramos instrutor de História Militar na AMAN, ela editou através de sua cadeira de História as obras História da Doutrina Militar e História Militar do Brasil, os célebres citados azulzinhos ricos em História Militar Crítica do Brasil e Mundial.Hoje o Exercito possui a seguinte diretriz para orientar a preservação, pesquisa, culto e divulgação e valorização de seu passado.projeto com este nome idealizado pelo Gen Div João Carlos Rota  e ampliado pelo Gen Ex Tibau César Renato da Costa, comandante do CMS , para História do Exército na Região Sul. Projeto em que resgata alem da História de suas  Grande Unidades, lideranças expressivas ao biografar o Duque de Caxias, o General Osório ,o  Conde de Porto Alegre em seus bicentenários e o perfil de todos os comandantes daquelas Grandes Unidades bem como uma síntese histórica das unidades que a integramPesquisar, preservar, cultuar e divulgar a História, as Tradições e os Valores Morais, culturais e históricos do Exército.Objetivo ao qual a Academia de História Militar Terrestre do Brasil vem aplicando o seu esforço desde que criada em 1º de março 1996 com sua sede em Resende e em atuação em todo o Brasil através de Delegacias e correspondentes e divulgação de seu esforço por seu Informativo O Guararapes e seu site www.ahimtb.org.br administrado por seu Grande Colaborador Capitão de Mar e Guerra Carlos Norberto Stumpf Bento .Site  rico em informações de História Militar Terrestre do Brasil . E inclusivea AHIMTB  tornando-se editora, com apoio da FHE –Poupex . já tendo realizado importante resgate da História do Exército na 3ª Região Militar , através de seu original Temos a convicção que é um grande projeto que assim será reconhecido no futuro na medida em que os integrantes do Exército forem tomando consciência da relevância estratégica da Diretriz do Exército citada caracterizada e definida como Objetivo atual nº1 do Exercito Brasileiro e considerada a sua História Critica ou Científica como fonte de subsídios preciosos para o seu desenvolvimento profissional e os dos seus integrantes em Arte e Ciência da Guerra. Creio que nenhum militar do Exercito poderá contestar a importância da História Critica do Exército  como a mestra da vida militar e a mestra das mestras do .História Crítica Operacional e Institucional! do nosso Exército.

 Hoje os meios áudio visuais passaram por uma grande revolução permitindo que a História do Exército seja divulgada com mais eficiência e resultados o que se constata, por  exemplo, nas revistas do C Com S Ex, no Noticiário do Exército, na Revista da Fundação Cultural   e em revistas e jornais de grandes comandos e unidades e Escolas que são um convite a leitura e onde destaco a Revista da SASDE( da Associação de Amigos da 2ª DE  . E outros progressos nesta revolução na Comunicação Social acontecerão, como a edição de livros e manuais em CD e em DVD etc e a multiplicação de sites com assuntos de História Militar Terrestre do Brasil. E estamos na era dos Data Show para projetar Power Point , cujos idealizadoras e produtores em matéria de História do Exército é aconselhável ouvirem historiadores militares para prevenir interpretações equivocadas, como vez por outra se observa. Convém respeitar a função social do historiador militar da forma como se respeita o nome do compositor de musicas militares mencionando seus nome ante de as executar .E não se fazer como é comum na Mídia, o comunicador invadir a função social do historiador  uma característica hoje, salvo raras exeções. E muito por culpa dos historiadores que não ocuparam o espaço que lhes compete, por não  terem se atualizado em Comunicação Social que evoluiu expressivamente no Brasil e no mundo.

      Exemplo do excelente meio de comunicação com o uso de Data Show foi a primorosa apresentação da Guerra Guaranítica realizada por um oficial Cap Fernando do 1º  B Com Div  enviada para conferirmos,pelo  Ten Cel Com Cláudio Alfredo Dorneles , comandante do 1º B.Com Div.Apresentação  usando fotos áreas do Google Heart para localizar e explicar itinerários, combates etc .    

      Trabalho que necessita algumas colocações históricas sobre o real comportamento de Sepé Tiaraju no ataque ao Forte de Rio Pardo .Se ele escapou e abandonou  seus comandados presos dentre do Forte de Rio Pardo conforme registra a fonte primaria sobre esta guerra Diário do  Capitão Jacinto da Cunha Rodriguez . Revista do Instituto  Histórico  e Geográfica Brasileiro.volume 10, 1853 .

       Questão que precisa ser bem definida . Pois se positiva de acordo o citado Diário ela condena Sepé Tiaraju . Se negativa ela o  absolve .Fonte que abordamos em Artigo Síntese Histórica das Forças Terrestres Brasileiras na área da 3ª Região Militar, Revista Militar Brasileira.v.103 , jan/jun 1973, p.33/45 e repetidas na História da 3ª Região Militar 1808-1953 e Antecedentes .p.90ss,  

      Fontes remetidas ao citado comandante visando a verdade que se oponha a mitificação da personagem . Comportamento elogiável o submeter a apreciação, no caso de historiadores militares, de trabalhos desta natureza,

       Não poderíamos deixar de abordar o ótimo trabalho como Diretor do Centro de Documentação do Exército do historiador Cel Manoel Soriano Neto acadêmico da AHIMTB que inaugurou a cadeira Cel Francisco Ruas Santos quanto a denominação histórica de Organizações Militares do Exército em sua longa e profícua administração de uma Organização com base em idéia do Cel Francisco Ruas Santos da qual participamos como seu adjunto.Não abordamos tudo o que faremos sempre que nossa memória ou alguem nos lembrar. Mas aqui apresento memórias de minha contribuição, por vocação , ao culto da História,Tradições e Valores do Exército e demais Forças Terrestres do Brasil esperando que elas sejam de utilidade ao Exército.(x) Presidente da Academia de História Militar Terrestre  do Brasil, benemérito do IHGMB emérito do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro

     Noticias diversas

 

BRASIL É ISSO. O Acadêmico Cel Roberto Mascarenhas de Morais foi entrevistado pela TV Rede Vida pelo repórter Aristóteles Drumond tendo abordando aspectos pouco conhecidos e divulgados da FEB e da vida de seu comandante e seu avô. Foram muito felizes nas perguntas e respostas o entrevistador e o entrevistado .Os parabéns da AHIMTB!

O Acadêmico Israel Blajerg , Delegado no Rio da AHIMTB e seu 3º Presidente lançou no dia 19 de outubro no CEP seu livro Os soldados que vieram de longe sobre o 42 judeus a brasileiros que lutaram nas Forças Armadas e Marinha Mercante na 2ª GM e entre eles  Marechal Waldemar Levy Cardoso. Lançamento muito concorrido, Obra sobre a égide da AHIMTB e FIERJ .As orelhas  elaboradas por Sergio Niskier, Presidente da FIERJ , a Apresentação pelo Cel Bento presidente da AHIMTB , ausente por motivo de força maior sendo representado pelo acadêmico Cel Roberto Mascarenhas de Morais. Obra prefaciada pelo Cel Germano Seidl Vidal, falecido 9 dias antes e ali evocada  a sua vida segundo tradição da AHIMTB .Introdução do acadêmico emérito da AHIMTB Cel Nilton Freixinho ,sócio emérito da AHIMTB e a quem o acadêmico Israel sucedeu na AHIMTB na cadeira Cel Mario Clementino e na 4ª capa  transcrição de carta  ao autor do Marechal Ref Waldemar Levy Cardoso com sua foto com um grupo de ex combatentes e o autor orgulhoso artilheiro R/2 egresso do CPOR/RJ. Na presidência da mesa o Gen Ex Paulo César de CastroChefe do DEP e acadêmico e 2º Presidente de Honra da AHIMTB ( Fim deste Guararapes artesanal)


 

 

"Para alimentar o cérebro de um Exército na paz, para prepará-lo para a eventualidade indesejável de uma guerra, não existe livro mais fecundo em meditações e lições do que o da História Militar."