INFORMATIVO GUARARAPES- 2010              

 


 

Fundada em 1o de março de 1996

 

O GUARARAPES

ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DAS ATIVIDADES DA

ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL

CGC 01.149.526/0001-09

LANÇAMENTO DO LIVRO “BRIGADEIRO ANTÔNIO DE SAMPAIO - O PATRONO DA INFANTARIA - BICENTENÁRIO” NO BATALHÃO DA GUARDA PRESIDENCIAL EM BRASÍLIA

 

06 MAI 2010        ESPECIAL

    

Parte I - Da Organização

 

            Esta edição do informativo O GUARARAPES - Especial A é publicado com a finalidade de registrar o lançamento do livro denominado “Brigadeiro Antônio de Sampaio - O Patrono da Infantaria - Bicentenário”, de autoria do Cel Eng Claudio Moreira Bento, fundador e presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, em histórica sessão levada a efeito no Quartel do Batalhão da Guarda Presidencial - Batalhão Duque de Caxias, na Capital Federal.  O livro é uma homenagem ao patrono da Rainha das Armas, recentemente elevado à culminância de Herói da Pátria por Decreto Presidencial.

 

            A edição do livro se deve a uma promoção conjunta da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS) e da Academia Canguçuense de História (ACANDHIS).  Sua publicação contou com apoio financeiro da FHE/POUPEx.

             

Parte II - Desenvolvimento da Sessão

 

            No dia 06 de maio de 2010 no auditório do Quartel do Batalhão da Guarda Presidencial - Batalhão Duque de Caxias, em Brasília, teve lugar uma Sessão destinada a lançar o livro “Brigadeiro Antônio de Sampaio - O Patrono da Infantaria - Bicentenário”, de autoria do Cel Eng Claudio Moreira Bento - Presidente da AHIMTB.

 

            Organizada pela Delegacia Marechal José Pessoa, que representa a AHIMTB no Distrito Federal, e contando com o decisivo apoio do Cel Inf Elias Rodrigues Martins Filho, Comandante do BGP, a sessão reuniu uma numerosa platéia incluíndo muitos convidados e sócios acadêmicos da AHIMTB e associados da Delegacia Marechal José Pessoa.

 

            Na abertura da sessão, o Cel Elias (Cmt do BGP) apresentou um filmete institucional organizado pelo C Com S Ex.

            O General Arnaldo Serafim se encarregou da apresentação dos dados biográficos do Cel Bento e da leitura dos textos referentes à Dedicatória e Posfácio do livro.

            Com a palavra, o consagrado autor do livro abordou a significação histórica do Brigadeiro Sampaio utilizando projeção de imagens.

            Ao final, o Batalhão da Guarda Presidencial ofereceu um variado coquetel aos convidados, enquanto o Cel Bento atendia longa fila de interessados que buscavam o seu autógrafo nos livros adquiridos.

            Durante a cerimônia, o sócio acadêmico Prof Aquilino Bouzan colaborou executando completa cobertura fotográfica.

 

 

Parte III - Textos das intervenções ocorridas durante a sessão

 

1)     Palavras proferidas pelo Gen Div Arnaldo Serafim à guisa de apresentação do Cel Bento.

 

            Hoje, temos entre nós o Cel Bento, morador de Itatiaia, cidade próxima a Resende, localizada nas fraldas do maciço das Agulhas Negras que dá nome à Academia Militar das Agulhas Negras.

            É natural da cidade de Canguçú - RS e pertence à turma Aspirante Mega, de 1955 da AMAN.

            Muito conhecido e festejado, o Cel de Engenharia Claudio Moreira Bento foi instrutor de História Militar da AMAN e é conferencista emérito da ECEME, EsAO, EsIE e IME.

            Deixou sua marca quando coordenou o projeto, a construção e a inauguração do Parque Histórico Nacional dos Guararapes, local onde nasceu o Exército Brasileiro.

            Escrever sobre fatos históricos e heróis nacionais; estudar a história das Unidades e Grandes Unidades; pesquisar os fortes e as fortalezas; proferir conferências; criar centros de estudos, assessorar autoridades; dirimir dúvidas históricas: eis o perfil do Cel Bento.

            Historiador consagrado, ele veio a Brasília para cumprir a missão que tem sido a sua grande paixão que é difundir o gosto pelo estudo e pesquisa da História Militar Terrestre do Brasil.

            Nestes dias, ministrará palestras; presidirá sessão solene de posse de acadêmicos da Academia de História e, ainda, fará o lançamento do seu último livro denominado “Brigadeiro Sampaio - O Patrono da Infantaria (Bicentenário)”.

            O Cel Bento possui mais de 86 títulos publicados e mais de 1000 artigos em periódicos civis e militares, do Brasil e do estrangeiro.

            Sua obra abrange toda a História Militar Brasileira mas é notório o seu carinho pelas Unidades e Grandes Unidades das quais tornou-se o grande biógrafo.

            Integra as principais instituições nacionais de História e as Academias de Portugal, Real da Espanha e da Argentina.  Pertence, também, aos Institutos do Uruguai e Peru.

            Sua vasta experiência, aliada ao seu espírito lutador e competente, credenciou-o a criar e presidir a vitoriosa Academia de História Militar Terrestre do Brasil. Essa entidade se fundamenta em três focos que consolidam o pensamento do Cel Bento sobre o estudo da História:

 

- Atuar com prioridade para os jovens;

 

- Trabalhar em consonância com suas Delegacias espalhadas pelo país, hoje em  

  número de 22 representações, incluindo a nossa Delegacia Marechal José  

  Pessoa na área do Distrito Federal;

 

- Professar e divulgar o estudo da História tratado em duas dimensões.  Na

  dimensão clássica, a História sendo tratada como aprendizagem da arte

  militar, com os acertos e erros cometidos nos confrontos bélicos.  Na outra

  dimensão, o estudo busca isolar os fatores determinantes dos conflitos para

  que possam ser colocados à disposição dos líderes governamentais e assim,

  orientar as grandes decisões para se evitar novos conflitos, com todo o rosário  

  de funestas consequências para as populações.

 

***

Eis, em poucas palavras, o perfil do Cel Bento que, entre os historiadores que hoje se dedicam ao estudo e pesquisa da História Militar Terrestre do Brasil, está colocado entre os mais destacados, senão o maior deles.

Cel Bento, obrigado pela sua presença entre nós.

 

 

2)     Leitura da Dedicatória do livro, pelo Gen Div Arnaldo Serafim.

 

Este livro é dedicado aos integrantes da Arma de Infantaria do Exército Brasileiro de ontem, de hoje e de sempre, que têm no patrono e inspirador o Brigadeiro Antônio de Sampaio, o Bravo dos Bravos, ferido por três vezes em Tuiuti, em 24 de maio de 1866, no Comando da 3ª Divisão de Infantaria – a Divisão Encouraçada.

                        É dedicado também, aos demais integrantes do Exército de ontem, de hoje e de sempre, e também infantes por terem recebido a instrução básica de infantaria, em emergências, e que se especializaram em Cavalaria, Artilharia, Engenharia, Comunicações, Material Bélico, Intendência e outras especialidades para, com a progressiva e histórica evolução da Arte e Ciência Militar, melhor apoiarem, em combate, a Rainha das Armas.

 

           

3)     Leitura, pelo Gen Arnaldo Serafim, do Posfácio escrito pelo Cel Inf Manoel Soriano Neto, acadêmico da AHIMTB e titular da Cadeira nº 33 cujo patrono é o Cel Francisco Ruas Santos.

 

A presente obra traz a lume excepcionais registros históricos da heróica saga do Patrono da Infantaria Brasileira, o "Bravo dos Bravos", Brigadeiro António de Sampaio.

O Coronel Cláudio Moreira Bento é o autor do soberbo memorial apologético ao "Infante-Maior". Notável e reconhecido historiador militar, o Coronel Bento dispensaria maiores apresentações, tal a superlativa projeçâo por ele obtida no campo da História, máxime a Militar Terrestre.

Assim, após receber do emérito historiador, a honrosa incumbência de escrever estas singelas e breves considerações finais, cônscio de não possuir cabedal para tanta responsabilidade, não poderia deixar de externar, penhoradíssimo, a minha ufania em participar de sua última contribuição para a historiografia castrense brasileira e assinalar algo a respeito de sua faina incansável em prol de nossos valores, tradições e místicas.

O autor já publicou, no Brasil e no exterior, incontáveis livros, plaquetas, álbuns e artigos, sendo, sem dúvida, o mais prolífico escritor militar brasileiro de todos os tempos! De há muito ele vem se dedicando a um verdadeiro apostolado cívico em defesa de nossos mais grados valores históricos e dos princípios da Justiça e da Verdade - que sempre devem nortear a História, "a Mestra da Vida", em vista das distorções que ela vem sofrendo, por facciosas interpretações ideológicas.

E mais: em sua cruzada de civismo, esse militar de elevadíssimos méritos, também se volveu para a problemática da Amazônia, hoje tão cobiçada, como por demais consabido, tendo escrito um livro referencial (“Amazônia Brasileira - Conquista, Consolidação e Manutenção, 1616-2003, História Militar Terrestre da Amazônia”) alusivo ao grande desafio amazônico que é a prioridade número primo da Nação Brasileira.

Com a edição do presente livro, o autor dá prosseguimento à tarefa que há tempos se impôs, qual seja, a de relembrar, sob tradicionais mas, principalmente, novos enfoques, fastos memoráveis de nossa bela História Militar, que enaltecem nossos maiores Soldados no bicentenário de seus nascimentos: Caxias, Osório, Conde de Porto Alegre e, agora, Sampaio.

Antes de qualquer consideração, consigne-se que a presente obra é um relicário prenhe de patrióticos ensinamentos. Em suas páginas, todos terão a oportunidade de melhor conhecer a singular figura do cearense Antônio de Sampaio, "de origem humilde que se imortalizou como o sertanejo que foi um dos maiores heróis brasileiros e que comprovou a afirmação de Euclides da Cunha, em "Os Sertões", de que "o sertanejo é antes de tudo um forte!", como consta no significativo capitulo da publicação, "Um Sertanejo, Um Grande Soldado do Brasil". Um dos títulos, "O Casamento com uma Gaúcha de Canguçu", dá azos à expansão de justo orgulho do autor e deste escrevedor, eis que o primeiro é filho daquele município gaúcho e este, velho Infante cearense, é tetraneto do Brigadeiro Jerônimo Coelho, Presidente da Província do Rio Grande do Sul (1856/57) e criador do glorioso torrão onde Sampaio conheceu, namorou e noivou e, ao depois, convolou núpcias em Jaguarão, no ano de 1849.

Dignas de nota, outrossim, são duas partes do livro: a que se refere à morte de António de Sampaio, após a batalha de Tuiuti e a que analisa, criticamente, esta batalha, na qual o futuro Patrono da Infantaria foi ferido por três vezes.

Muito mais teríamos a comentar. Porém, nos ensinam os léxicos, que "posfácio, s.m., é uma advertência colocada no fim de um livro". Destarte, deixo aqui a advertência/conclamação, no sentido de que o leitor aproveite ao máximo as riquezas e lições intemporais que estão entesouradas nessa peça de arquitetura histórico-literária que trata da heróica existência de um brasileiro bravo, estóico e resoluto.

E que o bom lavor de mais essa obra da fecunda produção literária do consagrado historiador, escritor e pensador militar, Coronel Cláudio Moreira Bento, sirva de luzeiro àqueles que amam, de fato, a Terra em que nasceram, como o fez o Brigadeiro Sampaio, que não trepidou em verter o seu generoso sangue em defesa da honra do Brasil. Sim, pois cultuar o passado na glorificação da História e dos que mais lidaram por encher os anais da Pátria de cintilações astrais, é ação louvável de todo autêntico patriota, que deveria sempre se inspirar nos inesquecíveis versos do poeta-soldado, Luiz Vaz de Camões: "Não me mandas contar estranha História; Mas mandas-me louvar dos meus a glória!".

 

 

4)     Síntese da significação histórica do Brigadeiro Sampaio, apresentada pelo Cel Claudio Moreira Bento, utilizando projeção de imagens ilustrativas da palestra.

 

O dia 24 de maio de 2010 assinala os 200 anos de nascimento, em Tamboril - Ceará, do Brigadeiro António de Sampaio, o Bravo dos Bravos da Batalha de Tuiutí que foi a maior batalha campal travada na América do Sul.

         Ele foi consagrado, pelo Decreto nº 51.429, de 13 de março de 1962, como o Patrono da Arma de Infantaria do Exército Brasileiro. Arma de Infantaria, a rainha das armas e em cujo seio ele se forjou e se destacou sobremodo como bravo e modelar líder de combate, instrutor e disciplinador da Infantaria Brasileira, à frente da qual, representada pela sua 3ª Divisão - a “Divisão Encouraçada”, teve seu glorioso encontro com a glória militar em 24 de maio de 1866, na Batalha de Tuiutí, no dia do seu 56º aniversário. Ali, então, a sua 3ª Divisão se constituiu em fator decisivo para a vitória, em que pesassem os três ferimentos recebidos, que determinaram sua morte, depois de 43 dias de grandes sofrimentos, em 06 Jul 1866, a bordo do vapor "Eponina" próximo a Buenos Aires onde esteve sepultado cerca de 3 anos antes de ser exumado e retornar ao Brasil.

          Registre-se o fato de quatro cavalos que montou, durante a resistência a todo o custo que liderou, terem tombado por perfurações de balas e baionetas inimigas. E ainda o fato de sua heróica “Divisão Encouraçada” haver concorrido com 33% das baixas brasileiras neste dia, por haver se constituído em ponto chave da defesa aliada.

          Sampaio chegou de Pernambuco no Rio Grande do Sul ao final da Revolução Farroupilha, aos 35 anos. E no comando da 8ª Companhia, destacada do 4º Batalhão de Infantaria, chegado de Pernambuco para guarnecer a fronteira em Jaguarão, ele foi enviado para a vila de Canguçu. E, segundo os historiadores General Antonio Rocha Almeida, Mallet Jobim e Hugo Ramirez, permaneceu por cerca de 4 anos na então vila de Canguçu, subordinada  à Piratini, e como instrumento de consolidação da Paz de Ponche Verde, próximo da citada Piratini e de Caçapava, antigas capitais da República Rio-Grandense (1836-45).

O citado Hugo Ramirez, ex-presidente do Conselho em discurso homenagem às autoridades militares do III Exército, ( atual CMS) em churrasco na Estância do Minuano, no Dia da Infantaria de 24 de maio de 1971 falou, à certa altura:

         “Tanto se agauchou esse nobre cearense que casou com dama natural de Canguçu, casando na sede de sua unidade em Jaguarão, formando família com filhos gaúchos, passando a nos amar, depois de nos compreender e se identificar nestas plagas com o mesmo anseio de brasilidade que percorre a nação desde o Amazonas”.

        A concluir-se do General Antônio da Rocha Almeida em Vultos da Pátria, volume I, o Capitão Sampaio casou-se em Jaguarão com a jovem Júlia dos Santos Miranda, de Canguçu. Local onde a conhecera, namorara e noivara, durante os cerca de 4 anos que ali comandara seu destacamento.

Sabe-se hoje que ele teve, como seu Posto de Comando, a cadeia pública, mandada construir em 1843 pelo comandante da Ala Esquerda do Exército de Caxias, que teve aquela, então vila Canguçu, por Base de Operações.  Cadeia que só foi demolida cerca de um século mais tarde e que ficava no local onde hoje se ergue o Teatro Municipal.  Era subordinado, Sampaio, à 2ª Brigada, esta ao comando do Cel Manoel Marques de Souza III, futuro Conde de Porto Alegre, que seria o seu comandante superior na Batalha de Monte Caseros em 2 de fevereiro de 1852, como comandante da Divisão Brasileira.

        A seguir, Sampaio empenhou-se a fundo no comando sucessivo de batalhões e brigadas de Infantaria. Em pouco se transformou num consumado condutor de homens, conhecedor profundo do terreno e mestre em adestrar e empregar a Infantaria Brasileira. Combateu na guerra contra Oribe e Rosas (1851-52) quando participou da Batalha de Monte Caseros, como integrante da Divisão Brasileira, ao comando do agora Conde de Porto Alegre, já citado.

      Comandou um Batalhão da Divisão de Observação que penetrou em Montevidéu em 07 de maio de 1859, a pedido do Presidente oriental Venâncio Flores. Na guerra contra Aguirre, do Uruguai, teve atuação destacada à frente de uma brigada, na conquista da cidade uruguaia de Paissandu, o que lhe valeu a sua promoção a brigadeiro.

      Durante a guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1865-70), que fez como oficial-general, teve atuação destacada até Tuiutí.

      Sobre o seu conceito e o de sua tropa escreveu, em Reminiscências da campanha do Paraguai, Dionísio Cerqueira, o maior cronista deste conflito, que foi integrante da Divisão Encouraçada e subordinado de Sampaio:

      "A idéia de eu passar para a Infantaria não me abandonava. Esta arma exercia sobre mim indizível fascinação. Quando passava um daqueles belos batalhões da Divisão Sampaio, a Encouraçada, de bandeira desfraldada, os pelotões alinhados, guardando bem as distâncias, marchando airosos e elegantes, ao som alegre de um dobrado vibrante, não me podia conter, e punha-me a marcar passo..."

     E mais adiante: "Fui apresentar-me ao brigadeiro Sampaio. O ilustre general, já glória do Exército, pelo valor e amor à disciplina, estava uniformizado debaixo de uma ramada lendo uma história de Napoleão Bonaparte, o seu capitão predileto. Quando me viu fechou o livro marcando-o com o indicador da mão esquerda".

     Sampaio era cearense de Tamboril, onde nasceu em 24 de maio de 1810. Foi morto heroicamente aos 56 anos, após sublimar as Virtudes Militares de Coragem, Bravura, Honra Militar e Desprendimento.

    Vive ainda Sampaio na memória do Brasil, na alma do Exército e sobretudo nas melhores tradições e valores da Infantaria Brasileira, que ele ajudou a forjar, e hoje cultuados pelas Legiões de Infantaria espalhadas por diversas guarnições do Exército.

     Os seus restos mortais repousavam, desde 1873, em mausoléu no Cemitério São João Batista, em Fortaleza-CE. Hoje estão em Panteon defronte a Fortaleza N.Sª da Assunção em Fortaleza, onde nosso herói ingressara no Exército Imperial em 1830 como soldado voluntário e que hoje abriga o comando da 10ª Região Militar.

      É denominação histórica, desde 19 de janeiro de 1940, do 1° Regimento de Infantaria, hoje 1º BIMtz, que integra na Vila Militar, no Rio de Janeiro, a 1ª Divisão de Exército – Divisão Marechal Mascarenhas de Morais. Unidade originária do Terço Velho de Mem de Sá, e a única unidade do Exército que participou de duas expedições extra-continentais. Em 1648, de expedição partida do Rio de Janeiro e que libertou Angola do dominio holandês e, em 1944/45, na Europa, integrando a Força Expedicionária Brasileira onde conquistou a expressiva vitória na conquista de Monte Castelo aos alemães.  Nesta Guerra, o seu nome foi lembrado na criação da Medalha de Sangue para os que fossem feridos em ação, ao colocarem três estrelas na mesma, lembrando os três ferimentos à bala recebidos pelo patrono da Infantaria em Tuiutí.

        As tradições de sua 3ª Divisão de Infantaria - Divisão Encouraçada, são cultuadas em especial por duas grandes unidades de origem comum em 1908, as hoje centenárias 8ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediada em Pelotas, que tem entre suas unidades o 9º Batalhão de Infantaria Motorizada - Batalhão Tuiutí, e a 3ª Divisão de Exército - Divisão Encouraçada, em Santa Maria-RS, onde ele figura como o seu primeiro comandante

      Grandes Unidades estas cujas histórias resgatamos no Projeto História do Exército na Região Sul, em parceria com o historiador militar Cel Inf Luiz Ernani Caminha Giorgis, nas obras 8ª Brigada de Infantaria Motorizada - Brigada Manoel Marques de Souza I e 3ª Divisão de Exército - Divisão Encouraçada.

        No Dia da Infantaria, em 24 de maio de 1967, foi emitido selo comemorativo da Efeméride do Centenário de morte do Brigadeiro Sampaio em Tuiutí com uma tiragem de três milhões de exemplares, no valor de 5 centavos, com a sua efígie e, sob ela, três estrelas lembrando os três ferimentos à bala recebidos em Tuiutí.  A Espada do herói integra o patrimônio do Batalhão Sampaio na Vila Militar.

A nação, reconhecida ao seu grande herói, o inscreveu no Livro de Aço dos heróis do Brasil no Panteon da Pátria, Praça dos Três Poderes, em Brasília, por certo lembrando Péricles, líder democrata ateniense, chefe de Estado de Atenas por 14 anos, com grande e benéfica influência na construção da Democracia grega e cujo século em que viveu recebeu o seu nome. Foi dele esta declaração:

“Aquele que morre por sua Pátria serve-a mais em um só dia que os outros em toda a vida”

 

"Para alimentar o cérebro de um Exército na paz, para prepará-lo para a eventualidade indesejável de uma guerra, não existe livro mais fecundo em meditações e lições do que o da História Militar."