SUMÁRIO
			
			- O meu 20 de setembro em Porto 
			Alegre (Cel Bento);
			
			- Recepção e posse do acadêmico Dr. 
			Frederico Euclides Aranha;
			
			- Recepção e posse do acadêmico Dr. 
			César Pires Machado;
			
			- Posse, como membro-efetivo, do 
			Cel Mário Luiz Rossi Machado;
			
			- Palavras finais do Presidente da 
			AHIMTB/IHTRGS.
			
			 
			
			O MEU 20 DE SETEMBRO DE 2010 EM 
			PORTO ALEGRE
			
			Cel Cláudio Moreira Bento - 
			Presidente do IHTRGS e Jornalista                     
			
			            Comemoramos à tarde no 
			Colégio Militar de Porto Alegre os 24 anos do Instituto de História 
			e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS), fundado em 10 de setembro 
			de 1996, na Escola Técnica Federal de Pelotas, em comemoração ao 
			sesquicentenário do Combate do Seival, vencido pela Divisão Liberal 
			de Antônio Netto. 
			
			            Divisão Liberal que foi 
			resultado da mudança de denominação do Corpo da Guarda Nacional do 
			Município de Piratini, que além do seu distrito sede era constituído 
			dos distritos de Canguçu, Cerrito e Bagé até o Piraí.
			
			            Esta Divisão Liberal 
			foi reforçada por Lanceiros Negros, comandados pelo Coronel Joaquim 
			Pedro Soares (1770-1850), veterano das guerras contra Napoleão na 
			Península Ibérica e que dispôs as tropas da Divisão Liberal que 
			venceram tropas imperiais ao comando do Coronel João da Silva 
			Tavares, então Chefe da Guarda Nacional da Província do Rio Grande 
			do Sul.
			
			            Combate que analisamos 
			pioneiramente à luz dos fundamentos da Arte Militar em nosso livro
			O Exército farrapo e os seus chefes, v. 2 p. 106/118.
			
			            Combate que criou 
			condições para, no dia seguinte, no Campo do Menezes, Netto, com sua 
			Divisão Liberal integrada por filhos de Piratiní  de seu distrito 
			sede, e mais os de Canguçu, Cerrito e Bagé (até o Piraí) proclamarem 
			a República Rio Grandense, que resistiu por mais de nove anos ao 
			Império. Evento imortalizado em óleo que por longos tempos desde 
			1915 esteve no Palácio Piratiní onde era muito apreciado pelo 
			Presidente Dr. Augusto Borges de Medeiros e que hoje decora o Posto 
			de Comando do comandante do Regimento Bento Gonçalves da Brigada 
			Militar. 
			
			            E há 24 anos o IHTRGS 
			vem divulgando o Decênio Heróico. Com este objetivo já publicamos 
			entre outros os seguintes trabalhos:
			
			      - O Exército farrapo e os 
			seus chefes, em 1992;
			
			      - Memória dos sítios 
			farrapos de Porto Alegre e da administração do Barão de Caxias, 
			1989;
			
			      - A grande Festa dos 
			Lanceiros, 1971 pela UFPE (sobre a inauguração do Parque 
			Osório);
			
			      - O Negro e descendentes 
			na Sociedade do Rio Grande do Sul, IEL 1975;
			
			      - História da 3ª Região 
			Militar (1808-1889) e Antecedentes. 1994; 
			
			      - Edição Histórica do 
			Diário Popular de Pelotas, de 20 de setembro de 1985, sobre a 
			Revolução na AZONASUL.
			
			            E vários outros 
			trabalhos sobre o Decênio Heróico, sem esquecer Autoria dos 
			símbolos do RGS (1971) pela UFRPE, e Canguçu - reencontro com 
			a História - um exemplo de reconstituição de memória comunitária, 
			pelo Instituto Estadual do Livro. Com esta bagagem assistimos em 
			Porto Alegre o emocionante desfile cívico militar comemorativo do 
			dia 20 de setembro de 2010.
			
			            Desfile comentado pela 
			TV, no qual assistentes espalhados pelo mundo enviaram e-mails 
			emocionantes para jornalismo@tvcom.com.br., por vezes formulando 
			perguntas que eram respondidas sempre que possível pelo professor 
			Flávio Cattani.
			
			            E anotamos algumas 
			imprecisões nas respostas:
			
			            - Sobre a criação da 
			Brigada Militar como sendo na Revolução Farroupilha. Em realidade, 
			ela foi criada em 15 de outubro de 1892 pelo Presidente Fernando 
			Abott (ver História 3ª RM v.1 p. 53/57).
			
			            - Lanceiros Negros: foi 
			apresentado pela TV Com como tendo surgido no Combate da Azenha em 
			20 Set 1835. Em realidade, eles surgiram no Combate do Seival de 10 
			de setembro de 1836. Abordamos a sua História pela primeira vez no 
			livro A Grande Festa dos Lanceiros, em 1970, sobre a 
			inauguração do Parque Histórico Gen Osório. Repetimos isto diversas 
			vezes, a partir de nosso livro O Negro na Sociedade do RGS e 
			por último no Informativo O Gaúcho, junto com a matéria sobre 
			o título O Espírito Militar do Poeta Mário Quintana.
			
			           Mas no desfile foi 
			passada ao povo a versão bastante manipulada, sem apoio em fontes 
			primárias autênticas, íntegras e fidedignas, com apoio da mídia 
			Gaúcha, de traição dos Lanceiros Negros em Porongos, contra 
			abordagens históricas baseadas em fontes históricas fidedignas. E o 
			pior, a Mídia não tem dado direito de resposta aos que combatem a 
			versão de traição, ou seja, a tese de não traição, que havia 
			transitado em julgado no Tribunal da História do Rio Grande do Sul.
			
			
			E o povo gaúcho termina por 
			acreditar na versão manipulada. É uma pena! Esta versão coloca, como 
			traidores, Canabarro e várias lideranças farrapas presentes.
			
			       - Sobre o General Bento 
			Manuel Ribeiro: foi divulgada a versão popular de um personagem sem 
			personalidade por suas mudanças de lado, as quais foram justificadas 
			pelo grande Osvaldo Aranha, da qual partilho e publico em meu livro
			O Exército Farrapo e os seus Chefes. Personagem que foi 
			linchado moralmente pela minissérie A Casa das 7 mulheres, 
			da TV Globo. Lembro de um articulista de um jornal porto-alegrense 
			que se orgulhava de sair de casa todas as manhãs para ir cuspir na 
			rua General Bento Manoel Ribeiro.
			
			            - Sobre a Revolução 
			Farroupilha e a Maçonaria a idéia não foi completa. Existiam 
			farrapos maçons favoráveis à Maçonaria Francesa (ou Vermelha), a 
			qual defendia a República Constitucional. E maçons imperiais 
			favoráveis à Maçonaria Inglesa (ou Azul), defensora da Monarquia 
			Constitucional, que era o caso do Barão de Caxias. E a paz foi 
			firmada por acordo secreto dessas duas correntes e traduzida nas 
			cláusulas de Acordo que pacificou a Revolução Farroupilha. 
			
			
			Hoje, as cores do Exército 
			Brasileiro, Azul e Vermelho, são interpretadas por alguns maçons 
			como selo do acordo dos que lutaram na Regência em campos opostos em 
			defesa da Monarquia Constitucional, corrente vencedora que teve o 
			trono para assegurar a Unidade Nacional. 
			
			Na América Espanhola foi diferente. 
			A corrente favorável à Republica Constitucional, liderada por Simon 
			Bolívar, foi vencedora em Guayaquil sobre a corrente favorável à 
			Monarquia Constitucional, liderada pelo General San Martin, 
			ocasionando a sua retirada silenciosa para a Europa. E a América 
			Latina perdeu a sua unidade e foi dividida em várias nações. 
			
			
			              - Lenços Vermelhos: 
			foi observado que a massa dos desfilantes trazia no pescoço o lenço 
			vermelho, que nenhuma relação tem com a Revolução Farroupilha. Eles 
			se referem à Guerra Civil de 1893/95. E creio que a maioria dos que 
			usavam o lenço vermelho desconhecia o seu significado. No meu caso, 
			uso como lenço a bandeira tricolor primitiva dos farrapos. Pois os 
			lenços vermelhos e brancos foram uma traição aos ideais farrapos de
			Firmeza e Doçura representados por dois amores perfeitos no 
			Brasão do Rio Grande do Sul e hoje substituídos por estrelas.
			
			Firmeza 
			representada por garra, coragem e combatividade em combate. 
			
			
			Doçura 
			representada, depois da vitória, por respeito como  religião, à 
			família, à honra, ao patrimônio e à vida do vencido inerme. 
			
			
			Em 1893 os dois contendores 
			desrespeitaram e degolaram o ideal farrapo de Firmeza e Doçura.
			
			- Ordem do Desfile: alguns e-mails 
			traziam a sugestão de que primeiro deveriam desfilar os 
			tradicionalistas e depois a Brigada Militar. Sugestão que me parece 
			justa.
			
			         - Cavaleiros da Paz: uma 
			notável idéia. Iniciativa feliz que realiza cavalgadas divulgando a 
			idéia de Paz! E praza a Deus consigam restaurar as virtudes gaúchas 
			de Firmeza e Doçura.
			
			         - Causas da Revolução. 
			Foram abordadas as causas clássicas. Aumento do imposto sobre a 
			légua de campo e sobre o charque. Este último foi poderoso 
			determinante da revolta. O Rio Grande, na Guerra Cisplatina, havia 
			combatido contra os argentinos e orientais e viram suas terras 
			invadidas por inimigos que se apossaram de parte de seus rebanhos e 
			não foram indenizados. E, finda a guerra, o Sudeste passa a adquirir 
			o charque dos inimigos de ontem, em detrimento do charque gaúcho, 
			agravado com pesados impostos.
			
			            Mas até hoje tem sido 
			ignorada a causa principal da Revolução Farroupilha, a Causa 
			Militar. Uma reação militar nacional às absurdas reações da nova 
			ordem que obrigou D. Pedro I a abdicar, e que decidiram que o 
			Exército e a Marinha deviam se articular no litoral e nas 
			fronteiras. Reação no Nordeste, no Ceará, que envolveu Sampaio, 
			então soldado, em apoio ao seu comandante, e no Rio de Janeiro onde, 
			para controlar a revolta da Guarnição do Exército, foi organizado um 
			batalhão constituído só de oficiais, que passou à história como 
			Batalhão Sagrado. 
			
			Revolta que se estendeu à maior 
			Guarnição do Exército,: a do Rio Grande do Sul, que dispunha de 5 
			unidades, sendo a mais poderosa Guarnição brasileira, constituída de 
			três de Cavalaria e uma de Artilharia e uma de Infantaria. Estas 
			duas comandadas por oficiais cariocas formados na Academia Real 
			Militar, os majores João Manuel de Lima e Silva, que viria a ser o 
			1º General farroupilha, tio do Barão de Caxias, e José Mariano de 
			Mattos, que foi Ministro da Guerra farrapo, presidiu interinamente a 
			República Rio-Grandense e, finda a Revolução, foi chefe de 
			Estado-Maior de Caxias na Guerra contra Oribe e Rosas (1851-52). Em 
			1864, seria Ministro da Guerra do Império. E esteve presente, junto 
			com Bento Gonçalves, na sessão maçônica que decidiu o 20 de setembro 
			como data do início da Revolução, sendo considerado o idealizador do 
			Brasão do Rio Grande do Sul, incorporado pela Constituinte de 1891 
			junto com outros símbolos farrapos.
			
			           Outras figuras 
			importantes e com grande influência nos Regimentos de Cavalaria de 
			Jaguarão e Alegrete foram os coronéis de Estado-Maior do Exército 
			Bento Gonçalves da Silva e Bento Manoel Ribeiro.
			
			            Bento Gonçalves que 
			comandava então a Guarda Nacional, integrada por charqueadores, 
			estancieiros e fazendeiros com seus seguidores liderou o 20 de 
			setembro. E com a Proclamação da República foi eleito seu 
			Presidente. Bento Manoel, deposto o comandante das Armas e o 
			Presidente Braga, assumiu o Comando das Armas e nele continuou, 
			convidado pelo outro Presidente enviado para a Província.  Para ele 
			os objetivos da Revolta haviam sido atingidos.
			
			            Enfim a historiografia 
			gaúcha precisa mergulhar nesta causa da Revolução que tem sido 
			invisível há mais de século e meio.
			
			            E aqui, por oportuno, 
			sugiro que no próximo 20 de setembro a organização do evento convide 
			historiadores do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do 
			Sul, do Instituto de História e Tradições do Rio do Sul e do Círculo 
			de Pesquisas Literárias (CIPEL) a prestarem, através de rádios e 
			TVs, esclarecimentos a perguntas que lhes forem formuladas sobre 
			questões históricas, na forma como ocorreu à noite com a presença do 
			historiador Moacyr Flores, Tao Golin e outros do interior, nas 
			espetaculares abordagens do Hino Farroupilha, cuja música foi de 
			autoria do Maestro Mendanha e a letra passou por diversas 
			alterações. E isto se justifica, pois o historiador e o jornalista 
			possuem funções sociais e técnicas profissionais diversas e cada 
			qual tem de respeitar e não invadir a função social do outro, para a 
			glória da Democracia.
			
			            Igualmente notável foi 
			a abordagem dos estrangeiros que participaram da Revolução 
			Farroupilha, muitos dos quais abordamos em nosso livro Estrangeiros 
			e descendentes na História Militar do RGS.
			
			            Seria ideal que num 
			desfile futuro fossem homenageados integrantes da Revolução 
			Farroupilha de outros Estados. Como os mineiros que foram ministros 
			dos três ministérios da República Rio-grandense e o que foi o 
			Presidente do Governo da Província resultante da Revolução de 20 de 
			setembro. E as lideranças militares farrapas: os cariocas João 
			Manuel de Lima e Silva, José Mariano de Mattos, o paulista Bento 
			Manoel Ribeiro e o português veterano das guerras napoleônicas na 
			Península Ibérica Cel Joaquim Pedro Soares. 
			
			Joaquim Pedro Soares esteve 
			presente em nossas lutas no Sul de 1816/28 e foi quem dispôs as 
			tropas do Capitão Antônio Netto em Seival. Personagem que quase ao 
			final da Revolução foi aprisionado em Piratiní, junto com o Cel José 
			Mariano de Mattos e com o mineiro José Domingos de Almeida, pelo Cel 
			Chico Pedro de Abreu, sendo recolhidos por algum tempo em Canguçu na 
			cadeia por este mandada construir e sobre a qual, ironicamente, 
			mandava dizer para os farrapos “ser ela uma casa de hóspedes para 
			eles”, segundo colheu J. Simões Lopes Neto no Bosquejo Histórico de 
			Canguçu na Revista do Centenário de Pelotas nº 4 ,1912..
			
			    
			                              EVENTO DE POSSES DE 20 Set 2010
			
			                a) Local e horário: 
			Salão Brasil do CMPA, às 1700 horas;
			
			                b) Finalidade: 
			empossar como acadêmicos os doutores Frederico Euclides Aranha e 
			César Pires Machado e promover o pós-lançamento, em Porto Alegre, do 
			livro da História da 1ª Bda C Mec;
			
			                c) Desenvolvimento 
			(pelo Cel Araújo, do CMPA):
			 
			
			
			
			                - Formação da mesa: 
			pelos acadêmicos generais de Divisão Marco Antônio de 
			FariaspRESIDENTE DE Honra da Cerimônia  e Carlos Patrício Freitas 
			Pereira, Cel Bento (Presidente da AHIMTB/IHTRGS e da cerimônia ), 
			Dr. Sandro Dorival Marques Pires (ex-Presidente do TCE/RS) e Cel De 
			Souza (Cmt do CMPA);
			
			                - Canto do Hino 
			Nacional e do Hino do Rio Grande do Sul, executados pela Fanfarra do 
			3° RCGd;
			
			                - Abertura da 
			Sessão pelo Gen Farias e passagem da direção da Sessão ao Cel Bento;
			
			                - Palavras iniciais 
			do Cel Bento;
			
			                - Recepção ao novo 
			acadêmico Dr. Frederico Euclides Aranha, pelo acadêmico Dr. Eduardo 
			Cunha Müller;
			Mesa 
			principal: da esq. p/a dir. Dr. Sandro, Gen Farias, Cel Bento,
			
			
			                              Gen Freitas e Cel De Souza
			
			- Alocução de posse pelo Dr. Aranha 
			(anexo);
			
			                - Recepção ao novo 
			acadêmico Dr. César Pires Machado, pelo Cel Caminha (anexo);
			
			                - Alocução de posse 
			pelo Dr. César (anexo);
			
			                - Entrega dos 
			Diplomas, colocação das insignias da AHIMTB e dos distintivos de 
			lapela: Foram convidados para isso os generais Farias e Freitas, o 
			Dr. Sandro e o Cmt do CMPA, com fotos;
			
			                - Palavras finais 
			do Cel Bento e encerramento da Sessão pelo Gen Farias;convidado como 
			Presidente de Honra pelo Presidente em tributo a Hierarquia e a 
			Disciplina, fundamentos do Ordenamento Jurídico Brasileiro. 
			
			
			                - Coquetel, 
			confraternização e pós-lançamento do livro da História da 1ª Bda C 
			Mec.Aproximadamente quarenta pessoas estiveram presentes a este 
			evento, sendo vários generais, senhoras, membros-efetivos e 
			acadêmicos da AHIMTB/IHTRGS, entre outros.
			
			RECEPÇÃO DO ACADEMICO Dr. ARANHA, 
			PELO ACADÊMICO EMÉRITO Dr. MÜLLER
			
			Retorno novamente a este púlpito, 
			para saudar mais um novo Acadêmico, que hoje toma posse neste 
			Sodalício.
			
			                               
			Confesso-vos, por isso, que estou prestes a reivindicar o posto de 
			orador permanente da academia, o que muito me satisfaz.
			
			                               
			Agora, cabe-me receber mais um Confrade que ingressa nesta AHIMTB. 
			Um velho companheiro de armas, conforme expressão em voga. Mas, 
			também, um companheiro de letras jurídicas e históricas.
			
			                               
			Frederico Euclides Aranha nasceu nesta Capital, filho do Dr. 
			Euclides Aranha, Revolucionário de 1930, participante do assalto ao 
			Quartel General da 3ª Região Militar, Advogado e Procurador Federal, 
			e de Dona Zenia Trein Aranha, dona 
			de casa.
			
			                               
			Sobrinho do Grande Brasileiro, Osvaldo Freitas Valle Aranha, 
			descende de seculares troncos paulistas e riograndenses.
			
			                               
			Economista, Bacharel em Direito e Funcionário Público Federal 
			aposentado, mas, acima de tudo, profundo conhecedor de armamentos 
			militares, tanto que, não vacilei em convidá-lo para escrevermos, 
			juntamente com outro grande especialista na matéria – Bento Suñe 
			Gonçalves – o nosso esgotadíssimo Manual Básico das Armas Portáteis 
			do Exército Brasileiro.
			
			                               
			Falar sobre Frederico Aranha é falar no Rio Grande do Sul, em 
			Itaquí, em Porto Alegre, e na história política e militar do nosso 
			Estado, da qual é profundo conhecedor.
			
			                               
			Tenho a certeza que a sua presença nesta Academia de História 
			Militar Terrestredo Brasil  a par dos seus alentados conhecimentos 
			históricos, aliados à sua simpatia cativante, disposição e gosto 
			pelo estudo permanente, em muito enriquecerão as nossas atividades.
			
			                               
			Especial saudação, também, ao Doutor Cesar Pires Machado, pela sua 
			até tardia ascensão ao seleto grupo de Acadêmicos da nossa Academia 
			, mercê do trabalho que vem desenvolvendo em prol da preservação da 
			história rio-grandense.
			
			                               
			Finalizo, até para não tornar-me fastidioso, enfatizando a 
			necessidade de reuniões periódicas de todos os membros da Academia 
			integrantes da Delegacia Gen Rinaldo Pereira da Cãmara, não só para 
			auxiliarmos a sua manutenção e desenvolvimento, mas também, buscando 
			o intercâmbio permanente de conhecimentos entre os seus 
			integrantes.Sede bem vindo, Doutor Frederico Aranha.  
			
			ALOCUÇÃO DE POSSE DO Dr. ARANHA
			
			ARTHUR FERREIRA FILHO
			Arthur Ferreira Filho é o patrono da 
			cadeira que assumo por indicação dos confrades acadêmicos. Foi 
			anteriormente ocupada pelo Professor Mário Gardelin, da Universidade 
			de Caxias do Sul, alçado a Acadêmico Emérito. 
			Trata-se de missão a ser cumprida em 
			prol da nossa Academia de História Militar Terrestre do Brasil , o 
			que farei nos limites da minha capacidade.
			Nasceu Arthur Ferreira Filho na 
			histórica Fazenda do Bojuru, na revolucionária data de 20 de 
			setembro de 1899, no seio de família ilustre de São José do Norte e; 
			faleceu em Porto Alegre em 25 de março de 1996, com 96 anos de vida 
			profícua e honrada. 
			Homem de múltiplas atividades, 
			descendente de antiga grei de fazendeiros e militares, engenheiro de 
			formação, foi escritor, sociólogo, jornalista, historiador, militar 
			e político. Positivista, era filiado ao Partido Republicano 
			Rio-Grandense. 
			Foi membro de inúmeras instituições 
			culturais: Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, 
			Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, Academia 
			Sul-riograndense de Letras, da qual foi Presidente quatro vezes, 
			entre outras. 
			“Castilhista” de berço, manteve-se 
			sempre imbuído dos padrões éticos da filosofia positivista de 
			Augusto Comte, mostrados no regime de nobre conduta cívica dos 
			governos Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros. Ocupou diversos 
			cargos públicos, entre eles, Delegado de Polícia, Juiz Municipal, 
			Prefeito dos municípios de Bom Jesus, Passo Fundo e São Leopoldo, 
			Chefe de Gabinete da Secretaria de Agricultura e Diretor da 
			Biblioteca Pública do Estado do Estado de 1956 a 1959, na fase 
			cognominada ‘dos escritores’ (1906-1963).  
			Em todas as funções públicas de que se 
			houve, sempre desempenhou fecunda e honesta administração. Assistiu 
			e participou da consolidação da República, colaborando para a sua 
			manutenção, colocando, não poucas vezes, em risco a própria vida.
			
			Político militante participou das 
			diversas lutas intestinas que ocorreram a partir de 1923. Muito 
			jovem, nomeado Capitão, foi Secretário do General Honorário Firmino 
			Paim Filho, Comandante da Divisão Nordeste. Alçado ao comando da 
			Vanguarda da unidade cumpriu com grande desenvoltura as missões que 
			lhe foram confiadas, salientando-se nessas ocasiões suas qualidades 
			militares.
			Logo após, no posto de Tenente Coronel, 
			chefiou uma das unidades do 3º Corpo de Provisórios, organizado e 
			comandado pelo famoso Coronel Valzumiro Dutra, em importantes 
			operações militares além fronteiras do Estado, especialmente em 
			perseguição à Coluna Miguel Costa/Prestes. Foram meses e milhares de 
			quilômetros percorridos pelos Estados de Santa Catarina, Paraná, São 
			Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia e Goiás, onde o 3º Corpo 
			aquartelou-se na Fazenda do Torto, hoje Brasília.
			Lá, subitamente, aflorou incontornável 
			desentendimento entre o Coronel Valzumiro e o General Pantaleão 
			Telles Ferreira, comandante do setor, resultando, por ordem deste, a 
			dispensa e o retorno do 3º Corpo ao Rio Grande. A raiz da discórdia 
			era o plano do General Telles de formar um Destacamento móvel com os 
			gaúchos do 3º Corpo de Provisórios e do 2º Batalhão de Infantaria, 
			unidades a que dedicara rasgados elogios em correspondência ao 
			Presidente do Estado. O comando do destacamento seria confiado ao 
			Coronel Emílio Lúcio Esteves, oficial do Exército que já comandara 
			unidades da Brigada Militar, a quem o Coronel Valzumiro repudiava 
			subordinar-se por, nas palavras dele, ‘incompatibilidade moral’, uma 
			vez que acusava esse oficial de endossar graves calúnias contra ele 
			e o 3º Corpo. 
			Aqui chegando com sua gente, após 
			superar imensas dificuldades e agruras, uma vez que o General 
			Pantaleão, em represália, não forneceu o necessário para a 
			alimentação da tropa, apresentou-se preso ao Comandante da 3ª 
			Região. O Coronel Valzumiro empregara recursos pessoais para suprir 
			as despesas com a unidade e o Comando da 3ª Região não só mandou 
			relaxar a prisão, como também indenizá-lo das despesas realizadas.
			
			Ato contínuo o Coronel ordenou a 
			desmobilização do 3º Corpo, despiu a farda, voltando aos trabalhos 
			da estância. 
			Liberado, o Tenente Coronel Arthur 
			Ferreira Filho, indicado pelo Presidente do Estado, Borges de 
			Medeiros, compôs a Comissão que alinhavou o acordo entre os Estados 
			de Santa Catarina e Paraná, pondo termo aos desentendimentos sobre o 
			território do Contestado.
			Sua atuação como jornalista foi 
			intensa, representada por crônicas literárias, comentários de 
			política internacional, artigos políticos e trabalhos históricos, 
			mormente de história militar.
			A obra literária da sua lavra é 
			extensa. Dentre outros títulos, destacamos:
			
			História Geral do Rio Grande do Sul
			
			A Crítica e a História Geral do Rio 
			Grande do Sul
			
			Dom Diogo de Souza
			
			Legendas do Rio Grande
			
			Nomes Tutelares do Ensino 
			Rio-Grandense
			
			Narrativas de Terra e Sangue
			
			Revolução de 1923
			
			Revoluções e Caudilhos
			
			Rio Grande Heróico e Pitoresco
			
			Memórias
			Vale transcrever o que diz Ângelo 
			Torres, prefaciando o  livro de memórias do historiador:
			“Quem quiser conhecer o Rio Grande a 
			cavalo, do império e dos primeiros anos da República, deve percorrer 
			as páginas de ‘Narrativa de Terra e Sangue” (neste livro, são 
			relatadas histórias pastoris com simplicidade e emoção).
			Acerca do Autor e do livro “Caudilhos e 
			Revoluções” escreveu Guilherme Schultz Filho, advogado, poeta, 
			jornalista e consagrado tribuno:
			
			“(...) Só um homem de caráter 
			firme, só um escritor de personalidade poderia escrevê-lo nesta 
			altura, quando muitos daqueles acontecimentos são mais ou menos 
			recentes, e algumas personagens ainda estão vivas. Este é o melhor 
			elogio que lhe posso fazer”.
			Cabe ressaltar que nessa obra, à guisa 
			de introdução, o historiador traça uma notável análise 
			sócio/político/militar intitulada ‘Milicianos, Guardas Nacionais e 
			Provisórios’, em que aborda a vital participação desses brasileiros 
			e rio-grandenses na ocupação e formação do nosso Estado e na 
			consolidação da República. 
			Ademais, nos legou precioso ensinamento 
			sobre escrever a história:
			
			“O testemunho dos contemporâneos 
			nem sempre é liberto de simpatia ou aversões. Onde uns vêem apenas 
			virtudes, outros enxergam apenas defeitos. Somente a longa 
			perspectiva do tempo é capaz de revelar a exata proporção dos homens 
			e dos fatos. Por isso, procuro ser cauteloso, ao afirmar ou negar, 
			pois quase todos os meus personagens são da história dos nossos 
			dias”. 
			Muito ainda se poderia falar e contar 
			desse insigne rio-grandense, sua vida e obra, mas exigiria espaço e 
			tempo.
			Finalizando, basta dizer, 
			resumidamente, admitida a simplificação, que Arthur Ferreira Filho 
			era um rio-grandense herdeiro de antigas e enraizadas tradições 
			familiares de trabalho e lutas, homem simples, emotivo, 
			disciplinado, vertical e, sobretudo, de um amor acendrado à terra 
			gaúcha, qualidades e faceta que perpassam em seus trabalhos 
			históricos.
			
			RECEPÇÃO DO Dr. CÉSAR, PELO Cel 
			CAMINHA
			
			Há alguns anos, tive o 
			prazer de receber na minha sala aqui no CMPA o César Pires Machado. 
			Veio, por indicação de um conhecido comum, buscar elementos para uma 
			pesquisa. Conversamos por algum tempo, o que foi suficiente para 
			perceber que se tratava, o meu interlocutor, de alguém muito 
			interessado e muito dedicado aos assuntos de história do Rio Grande 
			do Sul e do Brasil.
			
			Em seguida, adrede 
			convidado, coloquei-o como membro-efetivo da nossa Academia de 
			História e do nosso Instituto de História e Tradições do RGS . De lá 
			para cá foram substanciosas as colaborações do prezado amigo, e 
			agora empossado como acadêmico, César Pires Machado, como poderemos 
			verificar da relação de suas obras, que será lida em seguida. 
			
			
			O novo acadêmico nasceu 
			em São Sepé-RS, em 22 de julho de 1945. Estudou em escolas primárias 
			e secundárias de sua terra natal e também em Santa Maria e Porto 
			Alegre. Graduou-se em agronomia pela Universidade Federal de Santa 
			Maria, em 1969. Fez curso de pós-graduação na Universidade Federal 
			do Rio Grande do Sul, em 1970 e 1971, onde também defendeu tese, em 
			1972, recebendo o título de Mestre em Agronomia. Foi aprovado em 
			concurso para professor na Universidade Federal de Santa Maria e 
			convidado a integrar o Departamento de Solos da UFRGS, cargos nos 
			quais não permaneceu por razões de ordem particular.
			
			Foi diretor e presidente 
			de cooperativa de produção, fundador e dirigente de cooperativa de 
			crédito, com abrangência em quatro municípios, nas décadas de 1970 e 
			1980. Foi Secretário Municipal de Agricultura de São Sepé na década 
			de 1990.
			
			É estudioso 
			e pesquisador de história desde meados da década de 1960, tendo sido 
			patrono da Feira do Livro em São Sepé, palestrante e autor de 
			centenas de crônicas para jornais e rádio.
			
			Assume a cadeira que tem 
			como patrono Dante de Laytano, historiador gaúcho que dispensa 
			comentários, tendo deixada um conjunto de grande obras sobre 
			história do nosso estado.
			
			Além da publicação de 
			alguns trabalhos na área de agronomia e colaborações em obras de 
			outros autores, César Pires Machado vincula-se também à produção dos 
			seguintes títulos:
			
			Como autor:
			
			-Combate do Passo da 
			Juliana - Revolução de 1923, 
			(Pallotti,1999);
			
			-Memórias de Diolofau
			(Martins 
			Livreiro Editor, 2000);
			
			-História 
			e curiosidades 
			(Martins Livreiro Editor, 2002);
			
			-Buona Gente - marcha 
			para o sul 
			(EST Edições, 2005);
			
			-Sepé Tiaraju a São 
			Sepé (EST 
			Edições, 2006);
			
			-Canabarro em 
			Porongos: diversas abordagens 
			(EST Edições, 2006);
			
			-Simões Pires-um 
			quarto de milênio 
			(EDIGAL, 2008);
			
			-Chananeco - da lenda 
			para a história 
			(Já Editores, 2008);
			
			-Simões Pires: gênese
			(2009); e
			
			-Aspectos da invasão 
			paraguaia em São Borja 
			(EDIGAL, 2010).
			
			Como co-autor:
			
			-Cultura italiana -130 
			anos (Nova 
			Prova, 2005);
			
			-As Guerras dos 
			Gaúchos: história dos conflitos do Rio Grande do Sul 
			(Nova Prova, 2008).
			
			É membro academico da 
			Academia de História Militar Terrestre do Brasil e sócio efetivo do 
			Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul, 
			caracterizando-se suas obras por análises equilibradas, minuciosas e 
			consistentes, caracterizando-se também por um emprego judicioso do 
			vernáculo, o que valoriza ainda mais os seus trabalhos.
			
			É empossado na cadeira 
			que tem como patrono o historiador gaúcho Dante de Laytano, cujo 
			desempenho na área da história dispensa comentários. 
			
			É com muita satisfação 
			que recebemos o Dr. César como acadêmico, certos de que ainda muito 
			contribuirá com a história militar terrestre do Estado e do Brasil. 
			Seja bem vindo. Obrigado.Cel  Luiz Ernani Caminha Giorgis.  
			
			
			ALOCUÇÃO DE POSSE DO Dr. CÉSAR
			
			Posse na Cadeira Dante de Laytano, 
			da Academia de História Militar Terrestre do Brasil - César Pires 
			Machado
			
			Inicialmente, queremos dirigir ao 
			Cel Claudio Moreira Bento, Presidente dessa Academia de História 
			Militar Terrestre do Brasil , o nosso reconhecimento pela honra que 
			nos concedem ao sermos indicado para integrar o quadro de acadêmicos 
			dessa prestigiosa entidade de abrangência nacional.         
			
			
			Entendemos que se houve com acerto 
			a Academia de História Militar Terrestre do Brasil ao criar a 
			cadeira Dante de Laytano. Trata-se de homenagem a um emblemático 
			personagem da intelectualidade gaúcha do século XX.   
			
			                Referências mais 
			detalhadas ao extenso currículo desse patrono não cabem em pequeno 
			texto ou em curto espaço de tempo.
			
			                Nasceu em Porto 
			Alegre, em 23-03-1908.  Com formação em Direito, pela Universidade 
			Federal do Rio Grande do Sul, foi juiz municipal, promotor público e 
			consultor jurídico de Secretarias de Estado. 
			
			                Foi professor 
			catedrático e titulado como professor emérito nas Universidades 
			Católica e Federal do Rio Grande do Sul, nas quais lecionou História 
			e Literatura. Lecionou também em educandários de nível médio e em 
			dezenas de cursos especiais. Foi professor visitante, em diversos 
			estados brasileiros, nos Estados Unidos, Argentina, Uruguai, e em 
			países da Europa e da África. Foi membro do Instituto Histórico e 
			Geográfico Brasileiro, do Instituto Histórico e Geográfico do Rio 
			Grande do Sul e em congêneres deste, existentes em mais de uma 
			dezena de estados do Brasil. Também integrou institutos e 
			associações culturais do Uruguai, Argentina, Estados Unidos e países 
			da Europa. Ocupou diversos cargos em conselhos e comissões oficiais, 
			bem como cumpriu importantes funções em congressos estaduais e 
			nacionais de história, geografia e folclore. Foi Presidente de Honra 
			da Academia Rio-Grandense de Letras e membro honorário do Instituto 
			Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, instituições estas que 
			presidiu. Visitou incontáveis museus em suas viagens internacionais 
			e foi também diretor do Museu Júlio de Castilhos, ocasião em que 
			redefiniu os objetivos do mesmo, desvinculando-o do Arquivo 
			Histórico e permitindo a criação do Museu de Arte do Rio Grande do 
			Sul.
			
			Atuou, durante três décadas na 
			imprensa de Porto Alegre, onde foi colaborador permanente do Jornal 
			Correio do Povo, articulista e primeiro diretor-presidente do Jornal 
			Zero Hora.  
			
			                Historiador, 
			folclorista, crítico literário, tradutor, cronista, dramaturgo, 
			genealogista e até crítico de cinema, quando jovem, Dante de Laytano 
			proferiu inúmeras palestras, apresentou trabalhos e publicou livros, 
			que dizem de sua vigorosa relação com diversas áreas de 
			conhecimentos. 
			
			                Pesquisou e 
			divulgou, muitas vezes de forma pioneira, sobre ampla temática da 
			história rio-grandense. As presenças açoriana, alemã, italiana, 
			indígena e negra no Rio Grande do Sul foram por ele abordadas. O 
			homem a cavalo, a estância, Revolução Farroupilha, assuntos 
			militares, comércio, administração pública e muitos outros temas 
			receberam sua atenção. Muito disso é notável presença na 
			historiografia gaúcha.
			
			                São bastante 
			conhecidos alguns episódios protagonizados por jovens estudantes do 
			Colégio Júlio de Castilhos, nos idos de 1940, quando o Movimento 
			Tradicionalista Gaúcho dava os primeiros passos para se transformar 
			em movimento de massa. Dante de Laytano, que na época lecionava 
			nesse colégio, emprestou alentador apoio àqueles protagonistas. Na 
			ocasião, junto a militares e jovens cavaleiros pilchados, foi o 
			orador que fez a “Saudação ao General da República” diante dos 
			restos mortais de David Canabarro que eram transladados de 
			Livramento para Porto Alegre.
			
			                Os nossos mais 
			conhecidos folcloristas têm grande apreço por sua memória.
			
			                Orador de 
			solenidades, viajante curioso, conferencista aplaudido, congressista 
			participativo, relator minucioso, deixou marcas indeléveis em suas 
			muitas e extensas andanças. É possível que bastante do que produziu 
			ainda se encontre disperso em arquivos, jornais e revistas.
			
			                Era tido, pelos que 
			com ele privaram, como um homem afável, com alegria jovial, 
			inteligência robusta e ampla erudição. Era também, no dizer de 
			alguns, um “gordo bonachão”. 
			
			                Após falecer, em 
			Porto Alegre, em 18-02-2000, foi objeto de marcantes homenagens e 
			diversas manifestações que traduziam admirações consolidadas.
			
			                Paixão Côrtes, 
			conhecido folclorista gaúcho, ressaltando o pioneirismo de Dante, 
			expressou que “Se alguém usar a palavra folclore para traduzir 
			hábitos e costumes do gaúcho deve citar Dante de Laytano. Ele trouxe 
			uma nova conotação ao estudo, dando caráter científico aos aspectos 
			que eram apenas orais. Seus livros são fonte obrigatória de consulta 
			sobre literatura e a cultura gaúchas”.
			
			                Antonio Hohfeldt, 
			competente conhecedor da obra de Dante de Laytano, ponderou: 
			“Dificilmente, aqueles que passaram pelo Instituto de Filosofia da 
			UFRGS, aqueles que se dedicaram à História, em especial a do Rio 
			Grande do Sul, os que desenvolvem pesquisas em campos tão variados 
			quanto o folclore , a historiografia, a literatura ou a confecção de 
			dicionários deixam de ter uma dívida com o grande mestre”.
			
			                Fernando Henrique 
			Cardoso, então Presidente da República, assim se manifestou, 
			aludindo ao passamento de Dante: “Eu tinha uma imensa admiração 
			pelo Dante. Ele foi um intelectual de grande expressão e valia para 
			o Brasil, e sua obra exerceu forte influência em meus estudos no Rio 
			Grande do Sul.”
			
			                As origens de Dante 
			de Laytano nos lembram uma curiosidade especial com relação à 
			composição da sociedade porto-alegrense contemporânea. Descendia ele 
			de imigrantes vindos de Morano Calabro, pequena cidade da Região da 
			Calábria, no mezzogiorno italiano. Em trabalho publicado em 
			1988, Laytano informava a existência de aproximadamente 16 mil 
			moranenses radicados em Porto Alegre. Esse número adquire singular 
			expressão se o confrontarmos com a atual população de Morano Calabro 
			que é ao redor de apenas um terço disso. 
			
			                Outra curiosidade 
			também nos ocorreu, ao recebermos a indicação para ocupar a cadeira 
			desse patrono. Não perguntamos ao Coronel Moreira Bento, nem ao 
			Coronel Caminha acerca de alguma razão especial para tal escolha de 
			cadeira. Não nos escapa, porém, que Dante, embora de origem 
			italiana, produziu importantes trabalhos sobre açorianos, aos quais 
			creditava a mais marcante das influências na formação do caráter do 
			gaúcho. Sem querer sugerir qualquer equivalência de méritos, vale 
			lembrar que o agora modesto ocupante dessa cadeira, embora de origem 
			açoriana, publicou trabalhos também sobre imigração e cultura 
			italianas no Rio Grande do Sul, bem como enalteceu a participação 
			dessa etnia na composição da sociedade gaúcha. Parece-nos então que 
			essa designação da academia significaria, de certo modo, uma 
			idealizada troca de gentilezas, uma homenagem apropriada, inda que 
			singela, aos grandes méritos do patrono. 
			
			                Embora a admiração 
			e orgulho pela história e tradições de nosso Exército, não prestamos 
			serviço militar ao atingirmos a idade prescrita para tal. Algumas 
			circunstâncias, porém, em mais avançada quadra da vida, permitiram 
			que, de outra maneira, estejamos resgatando antigo débito, prestando 
			algum serviço na pesquisa e divulgação de histórias que, com 
			freqüência, consideram o Exército Brasileiro.
			
			                Integramos, desde 
			2005, o quadro de sócios efetivos dessa academia e temos clara 
			consciência do compromisso que se renova hoje de modo especial.
			
			                Temos fundada 
			esperança de que nossa presença de origem paisana, no seio de 
			maioria militar, possa contribuir de alguma forma, inda que pequena, 
			para o incremento das características de isenção e ecletismo que 
			certamente são do interesse dessa academia. 
			
			                Por derradeiro, 
			queremos manifestar nosso reconhecimento e agradecer pela grande 
			honra que nos concedem e pelo prestígio que trazem as presenças das 
			senhoras e senhores.
			
			Muito obrigado. César Pires 
			Machado.
			
			 
			
			PALAVRAS FINAIS DO Cel 
			BENTO
			É com satisfação e alegria que hoje nos 
			reunimos mais uma vez neste histórico Casarão da Várzea e na data 
			máxima da História do Rio Grande do Sul, o 20 de setembro de 1835, 
			início da Revolução Farroupilha, para cujo sucesso muito concorreu a 
			Guarnição do Exército da Província constituída de 5 unidades: 1 de 
			Infantaria, 1 de Artilharia e 3 de Cavalaria.
			Revolta sob a liderança do Cel de 
			Estado-Maior do Exército, Bento Gonçalves da Silva e dos majores do 
			Exército, formados em nossa Escola Militar do Largo de São 
			Francisco, bicentenária este ano.  João Manoel Lima e Silva, 
			comandante do Batalhão de Infantaria e tio paterno do Duque de 
			Caxias e José Mariano de Matos comandante do Batalhão de Artilharia 
			e do Tenente de Cavalaria Manoel Luiz Osório que comandou a revolta 
			do Regimento de Cavalaria de Bagé.
			
			 
			 
			
			 No coquetel: da esq. p/a dir.
			Gen Daniel,
			Cel Bento, Prof. Moacyr 
			Flores e Profª Hilda
			Esta é a nova leitura da Revolução 
			Farroupilha que já publicamos e sem esquecer a participação na 
			revolta do Cel de Estado-Maior do Exército, do injustiçado Bento 
			Manoel Ribeiro, personagem que abordei em meu livro O Exército
			Farrapo e os seus Chefes, no qual concordei com a 
			interpretação de Osvaldo Aranha, da família do ilustre acadêmico que 
			hoje aqui empossamos o Dr. Frederico Euclides Aranha. 
			Hoje aqui empossamos na cadeira Cel 
			Arthur Ferreira Filho, grande historiador militar civil 
			rio-grandense e líder cultural, o Dr. Frederico Euclides Aranha, 
			grande cultura com a qual nos enriquecemos com suas observações 
			preciosas e que sucede o grande historiador caxiense o acadêmico 
			emérito Professor Mário Gardelin, e ambos continuam vinculados a 
			esta cadeira pesquisando, preservando e divulgando a obra de seu 
			patrono.
			Empossamos igualmente na cadeira Dante 
			de Laytano, grande historiador, líder e empreendedor cultural, o 
			Engenheiro Agrônomo César Pires Machado, que tem enriquecido a 
			historiografia militar do Rio Grande do Sul, hoje tão manipulada, 
			como foi o caso de sua resposta as manipulações do combate de 
			Porongos, objetivando nelas envolver o Duque de Caxias, o Barão de 
			Jacuí e toda a liderança farrapa presente naquele episódio. 
			
			
			Empossados, da esq. p/a dir. Dr. 
			Aranha, Dr. César e Cel Rossi Machado como sócio efetivo da AHIMTB 
			da Delegacia Gen Rinaldo Pereira Câmara.
			Tem sido este novo acadêmico uma 
			positiva presença civil na historiografia militar do Rio Grande do 
			Sul, hoje tão rarefeita, mas densa no passado, e com interpretações 
			baseadas em fontes confiáveis por autênticas, íntegras e fidedignas.
			Agradeço aos acadêmicos que receberam 
			em nome da nossa Academia os acadêmicos hoje empossados.
			Hoje encerramos esta caminhada cultural 
			pelo Rio Grande do Sul aqui iniciada dia 13 e aqui hoje encerrada, 
			num grande esforço para consolidar nossa Academia, conforme consta 
			de O Guararapes nº 66 comemorativo, dos 14 anos da nossa 
			AHIMTB,
			Agradeço a presença de todos com votos 
			de que os acadêmicos que integram a Delegacia. Cel Rinaldo ombreiem 
			com seu Delegado, atuando efetivamente, para consolidar a AHIMTB, 
			agradecimento em especial ao Comandante e equipe do Casarão da 
			Várzea. 
			
			
			
			Foto final: da esq. p/a dir. e 
			de baixo p/cima:Acadêmicos Dr. Flávio Camargo, Jornalista Carmen, 
			Cel Ernani, Dr. Aranha, Dr. César, (Dr. Miguel do Espírito 
			Santo,Presidente do IHGRGS) e acadêmicos Cel Lemos, Cel Edu, Cel 
			Caminha, Dr. Sandro, Gen Farias, Dr. Müller, Cel Bento, Gen Freitas, 
			(Cel De Souza comandante do CMPA) e acadêmico  ST Saldanha.
			 
			  
 
			Aspecto da Assistência
			
			 
			 
			Cel Cláudio Moreira Bento
			Presidente do IHTRGS e da 
			AHIMTB e jornalista
			Editor: Luiz Ernani 
			Caminha Giorgis, Cel
			2° Vice-presidente e 
			Delegado da AHIMTB/IHTRGS/RS
			Delegacia General Rinaldo 
			Pereira da Câmara
			Porto Alegre – RS