A  HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL NO
DESENVOLVIMENTO DO LIVRO BRANCO DA DEFESA NACIONAL  

 

- REFLEXÕES -

 

 

 Cel Cláudio Moreira Bento

Presidente da Federação das Academias de História Militar do Brasil e da Academia de História Militar Terrestre do Brasil/Resende

 

Participamos em 28 de abril de 2011, em Porto Alegre, junto com vários integrantes da Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB), do Seminário do Livro Branco de Defesa Nacional, promovido pelo Ministério da Defesa.

         Assistimos com especial interesse a palestra - A visão militar sobre a inserção internacional de segurança para o Brasil - proferida pelo Gen Div Sérgio W. Etchegoyen, ex-comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e atual comandante da 3ª Divisão de Exército – Divisão Encouraçada, cuja História resgatamos, em seu centenário, em parceria com o acadêmico Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis, atual Presidente da nova Academia de História Militar Terrestre do Brasil/Rio Grande do Sul (AHIMTB/RS), e do acadêmico Major Ândrei Clauhs, então Comandante da 3ª Cia de Comunicações Blindada, em Santa Maria-RS, e do CMG Carlos Norberto Stumpf Bento, então adido naval em Buenos Aires, como autor da capa do citado livro.

               Na esclarecedora palestra do General Etchegoyen, vislumbramos a possibilidade da FAHMTB contribuir para o desenvolvimento do Livro Branco de Defesa Nacional, no tocante à História Militar Terrestre Crítica do Brasil, subsidiária da nacionalização progressiva da Doutrina Militar Terrestre Brasileira, como resultado da análise crítica, à luz dos fundamentos da Arte e Ciência Militar, da História Militar Terrestre do Brasil. Esta, a responsável, em grande parte, pela definição e manutenção das dimensões continentais do Brasil.

               Fundamentos de Arte e Ciência Militar que abordamos em nosso trabalho Como estudar e pesquisar a História do Exército. Brasília: EME/AHIMTB, 1999, 2ª edição, E a serviço dos quadros de nossas forças terrestres (Exército, Fuzileiros Navais, Infantaria da Aeronáutica, Polícias e Bombeiros Militares) em Arte e Ciência Militar brasileiras. Fundamentos transcritos, também, dentro do Processo de Ensino de História Militar na AMAN, na obra AMAN-CADEIRA DE HISTÓRIA- História da Doutrina Militar (Da Antiguidade à II Guerra Mundial). Volta Redonda: Gazetilha, 1979, Capítulo 5, p. 155/161.

Patrocinada pelo Estado-Maior do Exército, esta obra foi por nós organizada, e realizada sob a responsabilidade da Equipe de História Militar: Ten Cel Inf QEMA Ney Sales,Ten Cel Eng Cláudio Moreira Bento e Ten Cel Inf QEMA Sérgio Monteiro Marcondes, e revisada sob a responsabilidade da Equipe de Redação e Estilística: Ten Cel Art (ME) Nei Paulo Panizzutti e Ten Cel (ME) Manoel de Brito.

               - História Militar Terrestre Crítica do Brasil: matéria prima para a nacionalização progressiva da Doutrina Militar Terrestre do Brasil, como o fizeram as potências e grandes potências militares; e a luz dos Fundamentos de Arte e Ciência Militar, em especial Princípios de Guerra, Manobra e seus Elementos, Fatores da Decisão Militar e Fator Militar (Chefe, Estado-Maior, Tropa, Equipamento, Terreno, Condições Metereológicas, Imponderáveis da Guerra, Incerteza da Situação, Confusão em Combate, Grau de Operacionalidade, Moral, Pensamento Militar Criador e Tecnologia).

 

Ciência e Arte Militar Brasileiras - conceitos

Ciência Militar Brasileira. Seria o conjunto de experiências militares acumulado pela História Militar Terrestre do Brasil, do Descobrimento até nossos dias e, em especial, as originais ou genuínas, e passíveis de serem usadas coordenadamente, no preparo das Forças Terrestres do Brasil para o combate, e nos campos da Doutrina Militar da ORGANIZAÇÃO, EQUIPAMENTO, INSTRUÇÃO e MOTIVAÇÃO.

Arte Militar Brasileira. Conjunto de originalidades, perícias, inspirações, habilidades e astúcias reveladas por chefes brasileiros em bem coordenar os meios fornecidos pela Ciência Militar e de os empregar com apoio nos Fundamentos de Arte Militar.

         O Duque de Caxias e seu pioneirismo em História Militar Terrestre Crítica do Brasil, com vistas à nacionalização progressiva da Doutrina Militar Terrestre do Brasil

               O Duque de Caxias, como sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) desde 1849, e a pedido desta instituição, realizou a análise militar terrestre crítica da Batalha do Passo do Rosário, com apoio em depoimentos que colheu de brasileiros, argentinos e orientais (uruguaios) que dela participaram. Análise que publicamos em nossa obra 2002 – 175 anos da Batalha do Passo do Rosário. Porto Alegre: AHIMTB/Gênesis, 2003, e com a qual Caxias respondeu ao IHGB, em 28 Ago 1854, consistente nas respostas às nove questões que lhe foram formuladas.

               Resposta dada 27 anos depois da citada batalha e dois anos depois de sua vitória como comandante do Exército Brasileiro em Operações na guerra contra Oribe e Rosas, 1851/52.

               Esta análise determinou a sua escolha como patrono da Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB) e das AHIMTB/RESENDE, AHIMTB/RIO GRANDE DO SUL, AHIMTB/DISTRITO FEDERAL e AHIMTB/RIO DE JANEIRO, criadas a partir de 23 de abril de 2011, bicentenário da instalação da Academia Real Militar, que daria origem à atual AMAN, da qual é denominação histórica.

               O seu pioneirismo a favor da nacionalização da Doutrina Militar Terrestre do Brasil, ou de seu Exército, teve origem em 1861 na qualidade de Ministro da Guerra e Chefe do Gabinete de Ministros, ou Chefe de Governo do Brasil.

               Quando seus assessores lhe apresentaram as Ordenanças do Exército de Portugal (ou Doutrina Militar de Portugal) para a adoção pelo Exército Imperial do Brasil, ele não aceitou sob o seguinte argumento:

“As Ordenanças de Portugal (de influência inglesa) foram adotadas para operar no contexto das realidades operacionais européias. Elas não respondem, na totalidade, às realidades sul-americanas que eu vivenciei em cinco campanhas vitoriosas que comandei. Vou adaptar às realidades operacionais sul-americanas as Ordenanças de Portugal ‘até que nosso Exército venha a possuir uma doutrina militar genuína”. Sonho ainda por realizar!

               Em nosso artigo Fontes da Cultura em Arte da Guerra do Duque de Caxias. Revista Militar Brasileira, Volume 116, maio de 1980, p.185/196, ensaiamos como ele acumulou e aplicou a sua invejável cultura em Arte e Ciência Militar.  

                           E foi com esta doutrina, adaptada às realidades sul-americanas, que ele venceu a derradeira e 6ª campanha militar, a Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1865-70), na qual executou a notável Manobra pelo Chaco, onde aceitou correr o Risco Calculado, ao colocar em risco o Princípio de Guerra da Segurança em benefício do Princípio da Surpresa, mas conseguindo Surpresa ao nível estratégico, ao cair de surpresa em Santo Antônio, na retaguarda profunda do adversário, concentrado na defesa da posição fortificada intransponível do Piquicirí. E entre esta posição e a capital do adversário, Assunção.

 

Influências doutrinárias estrangeiras na Doutrina Militar Terrestre Brasileira

                           Entendemos como Doutrina Militar o conjunto das regras escritas em regulamentos, pelas quais uma força militar considerada é organizada, equipada, instruída, motivada e empregada em combate. Doutrina que se desenvolve em cinco campos: ORGANIZAÇÃO, EQUIPAMENTO, INSTRUÇÃO, MOTIVAÇÃO e EMPREGO. Os quatro primeiros são relacionados com a Ciência da Guerra ou PREPARO DA FORÇA, e o último é relacionado com a Arte da Guerra.

                           Ao longo do processo histórico do Brasil tem sido buscado auxílio em doutrinas militares de potências e grandes potências militares como Espanha, Inglaterra, Alemanha, França e Estados Unidos.

                           Mas a herança portuguesa nos legou este precioso pensamento militar português, decorrente do pensamento político de Portugal de “Dilatar a Fé e o Império”. Pensamento militar assim interpretado pelo notável historiador militar de nosso Exército General Francisco de Paula Cidade, um dos Jovens Turcos fundadores da revista A Defesa Nacional em 1913:

“Julgada a causa justa, pedir proteção divina e atuar ofensivamente, mesmo em inferioridade de meios”.

 

País rico deve ser militarmente forte!

                           É o que aprendemos e ensinamos na Academia Militar da Agulhas Negras como instrutor de História Militar (1978/80), já historiador militar consagrado e autor de várias obras de História Militar, no tocante à História Militar das nações que se tornarão potências e grandes potências militares. Ocasião em que tivemos como alunos de História Militar vários oficiais generais-de-brigada de hoje, que talvez se recordem de nossas aulas.

                           E todas estas nações muito ricas, para assegurarem seus status, desenvolveram expressivo poder militar compatível, para proteger seu poder econômico. Então, desenvolveram doutrinas militares genuínas, decorrentes da análise crítica de sua História Militar e à luz dos fundamentos de Arte e Ciência Militar.

                           É indiscutível que o Brasil, com a sua grande e crescente expressão econômica e social, para que desfrute da mais segura convivência no concerto das Nações deva desenvolverPODER MILITAR DEFENSIVO DISSUASÓRIO COMPATÍVEL, para proteger e defender, se for o caso, os seus interesses. E, em especial as riquezas que possui em suas Amazônias Verde e Azul. Merecendo especial atenção, no futuro, a proteção das fontes de água doce em seus rios, nos aquíferos Guarany e da Amazônia e, possivelmente, parte das águas da Antártica, às quais tiver direito por confrontação.

                           Segundo o Cel Humberto Bastos em Artigo “Soberania não se pode improvisar” (publicado em http://planobrasil.com), as grandes potências e potências mundiais “cada vez mais adquirem uma projeção de poder militar significativo, com orçamentos substanciais (somente o Pentágono nos EUA tem um orçamento militar superior a 300 bilhões de dólares).

                           As grandes potências tiram seus ensinamentos na Mãe-História, pois como já dizia o grande historiador GEORGE SANTAYANA: ‘aquele que não conhece o passado, estarácondenado a repetí-lo’. Desta forma, as grandes potências seguem o provérbio da Grécia Antiga: ‘SI VIS PACEM, PARA BELLUM’ (SE QUERES A PAZ PREPARA-TE PARA AGUERRA), pois estas Nações sabem que a expressão militar do poder nacional é fundamental para respaldar as decisões da política internacional, já que no concerto das nações não existem nações amigas, mas sim um complexo jogo de interesses entre os países e somente as nações que detêm um expressivo poder militar são respeitadas e levados a sério seus posicionamentos e decisões, pois a projeção do poder militar é um fator estratégico dissuasório nas relações internacionais”.

                           Daí a nossa insistência para o Brasil desenvolver PODER MILITAR DISSUASÓRIO COMPATÍVEL, para ser levado a sério em seus posicionamentos e decisões. E ao que nos parece não existe na História da Humanidade outra forma, inclusive para a manutenção da Soberania do Brasil. E para a conquista de PODER MILITAR DISSUASÓRIO COMPATÍVEL a nacionalização progressiva da Doutrina Militar Terrestre do Brasil, sonho do Duque de Caxias, salvo melhor juízo, daria expressiva contribuição ao desenvolvimento do Livro Branco da Defesa Nacional.

                           Para o acadêmico da AHIMTB/Distrito Federal e pensador militar brasileiro, Gen Bda Luiz Eduardo Rocha Paiva em artigo - Pseudo potência - disponível em Artigos de sócios no sitewww.ahimtb.org.br:

 

“Somos uma potência com pés de barro, cuja expressão mundial depende principalmente da exportação de commodities com baixo valor agregado, da prestação de serviços por algumas empresas e instituições e do atrativo mercado interno. Relevância econômica, mas não militar.  Há um desequilíbrio interno fruto da indigência bélica; da debilidade nas áreas de educação, indústrias de valor estratégico, ciência, tecnologia e inovação; da crise de valores morais; e da falta de civismo. Desse quadro, emergem graves vulnerabilidades para enfrentar os conflitos que se avizinham”.

 

A Doutrina Brasileira em Guerras de Resistência

                           Acreditamos que deva merecer especial atenção o desenvolvimento de uma Doutrina Militar Terrestre do Brasil, em guerras de Resistência, ou guerra de guerrilhas, “a estratégia do fraco contra o forte”, que trouxe no passado grandes resultados para a definição e manutenção de um Brasil Continente, com poucos gastos em recursos financeiros e humanos.

                           A Guerra Brasílica: guerrilha também chamada de Guerra de Emboscadas, travada contra o invasor holandês no Nordeste, de 1624-1654, cuja análise militar crítica e, em especial, as Batalhas dos Guararapes, estudamos pioneiramente em nosso livro As Batalhas dos Guararapes - descrição e análise militar. Recife: UFPE, 1971. E em 2004 (2ª edição), comemorativa aos 358 anos da 1ª Batalha, hoje consagrada como o Dia do Exército, desde 24 de março de 1994, por decreto Presidencial.do Presidente Itamar Franco,oficial R/2 do Exército.

                         Guerra Brasílica, denominação atribuída por chefes militares europeus que não entendiam como luso-brasileiros cercados por mar e sem dispor de armas de fogo e pólvora e sob o abrigo de fortalezas com muralhas construídas de terra batida, puderam enfrentar e vencer o bem equipado e organizado Exército europeu invasor do nosso território.

                           Em nosso estudo militar crítico descobrimos o valoroso Sargento-Maior Antônio Dias Cardoso, personagem meio apagado na História Descritiva das guerras holandesas, mas enviado como profissional militar da Bahia, para Pernambuco, como um oficial hoje classificado de “Força Especial”, para reunir e treinar nas matas de Pau-Brasil de Pernambuco, as improvisadas forças locais para participarem da Insurreição Pernambucana de 1645/54. Hoje este herói, como ato de justiça na voz da História, é o patrono das ForçasEspeciais do nosso Exército, consagração para a qual contribuímos com o nosso estudo militar crítico das Batalhas dos Guararapes, onde o estudamos em separado, e com o aplauso do historiador Câmara Cascudo, transcrito na 4ª capa do meu citado livro.

                           Abordamos a Guerra Brasílica também nos seguintes trabalhos;

BENTO, Cláudio Moreira. As Batalhas dos Guararapes, in: AMAN. História Militar do Brasil. Volta Redonda: Gazetilha, 1979. p.7/24.(Livro texto usado por longo tempo pela Cadeira de História da AMAN).

(____). As Guerras holandesas - 1624/1654, in ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO. História do Exército Brasileiro – Perfil Militar de um Povo. Rio de Janeiro: SERGRAF, 1972.v.1, p.101/193,

(____). As guerras holandesas no Nordeste - 1624/1654, in: Brasil, conflitos externos - 1500/1945. Resende: AHIMTB, 2002.(Colaboração da AHIMTB com o CAEM/ECEME. Trabalho disponível em Livros no site da AHIMTB www.ahimtb.org.br.

(____). Mestre de Campo Antônio Dias Cardoso. O patrono da Turma da AMAN de 27Nov2003. Disponível em Artigos no site www.ahimtb.org.br.

 

                           A Guerra à Gaúcha: guerra de guerrilhas conduzida no Rio Grande do Sul de 1763/77 contra duas invasões espanholas, em 1763 e 1773,  orientada pela estratégia ”do fraco contra o forte,” expedida do Rio de Janeiro, na impossibilidade de enviar reforços militares ao Sul:

                           “A guerra contra o invasor será feita com pequenas patrulhas localizadas nas matas e nos passos dos rios e arroios. Destes locais sairão ao encontro dos invasores para surpreender-lhes, causar-lhes baixas, arruinar-lhes gados, cavalhadas e suprimentos e ainda trazer-lhes em constante e contínua inquietação”.

                           E o resultado foi o delas terem dominado a campanha gaúcha e conquistado as bases espanholas estabelecidas na Fortaleza de Santa Tecla e no Forte de São Martinho, criando condições para a reconquista da Vila do Rio Grande em 7 de abril de 1776, pelo Exército do Sul, baseado em São José do Norte.

                           Abordamos estes eventos nos seguintes trabalhos:

                        - A Guerra de Restauração do RGS. Rio de Janeiro: BIBLIEX, 1996.com apoio em relatório do Ten Gen Henrique Böhn, comandante do Exército do Sul e sua correspondência com o Vice-Rei  Relatório em Frances , traduzido para o autor pelo falecido acadêmico Cel (ME) Nei Paulo Panizzutti e até então inexplorado do ponto de vista militar. Abordamos esta guerra igualmente  nos seguintes trabalhos:

-A Guerra de Reconquista do Rio Grande do Sul, in: Brasil – Conflitos Externos (1774-1776). Resende: AHIMTB, 2002, p. 43/48 (Colaboração da AHIMTB ao CAEM/ECEME).

                        -Guerra à Gaúcha in: Regionalismo sul-rio-grandense. Porto Alegre: CIPEL, 1996 p. 127/134;

                        - A Guerra de 1763-1777, in: História da 3ª Região Militar 1807-1889 e Antecedentes. Porto Alegre: SENAI/3ª RM, 1994. P.102/129.

                        - Reconquista da Vila de Rio Grande – 1º Abr 1776, in: AMAN-CADEIRA DE HISTÓRIA MILITAR – História Militar do Brasil (texto). Volta Redonda: Gazetilha,1979. P. 38/34, (merecendo destaque o ítem Papel da guerra de guerrilhas, à p.38).

                        - A Guerra da Restauração do Rio Grande do Sul, 1774/76, disponível em ‘Artigos’ no sitewww.ahimtb.org.br.

                        - Brigadeiro Rafael Pinto Bandeira, o 1º general brasileiro nascido na área do CMS, in: Comando Militar do Sul (Quatro Décadas de História) 1953-1996 e Antecedentes, Porto Alegre, 1995. P. 37/52. (Projeto História do Exército no RGS).

                        - Hipólito da Costa – O Gaúcho fundador da Imprensa do Brasil. Porto Alegre: AHIMTB, 2005, p. 33/62;

                        - A Guerra da Restauração do RGS, 1774/1776, in: As Guerras dos Gaúchos. Porto Alegre: Editora Nova Prova, 2008.

                        - Canguçu – reencontro com a História. Resende: AHIMTB/ACANDHIS, 2007. P. 15/53;

                        - Canguçu na História Militar, in: Canguçu – 200 anos. Resende: ACANDHIS/Graf. Patronato, 2000. P. 62/71. Este, era um evento até então pouco conhecido e estudado do ponto de vista das operações militares

 

                        A guerrilha amazônica: Esta se desdobrou em três ocasiões distintas. A primeira, a guerrilha fluvial conduzida no Baixo Amazonas, sob a liderança de Pedro Teixeira, para expulsar ingleses, irlandeses e holandeses que, de 1599 a 1632, estabeleceram feitorias como bases, defendidas por fortins. Pedro Teixeira conseguiu expulsá-los tendo, inclusive, atacado com canoas um barco holandês, o qual conquistou e incendiou. A segunda, foi a atuação guerrilheira no Acre, liderada por Plácido de Castro, major federalista na Guerra Civil de 1893/95 no Rio Grande do Sul, enfrentando frações do Exército boliviano, culminando com a independência do Acre e o livrando da ocupação pelo Bolivian Syndicate, que contaria com forças recrutadas nos EUA. A terceira foi a reação guerrilheira no Amapá, liderada pelo General Cabralzinho, que enfrentou e venceu franceses da guarnição de uma canhoneira que tentou ocupar e dominar o Amapá.

Enfim, operações de guerrilhas que estudamos com mais detalhes em nosso livro:Amazônia Brasileira. Conquista Consolidação e Manutenção 1616-2003 - História Militar Terrestre da Amazônia. Porto Alegre: AHIMTB/Gênesis, 2003.

                           Obra em que abordamos as lutas internas e externas e as pressões internacionais que envolveram a Amazônia Brasileira. E, ao final, relacionamos as monografias de alunos da ECEME e CPEAEx sobre problemas militares relacionados com a Amazônia, acessíveis pela Internet.

                           Na referida obra merecem destaque os Aspectos de interesse militar dos índios, às p. 37/41, registrados pelo padre Jesuíta João Daniel, que viveu 18 anos na Amazônia e que por volta de 1797 escreveu o manuscrito Tesouro Descoberto no Máximo do Rio Amazonas.Rio de Janeiro: Contraponto, 2004. 2 v.           

                           Obra que caracterizou a rusticidade (endurance) dos índios, seu desprezo pelas riquezas e as guerras entre eles. Outras obras do autor:

                        - O libertador do Acre. Belém: SUDAM, 1973. (A História da conquista do Acre por Plácido de Castro).

                        - A conquista da Amazônia (por Pedro Teixeira). Rio de Janeiro: DNF, 1971. ( Aborda as ações de guerrilha de Pedro Teixeira no Baixo Amazonas contra ingleses, irlandeses e holandeses e a sua conquista da Amazônia para Portugal, em nome do rei comum de Espanha e Portugal durante a União das Coroas Ibéricas (1580-1640). Dentre os vários trabalhos sobre o tema e inclusive os produzidos no modelar  GIGS   ( Centro de Instrução de Guerra na Selva Cel Jorge Teixeira  ) destaco os seguintes.

                      BRINGUEL,Luiz Alberto, Ten Cel .A Estratégia da Lassidão. Military Review, 4º Trim 1995.

                        PINHEIRO Álvaro de Souza,Cel .Guerrilha na Amazônia: Uma experiência no Passado, o Presente e o Futuro. Military Review,.1º Trim, 1995. E que assim conclui o seu notável  trabalho depois de abordar as nossa experiências bem sucedidas de guerrilhas na Amazônia/

“ Para conquistar e manter a nossa Amazônia,o. emprego da guerra de guerrilhas tem sido uma constante nestas lutas.

O ambiente de selva ,a grande extensão territorial, a imensa faixa de fronteiras, a rarefação demográfica , a deficiência de transportes e a precariedade de comunicações, todos fatores característicos daquela que é hoje a Área Estratégica de maior prioridade , tem contribuído para que esta singular forma de combate, como a estratégia do fraco contra o forte, naquele ambiente operacional de magníficas condições de condução.”

Conhecemos o Cel Álvaro de Souza Pinheiro quanto ele era o comandante do 1º Batalhão de Forças Especiais no Rio, quando  fomos por ele convidado para lhe fornecer subsídios sobre o líder guerrilheiro da Insurreição Pernambucana 1644/54 Antonio Dias Cardoso , e com o fim de o propor,  como Patrono das Forças Especiais de nosso Exército, de vez que já o era de fato,  desde que  gravura ampliada de sua figura constante da página 134 do volume 1 da História do Exército Brasileiro –Perfil Militar de um povo, foi entronizada ampliada no Batalhão de Forças Especiais. Pois  ela ilustrava  o texto de nossa autoria sobre As Guerras Holandesas onde classificávamos a atuação de Dias Cardoso  como a hoje  de um guerreiro tipo Forças Especiais . E a sua proposta encaminhada a COTER  foi logo encaminhada e  aprovada pelo Ministro do Exército

De relevância na formulação de uma Doutrina Militar Brasileira genuína de Guerra na Selva Amazônica, destaco os trabalhos doutrinários do GIGS–Centro de Guerra na Selva –Cel Jorge Teixeira , o   seu fundador e  gaúcho de General Câmara –RS e membro da Turma da AMAN de 1947.  O CIGS, hoje é considerado o melhor Centro de Instrução de Guerra na Selva do mundo. foi criado por Decreto em 2 de mar 1947 , e já com 47 anos de atuação, tem como  missão principal  especializar, oficiais -, subtenentes e sargentos para o combate na selva e também realizar pesquisas doutrinárias e valorizar e difundir a mística do guerreiro de selva.. Centro que formou em 19 nov de 1966 a 1ª turma de Guerreiros da Selva Amazônica e que vem contribuindo  para  o estabelecimento de uma doutrina brasileira de Guerra de Resistência na Amazônia e já formou em quase meio século em seu Curso de Operações na Selva cerca de 5,000 militares brasileiros e realizou valiosas pesquisas e experimentações doutrinárias que vem sendo disseminadas pelos militares que formou

O 6º comandante do CIGS foi o hoje acadêmico da AHIMTB, o Cel Gélio Augusto Barbosa Fregapani, gaúcho filho de Taquari e nosso velho amigo e contemporâneo na Escola Preparatória de Porto Alegre em 1952 , com larga vivência na Amazônia. E foi o 6º comandante do GIGS quando  lançou os seguintes princípios doutrinários a serem seguidos pelo  combatente de Selva na Amazônia e os  denominando de Leis da Guerra da Selva

 

1ª   Tenha a iniciativa, pois não receberás ordens para todas as situações, tenha em vista o objetivo final.

2ª   Procure a surpresa por todos os modos.

3ª   Mantenha seu corpo, armamento e equipamento em boas condições.

4ª   Aprenda a suportar o desconforto e as fadigas sem queixar-se e seja moderado em suas necessidades.

5ª   Pense e aja como caçador, não como caça.

6ª   Combata sempre com inteligência e seja o mais ardiloso.

 

A Guerra do Mato: Guerrilha travada por cerca de um século por defensores e atacantes do Quilombo dos Palmares, que desenvolveram táticas de guerrilhas nas matas da área. Abordamos este assunto no artigo ‘A secular Guerra dos Palmares’, disponível em artigos no site www.ahimtb.org.br. Tipo de guerrilha denominada Guerra do Mato, que o guerrilheiro (em Portugal) José Bonifácio usou contra tropas de Napoleão, e ameaçou dela fazer uso novamente, caso o Brasil fosse atacado por forças estrangeiras em seus primeiros passos como nação independente.

 

Centro de Doutrina e o de Pesquisas e Estudos de História do Exercito

Hoje, vinculado ao Estado-Maior do Exército, existe um Centro de Doutrina para desenvolver este setor. Vinculado ao Departamento de Cultura e Ensino do Exército, no Rio de Janeiro, um Centro de Pesquisas e Estudos de História do Exército. Votos de sucesso a estas instituições, surgidas no bicentenário da criação da Academia Real Militar, na esperança de que possam aproveitar nossos estudos de História Militar Terrestre Crítica do Brasil, que iniciamos há 40 anos, ao elaborarmos o livro As Batalhas dos Guararapes - descrição e análise militar. E também estudos sobre este aspecto desenvolvidos desde 1996 pela Academia de História Militar Terrestre do Brasil, que fundamos em Resende em 1º de março de 1996, destinada fundamentalmente a realizar estudos históricos militares terrestres críticos. Tudo com vistas a retirar da rica História Militar do Brasil de mais de 500 anos, subsídios de Ciência e Arte Militar brasileiras, como contribuição para a formação dos quadros de nossas  Forças Terrestres em Ciência e Arte Militar Brasileira. E também para a nacionalização progressiva de uma Doutrina Militar Terrestre Brasileira genuína, sem deixar de lado o que de melhor puder incorporar de outras doutrinas militares. Ou como procedeu em 1861 o Duque de Caxias, Patrono do Exército e da FAHIMTB, ao adaptar o que de melhor existia em doutrinas militares de outras nações, às realidades operacionais brasileiras impostas pelas diversas características do fator TERRENO, da Decisão (Pampa, Montanha, Catinga, Pantanal, Cerrado, Amazônia, etc.). Hoje nosso acervo pessoal sobre Historia Militar  do Brasil acumulado em 40 anos e mais o acumulado em 15 anos pela AHIMTB estão à disposição da pesquisa em História Militar Terrestre e bem  protegidos em repartição separada junto a Biblioteca da AMAN

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A resposta de um oficial da Missão Militar Francesa ao pedido de um aluno brasileiro da missão

Pergunta: - O Senhor poderia nos ensinar Tática e Estratégia Militar Brasileiras?

                        Resposta: - Não posso lhes ensinar estes assuntos, que estão embutidos na História Militar do Brasil. É lá que os senhores deverão retirar a Tática e Estratégia Militar do Brasil. Ou da Análise Militar Crítica da História Militar Terrestre do Brasil desde o Descobrimento.

                           E foi isto que o Duque de Caxias realizou pioneiramente ao adaptar as Ordenanças de Portugal às realidades operacionais sul-americanas que vivenciara em cinco campanhas militares vitoriosas.

                           Em 1978 e 1999, em duas edições, com o apoio do EME, publicamos, como manual, nosso livro Como estudar e pesquisar a História do Exército, com vistas a servir de instrumento auxiliar na pesquisa militar crítica de História Militar Terrestre do Brasil na AMAN, EsAO e ECEME.

 

História Militar Terrestre Crítica é tarefa do profissional militar e não do historiador civil

                           Ao profissional militar cabe escrever a História Militar Terrestre Crítica do Brasil, à luz dos fundamentos de Arte e Ciência Militar, conforme procedeu o Duque de Caxias em 1854, em relação à Batalha do Passo do Rosário (20 de fevereiro de 1827).

                           Exemplos: Análises críticas à luz dos Princípios de Guerra, da Manobra e seus elementos, dos Fatores da Decisão Militar, do Fator Militar e outros fundamentos que abordamos no capítulo IV de nosso livro Como estudar e pesquisar a História do Exército, já citado e disponível em Livros no site da FAHIMTB www.ahimtb.org.br.

                           Ao médico, ao engenheiro, ao advogado, etc., caberá fazer a sua análise crítica profissional, à luz dos princípios de suas profissões.

                           Um historiador civil formado em nossas faculdades, em princípio, não tem condições de fazer a análise militar terrestre crítica de um evento militar por desconhecer a Arte e Ciência Militar. Daí ser esta tarefa do profissional militar, à semelhança da análise crítica de uma manobra militar como adestramento.

 

A relevância da História Militar Terrestre Descritiva no fortalecimento do campo MOTIVAÇÃO da Doutrina Militar

 A Motivação é o que responde às perguntas que cada combatente se faz: Por que dedicar-me à instrução? Por que combater? Por que sacrificar a vida, se preciso for, em defesa da minha pátria?

Os exemplos de sublimação positiva destas respostas, transmitidas ao soldado pela História Militar Terrestre Descritiva do Brasil fortalecem o seu Moral e, por via de consequência, a sua dedicação profissional ou a sua Motivação.

Por esta razão o Exército Brasileiro assim definiu o seu objetivo cultural atual nº 1:

“Pesquisar, preservar, cultuar e divulgar a História, as Tradições e os Valores morais, culturais e históricos do Exercito”.

A História Militar Terrestre Crítica passou a ter expressivo desenvolvimento na década de 30 com a criação da Biblioteca do Exército Editora, criada pelo General Valentim Benício, como Secretário do Exército, e hoje patrono de cadeira na FAHIMTB, e com o concurso dos historiadores militares e também hoje patronos de cadeiras na FAHIMTB: generais Emílio de Souza Docca e Francisco de Paula Cidade, e mais, com a criação do Arquivo do Exército (hoje Arquivo Histórico do Exército), que chefiamos de 1985/90 quando conseguimos acrescentar a palavra “Histórico”, com o apoio do então Secretário do Exército Gen Bda Jonas de Moraes Correa Neto, hoje acadêmico emérito da FAHIMTB . Arquivo fundado sob a direção do historiador militar Cel Jonathas do Rego Monteiro, hoje patrono de cadeira na FAHIMTB.

                           Em 29 Nov 1941 estas instituições foram reforçadas pela criação do Instituto Geográfico e Histórico Militar do Brasil (IGHMB), tendo como fundadores os historiadores militares, hoje patronos de cadeiras na FAHIMTB Generais Augusto Tasso Fragoso, Cândido Mariano Rondon, Valentim Benício da Silva, coronéis Francisco de Paula Cidade e Genserico Vasconcellos, majores Jonas de Morais Correia Filho e José Lima Figueiredo, capitães Severino Sombra e Adailton Pirassinunga. Instituição com Revista, que era publicada pela Secretaria do Exército.

Em 1972, diversas obras de História Descritiva foram consolidadas pela Comissão de História do Exército do EME sob a presidência do historiador militar e hoje patrono de cadeira na FAHIMTB Cel Francisco Ruas Santos, de acordo com planejamento por ele elaborado e com nossa contribuição, como seu adjunto, da História do Exército Brasileiro - perfil militar de um povo, 3v., contando com a colaboração de alunos da ECEME e de historiadores militares convidados. Obra publicada pelo Estado-Maior do Exército, chefiado pelo Gen Ex Alfredo Souto Malan, hoje patrono de cadeira na FAHIMTB.

O Cel Ruas Santos elaborou e publicou no EME o Sistema de Classificação de História das Forças Terrestres do Brasil, uma Teoria de História do Exército Brasileiro, que acredito poucos exércitos dispõem de trabalho igual.

Mais tarde, deste Sistema, apropriamos e completamos só a parte relativa ao EMPREGO das forças terrestres do Brasil. Isto nas mais variadas circunstâncias, em conflitos externos e lutas internas, com vistas a retirar da análise crítica, à luz de fundamentos de Ciência e Arte Militar, e de cada emprego de força militar, subsídios de Ciência e Arte Militar brasileiras para a instrução dos quadros, e assim subsidiar o desenvolvimento progressivo da Doutrina Militar Terrestre Brasileira.

O Cel Ruas insistia que a História do Exército de 1972 era apenas descritiva e não a História do Exército Científica a ser realizada, a qual  denomino História Militar Terrestre Critica do Brasil, sonho do Duque de Caxias manifesto em 1861. como Ministro da Guerra e Chefe do Governo do Brasil, repetimos.   

Na Comissão de História do Exército fomos encarregados de desenvolver um programa de audiovisuais de História do Exército com auxilio de pintores e aquarelistas, tendo por tema assuntos e personagens da História do Exército, pois a iconografia militar republicana era muito pobre em relação à imperial e só marcada por óleo do Marechal Deodoro proclamando a República, a qual integra a Biblioteca Marechal José Pessoa da AMAN. Deixamos este acervo iconográfico bastante enriquecido no então criado Centro de Documentação do Exército em 1974.

No tocante à História Descritiva do Exército temos atuado produzindo os seguintes trabalhos, ilustrados por pinturas de artistas sob nossa orientação, cobrindo lacunas em nossa História Militar:

- A História do Brasil através de seus fortes. Obra patrocinada, publicada e divulgada pelo GBOEx em 1982.

- Memória da canção militar brasileira (Amor Febril) patrocinada, publicada e divulgada pelo GBOEx em 1990.

- Moedas de Honra (Sobre condecorações brasileiras). Encomendada pelo GBOEx, mas não publicada e não paga pela Diretoria do GBOEx que substituiu a do Presidente Antonio de Lisboa Mello e Freitas. Está disponível em Livros no site da FAHIMTBwww.ahimtb.org.br

- Escolas de Formação de Oficiais da FFAA do Brasil. Obra patrocinada, publicada e divulgada pela FHE/POUPEx em 1987.

- Quartéis Generais das Forças Armadas do Brasil. Obra patrocinada, publicada e divulgada pela FHE/POUPEx em 1988.

- A Guarnição Militar do Rio na Proclamação da República. Obra patrocinada, publicada e divulgada pela FHE-POUPEx em 1989.

- Os Patronos nas Forças Armadas do Brasil. Encomendado pela FHE-POUPEx, paga e não publicada. Disponível em Livros no site da FAHIMTB www.ahimtb.org.br.

Destes trabalhos, os que foram publicados decoram paredes de instalações das Forças Armadas do Brasil.

Desde 1994 temos publicado com o apoio da FHE-POUPEX, na Presidência do Gen Ex Clóvis Jacy Burmann a História das Grandes Unidades do Rio Grande do Sul, no Projeto História do Exército na Região Sul. Obras de interesse da História Descritiva no tocante ao Campo Doutrinário da MOTIVAÇÃO e da História Militar Terrestre Crítica. Também na abordagem de biografias dos comandantes destas grandes unidades, como subsídios para a formulação de uma Doutrina Militar Terrestre Brasileira com base no conhecimento da Liderança Militar Brasileira, pela aplicação crítica dos fundamentos sobre Princípios de Liderança. Importante ao lembrarmos esta afirmação de um pensador militar:

“A Doutrina Militar não é estática. Ela é essencialmente dinâmica e só possui duas constantes: o homem e a sua constante mudança!”  

Isto me leva a recordar pesquisas profundas realizadas na ECEME. em 1962, das quais tomei conhecimento na Comissão de História do EME e que procuravam levantar o Perfil do combatente brasileiro. E que, das diversas análises de lutas externas e internas na República, chegaram à seguinte conclusão:  

“O combatente brasileiro em combate não se adapta a normas disciplinares rígidas. Ele é sensível ao líder e o segue, e não aos regulamentos rígidos”.

A República não cuidou da biografia de seus generais, salvo poucas exceções, como as dos patronos das Forças Armadas e as constantes do Dicionário Biográfico da FGV, a partir de 1930, com o qual colaboramos como Diretor do Arquivo Histórico do Exército.

O Historiador é um ressuscitador de personagens. Em Barra Mansa, ao tomarmos posse na cadeira Marechal Floriano Peixoto, um genealogista afirmou:

“O homem tem três mortes. A primeira ao dar o último suspiro. A segunda ao baixar à sepultura. E a última e definitiva, a última vez que seu nome for lembrado ou pronunciado!”

Assim, simbolicamente, teríamos ressuscitado ao longo de 40 anos como historiador, centenas de personalidades militares, cujas vidas e obras haviam caído no esquecimento e também devolvendo informações de suas realizações, de utilidade para a construção do futuro do nosso Exército.

Dentro desta linha registro entre outras as seguintes biografias:

- As de nossos maiores líderes de batalha e de combate em seus bicentenários: o Duque de Caxias em: Caxias e a Unidade Nacional, o General Osório em: General Osório - o maior herói e líder popular brasileiro, o Conde de Porto Alegre em: O Conde de Porto Alegre, reedição comentada, e o Brigadeiro Sampaio em: Brigadeiro Antônio de Sampaio - o Patrono da Infantaria.

- Os centenários de generais formados pela Escola de Guerra de Porto Alegre e que participaram com destaque da Reforma Militar, em sessões comemorativas quando dirigíamos o Arquivo Histórico do Exército (1985/90).

- Na Academia de História Militar Terrestre do Brasil, em 15 anos, personalidades militares, em especial de nosso Exército, que foram consagradas como patronos de cadeiras ou de suas Delegacias.

- Em muitas outras iniciativas, das quais seria exaustivo enumerar. Entre elas os 68 sargentos da FEB mortos em operações de guerra, título de nosso último livro, a ser lançado em julho de 2011 no centenário do herói maior da FEB, o Sargento Max Wolf.

E para tal a AHIMTB procurou nestes 15 anos de profícua existência, recrutar em todo o Brasil numerosos militares e civis interessados em História Militar do Brasil, para reforçar as suas fileiras. Comprovar é obra de simples verificação e raciocínio. Basta consultar O Guararapes n° 66 de jan/mar de 2010.   

 

Principais obras de História Militar Terrestre Crítica do Brasil que elaboramos à luz dos Fundamentos de Arte e Ciência Militar de 1970-2010

     Desde o término do Curso da ECEME em 1969, onde tivemos contato com os Fundamentos de Ciência e Arte Militar e sua utilização, passamos a realizar pesquisas e divulgação de História Militar Terrestre crítica entre as quais as que se seguem:

- As batalhas dos Guararapes – descrição e análise militar, em 1971 e 1994.

- O combate de Monte Castelo, no livro Como estudar e pesquisar da História do Exército, em 1978 e 1998.

- Diversos trabalhos no livro AMAN – Cadeira de História – História Militar do Brasil, em 1978. Época em que realizamos e acreditamos pioneiramente, à luz de fundamentos de Arte e Ciência Militar, a análise militar das batalhas de Carabobo e Boyaçá, das Independências da Venezuela e Colômbia, nas quais atuou com destaque o brasileiro general Abreu e Lima.

- 2002 – 175 anos da Batalha do Passo do Rosário;

- O Exército Farrapo e os seus chefes e, particularmente, a descrição e análise militar dos combates de Seival e Rio Pardo, em 1991;

- A Guerra da Restauração do RGS, em 1996;

- O Combate de Jenipapo, na Guerra da Independência do Brasil, em 2008;

- Participação das Forças Armadas e da Marinha Mercante do Brasil na 2ª Guerra Mundial. Duas edições.

 

Artigos de interesse, produzidos e divulgados pelo autor, relacionados com História Militar Terrestre Crítica, no tocante à Ciência e Arte Militar Brasileiras

     Artigos do autor, de interesse da História Militar Crítica do Brasil em revistas e no site:www.ahimtb.org.br.

                  Na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro:

- Fontes da Cultura de Caxias em Arte da Guerra v. 328, jan/set. 1980 p. 121-131;

- A guerra do Paraguai - um laboratório de doutrina militar pouco explorado v. 335, abr/jun 1982 p. 117/128;

- Getúlio Vargas e a evolução da Doutrina do Exército, 1930-1944, v.339 abr/jun 1983 p. 63/72;

- Reflexos no Poder Nacional da pesquisa e estudo crítico da História Militar Terrestre do Brasil. v. 334 jul/set. 1983;

 

                                Na Revista Militar Brasileira

- Evocação da Guerra do Paraguai v.95,1970

- Importância da História Militar Crítica na formação do soldado profissional v. 125, 1988 abr/jun p. 29/30.

- Uma experiência de reconstituição de memória do 4º BE Cmb v. 122, 1985.

 

                           Na Revista A Defesa Nacional

- Caxias e o uso militar de aeróstatos, n° 666, 1976, mar/abr p. 195/197;

- Estudo Militar dos Fatores de Decisão Militar em Passo do Rosário, n° 646, 1997. jan/maio p. 62/167;

- Marchas Estratégicas dos Exércitos para a Batalha de Passo do Rosário, n° 686, 1978 nov/dez p. 71-88;

- General Osório - pensamento militar, n° 684, 1979 jul/ago;

- Paula Cidade - um soldado a serviço do Exército, n° 709, 1983, set/out p. 13/35;

- O poder nacional e o estudo crítico da História Militar, n° 717, 1985 jan/fev p. 75/81;

- Marechal Caetano de Farias – Projeção como Chefe do EME e Ministro da Guerra na Reforma Militar, n° 724, 1986, mar/abr p. 93/124;

- Sesquicentenário do Combate do Seival, o berço da República Brasileira, n° 726, 1986, jul/ago p. 44/85. (Análise crítica);

-  A Libertação de Angola pelo Rio de Janeiro, n° 744, jul/ago p. 150/155;

- Sesquicentenário do Combate do Rio Pardo, n° 740, 1988 nov/dez p. 41/52. (Análise crítica);

- Gen Div Augusto Tasso Fragoso (síntese biográfica), n° 750, out/dez p. 105/107;

- A Fortaleza de Santa Cruz vista por um almirante inglês, n° 752, 1991, abr/jun p. 144;

- O Exército na 1ª Guerra Mundial, n° 752, 1991 abr/jun p. 145;

- Barão do Rio Branco – um diplomata com alma de soldado, n° 754, 1991 out/dez p. 1349;

- As duas faces da glória, n° 751, 1991. (Rebatendo críticas à FEB);

- Centenário do Marechal Odylio Denys, n° 756, 1992;

- O Combate da Vila Amapá n° 756, 1992 p. 131;

- Sesquicentenário da Pacificação de São Paulo e Minas Gerais, n° 759, 1992;

- Um significado de Canudos para as forças terrestres do Brasil;

- O assalto de reconquista da Vila de Rio Grande, em 1° de abril de 1776, n° 789;

- A Revolução Paulista de 1932 – Operações Militares, n° 760, ago/set 1993 e n° 762, out/dez1993,

- O Centenário da Revolta na Armada, n° 762, 1993, out/dez;

- O centenário do cerco federalista de Bagé, n° 764, 1994, jan/mar;

- Os cercos de Bagé e da Lapa, duas resistências épicas da História Militar do Brasil, n° 764, 1994;

- Contribuição paulista ao combate à Guerra Civil - 1893-95, 1994;

- Marechal Floriano Peixoto – centenário de morte, n° 771, 1996.

-As repercussões do combate do Cerro do Ouro no Paraná .NNNN] 766.1994,

- Pacificação da Revolução de 93 . nº 771,1996.

 

Revista do Clube Militar

- A História da Infantaria Brasileira, 1978, Nov/dez. p. 416;

- Marechal Mascarenhas de Moraes – significação histórica, 1983, set/out p. 22/24;

- O escritor militar Marechal José Pessoa, 1985, set/out p. 38/39;

- O Arquivo Histórico do Exército e a Memória da FEB, 1976, n° 276;

- O Exército no Desenvolvimento – caso do Brasil, 1987, n° 279;

- O Clube Militar e as Cartas Falsas de Arthur Bernardes, 1992, mai/jun p. 30/32;

- General Zeca Netto  traços de seu perfil militar jan/fev 1984.

- As Tradições da AMAN em seus 40 anos em Resende  jul/ago 1984.

- O 70º aniversario do  1º Sorteio Militar set/out 1986

-Cinqüentenário do IHGMB set/out 1986

- O Exército no Desenvolvimento 1987

- Marechal Odylio Denys uma vida inimitável 1987

- Memória do Centenário da ECEME em 02 Out 2005;

-A História Militar Terrestre crítica da Amazônia maio,junho e julho 2000

Revista do Brasil

- Marechal Deodoro – O destino de um soldado – 1989;

 

Na Revista Infantaria, do Curso de Infantaria da AMAN

- História da Doutrina da Infantaria Brasileira, n° 13, Dez 1978;

- A Arma de choque do infante, nº 14, Abr 1979;

- A Divisão Encouraçada na Guerra do Paraguai, nº 15, Ago 1979;

- Caxias - soldado de Infantaria, nº 16, Jun, 1970.

 

Na Revista Cavalaria do Curso de Cavalaria da AMAN

- General Osório - pensamento militar, 1979.

 

Na Revista A Lógica, do Curso de Intendência da AMAN

- A Importância da Logística, 1978;

- O General Osório e a Logística, 1980;

 

Nos Anais do 

Simpósio da Imigração e Colonização Alemã no Rio Grande do Sul

- Os Brummer - os primeiros pontoneiros do Exército Brasileiro, 1974.

 

Na Revista do IHG de São Paulo

- São Paulo no combate à Guerra Civil e Revolta na Armada - 1893/95, 1995.

 

                                       Na Military Review

- O Exército no desenvolvimento - caso do Brasil, premiado em 1º lugar, 1990;

- A Força Expedicionária do Brasil na II Guerra Mundial.

 

Existem mais artigos do autor em jornais que podem ser localizadas com referências nos trabalhos a seguir:

- BENTO, Cláudio Moreira, Cel. Bibliografia do Historiador (Exemplares na Biblioteca da FAHIMTB na AMAN, com o autor, na Biblioteca do Colégio Nª. Sª Aparecida e na Academia Canguçuense de História em Canguçu- RS;

- (____). Memória de minhas atividades como historiador e em especial comohistoriador militar. Resende: AHIMTB, 2009.

- (____). Índice dos índices.de documentos históricos produzidos ou colacionados pelo autor contidos em  caixas  de 1 a 11..Volume 1, 2010.

-(____). Índice dos índices.de documentos históricos produzidos ou colacionados pelo autor contidos em  caixas de 12 a 14.Volume 2 , 2010.

As caixas de 1 A 14 destinam-se a guarda da Academia Canguçuense de História

 

     

No site da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, em “Artigos”

                                              www.ahimtb.com.br  

- O Visconde da Penha – um herói esquecido;

- Cinquentenário da Marcha Terrestre Salvador – Brasília – 2010;

- O Combate de Monte Castelo – 65 anos;

- As ONGs na Amazônia;

- O combate de Porongos – um assunto que havia transitado em julgado no Tribunal da História da Revolução Farroupilha;

- A geopolítica de Portugal e depois do Brasil no Prata e suas projeções no RGS, 1680-1908;

- Os imigrantes alemães e descendentes na História Militar do RGS;

- Memória sobre o culto da História das Tradições e Valores do Exército – Atualidade;

- Reflexões sobre a Doutrina Militar Terrestre Brasileira;

- Abreu e Lima, o brasileiro que foi General de Bolívar;

- Gen Div Carlos de Meira Matos (1913-2007);

- Classificação de Oficiais para a seleção de seu Estado-Maior, por Moltke, o Velho;

- Getúlio Vargas e a Evolução da Doutrina do Exército Brasileiro (1930-1945);

- Bicentenário do Conde de Porto Alegre;

- Gen Div Bertholdo Klinger (1884 – 1969);

- Aspirante Mega – Patrono da Turma da AMAN, 15 Fev 1955;

- Continência a um herói – Ao General Plínio Pitaluga;

- Rondon – O Guerreiro da Paz;

- Estratégias políticas e militares de Duque de Caxias na Pacificação da Família Brasileira, 1838/45;

- Caxias como Policial no Rio de Janeiro na Regência e sua significação histórica;

- A Guerra do Paraguai – um laboratório de doutrina militar pouco explorado;

- Os alemães prisioneiros de guerra do Brasil durante a 2ª Guerra;

- O 75° Aniversário da Revolução de 32 em São Paulo;

- A Revolução Farroupilha – uma releitura;

- Os 60 anos do Dia da Vitória;

- OS 60 anos da Conquista de Monte Castelo pela FEB em 21 Fev 1945;

- Os 80 anos da Revolução de 1922;

- Os 150 anos da Guerra contra Oribe e Rosas - 1851/52;

- Os 150 anos da Batalha de Monte Caseros;

- As Revoltas pró-República Parlamentar - 1915/16;

- A Guerra de 1801;

- Forte de Coimbra – dois séculos de história, fé e glória;

- Academia Real Militar – uma decorrência da vinda da Família Real para o Brasil em 1808;

- Brasil – um país sem memória.

 

No site do Instituto de História e Tradições do RGS em Artigos e Livros www.ihtrgs.com.br

- Virtudes Militares;

- A guerra à gaucha;

- A reconquista do RGS em 1774/77;

- Bicentenário da Guerra de 1801;

- Contribuição aos festejos do centenário de Dom Pedrito;

- Gen Div Bertholdo Klinger;

- Marechal Mascarenhas de Morais;

- 80 anos da tomada de Pelotas por Zeca Netto;

- Os Molhes de Rio Grande;

- Textos das vitrines do Memorial Brigadeiro Silva Pais no 6º GAC;

- A Educação cívica e o espírito militar segundo J. Simões Lopes Neto;

- Bicentenário do Conde de Porto Alegre;

- O Duque de Caxias e a Educação no Rio Grande do Sul, 1846;

- O Espírito Militar do poeta Mário Quintana;

- O Preto Caxias em Bagé;

- Real Feitoria do Linho cânhamo do Rincão do Canguçu - 1783/89;

- São Gabriel: Atenas e Esparta gaúchas;

- A geopolítica de Portugal e depois do Brasil, no Sul;

- A História Militar Terrestre do Brasil no RGS;

- Canguçu - RS em nossas guerras e revoluções;

- A guerra do Paraguai - um laboratório de Doutrina Militar pouco explorado;

- Homenagem ao Presidente Vargas;

- Marechal Câmara - 2º Visconde de Pelotas;

- Os Cercos de Bagé e da Lapa - duas resistências épicas;

- O uso militar de jangadas no assalto à Vila de Rio Grande em 1º abril 1776.

                                      

CONCLUSÃO

 

Fizemos esta longa exposição para demonstrar que a História Militar Terrestre Crítica do Brasil pode cooperar para o desenvolvimento progressivo de uma Doutrina  Militar Terrestre Brasileira e, por via de consequência, para o desenvolvimento progressivo do Livro Branco da Defesa Nacional.

Doutrina Militar Terrestre Brasileira capaz de contribuir para o aumento do Poder Militar Dissuasório do Brasil e, em especial, por mais urgente e factível, a sua Doutrina de Guerra de Resistência para a proteção das riquezas e da Soberania Brasileira na Amazônia.

      Sonho manifesto pelo Duque de Caxias em 1861, como Ministro da Guerra e Chefe do Governo, ao adaptar a Doutrina de Portugal às realidades operacionais sul-americanas, que ele vivenciara em cinco campanhas que comandara e vencera.

      Sonho manifesto pelo Marechal Floriano Peixoto ao determinar, como Ajudante do General que comandava o Exército, que o historiador Cel Carlos Emílio Jourdan escrevesse a História da Campanha do Paraguai, para a distribuir aos alunos das Escolas Militares do Ceará, Praia Vermelha e Porto Alegre. Isto para que conhecessem as realidades operacionais sul-americanas, em época de domínio do bacharelismo militar (1874/1905), em que a elaboração da Doutrina do Exército era tarefa da Congregação da Escola Militar da Praia Vermelha, integrada por professores, mas que não cumpriam esta missão. Época de involução da Doutrina de Caxias para a Guerra do Paraguai, em que recorreram, para a Campanha de Canudos, novamente a uma cópia da Doutrina de Portugal, feita para as realidades européias, sem a adaptar para o combate de uma ação tipo guerrilha como foi a guerra no sertão baiano, onde os batalhões do Exército e de13  Polícias Militares foram lançados no sertão sem uma estrutura de apoio logístico. Esta deficiência foi minorada pelo Gen Carlos Telles, que improvisou em seu batalhão, vindo de Bagé, um Esquadrão de Cavalaria que passou a desempenhar missões de reconhecimento, para prevenir surpresas de emboscadas, e a de Logística, ao recolher pelo sertão vacuns e caprinos para aliviar as deficiências de alimentação de sua força. Problema solucionado com a ida do Ministro da Guerra Marechal Carlos Machado Bittencourt à Bahia e ali ter criado uma estrutura logística, ligando os isolados batalhões à Base Logística que estabeleceu em Salvador. Solução que lhe valeria a sua consagração como Patrono da Intendência do Exército. Vulnerabilidades operacionais no ensino da Escola Militar, dirigidas por bacharéis, que seriam denunciados entre outros pelos hoje patronos de cadeira na FAHIMTB, como historiadores militares, os marechais Estevão Leitão de Carvalho e João Batista Mascarenhas de Morais. O primeiro, como Chefe da Missão Militar Brasil- Estados Unidos, neste país, durante a 2ª Guerra Mundial, coordenando o apoio dos EUA às nossas Forças Armadas, e o segundo, como comandante da Defesa Territorial no Nordeste e, a seguir, da nossa vitoriosa Força Expedicionária Brasileira. 

Doutrina Militar Terrestre Brasileira sonhada pelo Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, ex-oficial de Operações na FEB, depois instrutor da ECEME, e hoje denominação histórica da referida Escola. Doutrina Militar Brasileira por ele chamada de Doutrina Tupiniquim.

Assim, aos 80 anos depois de 40 anos como pesquisador e historiador militar com larga experiência no assunto, adquirida;

Como Coordenador do Parque Histórico Nacional dos Guararapes em 1970-71;

- Adjunto da Comissão de História do Exército do EME de 1971-1974;

- Presidente, em 1975, da Comissão da Revista Militar Brasileira, que editou número Especial, alusivo ao bicentenário do Forte de Coimbra;

- Instrutor de História Militar na AMAN (1978/80) onde integrei, como historiador, as comissões da AMAN comemorativas aos centenários de falecimento do Gen Osório e do Duque de Caxias;

- Diretor do Arquivo Histórico do Exército em 1985/90, onde presidi Comissão integrada por especialistas civis com vistas à criação do Museu Histórico do Forte de Copacabana, tendo também presidido a Comissão de História da Revista A Defesa Nacional e sido Membro da Comissão do Exército do Centenário da República e da Bandeira Nacional;

- Diretor Cultural do Clube Militar e de sua Revista no seu Centenário;

      Com esta bagagem em História Militar convenci-me de que a nacionalização da Doutrina Militar Terrestre do Brasil passa pelo resgate de sua História Militar Terrestre Crítica, tarefa privativa de  profissionais militares da Ativa e da Reserva e, em especial, daqueles com vocação para este trabalho relevante, por possuidores de Curso de Estado-Maior na ECEME, onde adquiriram e praticaram os conhecimentos de Arte e Ciência Militar para este resgate que acreditamos, salvo melhor juízo, inadiável.

Tarefa para a qual os Cursos de Faculdade de História não ensinam, mas que cooperam com suas regras para o resgate científico de fatos históricos, com apoio em fontes autênticas, íntegras e fidedignas, para serem submetidas à analise militar terrestre crítica por profissionais militares.

Foi o que fizeram os profissionais militares das potências e grandes potências militares mundiais na elaboração dos Corpos de Doutrinas de seus Exércitos. E que poderão, com suas experiências, ajudarem no desenvolvimento do Corpo de Doutrina Militar Terrestre do Brasil.

E neste ano de 2011, em que completo 80 anos, sendo 40 como historiador militar e pesquisador, coincidente com os 200 anos do início do funcionamento da Academia Real Militar, na Casa do Trem, hoje denominação histórica de nossa Academia Militar das Agulhas Negras, foram criados ou recém criados os seguintes instrumentos para levarem esta tarefa do Corpo de Doutrina do Exército Brasileiro a bom termo:

  - O Livro Branco da Defesa Nacional do Ministério de Defesa;

  - O Centro de Doutrina do Exército, criado pelo Comandante do Exército  Gen Ex Enzo Martins Peri, vinculado ao Estado-Maior do Exército;

- O Centro de Pesquisas e Estudos de História do Exército, subordinado ao Departamento de Cultura e Ensino do Exército que passa a desenvolver o  relevante projeto de História Oral do Exército criado pelo hoje acadêmico emérito da .FAHIMTB na AHIMTB/RIO DE JANEIRO,Gen Ex

E para cooperar com estas criações aí estão a Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB) e suas Academias e Delegacias filiadas, com sua experiência de 15 anos de atividade profícua. E mais o Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB).

Mas, para tal, estas entidades necessitam de um programa oficial de apoio financeiro, até hoje inexistente, para desenvolverem projetos de interesse da História Militar Terrestre Crítica. Tudo para o desenvolvimento do Corpo de Doutrina do Exército e, por via de consequência, do Livro Branco da Defesa Nacional.

O Brasil integra o BRIC, junto com a Rússia, Índia e China. Um grupo com parceiros poderosos, econômica e militarmente, sendo potências nucleares. E, por esta razão, possuidores de elevado poder militar dissuasório, que o Brasil ainda não construiu. E dele necessita, para proteger seus interesses na comunidade internacional, o seu povo, as suas fronteiras e as suas riquezas nas suas Amazônias Verde e Azul. 

Sonho, como soldado e brasileiro, que as atuais e futuras gerações do Exército realizem o sonho do Duque de Caxias, manifesto em 1861 como Ministro da Guerra e Chefe de Governo - o de uma doutrina militar terrestre brasileira genuína.

 

(X) O autor é natural de Canguçu-RS. É Jornalista, sócio emérito do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e benemérito do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, onde inaugurou a cadeira General Francisco Paula Cidade. É membro da Academia Brasileira de História, da Portuguesa, da Espanhola, da Argentina e do Instituto Histórico do Uruguai. É autor de 69 publicações (livros, álbuns e plaquetas) e detentor de sete prêmios literários sobre História Militar, em especial sobre a História do Exército. É membro dos Institutos Históricos do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, de Mato Grosso, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Fundou o Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul e é fundador das Academias de História de Canguçu, Itajubá, Resende, Itatiaia e Barra Mansa. É sócio dos institutos históricos de Petrópolis, São Leopoldo, Pelotas e São Luiz Gonzaga, do Instituto de Estudos Vale paraibanos e do Círculo de Pesquisas Literárias de Porto Alegre. É comendador do Mérito Militar e do Mérito Histórico Militar Terrestre, e cidadão honorário de Itajubá, Resende e Itatiaia. Possui publicados muito trabalhos de sua autoria nos sites www.ahimtb.org.br e no www.ihtrgs.com.br.