AS ONGs NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

Cláudio Moreira Bento
Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil

 

ONG significa Organização não Governamental. E para muitos estudiosos brasileiros, incluindo parlamentares da CPI das ONGs, ao invés de elas representarem o bem para o Brasil representam o mal, como instrumentos disfarçados a serviço de interesses das nações do G-7, com vistas a minarem, progressivamente, a Soberania do Brasil sobre a nossa Amazônia e a internacionalizarem, pela transformação das riquezas que ela abriga em seu seio, em reservas futuras à disposição do Poder Econômico Mundial. E elas teriam ganho grande força e penetração na Amazônia em 1991, com a supervalorização, pela Constituição, das questões ambiental e indígena. Estudos realizados por Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) detectaram 320 ONGS atuando na Amazônia, ou cerca de 1 ONG para cada 1000 índios, dos 320. 000 levantados pela FUNAI. Com o grande poder que elas possuem na área, conseguiram engessar a Amazônia, que representa 60% do Brasil. Engessamento com a criação de enormes Reservas Indígenas + Áreas de Preservação Ambiental + Corredores Ecológicos e outras servidões de uso da terra na margem dos seus rios e limitação de que cada proprietário só use 20% da sua. E tudo isto o Brasil ignora, por um trabalho da mídia internacional refletida pela mídia nacional que anestesia a opinião pública nacional e imobiliza e inibe o poder público para não parecer contra as questões ambiental e indígena. Enquanto isto a biopirataria internacional vai explorando por meio de agentes estrangeiros, sem controle governamental, a biodiversidade e os nossos recursos minerais. São questões fundamentais que necessitam ser mostradas ao povo brasileiro com toda a transparência. Essas são idéias que retiramos de esclarecedora palestra do senador por Roraima, Mozarildo Cavalcanti, na Academia Militar das Agulhas Negras , autoridade que integra a CPI sobre as ONGs na Amazônia, que já levantou 10 ONGs que exercem atividades irregulares lesivas aos interesses do Brasil. Enquanto isto a mídia internacional com apoio ou silêncio da mídia nacional prepara a opinião pública do G-7, principalmente, com esta falsidade:

"O Brasil está desmatando e incendiando a Amazônia e matando os seus índios."
Enfim, estão preparando o caminho através da mentira, para justificar uma intervenção na Amazônia, com apoio de seus braços nela atuantes, as ONGs. É necessário que este debate domine o cenário nacional, entre os que defendem o trabalho das ONGs e os que o condenam, para estudar-se quais as que trabalham em beneficio dos brasileiros e quais as que defendem interesses alienígenas. E, finalmente ter-se sobre elas o máximo controle possível.

Sobre isto escreveu o acadêmico emérito da AHIMTB e ex- comandante da AMAN, General Carlos Meira Mattos autor de trabalho A Geopolítica do Brasil na Amazônia , e com apoio em Guy Sorman, do Jornal francês Le Monde de 25 abril 2001:

"Atrás das siglas (humanitárias), prosperam pequenas e grandes associações, ricas e pobres, generosas e cínicas".

Mais adiante, acrescentava o mesmo jornalista: "e ninguém fiscaliza suas fontes de financiamento, ninguém verifica a autenticidade da boa causa a que se propõem, ninguém controla suas despesas. Na sua quase totalidade não estão subordinadas senão a assembléias fantasmas (compostas de personalidades honradas), mas administradas efetivamente por minorias vinculadas a outros interesses.

Ainda, segundo o que se diz o jornalista do Le Monde, "as ONGs, as mais poderosas, são transnacionais, projetam a imagem das empresas transnacionais que as financiam, tornando utópica a idéia de que são organizações auto- gerenciadas."

Segundo Meira Mattos,"é muito bom para nós, brasileiros, vítimas das campanhas de ONGs internacionais, que venham de fora, da imprensa européia e norte-americana, a revelação dos interesses espúrios, nada humanitários, nada científicos, acobertados por algumas destas instituições que operam em nossa Amazônia".
Controlar atividades de estrangeiros na Amazônia é preciso, em conjunto com o SIVAM e CIPAM que parecem em melhores condições de vigiar e proteger a biodiversidade na Amazônia.