Palavras finais do Presidente da Academia, Cel CLAUDIO MOREIRA BENTO , em 2 dez de 2005 no Auditório da 9ª RM , em seção da AHIMTB, de inauguração da Delegacia Gen Bda Med. JOÃO SEVERIANO DA FONSECA e posse como Acadêmico do Procurador de Justiça Dr CARLOS EDUARDO CONTAR , na cadeira General RAUL SILVEIRA DE MELLO

Hoje, decorridos quase 10 anos de fundada em Resende, A Cidade dos Cadetes, a Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB) realizou mais uma sessão em Campo Grande , agora no auditório da 9 ª Região Militar

Sessão memorável em que AHIMTB instalou em Campo Grande a Delegacia Gen Bda Médico João Severiano da Fonseca , o patrono do Serviço de Saúde do nosso Exército e historiador brasileiro, bem como empossou como Delegado de Honra o Exmo Sr Gen Ex Luiz Cesário Silveira Filho, o comandante do Comando Militar do Oeste e, como seu Delegado titular efetivo o acadêmico e Procurador de Justiça e destacado e dinâmico historiador sul mato grossense, o Procurador de Justiça Dr Carlos Eduardo Contar e diplomou, como sua Colaboradora Emérita, a 9ª Região Militar e empossou como seu acadêmico o citado Dr Carlos Eduardo Contar , na cadeira General Raul Silveira de Mello , o historiador do Forte de Coimbra, sendo recebido em nome do Colégio Acadêmico da AHIMTB, pelo acadêmico Gen Bda Med Alberto Martins da Silva , o biógrafo do patrono da Delegacia da AHIMTB em Mato Grosso do Sul, o General João Severiano da Fonseca , por ele sintetizado no inicio desta seção e personagem com expressiva expressão cultural e familiar em Mato Grosso do Sul

Em quase 10 anos nossa Academia difundiu um conjunto precioso de conhecimentos em todo o Exército, em especial em sua rede de ensino na forma de artigos e em especial de livros por ela publicados e ,distribuídos gratuitamente em suas escolas com o objetivo de reforçar no seu público alvo a consciência da identidade e perspectiva históricas nacionais, procurando demostrar a validade desta sentença:

Construir é fazer História. Só resiste ao tempo a construção que tenha substância e valor. Mais do que apenas construir com cimento, ferro e blocos , é preciso construir com alma, para que o tempo se encarregue de confirmar a obra, para que ela supere o tempo .

E hoje nossa Academia tem a consciência de haver avançado muito o que o comprovam seus arquivos os trabalhos de seus membros espalhados por todo o Brasil, e a divulgação de seus trabalhos em seu site ,hoje com mais de 40.000 visitas , em sua Revista Eletrônica de História Militar Terrestre, no site Militar e em Resende ,em Caserna ,no Portal Agulhas Negras dirigido para os cadetes de nossa AMAN.

Acervo onde se destacam a documentação de posses; coleção de seu Informativo O Guararapes; valioso arquivo biográfico; a História do Exército na Região Sul, já com 9 volumes editados e 2 encaminhados e, os compêndios de Lutas Internas e Externas para a ECEME e mais o de História Militar Terrestre da Amazônia já editado

E grande parte de seu acervo em CDs E, mais trabalhos recentemente lançados Caxias e a Unidade Nacional, A Batalha do Passo do Rosário, As Batalhas dos Guararapes, a Participação das Forças Armadas e da Marinha Mercante do Brasil na 2a Guerra Mundial e Hipólito da Costa o gaúcho fundador da Imprensa Brasileira e todos editados pelo acadêmico Professor Flávio Camargo .

Por oportuno impõe-se as seguinte consideração:

Ser o passado comparável a uma enorme planície onde correm dois rios .Um reto e de margens bem definidas que é o rio da História. Esta fruto da razão e da análise isenta da fontes históricas autênticas ,fidedignas e integras, à luz de fundamentos de crítica escolhidos.

O outro é um rio cheio de curvas e meandros e de margens indefinidas e por vezes com perigosos alagamentos. Este. é o rio do Mito. E este fruto das paixões humanas, das fantasias , da ignorância , das manipulações, das deformações ,dos preconceitos e da injustiça etc

O Brasil assistiu a novela A Casa das sete mulheres onde foram linchados moralmente dois grandes soldados brasileiros, os generais Bento Manoel Ribeiro e David Canabarro, aos quais o Brasil muito esta a dever a preservação de sua Integridade, Soberania e Unidade no Rio Grande do Sul .

Foram manipuladas as imagens destes dois heróis que abordamos em O Exército farrapo e seus chefes, editado em 1992 pala Biblioteca do Exército. Livro onde estudamos o General Farroupilha Bento Gonçalves da Silva e coronel de Estado –Maior do Exército.

A História Militar Terrestre do Brasil , tem sido tradicionalmente no mundo ,uma atividade nobre para soldados inativos e uma maneira de continuarem a contribuir para o progresso da instituição com a experiência que adquiriram . E neste objetivo vem se aplicando a nossa Academia num toque de reunir soldados inativos e ativos e civis interessados em delegacias espalhadas pelo Brasil.

Dentre os objetivos que a Academia persegue registre-se o de resgatar, preservar e divulgar as obras de historiadores militares e civis terrestres e com elas, expressivamente, a História Militar Terrestre do Brasil, indiscutivelmente o Laboratório da Tática , da Logística e da Estratégia terrestres brasileiras.

Aqui vale lembrar o Marechal Ferdinand Foch que saiu da cadeira de História Militar da Escola Superior de Guerra para comandar a vitória aliada na 1a Guerra Mundial e sob cujo comando lutaram 24 oficiais de nosso Exército e inclusive o então Ten de Cavalaria José Pessoa, patrono da Delegacia de Brasília e futuro idealizador da AMAN, o qual como seu comandante, dinamizou o ensino de História Militar e introduziu o de Geografia Militar, como a Geografia do Soldado, a serviço do maior esclarecimento nos mais diversos escalões do fator da decisão militar - 0 TERRENO .Falou o marechal Foch:

"Para alimentar o cérebro (entenda-se Comando ) de um Exército na paz, para melhor prepará-lo para a indesejável eventualidade de uma guerra ,não existe livro mais fecundo em lições e meditações do que o livro História Militar.

Nossa Academia tenta despertar vocações adormecidas de historiadores militares terrestres brasileiros, categoria que se acha em fase de extinção, por razões várias ,e em especial por invasões indébitas de sua função social pela avalanche suicida de silenciadores e deformadores da História Militar do Povo Brasileiro com os mais variados e até inconfessáveis fins.

O que é lamentável , pois a História que possui o poder de solidificar o patriotismo, o civismo , a auto estima de um povo e a identidade e perspectiva históricas do mesmo, vem sendo silenciada ou deformada com o apoio talvez inconsciente da Mídia, sem o direito ao contraditório um pressuposto democrático da Liberdade de Imprensa,

Cabe pois aos que nos ouvem , saber distinguir como foi assinalado a História do Mito .Deste hoje tem sido as vítimas preferidas as nossas Forças Armadas e Auxiliares de parte de agentes da Mídia em especial .

Mas as falsidades, os silêncios e deformações de nossa História continuam produzindo seus efeitos como se verdadeiras, no seio da juventude que não teve contado com as Forças Armadas. Disto resulta uma desorientação de parcela desta juventude que se entrega a prática de valores que confrontam e mesmo agridem os enumerados pela Sociedade Brasileira na Carta Magna .Fato diagnosticado por alguns analistas como falta de Religião e de História e do que decorre a falta de identidade e de perspectiva históricas. E nisto vem a Academia se aplicando em esclarecer silêncios e manipulações que distorcem e comprometem a verdadeira imagem das forças terrestres, com calúnias , deformações e manipulações que circulam com foros de pretensa História .Ou seja não se limita a AHIMTB a indignação pura e simples. Parte para o debate defendendo a sua verdade! E o que atualmente vem fazendo para se contrapor a calúnia potencializada contra Caxias apresentado como tendo realizado uma combinação com lideres farrapos para que simulassem a surpresa militar em Porongos para que a infantaria e os lanceiros negros farrapos fossem exterminados pelos imperiais. Fato provado inverídico pelo grande historiador riograndino Alfredo Ferreira Rodrigues, cuja obra sob o título Vultos e Fatos da Revolução Farroupilha, organizado pelo senador Paulo Brossard no centenário da Republica e publicado pelo Senado Federal .

E lá consta a inocência de Canabarro, de Caxias , de Antônio Netto, de Vicente da Fontoura e outros farrapos que " Magarefes da honra alheia " como diria Rui Barbosa, tentam mais este ano em Porongos com apoio da Mídia , sem o direito ao contraditório, comprometer usando documento forgicado. Mas a injustiça se oficializa pelo Ministério da Cultura a se concluir deste comunicado do Instituto de Arquitetos do Brasil seção de Porto Alegre

" Lanceiros Negros: lançamento do concurso de arquitetura para o Monumento em Porto Alegre e para o Memorial em Porongos :: O IAB-RS e a Fundação Palmares - Ministério da Cultura - estão lançando nesta segunda-feira, 14 de novembro, o Lanceiros Negros - Concurso Público Nacional de Arquitetura para o Monumento em Porto Alegre e para o Memorial em Porongos, no interior do município de Pinheiro Machado- RS. Porongos é um dos sítios históricos mais antigos do Estado; foi palco, no final da Revolução Farroupilha, do genocídio dos guerreiros negros que lutaram pela liberdade prometida, mas na madrugada de 14 de novembro de 1844 foram barbaramente massacrados. O concurso tem por objetivo selecionar a melhor proposta para o Monumento aos Lanceiros Negros, na paisagem urbana do Parque Farroupilha em Porto Alegre, e para o Memorial a ser erigido em homenagem a estes guerreiros nos campos de Porongos. A proposta deverá ser apresentada em nível de anteprojeto, contendo as informações gerais e específicas que permitam a compreensão completa. O Edital será divulgado no site do IAB-RS a partir de 21 de novembro. +info>> www.iab-rs.org.br."

Nossa visão e ao contrario .O sacrifício dos Lanceiros Negros salvou a causa farroupilha e contribuiu para uma paz honrosa .Mas preferiram o baixo astral,ao invés da classificação dos valorosos soldados negros do Rio Grande do Sul como os " Suiços da América " conforme abordamos em nosso livro . O Negro na Sociedade do Rio Grande do Sul , prefaciado pelo Dr Carlos Santos a maior glória afro descendente gaúcha.

Imaginem o historiador roubando e assumindo as funções sociais do arquiteto que edifícios bem projetados seria licito de se esperar ?. O então um compositor musical roubasse e assumisse as funções sociais do historiador , que interpretação histórica teríamos .Temos tentado publicar o contraditório a esta falsa tese do massacre de Porongos através do Correio do Povo, Zero Hora , mas sem a mínima chance, consagrando-se assim a falsa impressão no povo gaúcho de quem cala consente. E no caso o jornalista invadindo e ignorando a função social do históriador

Ainda bem que pessoas inteligentes que decidem sabem analisar e apreciar os dois lados não acreditam nesta manipulação da nossa História . História é verdade e justiça.

Na peça de Júlio Cezar de Shakespeare ,Marco Antônio diz a certa altura a Brutus :"As boas obras que os homens praticam são sepultadas com os seus ossos. No entanto só o mal sobrevive ."

Outro papel da Academia tem sido o desenterrar junto dos ossos as obras dos historiadores militares terrestres brasileiros, civis e militares e com elas, por via de conseqüência, o valioso patrimônio cultural militar terrestre brasileiro, riquíssimo em valores morais, culturais e históricos do Exército acumulado em quase 5 séculos de lutas e vigílias por várias gerações de militares de terra ,os quais foram, em grande parte, responsáveis pelo delineamento, exploração, conquista , segurança e manutenção de um Brasil Continente que cabe as atuais e futuras gerações preservar e defender. E às gerações do 3 o Milênio caberão responder aos graves desafios reservados à soberania do Brasil na sua Amazônia, E nesta defesa a Academia se engajou ao preparar edição no ano passado a pedido da escola de Comando e Estado- Maior do Exército da obra Amazônia Brasileira - A conquista, consolidação e manutenção –História Militar Terrestre da Amazônia 1616-2003.

E especial atenção tem dado a Academia ao resgate e culto das memórias de soldados terrestres que no curso do processo histórico brasileiro deram suas vidas em holocausto a pátria brasileira, os quais, segundo Péricles, que viveu em Atenas, cujo século V antes de Cristo levou o seu nome, por haver se constituído no apogeu da civilização grega e, com ela, a da Democracia que ele ajudou a construir como chefe de Estado e estratego por 14 anos :

" Aquele que morre por sua pátria ,serve-a mais em um só dia que os outros em toda a vida ."

Foi uma renovada emoção passar algumas preciosas horas em Campo Grande , capital de Mato Grosso do Sul , estado possuidor de rica História Militar Terrestre , como o Rio Grande do Sul , berço do General Raul Silveira de Mello , o grande historiador militar de Mato Grosso do Sul

Agradecemos a presença de todos que prestigiaram esta seção solene de confraternização de militares e civis e de historiadores civis e militares da Guarnição de Campo Grande ..

. Renovando os agradecimentos a todos e em especial ao Exmo Gen Div

Sérgio Retumba Carneiro Monteiro, comandante da 9ª Região Milita pelo apoio dado

a nosso Delegado em Campo Grande , acadêmico Dr Carlos Eduardo Contar .

E por oportuno convoco meus companheiros de AHIMTB em Campo Grande Alegre que unidos sob a orientação de nosso Delegado em campo Grande e estímulo de nosso Delegado de Honra , o General Cesário entreguemos esta "Mensagem a Garcia" e saiamos vencedores deste sonho de levar a vitória a Delegacia General Severiano e em acordo como nesta definição de um psicólogo vivido.

" Vencedor é aquele que não tem medo do fracasso e que possui bastante coragem de colocar o seu sonho como projeto e por ele se apaixonar e correr atras de seu sonho, com determinação e garra .E um dia ao concretizar este seu sonho,. passar a lutar por outro sonho e enfrentar o desafio de mais um sonho. .E assim passa a vida feliz por apaixonado por seu sonhos . Este seguramente ira concretizar seus sonhos. "

E assim dará esta Delegacia preciosa colaboração a conquista do Objetivo atual n} 1 do Exército definido pelo Ministro General Zenildo de Lucena, revigorado PELO COMANDANTE DO Exército e nosso acadêmico General de Exército Gleuber Vieira e pelo atual Gen Exército Francisco de Albuquerque , ao receber a Medalha do Mérito Histórico Militar Terrestre de nossa Academia no Grau de Comendador

 

Em tributo a Disciplina e a Hierarquia ,suportes do ordenamento jurídico brasileiro, convido o Presidente de Honra da presente sessão, Exmo Sr Gen Ex Luis Cesário da Silveira Filho a encerrar presente sessão e fazer as considerações que julgar oportunas.

Cel Cláudio Moreira Bento

Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil

Campo Grande 2 de dezembro de 20005