OS PATRONOS NO EXÉRCITO
O Patrono do
Exército |
O Marechal-de-Exército
Luiz Alves de Lima e Silva e Duque de Caxias, foi
consagrado, de direito, por Dec. 51929 de 13 mar 1962, como o Patrono do Exército
Brasileiro, onde ele se forjou e de cujo seio emergiu no cenário nacional, como um dos
maiores brasileiros de todos os tempos.
Caxias prestou à Pátria mais de 60 anos de
excepcionais e relevantes serviços, como político e administrador de contingência e
inegualados, como soldado de vocação e tradição a serviço da Unidade, da Paz Social,
da Integridade e da Soberania brasileiras.
Ainda em vida e até nossos dias, o povo, a
imprensa, chefes, escritores, pensadores e historiadores têm procurado defini-lo entre
outros com os seguintes títulos: "Filho querido da vitória; Pacificador; General
invicto; Condestável, escora e espada do Império; A maior espada do Brasil; o Wellington
Brasileiro; Duque de Ferro e da Vitória; o Escravo da Pátria; Nume ou Espírito Tutelar;
Símbolo da Nacionalidade e, Maior Soldado do Brasil". |
Por
sua monumental obra pacificadora de quatro lutas internas e, modelares manobras de flanco
de Humaitá e Piquiciri na guerra Tríplice Aliança contra o Paraguai 1865-70, figura,
sem favor nenhum, na galeria dos maiores capitães da História Militar Mundial.
Sua escolha como patrono deveu-se ao fato de
haver vencido todas as seis campanhas que participou das quais, as campanhas internas
pacificadoras da Balaiada, no Maranhão em 1841; de São Paulo e Minas Gerais, em 1842 e a
Revolução Farroupilha de 1842-45 e, as externas das guerras contra Oribe e Rosas 1851-52
e da Tríplice Aliança contra o Paraguai de 1866-69, além de haver dirigido o Exército,
de forma fecunda e marcante, como Ministro da Guerra, por três períodos 1855-58; 1861-62
e 1875-78, dos quais os dois últimos como Chefe de Estado, na qualidade de Presidente do
Conselho de Ministros do Império.
Caxias possuía muito orgulho nativista de ser
veterano condecorado da guerra da Independência na Bahia. Sonhava com uma Doutrina
Militar genuína para o Exército Brasileiro. Sonho manifestado ao adaptar a Doutrina do
Exército de Portugal ao nosso, em 1861, com apoio na experiência que havia colhido em 5
campanhas que até então havia vencido. Doutrina com a qual o Exército Brasileiro lutou
e venceu no Paraguai.
Como Ministro da Guerra suas grandes
realizações foram as construções da Escola Militar da Praia Vermelha e a do Quartel
Central do Exército no Campo de Santana.
Como cidadão brasileiro seu ponto culminante foi
pacificar a família brasileira, em Ponche Verde, em 1º mar 1845, o que não só pois fim
à Revolução Farroupilha, como ao ciclo de lutas fratricidas que duraram quase 14 anos e
iniciadas com sérios desencontros da Sociedade Brasileira, após a Abdicação de D.
Pedro I.
Como líder de batalha seu grande efeito
estratégico foi a manobra de Flanco de Piquiciri, através do Chaco, onde correu um risco
calculado, ao sacrificar o princípio de guerra da Segurança, em benefício do princípio
da Surpresa, a qual obteve em nível estratégico, ao desembarcar na retaguarda profunda
do exército adversário, em Santo Antônio, abreviando, em muito, a duração do conflito
e com isto poupando recursos de toda a ordem.
Como líder de combate seu grande momento foi em
Itororó quando ao perceber que o Exército poderia ali ser detido, desembainhou a sua já
invencível espada de 5 campanhas, brandiu-a ao vento, voltou-se decidido e convincente
para o Exército detido e comandou com energia:
"Sigam-me os que foram brasileiros!"
Ato contínuo lançou-se sobre a ponte com o seu
cavalo de guerra, indiferente ao perigo, arrastando eletrizado todo o Exército atrás de
si, para, em seguida, colher expressiva vitória.
Caxias nasceu em 25 ago 1803 na Fazenda
Taguaruçu, em Caxias-RJ, local hoje transformado em Parque Histórico Duque de Caxias.
Faleceu em 07 mar 1870, na Fazenda de Santa
Mônica, em Valença, restaurada pelo Exército e que hoje se constitui em dependência do
Museu Histórico do Exército.
Segundo sua vontade, seu corpo foi transportado
ao cemitério por soldados de bom comportamento, onde falou em nome do Exército o Major
de Engenheiros Alfredo de Taunay, que assim procurou definir o grande morto:
"Só a maior concisão unida a maior
singeleza é que poderá contar seus feitos. Não há pompas de linguagem, não há
arroubos de eloqüências capazes de fazer maior sua individualidade, cujo principal
atributo foi a sua simplicidade na grandeza."
O historiador Capistrano de Abreu escreveu
então: "Caxias dispensou as honras militares. Fez bem !
As armas que ele tantas vezes conduziu à
vitória, teriam vergonha talvez de não terem podido libertá-lo da morte."
Os restos mortais de Caxias e de sua esposa
encontram-se no Panteon defronte ao Palácio Duque de Caxias e sua invicta espada de 6
campanhas, da qual os espadins dos cadetes do Exército são cópia fiel em escala,
pertence ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro do qual foi sócio.
Caxias sublimou as Virtudes Militares de Bravura,
Coragem, Abnegação, Honra Militar, Devotamento e Solidariedade.
Em se tratando de um trabalho sobre vultos das
Forças Armadas, não se pode esquecer o pioneirismo de Caxias em nossa Aeronáutica, ao
mandar vir dos EUA balões cativos para proceder reconhecimentos das posições inimigas
que se antepunham ao seu avanço de Tuiuti, até a Fortaleza de Humaitá, reconhecimentos
aéreos eficazes que contribuíram para a conquista daquela poderosa fortaleza, objetivo
militar aliado, em função de uma manobra de duplo envolvimento realizada pela Marinha,
pelo Rio Paraguai e pelo Exército, por terra.
O altar portátil usado por Caxias para assistir
missas em campanha, como católico de fé robusta que era, encontra-se no Mosteiro de
Santo Antônio, no Largo de Carioca.
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PATRONOS
DAS ARMAS BASE DO EXÉRCITO
O Patrono da Infantaria |
O brigadeiro Antônio de Sampaio
foi consagrado, em Dec. 51429 de 13 mar 1962, patrono da Arma de Infantaria, em cujo seio
se forjou e se forjou e se destacou sobremodo como bravo e modelar líder de combate,
instrutor e disciplinador da Infantaria, a frente da qual, representada pela sua 3ª
Divisão de Infantaria a Divisão Encouraçada, teve seu glorioso encontro com a
glória militar em 14 mai 1866, na Batalha de Tuití, onde se constituiu em fator decisivo
para a vitória, em que pese os três ferimentos recebidos que determinaram sua morte, em
6 jul 1866, a bordo do vapor "Eponina" e o fato de quatro cavalos que montava
durante a resistência, a todo o custo que liderava, terem tombado por perfurações de
balas e baionetas inimigas e mais o de sua heróica Divisão haver concorrido com 33% das
baixas brasileiras neste dia, por haver se constituído em ponto chave da defesa.
Sampaio chegou ao Rio Grande do Sul ao final da
Revolução Farroupilha, onde, no comando de uma companhia de Infantaria, estacionou quase
5 anos em Canguçu, como instrumento de consolidação da Paz de Ponche Verde e próximo
de Piratini e Caçapava, antigas capitais da República Rio-Grandense (1836-45).
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A seguir Sampaio empenhou-se a fundo no comando sucessivo de
batalhões e brigadas de Infantaria. Em pouco transformou-se num consumado condutor de
homens, conhecedor profundo do terreno e mestre em adestrar e empregar a Infantaria.
Combateu na guerra contra Oribe e Rosas (1851-52) quando participou da Batalha de Monte
Caseros, como integrante da Divisão Brasileira.
Comandou um Batalhão de Divisão de Observação
que penetrou em Montevidéu em 7 mai 1859, a pedido do Presidente oriental Venâncio
Flores. Na guerra contra Aguirre teve atuação destacada a frente de uma Divisão, na
conquista de Paissandú o que lhe valeu sua promoção a brigadeiro.
Durante a guerra da Tríplice Aliança contra o
Paraguai (1865-70), que fez como oficial general, teve atuação destacada até Tuití.
Sobre o seu conceito e o de sua tropa escreveu em
Reminiscências da campanha do Paraguai, Dionízio Cerqueira o maior
cronista deste conflito e que foi integrante da Divisão Encouraçada e subordinado de
Sampaio:
"A idéia de eu passar para a Infantaria
não me abandonava. Esta arma exercia sobre mim indizível fascinação. Quando passava um
daqueles belos batalhões da Divisão Sampaio, a Encouraçada, de bandeira desfraldada, os
pelotões alinhados, guardando bem as distâncias, marchando airosos e elegantes, ao som
alegre de um dobrado vibrante, não me podia conter, e punha-me a marcar passo..."
E mais adiante. "Fui apresentar-me ao
general Sampaio. O ilustre general, glória do Exército pelo valor e amor a disciplina,
estava uniformizado, debaixo de uma ramada, lendo uma história de Napoleão, seu capitão
predileto. Quando me viu, fechou o livro, marcando-o com o indicador da mão
esquerda".
Sampaio era cearense de Tamboril, onde nasceu em
24 mai 1810. Morto heroicamente aos 56 anos, após sublimar as Virtudes Militares de
Coragem, Bravura, Honra Militar e Desprendimento.
Vive ainda na memória do Brasil, na alma do
Exército e sobre tudo nas melhores tradições da Infantaria Brasileira que ele ajudou a
forjar. Seus restos mortais repousam em mausoléu no Cemitério São João Batista, em
Fortaleza-CE. |
O Patrono da
Cavalaria |
O Marechal-de-Exército Manoel Luiz Osório
e Marquês de Herval, ou simplesmente o general Osório, como
foi chamado em seu tempo, foi consagrado, em Dec. 51.429 de 13 mar 1962, patrono da Arma
de Cavalaria, em cujo seio se forjou e despontou como líder de combate, mais bravo,
audaz, querido e carismático do Exército, ao ponto de ter sido o único a concorrer com
o Duque de Caxias à consagração como Patrono do Exército.
Osório foi o comandante aliado na vitoriosa batalha
de Tuiuti, em 24 mar 1866, a maior batalha campal da América do Sul, na qual, anulou a
capacidade e ofensiva tática adversária, ao conduzir, pessoalmente, modelar defesa em
posição. Foi tamanho o brilho de sua arte militar nesta batalha que um dos seus
biógrafos assim à definiu "Tuiuti é Osório é Tuiuti".
Osório teve especial destaque na guerra Cisplatina
(1825-28) quando, como alferes, conseguiu espetacular e audazmente romper o cerco inimigo
no combate de Sarandí. Seu comandante general Bento Manoel, admirado pelo feito do
alferes Osório setenciou: Hei de legar-lhe, Alferes, a minha lança porque a levará mais
longe, do que a levei. E esta profecia seria cumprida! |
Na guerra contra Oribe e Rosas (1851-52) a frente
do 2º Regimento de Cavalaria Ligeira, Osório desempenhou importante papel na vitória
aliada de Monte Caseros, o que lhe valeu promoção a coronel, por merecimento.
Na guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai
(1865-1870) coube-lhe comandar o Exército Brasileiro em operações contra o Paraguai,
desde o Uruguai até a batalha de Tuiuti, destacando-se no comando da invasão ao
Paraguai, em Passo da Pátria, quando preferiu celebrar palavras em Ordem do Dia, em 17
abr 1866: "É fácil a missão de comandar homens livres, basta mostra-lhes o caminho
do dever." Ele foi o primeiro a pisar do outro lado, em solo inimigo.
Osório destacou-se como líder de combate em
Avaí, onde foi ferido no rosto. Prestou nesta guerra excepcionais serviços a Integridade
e Soberania no Brasil, sobrepujando doenças e ferimentos.
Dele e de sua singular liderança poderia afirmar
com apoio em Moro Mariante: Osório nome que foi legenda e que é glória. Foi estrela
guia em negros horizontes no caminho da luta e da vitória. Formou-se na Academia Militar
das Coxilhas, na Fronteira do Vai-e-Vem, entre pará tatás de centauros, pontaços de
lanças, quadrados de Infantaria, troar de canhões e cargas de Cavalaria, na belicosa
coreografia da Arte Militar dos Pampas.
Osório nasceu em Conceição do Arroio, atual
Osório-RS, em 10 mar 1808, em local transformado em Parque Histórico com o seu nome.
Faleceu no Rio de Janeiro, como Ministro da Guerra, em 4 out 1879, aos 71 anos. Seu corpo
embalsamado repousava na Praça 15 no Rio de Janeiro. Hoje está em Tramandai, no Parque
Osório.
Osório sublimou as Virtudes Militares de
Coragem, Bravura, Desprendimento, Honra Militar e Camaradagem. Foi militar
excepcionalmente vocacionado, cidadão exemplar, chefe e líder amado, camarada invulgar e
modelo de soldado brasileiro. Glória lhe seja pois, "ou a mais preciosa recompensa
dos bravos", no seu conceito. |
PATRONOS DAS ARMAS DE
APOIO
O Patrono da Artilharia
A Arma do Apoio
de Fogo |
O Marechal-do-Exército Emílio
Luiz Mallet e Barão do Itapevi foi consagrado, por
Dec. 51424 de 13 mar 1962, patrono da Arma de Artilharia, em cujo seio se forjou e se
firmou com o honroso título de Artilheiro Símbolo do Brasil.
Mallet teve como ponto culminante e mais glorioso
de sua carreira a frente do 1º Regimento de Artilharia a Cavalo, o atual Regimento
Mallet, na batalha de Tuiuti de 24 mai 1866. Ali com seu regimento na vanguarda e em
posição atrás de um fosso escavado com auxílio inclusive do Batalhão de Engenheiros e
manobrando com rara habilidade e competência sua "Artilharia-Revólver",
cumpriu sua determinação assim expressa no calor da luta: "Por aqui eles não
passam". Foi o primeiro a suportar e a repelir as massas inimigas que a todo o custo
pretendiam romper a posição aliada o que lhe valeu promoção a coronel por bravura.
E assim narrou com simplicidade este seu heróico
feito:
"Este Regimento com 24 bocas de fogo,
colocado na vanguarda sobre o centro do Exército, sustentou triunfalmente e repeliu todas
as colunas do inimigo... Em poucas horas foi varrida a frente do Exército e o grande
número de homens e cavalos mortos atestam a eficácia de seus fogos." Isto foi na
guerra do Paraguai, que ele fez de fio a pavio, em companhia de seus três filhos, e na
qual, segundo Osório, "nenhum oficial do Exército prestou mais assinalados
serviços, do que o valente comandante da nossa Artilharia". |
Como tenente, no comando de duas peças de
Artilharia, Mallet teve atuação marcante na batalha de Passo do Rosário de 20 fev 1827.
Na guerra contra Oribe e Rosas (1851-52), como capitão, fez toda a campanha contra Oribe
no comando do 1º Regimento, então tracionado por bois. Data de então a tradição da
unidade chamar-se "Boi-de-botas", em razão dos bois, de tanto atravessarem
lodaçais, no inverno, darem a impressão de estarem calçando botas.
Mallet nasceu em Dumquerque França, em 10
jun 1801 e faleceu no Rio de Janeiro em 2 jan 1866, depois de 68 anos de devotamento à
construção de sua nova pátria , na paz e na guerra. Seus restos mortais repousam no
São Francisco Xavier Cajú, jazigo perpétuo 4751.
Mallet sublimou as Virtudes Militares de Bravura,
Coragem, Devotamento e Abnegação, como oficial do Exército, em todas as guerras
externas do Império do Brasil: guerra da Cisplatina (1825-28); guerra contra Oribe e
Rosas (1851-52); guerra contra Aguirre (1864) e guerra da Tríplice Aliança contra o
Paraguai (1865-70).
Amargou a injustiça de demissão indevida do
Exército, pela Assembléia Geral, no posto de capitão, em 1831, por ser estrangeiro,
embora tivesse sido 1º cadete, privilégio de brasileiros, cursado a Academia Militar,
lutado pela Independência do Brasil e se consagrado herói, em Passo do Rosário. Mas em
1831 lhe exigiram como condição de permanência um ferimento em ação. Por não
possuí-lo, a injustiça se consumou.
Foi reintegrado 20 anos mais tarde, em função
de requerimento que recebeu despacho favorável do Conselho Superior Militar, em 20 set
1851. |
O Patrono da
Engenharia
A Arma do Apoio
ao Movimento |
O tenente coronel de
Engenheiros João Carlos de Vilagran Cabrita, foi consagrado por Dec.
51.429 de 13 mar 1962, patrono da Arma de Engenharia a arma de apoio ao Movimento,
criada no Brasil em 1910, por desligamento da Arma de Artilharia que até então
integrava.
Vilagran Cabrita teve seu encontro glorioso com a
História, em 10 abril 1866, ao liderar o vitorioso combate de consolidação da conquista
da Ilha de Redenção, no Rio Paraná, defronte do forte inimigo de Itapirú. Operação
militar que se constituiu em importante e bem sucedida ação diversionária, para
permitir o desembarque aliado em Passo da Pátria, 6 dias após, o que caracterizou a
invasão do Paraguai no curso de guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1865-70).
Vilagran Cabrita, então comandante do glorioso
Batalhão de Engenheiros, que apoiava o 1º Corpo de Exército, ao comando de Osório, foi
selecionado dentre muitos para na liderança de 900 homens de Engenharia, Infantaria e
Artilharia, conquistar, fortificar e manter a todo o custo a ilha, com apoio inclusive da
Marinha.
|
Cumpriu exemplarmente a missão recebida, com o sacrifício da própria vida.
Pois, morreu quando redigia a parte da Vitória, atingindo por mortal estilhaço de um
obus disparado do forte Itapirú.
O seu belo exemplo de coragem e
valor militar e mais o seu sacrifício supremo comoveram todo o Exército Brasileiro em
operações.
E desde então seu nome e exemplo viraram
legenda.
Até então Vilagran tivera uma vida normal como
a grande maioria dos oficiais do Exército Imperial. Era zeloso do seu preparo
profissional e moral. Estava preparado profissionalmente e moralmente para o seu grande
encontro na Ilha da Redenção, com a História do Brasil.
Vilagran era brasileiro, nascido na então
Província Cisplatina do Brasil, atual Uruguai, em 30 dez
1820.
Ignora-se o destino de seus restos mortais. |
O Patrono das
Comunicações A Arma do Comando |
O Marechal Cândido Mariano
Rondon, o maior desbravador, civilizador, sertanista, bandeirante e inspetor
militar de fronteiras mundiais, em terras e selvas tropicais, foi consagrado por Dec.
51.560 de 26 abr 1962, patrono da Arma de Comunicações, por haver chefiado a
implantação no Brasil de 8.000 Km de linhas telegráficas, fatores de Integração,
Unidade e Desenvolvimento, além de essenciais, por quase 40 anos, ao exercício da
Soberania Brasileira sobre imensa faixa de fronteira e sobre os grandes vazios
demográficos a ela adjacentes, na Amazônica e no Centro Oeste.
Linhas telegráficas fatores
de Paz Social por levarem em sua vanguarda Rondo O Pai Branco, de nossa população
indígena, por ele redimida, valorizada,, protegida de massacres e explorações e
compreendida e amada fiel a seu lema "Matar, nunca. Morrer se preciso
for."
Rondon como soldado comandou Forças em
Operações contra revolucionários em 1824, no Paraná. Perguntado ao general Gamelin,
chefe da Missão Militar Francesa, em caso de guerra qual general seu ex-aluno que
indicaria para comandar o Exército respondeu, o general Rondon.
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Rondon soube bem conciliar a sua filosofia positivista a Religião da
Humanidade, ao impor-se ao mundo por sua obra em favor do índio, com a sua profissão de
soldado.
Ele foi o instrumento do Ministro
Calógeras para semear modernos quartéis pelo Brasil que há mais de 76 anos prestam
valiosos serviços. Rondon nasceu em Mimoso, próximo a Cuiabá, em 5 mai 1865 e faleceu
no Rio de Janeiro em 15 jan 1958, após haver recebido do povo brasileiro, através de seu
Congresso, o posto de Marechal e ter sido dado seu nome ao território de Rondônia. Foi
fidelíssimo o seu pensamento: "Mais importante que a vida é o espírito com qual a
vivemos." |
PATRONOS DA
INTENDÊNCIA E DO MATERIAL BÉLICO
O Patrono do
Serviço de Intendência |
O Marechal graduado Carlos
Machado Bittencourt foi consagrado patrono do Serviço de Intendência, por
Decreto-Lei nº 2442 de 5 Abr 1940, confirmado por Dec. 51.426 de 13 Mar 1962, por haver
demonstrado, como Ministro da Guerra, na Expedição a Canudos, em 1897, nos sertões da
Bahia a necessidade da existência de um serviço de Intendência estruturado, equipado e
adestrado, para garantir o apoio logístico as tropas que lá combatiam e, assim, o
sucesso operacional. Machado Bittencourt ao analisar as derrotas das três expedições
anteriores a Canudos, concluiu que concorreu para isto a falta adequada de apoio
logístico o que acarretou até a fome entre nossos soldados.
Foi então pessoalmente a Bahia e, segundo Olynto
Pillar, em "07 set 1887, o Ministro da Guerra chegava a Monte Santo, levando cerca de
3000 homens e copiosa munição de boca e guerra (Classe I e V), transportada por cerca de
1000 muares, veículo eficaz para o sertão.
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Imprimindo um cunho pessoal, suas providências foram tais que a
partir daí os comboios seguiam para Canudos assegurando um mínimo de suprimentos aos
combatentes".
Segundo o autor citado "Fora,
sem dúvida, a fome, o agente desmoralizante de desordem, de indisciplina, e de
extermínio de nossos soldados, fator único da vergonhosa derrota das três expedições
anteriores a Canudos". Ou, falta de Apoio Logístico, que tantas e tantas vezes tem
se repetido ao longo da História Militar Mundial.
Em Canudos, o Apoio Logístico foi decisivo para
a vitória da 4ª Expedição e para a derrota das anteriores e Euclides da Cunha, em Os
Sertões imortalizou a ação de Machado Bittencourt.
Machado Bittencourt trazia mais de 2 anos de
experiência de apoio logístico da guerra do Paraguai, como deputado do Quartel Mestre
General, junto a 7ª Bda Inf e auxiliar do deputado do Quartel Mestre da 3º DI
A Divisão Encouraçada",, ambas ao comando de seu heróico pai, o Cel Jacinto
Machado Bittencourt que substituiu Sampaio depois de Tuiti no comando da Divisão.
O Quartel Mestre era o responsável pelo apoio
logístico do Exército. E, em cada grande Unidade, em campanha, ele se fazia representar
pelo deputado do Quartel Mestre General, e pelo auxiliar deste. Era da responsabilidade do
Quartel Mestre General entre outras as seguintes missões: Aquisição, depósito,
arrecadação, conservação e movimentação de material; pelos transportes de pessoal e
material: pelos suprimentos em geral, pelos armamentos e equipamentos etc.
O Quartel Mestre General daria origem a criação
da Repartição de Intendência Geral, em 15 jan 1859, raíz do atual Serviço de
Intendência.
Machado Bittencourt nasceu em Porto Alegre em 12
abr 1840, durante o 3º e último sítio farrapo que durou de 15 jun 1838 - 8 dez 1840.
Era neto e filho de heróicos soldados que morreram em campanha. Participou bravamente da
guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1866-70) sendo ferido em ação e
promovido a capitão, por bravura e, por merecimento, nas promoções de oficial superior.
Tombou ferido de morte em 5 nov 1887, ao interpor-se entre o Presidente Prudente de Morais
e o seu agressor O anspeçada Marcelino Bispo. Atingido por quatro punhaladas do
agressor, morreu no local, hoje balizado por monumento na Praça Marechal Âncora defronte
o atual Museu Histórico Nacional. Seu enterro foi concorridíssimo.
Machado Bittencourt herói de guerra e mártir do dever, sublimou
as Virtudes Militares de Bravura e Coragem e elevou bem alto a atividade de Apoio
Logístico Militar no Brasil. Ele deu início a Reforma Militar no Exército (1897-45) que
elevou os padrões operacionais do Exército, de Canudos aos da FEB. |
O Patrono do Quadro de
Material Bélico |
O Tenente-general Carlos
Antônio Napion, talentoso e renomado químico, metalurgista e mineralogista e
autor de livros sobre estes assuntos é considerado o primeiro comandante da Academia Real
Militar instalada pelo Príncipe Regente D. João em 1810, na qualidade de seu Presidente
de Junta Militar Diretora, foi consagrado, por Dec. de 12 ago 1966, patrono do Quadro de
Material Bélico.
Isto em razão de haver, de 1808-14, implantado e
implementado, entre nós, a infra-estrutura militar de Material Bélico, essencial
sustentação militar da Soberania, Integridade, Unidade e Independência brasileiras,
colocadas sob séries ameaças nos primeiros passos do Brasil, como nação independente.
Infra-estrutura igualmente de grande projeção no Desenvolvimento do Brasil.
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Como Inspetor Geral da Real Junta da Fazenda dos Arsenais, Fábricas e
Fundições, criou a Fábrica de Pólvora no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, depois
transferida para Estrela e mais o Arsenal Rio de Janeiro e, ambas, raízes históricas de
toda a infra-estrutura de Material Bélico e com assinalados serviços prestados, em mais
de 150 anos, as armas brasileiras em seus confrontos externos e internos.
Napion foi também o Diretor de Ensino da
Academia Real Militar, montada na Casa de Trem em 1810, onde vinham funcionando desde 1792
a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho que estava, conforme seu
regulamento, formando oficiais de Infantaria, Cavalaria, Artilharia e Engenheiros,
tornando-se assim, o mais antigo estabelecimento militar acadêmico das Américas e, em
realidade, a raiz histórica da AMAN.
Coube-lhe então montar o currículo da Academia
Real em atendimento aos seguintes objetivos do Príncipe D. João:
"Assegurar a formação de oficiais para
responder às necessidade de Defesa e Segurança de meus vastos domínios, além de
oficiais engenheiros para responderem às necessidades de desenvolvimento de meu Reino e
habilitados a dirigir assuntos relativos a "Minas e Caminhos, Portos, Canais, Pontes,
Fontes e Calçadas."
Além disto Napion foi fiscal da Fábrica de
Ferro de Ipanema, teve destacada atuação no apoio à Expedição de Caiena, em 1809 e,
na infra-estrutura de apoio, em Material Bélico, a campanha do Exército Pacificador da
Banda Oriental (1811-12) e na melhoria do poder defensivo das fortalezas que protegiam o
Rio de Janeiro.
Napion nasceu em Turim Itália, em 30 out
1756. Pertenceu as Academias de Ciências de Turim e Lisboa. Lutou contra Napoleão na
campanha 1793-95, quando foi promovido a major por atos heróicos. Foi contratado como
tenente coronel por Portugal, em 1800. Em 1807 era Diretor de Arsenal da Guerra de
Portugal. Morreu no Rio de Janeiro em 27 jun 1814, aos 58 anos, depois de 6 anos de
intenso, profícuo e estafante labor. Dizem que morreu de excesso de trabalho. E isto
sabendo que Napoleão o invasor e conquistador de seu berço natal Turim, abdicara
e estava prisioneiro na Ilha de Elba.
Até hoje se desconhece gravura ou pintura que
represente o tenente-general Napion. É possível que algo seja encontrado nas Academias
de Ciências de Turim ou Lisboa. Mesmo que nada seja encontrado, mais do que a memória de
seu semblante, vale a memória de seu gesto de devoção e de desprendimento em prol da
segurança do Brasil, para a qual sacrificou a sua saúde e deu, o melhor de sua vida a
saber, além de constituir-se em exemplo de sublimação das Virtudes Militares de
Devotamento e Desprendimento. |
PATRONOS DA SAÚDE, VETERINÁRIA E
SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
O Patrono do Serviço de
Saúde |
O Gen Bda Médico Dr. João Severiano da
Fonseca, também militar, escritor, naturalista, historiador, geógrafo,
professor e político, foi confirmado Patrono do Serviço de Saúde, ou dos médicos,
dentistas e farmacêuticos de Exército, pelo Dec. 51.425 de 15 mar 1962, pelo espírito
científico, coragem moral e senso de solidariedade revelados, de modo assinalado, como
médico militar e defensor dos direitos de seus pacientes, na paz e na guerra, ao ponto de
ser guindado, por eleição, quase unânime, no quadro de Saúde, como símbolo e padrão
do soldado de Saúde além de patrono. Segundo seu biógrafo, o historiador general Bda
Alberto Martins da Silva, o general Severiano além do perfeito desempenho da função de
médico militar durante a guerra do Paraguai, na qual lutou de fio a pavio, como o seu
irmão o Marechal Deodoro da Fonseca, se singularizou: |
"Pela
defesa intransigente e corajosa dos doentes, no sentido de assegurar-lhes remédios,
dietas, enfermagem, transporte condigno e abrigo das intempéries; pela venda de sua
coleção de moedas para compras remédios aos seus enfermos e pelo uso da flora
medicinal, em redor dos hospitais de sangue, para minorar o sofrimento de seus doentes, na
falta de medicamentos."
Neste tarefa, como tenente, corajosamente e com
firmeza atuou em prol do doente junto aos chefes mais graduados como os legendários
brigadeiro Sampaio e coronel Tibúrcio. Tomou, também, junto com outros oficiais de
saúde, posição corajosa em prol da abolição dos castigos corporais, inclusive
pranchadas de espada, remanescentes do Regulamento Disciplinar do Conde de Lippe e só
abolidos, em 1875, por Caxias, em Regulamento Disciplinar que então baixou como Ministro
da Guerra.
João Severiano atuou de forma marcante como
cirurgião e Diretor do Hospital Militar da Corte, raiz histórica do HCE. Foi Diretor de
Saúde dedicado de 1850-57, gestão marcada por grandes melhoramentos e avanços e também
pelo grande apoio dado as operações do Exército nos sertões da Bahia, na guerra de
Canudos.
João Severiano nasceu em 27 mar 1836, em
Alagoas. Era filho de Rosa da Fonseca que passou a História com a "Espartana
brasileira" ou "mãe dos 7 Macabeus", em razão de 7 de seus 8 filhos
homens haverem lutado na guerra do Paraguai, dos quais 3 morreram em ação: Hipólito
Mendes e Afonso Aurélio em Curupaiti e Eduardo Emiliano, em Itororó.
João Severiano faleceu em 7 nov 1897 no Rio de
Janeiro, já integrando diversas agremiações culturais e científicas e senhor de vasta
bibliografia onde sobressaia Viagem ao redor do Brasil e da Moléstia em Geral,
sua tese de doutoramento, em 1860.
Sobre sua visão de justiça deixou este
pensamento lapidar ao reassumir a Direção da Saúde.
"Já sabem o meu modo de servir. Na balança
dos meus julgamentos não tem peso igual o brio e o desleixo, e tão pronto sou em
reconhecer e afagar o merecimento e os bons serviços com o sou em profligar e punir a
tibieza, a diaídia e o desmazelo."
João Severiano extremou-se na prática das
Virtudes Militares de Coragem, Devotamento, Desprendimento, Solidariedade e Moralidade.
Sobre ele escreveu o Marechal Dutra: "Suas
altas virtudes e impecável conduta como médico e soldado, devem ser sempre louvadas com
orgulho patriótico, servindo de constante inspiração aos que se devotam aos zelos
humanitários e altruísticos". |
O Patrono do
Serviço de Veterinária |
O Ten Cel médico João Muniz Barreto de
Aragão, foi confirmado por Dec. 51.492 de 13 mar 1962, patrono do Serviço de
Veterinária do Exército, por haver sido idealizador da Escola de Veterinária do
Exército inaugurada em 17 jul 1914, se destacado no combate estratégico de doenças
infecciosas e parasitórias que assolavam os rebanhos nacionais e atingiam inclusive os
contigentes militares nos quartéis e haver sido o criador e primeiro dirigente, de
1911-12, do Serviço de Defesa Sanitária Animal do Ministério da Agricultura, ação com
muitos positivos reflexos no estado sanitário das cavalhadas do Exército.
Muniz de Aragão foi Diretor da Escola de
Veterinária do Exército em 1919 e Inspetor do Serviço de Veterinária.
Membro ativo da Academia Nacional de Medicina, em
30 jun 1912 propôs e a Academia encaminhou ao governo, medidas visando a melhorar as
condições dos estábulos no Rio de Janeiro, com positivos reflexos na melhor qualidade
do leite. |
Muniz de Aragão nasceu em Santo Amaro, na Bahia,
em 17 jun 1874 e faleceu no Rio de Janeiro em 16 jan 1922 com 48 anos de idade. Entre seus
trabalhos literários registre-se "A distribuição de água aos exércitos em
marchas e operações".
Hoje sabe-se de sua preocupação com a medicina
preventiva, que não pode prescindir do veterinário, seja em inspeção de alimentos,
seja, no saneamento básico, seja na produção de soros e vacinas, e seja, finalmente,
nos levantamentos epidemiológicos de campo, atividades identificadas com a obra
científica do Patrono do Serviço de Veterinária.
Muniz de Aragão, como acadêmico de Medicina,
prestou relevantes serviços nos hospitais de sangue, na guerra de Canudos.
Muniz de Aragão praticou em alto grau as
Virtudes Militares de Devotamento e Desprendimento. |
O Patrono do Serviço de
Assistência Religiosa |
O capelão Antônio
Alvares da Silva o capitão Frei Orlando, da
Ordem dos Franciscanos, foi confirmado, por Dec. 51.425 de 13 mar 1962, patrono do
Serviço de Assistência Religiosa, por sua atuação destacada na frente de combate na
FEB, "onde todos o queriam perto", conforme trechos de carta a seguir, escritas
a sua mãe e que são eloqüentes por si só:
"Desde que vim para a linha de frente, estou
sempre no Posto de Saúde Avançado, afim de atender os feridos que chegam do campo de
luta.
De fato, vivo zanzando por
toda a parte, hoje aqui e amanhã ali, dormindo ora neste, ora naquele lugar, sempre na
primeira linha".
E noutro trecho: |
"Eu não
sei onde ficar, pois todo o mundo quer a minha presença". E seguramente o seu colega
protestante com quem partilhava a barraca" e tornaram-se amigos e admiradores
recíprocos.
Frei Orlando morreu em acidente em campanha, em
20 fev 1945, aos 32 anos, as vésperas do combate de Monte Castelo, causando grande pesar
e sobretudo falta entre os combatentes da FEB.
Ele nasceu em Morada Nova município de
Abaeté - MG, em 13 fev 1913. Fez seus estudos maiores na Europa. Foi ordenado padre em 17
set 1937.
Foi um dos primeiros capelães voluntários da
FEB, tendo seguido para a Itália no 2º Escalão, como capelão do 11º RI de São João
del Rei onde é reverenciado como um dos vultos maiores da Unidade e mereceu de Gentil
Palhares meticulosa e justa biografia. Seus restos mortais estão no Monumento aos Mortos
da 2ª Guerra Mundial. O decreto que o consagrou patrono em 1969 diz a certa altura:
"Haver ele demonstrado possuir peregrinas virtudes morais e cívicas que o
recomendam, à posteridade, como modelo do verdadeiro sacerdote e capelão militar".
Frei Orlando sublimou as Virtudes Militares de
Desprendimento, Devotamento, Solidariedade e Camaradagem. |
OUTROS PATRONOS NO EXÉRCITO
O Patrono do Magistério
|
O Marechal Roberto Trompowiski Leitão de
Almeida, foi consagrado, por Dec. 1429 de 13 mar 1962, patrono do Magistério do
Exército, em razão de haver sido considerado mestre por excelência ou o mais competente
e admirado professor, em cerca de 30 anos de Magistério na Escola Militar e Colégio
Militar, que comandara posteriormente e, mais, na Escola do Estado - Maior em 1905. Sobre
ele testemunhou seu ex-aluno e destacado professor Alfredo Severo: "... Coronel
Trompowiski duplo gigante na estatura e no saber... Dotado de todos os requisitos para o
árduo mister de ensinar, o grande mestre reunia um completo domínio da difícil matéria
(Cálculo Integral), o dom de expô-la com clareza cartesiana, sulcada de rasgos de
eloqüência, em que se aliavam harmoniosamente ao mais puro vernáculo, o gesto
estatutário, que modela as formas geométricas no espaço, antes de traçá-las a giz,
com a mão certeira de um perfeito desenhista, no plano do quadro negro... Da primeira a
última aula, sua linguagem límpida era sempre a mesma, elevada e impessoal... Ninguém
como ele para saber vazar o raciocínio matemático nos moldes impecáveis da língua
castiça". |
Ele foi assistente de Rui Barbosa na Conferência
de Haia e adido militar da Inglaterra, Suécia e Itália (1905-07). Em Paris, ao procurar
o mais completo livro de Cálculo Integral indicaram-lhe o de um tenente polonês que em
realidade era o dele, um brasileiro.
Trompowiski nasceu em Florianópolis em 8 fev
1853 e faleceu no Rio, em 2 ago 1926, aos 73 anos. |
Patrono dos
Engenheiros Militares |
O coronel Ricardo Franco de Almeida Serra foi consagrado, por Dec.
94.445 de 12 jun 1989, patrono dos Engenheiros Militares do Exército, por sua atuação
exemplar, profícua, abnegada e por vezes heróica, como engenheiro militar, por cerca de
30 anos (1775-1809) no Norte e Oeste do Brasil, na construção do quartel de Vila Bela
(Mato Grosso) e dos fortes de Príncipe da Beira e Coimbra e mapeamento do Piauí, Pará,
Amazonas e o Mato Grosso e dos vales dos rios Branco, Paraguai, Madeira, Guaporé e
afluentes e, mais, a defesa heróica e legendária do Forte de Coimbra e Sul de Mato
Grosso como comandante da Fronteira Sul daquela região, em 1801. Ações todas de grande
projeção na Geopolítica de Portugal, no Norte e Oeste do Brasil, no sentido da
definição e consolidação de suas fronteiras naquelas regiões, por terem servido de
argumentos irrefutáveis, com apoio no princípio "uti possidetis". |
Em 1801, o
Governador do Paraguai, a frente de frota fluvial, num quadro de guerra Espanha X
Portugal, apresentou-se com sua frota junto ao Forte de Coimbra e face a sua grande
superioridade de meios exigiu rendição incondicional daquela fortificação.
Ricardo Franco altivo respondeu: "Preferir
ver-se sepultado com seus homens sob as ruínas do forte que lhes cabia defender, do que
render-se".
E resistiu bravamente ao bombardeio espanhol e a
todas as tentativas de desembarque, obrigando o agressor a retirar-se surpreso e
derrotado.
Ricardo Franco nasceu em Lisboa, em 1748. Cursou
Engenharia e Infantaria na Academia Militar de Portugal (1762-66). Faleceu aos 61 anos, em
21 jan 1809, no Forte de Coimbra, que havia construído e legendariamente defendido.
Ricardo Franco sublimou as Virtudes Militares de Coragem, Bravura, Abnegação e Honra
Militar. |
O Patrono do
Quadro Auxiliar |
O tenente Antônio João Ribeiro foi consagrado, por Dec. 85.091 de 24
ago 1980, patrono do Quadro Auxiliar de Oficiais, por haver atendido ao chamamento da
História, ao qual está sujeito qualquer militar e no comando da Colônia Militar de
Dourados, quando, com coragem, bravura, honra militar, desprendimento e altivez imolou-se
no altar da Pátria, em 26 dez 1864, junto com alguns de seus comandados, na resistência
à invasão do solo de sua pátria, ao negar-se a atender ultimatum de forças invasoras.
Então, com atitude de
extrema heroicidade, correspondeu a estas palavras a ele atribuídas:
"Sem ordem do governo imperial não me
renderei de forma nenhuma."
"Eu sei que morro, mas o
meu sangue e os de meus camaradas servirá de protesto solene contra a invasão do solo de
minha pátria." |
E resistiu
com 13 homens a uma força de 365 homens. O fogo cerrado do inimigo o fulminou e atingiu
dois soldados e dois colonos. Os restantes foram dominados. Desde então seu gesto de
enorme heroísmo tem comovido todas as gerações de brasileiros. Seu gesto heróico foi
imortalizado, em bronze, no Monumento à Retirada de Laguna e Dourados, na Ilha na Praia
Vermelha, no Rio.
Em sua Fé - de - Ofício é lugar comum
expressões:
"É subordinado pronto para o serviço. É
zeloso. Possui probidade. É pontual. Apto para o comando de Companhia.
Regular instrução da Arma e bastante do
Serviço em Campanha."
Antônio João nasceu em Poconé-MT, em 29 nov
1823 e iniciou carreira militar em Cuiabá - MT, em 6 mar 1841. Ascendeu ao oficialato,
como Alferes, em 29 jul 1852. Ele sublimou as Virtudes Militares de Bravura, Coragem,
Honra Militar e Desprendimento. |
Patrono do Quadro Suplementar do Exército |
MARIA QUITÉRIA DE
JESUS - O Soldado Medeiros do Batalhão de Voluntários D. Pedro I que ficou
conhecido como Batalhão de Periquitos na luta pela Independência na Bahia, foi
consagrada como Patrono do Quadro Suplementar do Exército por decreto Presidencial de 1
jun 1996.
Proclamada a Independência, a Junta Conciliadora
de Defesa de Cachoeira na Bahia conclamou os baianos a se alistaram para ,no campo da
honra ,consolidarem a Independência ameaçada na Bahia por Divisão Portuguesa ali
estacionado ao comando do General Madeira.
A jovem Maria Quitéria de
Jesus, ardendo de patriotismo, pediu a seu pai e este negou-se a atender o seu compulsivo
o desejo patriota de ingressar nas forças libertadoras do Brasil, na Bahia. |
Foi então
que vestindo roupas masculinas e com a cumplicidade da irmã e seu cunhado de sobrenome
Medeiros, assentou praça como soldado Medeiros num Regimento de Artilharia e ,logo a
seguir na Infantaria no Batalhão de Voluntários Imperador D. Pedro I ou Batalhão dos
Periquitos Apodo este em razão do verde acentuado das golas e punhos de suas fardas,
conforme se vê na pintura que a representa com o seu saiote" high lander"
escocês, com o qual entrou triunfante em Salvador em 2 jul 1823, aplaudida pelo povo
baiano que ela ajudou a libertar.
E foi aí que surgiu a legenda de uma brasileira
que, para defender a sua pátria, escondeu a sua condição feminina, circunstância
descoberta antes do término da libertação da Bahia em 2 julho de 1824.
Guerreira que revelou bravura e intrepidez nos
combates de Conceição, Pituba, Itapuã e na foz do Paraguaçú, confirmados em elogios
de seus superiores.
Destaque guerreiro que lhe valeram o recebimento
das honras de 1º cadete de parte do comandante do Exército Imperial Nacional na Bahia
,ao comando do General Pedro Labatut e ,a honra de se integrar o grupo de emissários que
levaram a notícia da libertação da Bahia a D. Pedro I, ocasião em que foi por este
condecorada com a Comenda de Cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro passando a fazer já
receber o soldo de Alferes de Linha .
E as honrarias a que que conquistou como
guerreira da Independência do Brasil , foram assim justificadas em decreto imperial .
"Maria Quitéria de Jesus se alistou nas
fileiras do Exército, para combater os inimigos da Pátria e se distinguiu em ocasiões
das mais arriscadas em combates nos quais que sempre se portou heroicamente".
A sua consagração não tardou. Foi festejada
com os justos e honrosos apelidos: "A heroína da Independência do Brasil", A
moça - cadete do Batalhão de Periquitos, A Cadete da Independência ; A mulher soldado
do Brasil e até a Joana D'Arc brasileira.
Em 1953 forma inaugurados em todos os quartéis
do Exército o retrato da mulher soldado do Brasil - Maria Quitéria de Jesus e
instituída a Medalha Maria Quitéria, homenagem aquela que a o final da guerra recebera
da Junta de Defesa de Cachoeira uma bela e completa espada "à moça - cadete do
Batalhão de Periquitos", tudo conforme brilhante estudo do historiador e acadêmico
da AHIMTB Cel Manoel Soriano Neto em artigo Maria Quitéria de Jesus em A Defesa
Nacional nº 783 jan/maio 1999 p. 111-117 no qual a certa alta altura ele registra:
"Feliz portanto o Brasil, que sempre contou
com homens e mulheres resolutos e de acendrado sentimento de amor à Pátria, aos quais ao
brado de pátria em perigo, souberam nos Guararapes em Pirajá, em Tuiuti e Itororó e de
Monte Castelo, passando por Montese e até Fornovo, arriscaram ou sacrificavam a própria
vida em defesa da honra nacional".
Maria Quitéria segundo diria o ilustre baiano
Pedro Calmon :
Maria Quitéria de Jesus ,é o modelo, a alma, a
imagem maravilhosa do espírito que deve vibrar nas integrantes do Quadro Suplementar do
Exército e a síntese mágica das virtudes e brios de que ele deve estar embuído ."
Lamentalvelmente foram coberta pela patina do
tempo detalhes da vida desta heroina antes e depois de sua consagração guerreira na
Guerra pela Independência na Bahia .Mas o desafio de de resgatar sua vida posua vida por
completo permanece aos historiadores . |
O Patrono dos CPOR e NPOR
(por tradição) |
O Ten Cel Luiz de Araújo Correia
Lima vem sendo por tradição, considerado e cultuado como o patrono dos CPOR e
NPOR, de que foi o idealizador. Solução que com a extinção da Guarda Nacional em 1918,
veio a resolver o grave problema de formação de oficiais subalternos destinados a
integrar a Reserva do Exército. Constituiu seu pioneirismo um grande avanço neste
particular, ao lado de adoção do Serviço Militar Obrigatório, em 1916.
Foi tão feliz a projeção a sua obra que na
FEB cerca de 1/3 de oficiais, de aspirantes a capitães, eram oriundos do CPOR, além de
muitos que participaram da defesa do litoral, aqui no Brasil. |
Correia Lima
iniciou a formação de oficiais da Reserva no 1º GAP em São Cristóvão e atual quartel
do 1º GAA é, depois de bem sucedida campanha entre alunos da Escola Politécnica, não
sem sofrer resistências enormes dentro e fora do Exército. Finalmente, em 20 abr 1927,
viu triunfar seu ideal que logo generalizou-se pelo Brasil. Sobre o assunto escreveu
artigo na Revista do Clube Militar nº 3, 1927. Foi criado o CPOR-RJ e, como
capitão, foi o seu primeiro comandante. Correia Lima foi praça voluntária do 25º BI em
24 set 1907. Ingressou na Escola de Guerra em Porto Alegre, em 1908.
Em 1808 e 1809 cursou Infantaria e Cavalaria e
logo a seguir como Aspirante - a - Oficial, cursou Artilharia e o Curso de Engenharia
quando foi mandado servir no 20º GAC, onde começou a dar asas ao seu ideal,
concretizado, de formar oficiais da Reserva do Exército, com base em leituras
específicas que realizara sobre a 1ª Guerra Mundial e com apoio no Dec. 15.185 de 21 dez
1821 que previu a formação de oficiais de 2ª Classe da Reserva.
Correia Lima nasceu no Rio Grande do Sul em 4 nov
1891 e faleceu aos 39 anos em Curitiba, em 10 out 1930, num sangrento episódio da
Revolução de 30, defendendo bravamente o seu comando e convicções. |