BICENTENÁRIO EM 31 DE JANEIRO DA CRIAÇÃO DA FREGUESIA DE N.S. DA CONCEIÇÃO DE CANGUÇU
Cel Claudio Moreira Bento(x)
Presidente da ACANDHIS
31 de Janeiro de 2012
Em 31 de Janeiro de 2012 transcorre o Bicentenário da criação da Freguesia de N. S. da Conceição de Canguçu, criada em 31 de Janeiro de 1812, pelo Príncipe Regente D. João, depois de consultada a Mesa de Consciências e Ordens presidida pelo 8º Bispo do Rio de Janeiro, D. Caetano da Silva Coutinho. E com a freguesia de Canguçu, foram criadas as freguesias de Pelotas e Jaguarão, denominadas em artigo pelo canguçuense e historiador pelotense Major Ângelo Pires Moreira, de freguesias gêmeas.
A criação das citadas freguesias eram providências estratégicas relacionadas com a vivificação da fronteira sul do Império, motivada pelo processo de independência da Espanha, de suas colônias no hoje denominado Cone Sul, em razão da prisão por Napoleão Bonaparte do rei de Espanha, irmão de D.Carlota Joaquina, esposa do príncipe D.João, que escapando deste triste destino instalaram no Rio de Janeiro em 1808, a sede do Reino de Portugal.
No Brasil Colônia, como em Portugal não havia distinção entre freguesia e paróquia. A freguesia era a menor divisão administrativa e correspondia a paróquia civil de outros países.
A freguesia era governada por uma Junta de Freguesia, órgão executivo, eleita por membros da Assembléia da Freguesia, cujo presidente era automaticamente, o candidato mais votado.
A Freguesia N. S. de Canguçu esteve subordinada ao município de Rio Grande de 1812 a 1830, por cerca de 18 anos e ao município de Piratini, de 1830 a 1857, por cerca de 27 anos, inclusive no período da Revolução Farroupilha 1835 – 45, sendo que de 1836 – 45 integrada à República Rio Grandense. Era o vigário de Canguçu, durante a Revolução Farroupilha, o padre Hipólito Ribeiro que a dirigiu, de 1821 a 1857, por cerca de 36 anos, até Canguçu ser criado como o 22º município do Rio Grande do Sul.
Existem documentos originais das votações da Assembléia da Freguesia de N.S. da Conceição de Canguçu e assinados por nosso trisavô materno Serafim José da Silveira que presidiu a Câmara de Vereadores da Republica Rio Grandense em Piratini. A ele se deve o ardil de ser eleito presidente da República Rio Grandense, em substituição ao General Bento Gonçalves preso na ilha do Fanfa e enviado para o Rio de Janeiro e depois para a Bahia, o seu velho amigo Gomes Jardim, em cuja casa em Guaíba viria a falecer em 1849. Isto para evitar que o cargo fosse ocupado pelo vice presidente Fontoura, conhecido boêmio e mulherengo que mais tarde foi assassinado em Alegrete, dizem por um marido traído.
A Freguesia de N.S da Conceição de Canguçu foi criada quando o Exército Pacificador encontrava-se, em Maldonado, ao comando de D.Diogo de Souza, depois de invadir o atual Uruguai, para impedir que ele caísse em mãos de Artigas ou de argentinos, e continuasse fiel ao Rei de Espanha preso. Invasão em defesa de interesses de D. Carlota Joaquina, em defesa dos de seu irmão Rei de Espanha.
Para comemorar condignamente este evento a Academia Canguçuense de História (ACANDHIS), lançara livro de nossa autoria intitulado: Bicentenário da criação da Freguesia de N.S da Conceição de Canguçu em 31 de Janeiro de 2012. Obra a ser lançada em março depois do termino das férias e assim prefaciado por membros de sua Diretoria:
“A história nasce e perpetua-se na alma e tradição de um povo. É tão sagrada quanto sagrada é a vida! Perpassa o tempo e o espaço ilustrando cada instante como um novo desafio, uma nova aprendizagem e um novo capítulo no seu vir a ser.
O Historiador Cel. Cláudio Moreira Bento, como aluno do CFNSA – 1938-1944 já despontava como um historiador de vocação em potencial. Suas obras apresentam a riqueza de novas descobertas na releitura do passado que, transformadas em herança no presente, projetam o futuro.
Hoje é, indiscutivelmente, um descortinador dos fundamentos da história que dá sentido a vida de nossa terra e nossa gente.
Sempre é muito gratificante falar sobre o trabalho de um autor como o Cel. Claudio Moreira Bento, que sabe expressar seu incontestável talento não só com os recursos que lhe faculta a inteligência, mas também com os sentimentos que lhe saem do coração.
Nesta frutuosa obra literária, o autor consegue reportar-se a épocas remotas, revivendo personalidades, fatos e sabedoria popular, que sempre serão úteis conhecer em determinadas ocasiões de nossas vidas; a volta a um passado bem longínquo, desde a criação da Freguesia Nª. Srª. da Conceição de Canguçu, criada em 31 de janeiro de 1812 pelo Príncipe Regente D. João de Portugal no Brasil; a destacada a insigne visita do Bispo do Rio de Janeiro à Freguesia de Canguçu em 1815 e retrocede um pouco quando se refere aos primitivos moradores aos primeiros batismos, pelos idos de 1800 – 1813.
Por ai segue o escritor, pondo à disposição do leitor, revelações e ensinamentos históricos surpreendentes.
Retratando Canguçu no Centenário como Freguesia, o historiador faz um relato muito interessante sobre as casas comerciais da época, relembra as famosas cacimbas, principais fontes de abastecimento de água em Canguçu e enriquece seu trabalho com memoráveis fotografias de ambientes e casarões daquele tempo. Prosseguindo, chega a tempos não tão distantes, pondo à vista a foto da casa de seus Pais, Conrado Ernani Bento e Cacilda Moreira Bento, prédio onde nasceu e viveu sua infância e parte da adolescência.
Muito original é o pensamento do escritor quando declara haver sido um ‘ressuscitador de centenas de pessoas’ e almeja ser recebido festivamente por todos aqueles aos quais em sua obra literária deu vida, não poupando esforços para reviver suas memórias.
Queira Deus, que sempre haja alguém que diga ou escreva algo que precisamos ouvir ou ler.
E, aqui está o nosso escritor, historiador insigne, Cláudio Moreira Bento, colocando ao nosso alcance todo o seu talento para que tenhamos o privilégio de melhor conhecer a história de Canguçu, nossa amada terra.”
Em nome da ACANDHIS os seus Acadêmicos
Professoras
Yonne Maria Sherer Bento,
Aliette Martins Ribeiro,
Irmã Cecília Ivone Rigo
e Cairo Moreira Pinheiro
Canguçu, dezembro de 2011”
E para marcar esta expressiva efeméride a ACANDHIS lutara para levantar a sua sede entre a Casa da Cultura e o Teatro Municipal 27 de Junho Professor Antônio Joaquim Bento, com o apoio da Prefeitura e recursos dos Pontos de Cultura, fornecidos pelo Governo Federal á ACANDHIS, através da FURG, por indicação do Presidente de Honra da ACANDHIS o prefeito Cássio Freitas Mota. E mais realizar concurso literário entre estudantes do município tendo por tema;
Canguçu no ano do Bicentenário da Freguesia em 31 Janeiro 2012
(x) Jornalista e historiador