Parte I - Da Organização
Esta edição
do informativo O GUARARAPES - Especial A é publicado com a
finalidade de registrar o lançamento do livro denominado “Brigadeiro
Antônio de Sampaio - O Patrono da Infantaria - Bicentenário”, de
autoria do Cel Eng Claudio Moreira Bento, fundador e presidente da
Academia de História Militar Terrestre do Brasil, em histórica
sessão levada a efeito no Quartel do Batalhão da Guarda Presidencial
- Batalhão Duque de Caxias, na Capital Federal. O livro é uma
homenagem ao patrono da Rainha das Armas, recentemente elevado à
culminância de Herói da Pátria por Decreto Presidencial.
A edição do
livro se deve a uma promoção conjunta da Academia de História
Militar Terrestre do Brasil, do Instituto de História e Tradições do
Rio Grande do Sul (IHTRGS) e da Academia Canguçuense de História (ACANDHIS).
Sua publicação contou com apoio financeiro da FHE/POUPEx.
Parte II - Desenvolvimento da Sessão
No dia 06 de maio de 2010 no auditório do Quartel do
Batalhão da Guarda Presidencial - Batalhão Duque de Caxias, em
Brasília, teve lugar uma Sessão destinada a lançar o livro
“Brigadeiro Antônio de Sampaio - O Patrono da Infantaria -
Bicentenário”, de autoria do Cel Eng Claudio Moreira Bento -
Presidente da AHIMTB.
Organizada pela Delegacia Marechal José Pessoa, que
representa a AHIMTB no Distrito Federal, e contando com o decisivo
apoio do Cel Inf Elias Rodrigues Martins Filho, Comandante do BGP, a
sessão reuniu uma numerosa platéia incluíndo muitos convidados e
sócios acadêmicos da AHIMTB e associados da Delegacia Marechal José
Pessoa.
Na abertura da sessão, o Cel Elias (Cmt do BGP)
apresentou um filmete institucional organizado pelo C Com S Ex.
O General Arnaldo Serafim se encarregou da apresentação
dos dados biográficos do Cel Bento e da leitura dos textos
referentes à Dedicatória e Posfácio do livro.
Com a palavra, o consagrado autor do livro abordou a
significação histórica do Brigadeiro Sampaio utilizando projeção de
imagens.
Ao final, o Batalhão da Guarda Presidencial ofereceu um
variado coquetel aos convidados, enquanto o Cel Bento atendia longa
fila de interessados que buscavam o seu autógrafo nos livros
adquiridos.
Durante a cerimônia, o sócio acadêmico Prof Aquilino
Bouzan colaborou executando completa cobertura fotográfica.
Parte III - Textos das intervenções ocorridas durante a sessão
1)
Palavras
proferidas pelo Gen Div Arnaldo Serafim à guisa de apresentação do
Cel Bento.
Hoje, temos entre nós o Cel Bento, morador de Itatiaia,
cidade próxima a Resende, localizada nas fraldas do maciço das
Agulhas Negras que dá nome à Academia Militar das Agulhas Negras.
É natural da cidade de Canguçú - RS e pertence à turma
Aspirante Mega, de 1955 da AMAN.
Muito conhecido e festejado, o Cel de Engenharia
Claudio Moreira Bento foi instrutor de História Militar da AMAN e é
conferencista emérito da ECEME, EsAO, EsIE e IME.
Deixou sua marca quando coordenou o projeto, a
construção e a inauguração do Parque Histórico Nacional dos
Guararapes, local onde nasceu o Exército Brasileiro.
Escrever sobre fatos históricos e heróis nacionais;
estudar a história das Unidades e Grandes Unidades; pesquisar os
fortes e as fortalezas; proferir conferências; criar centros de
estudos, assessorar autoridades; dirimir dúvidas históricas: eis o
perfil do Cel Bento.
Historiador consagrado, ele veio a Brasília para
cumprir a missão que tem sido a sua grande paixão que é difundir o
gosto pelo estudo e pesquisa da História Militar Terrestre do
Brasil.
Nestes dias, ministrará palestras; presidirá sessão
solene de posse de acadêmicos da Academia de História e, ainda, fará
o lançamento do seu último livro denominado “Brigadeiro Sampaio - O
Patrono da Infantaria (Bicentenário)”.
O Cel Bento possui mais de 86 títulos publicados e mais
de 1000 artigos em periódicos civis e militares, do Brasil e do
estrangeiro.
Sua obra abrange toda a História Militar Brasileira mas
é notório o seu carinho pelas Unidades e Grandes Unidades das quais
tornou-se o grande biógrafo.
Integra as principais instituições nacionais de
História e as Academias de Portugal, Real da Espanha e da
Argentina. Pertence, também, aos Institutos do Uruguai e Peru.
Sua vasta experiência, aliada ao seu espírito lutador e
competente, credenciou-o a criar e presidir a vitoriosa Academia de
História Militar Terrestre do Brasil. Essa entidade se fundamenta em
três focos que consolidam o pensamento do Cel Bento sobre o estudo
da História:
- Atuar com prioridade para os jovens;
- Trabalhar em consonância com suas Delegacias
espalhadas pelo país, hoje em
número de 22 representações, incluindo a nossa
Delegacia Marechal José
Pessoa na área do Distrito Federal;
- Professar e divulgar o estudo da História
tratado em duas dimensões. Na
dimensão clássica, a História sendo tratada
como aprendizagem da arte
militar, com os acertos e erros cometidos nos
confrontos bélicos. Na outra
dimensão, o estudo busca isolar os fatores
determinantes dos conflitos para
que possam ser colocados à disposição dos
líderes governamentais e assim,
orientar as grandes decisões para se evitar
novos conflitos, com todo o rosário
de funestas consequências para as populações.
***
Eis, em poucas
palavras, o perfil do Cel Bento que, entre os historiadores que hoje
se dedicam ao estudo e pesquisa da História Militar Terrestre do
Brasil, está colocado entre os mais destacados, senão o maior deles.
Cel Bento, obrigado
pela sua presença entre nós.
2)
Leitura
da Dedicatória do livro, pelo Gen Div Arnaldo Serafim.
Este livro é dedicado
aos integrantes da Arma de Infantaria do Exército Brasileiro de
ontem, de hoje e de sempre, que têm no patrono e inspirador o
Brigadeiro Antônio de Sampaio, o Bravo dos Bravos, ferido por três
vezes em Tuiuti, em 24 de maio de 1866, no Comando da 3ª Divisão de
Infantaria – a Divisão Encouraçada.
É dedicado também, aos demais integrantes
do Exército de ontem, de hoje e de sempre, e também infantes por
terem recebido a instrução básica de infantaria, em emergências, e
que se especializaram em Cavalaria, Artilharia, Engenharia,
Comunicações, Material Bélico, Intendência e outras especialidades
para, com a progressiva e histórica evolução da Arte e Ciência
Militar, melhor apoiarem, em combate, a Rainha das Armas.
3)
Leitura,
pelo Gen Arnaldo Serafim, do Posfácio escrito pelo Cel Inf Manoel
Soriano Neto, acadêmico da AHIMTB e titular da Cadeira nº 33 cujo
patrono é o Cel Francisco Ruas Santos.
A presente obra traz a
lume excepcionais registros históricos da heróica saga do Patrono da
Infantaria Brasileira, o "Bravo dos Bravos", Brigadeiro António de
Sampaio.
O Coronel Cláudio
Moreira Bento é o autor do soberbo memorial apologético ao
"Infante-Maior". Notável e reconhecido historiador militar, o
Coronel Bento dispensaria maiores apresentações, tal a superlativa
projeçâo por ele obtida no campo da História, máxime a Militar
Terrestre.
Assim, após receber do
emérito historiador, a honrosa incumbência de escrever estas
singelas e breves considerações finais, cônscio de não possuir
cabedal para tanta responsabilidade, não poderia deixar de externar,
penhoradíssimo, a minha ufania em participar de sua última
contribuição para a historiografia castrense brasileira e assinalar
algo a respeito de sua faina incansável em prol de nossos valores,
tradições e místicas.
O autor já publicou, no
Brasil e no exterior, incontáveis livros, plaquetas, álbuns e
artigos, sendo, sem dúvida, o mais prolífico escritor militar
brasileiro de todos os tempos! De há muito ele vem se dedicando a um
verdadeiro apostolado cívico em defesa de nossos mais grados valores
históricos e dos princípios da Justiça e da Verdade - que sempre
devem nortear a História, "a Mestra da Vida", em vista das
distorções que ela vem sofrendo, por facciosas interpretações
ideológicas.
E mais: em sua cruzada
de civismo, esse militar de elevadíssimos méritos, também se volveu
para a problemática da Amazônia, hoje tão cobiçada, como por demais
consabido, tendo escrito um livro referencial (“Amazônia Brasileira
- Conquista, Consolidação e Manutenção, 1616-2003, História Militar
Terrestre da Amazônia”) alusivo ao grande desafio amazônico que é a
prioridade número primo da Nação Brasileira.
Com a edição do
presente livro, o autor dá prosseguimento à tarefa que há tempos se
impôs, qual seja, a de relembrar, sob tradicionais mas,
principalmente, novos enfoques, fastos memoráveis de nossa bela
História Militar, que enaltecem nossos maiores Soldados no
bicentenário de seus nascimentos: Caxias, Osório, Conde de Porto
Alegre e, agora, Sampaio.
Antes de
qualquer consideração, consigne-se que a presente obra é um
relicário prenhe de patrióticos ensinamentos. Em suas páginas, todos
terão a oportunidade de melhor conhecer a singular figura do
cearense Antônio de Sampaio, "de origem humilde que se imortalizou
como o sertanejo que foi um dos maiores heróis brasileiros e que
comprovou a afirmação de Euclides da Cunha, em "Os Sertões", de que
"o sertanejo é antes de tudo um forte!", como consta no
significativo capitulo da publicação, "Um Sertanejo, Um Grande
Soldado do Brasil". Um dos títulos, "O Casamento com uma Gaúcha de
Canguçu", dá azos à expansão de justo orgulho do autor e deste
escrevedor, eis que o primeiro é filho daquele município gaúcho e
este, velho Infante cearense, é tetraneto do Brigadeiro Jerônimo
Coelho, Presidente da Província do Rio Grande do Sul (1856/57) e
criador do glorioso torrão onde Sampaio conheceu, namorou e noivou
e, ao depois, convolou núpcias em Jaguarão, no ano de 1849.
Dignas de
nota, outrossim, são duas partes do livro: a que se refere à morte
de António de Sampaio, após a batalha de Tuiuti e a que analisa,
criticamente, esta batalha, na qual o futuro Patrono da Infantaria
foi ferido por três vezes.
Muito mais
teríamos a comentar. Porém, nos ensinam os léxicos, que "posfácio,
s.m., é uma advertência colocada no fim de um livro". Destarte,
deixo aqui a advertência/conclamação, no sentido de que o leitor
aproveite ao máximo as riquezas e lições intemporais que estão
entesouradas nessa peça de arquitetura histórico-literária que trata
da heróica existência de um brasileiro bravo, estóico e resoluto.
E que o bom lavor de
mais essa obra da fecunda produção literária do consagrado
historiador, escritor e pensador militar, Coronel Cláudio Moreira
Bento, sirva de luzeiro àqueles que amam, de fato, a Terra em que
nasceram, como o fez o Brigadeiro Sampaio, que não trepidou em
verter o seu generoso sangue em defesa da honra do Brasil. Sim, pois
cultuar o passado na glorificação da História e dos que mais lidaram
por encher os anais da Pátria de cintilações astrais, é ação
louvável de todo autêntico patriota, que deveria sempre se inspirar
nos inesquecíveis versos do poeta-soldado, Luiz Vaz de Camões: "Não
me mandas contar estranha História; Mas mandas-me louvar dos meus a
glória!".
4)
Síntese
da significação histórica do Brigadeiro Sampaio, apresentada pelo
Cel Claudio Moreira Bento, utilizando projeção de imagens
ilustrativas da palestra.
O dia 24 de maio de
2010 assinala os 200 anos de nascimento, em Tamboril - Ceará, do
Brigadeiro António de Sampaio, o Bravo dos Bravos da Batalha de
Tuiutí que foi a maior batalha campal travada na América do Sul.
Ele foi
consagrado, pelo Decreto nº 51.429, de 13 de março de 1962, como o
Patrono da Arma de Infantaria do Exército Brasileiro. Arma de
Infantaria, a rainha das armas e em cujo seio ele se forjou e se
destacou sobremodo como bravo e modelar líder de combate, instrutor
e disciplinador da Infantaria Brasileira, à frente da qual,
representada pela sua 3ª Divisão - a “Divisão Encouraçada”, teve seu
glorioso encontro com a glória militar em 24 de maio de 1866, na
Batalha de Tuiutí, no dia do seu 56º aniversário. Ali, então, a sua
3ª Divisão se constituiu em fator decisivo para a vitória, em que
pesassem os três ferimentos recebidos, que determinaram sua morte,
depois de 43 dias de grandes sofrimentos, em 06 Jul 1866, a bordo do
vapor "Eponina" próximo a Buenos Aires onde esteve sepultado cerca
de 3 anos antes de ser exumado e retornar ao Brasil.
Registre-se o
fato de quatro cavalos que montou, durante a resistência a todo o
custo que liderou, terem tombado por perfurações de balas e
baionetas inimigas. E ainda o fato de sua heróica “Divisão
Encouraçada” haver concorrido com 33% das baixas brasileiras neste
dia, por haver se constituído em ponto chave da defesa aliada.
Sampaio chegou de Pernambuco no Rio Grande do Sul ao
final da Revolução Farroupilha, aos 35 anos. E no comando da 8ª
Companhia, destacada do 4º Batalhão de Infantaria, chegado de
Pernambuco para guarnecer a fronteira em Jaguarão, ele foi enviado
para a vila de Canguçu. E, segundo os historiadores General Antonio
Rocha Almeida, Mallet Jobim e Hugo Ramirez, permaneceu por cerca de
4 anos na então vila de Canguçu, subordinada à Piratini, e como
instrumento de consolidação da Paz de Ponche Verde, próximo da
citada Piratini e de Caçapava, antigas capitais da República
Rio-Grandense (1836-45).
O citado Hugo Ramirez,
ex-presidente do Conselho em discurso homenagem às autoridades
militares do III Exército, ( atual CMS) em churrasco na Estância do
Minuano, no Dia da Infantaria de 24 de maio de 1971 falou, à certa
altura:
“Tanto se
agauchou esse nobre cearense que casou com dama natural de Canguçu,
casando na sede de sua unidade em Jaguarão, formando família com
filhos gaúchos, passando a nos amar, depois de nos compreender e se
identificar nestas plagas com o mesmo anseio de brasilidade que
percorre a nação desde o Amazonas”.
A concluir-se do General Antônio da Rocha Almeida em
Vultos da Pátria, volume I, o Capitão Sampaio casou-se em
Jaguarão com a jovem Júlia dos Santos Miranda, de Canguçu. Local
onde a conhecera, namorara e noivara, durante os cerca de 4 anos que
ali comandara seu destacamento.
Sabe-se hoje que ele
teve, como seu Posto de Comando, a cadeia pública, mandada construir
em 1843 pelo comandante da Ala Esquerda do Exército de Caxias, que
teve aquela, então vila Canguçu, por Base de Operações. Cadeia que
só foi demolida cerca de um século mais tarde e que ficava no local
onde hoje se ergue o Teatro Municipal. Era subordinado, Sampaio, à
2ª Brigada, esta ao comando do Cel Manoel Marques de Souza III,
futuro Conde de Porto Alegre, que seria o seu comandante superior na
Batalha de Monte Caseros em 2 de fevereiro de 1852, como comandante
da Divisão Brasileira.
A seguir,
Sampaio empenhou-se a fundo no comando sucessivo de batalhões e
brigadas de Infantaria. Em pouco se transformou num consumado
condutor de homens, conhecedor profundo do terreno e mestre em
adestrar e empregar a Infantaria Brasileira. Combateu na guerra
contra Oribe e Rosas (1851-52) quando participou da Batalha de Monte
Caseros, como integrante da Divisão Brasileira, ao comando do agora
Conde de Porto Alegre, já citado.
Comandou um
Batalhão da Divisão de Observação que penetrou em Montevidéu em 07
de maio de 1859, a pedido do Presidente oriental Venâncio Flores. Na
guerra contra Aguirre, do Uruguai, teve atuação destacada à frente
de uma brigada, na conquista da cidade uruguaia de Paissandu, o que
lhe valeu a sua promoção a brigadeiro.
Durante a guerra
da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1865-70), que fez como
oficial-general, teve atuação destacada até Tuiutí.
Sobre o seu
conceito e o de sua tropa escreveu, em Reminiscências da
campanha do Paraguai, Dionísio Cerqueira, o maior cronista deste
conflito, que foi integrante da Divisão Encouraçada e subordinado de
Sampaio:
"A idéia de eu
passar para a Infantaria não me abandonava. Esta arma exercia sobre
mim indizível fascinação. Quando passava um daqueles belos batalhões
da Divisão Sampaio, a Encouraçada, de bandeira desfraldada, os
pelotões alinhados, guardando bem as distâncias, marchando airosos e
elegantes, ao som alegre de um dobrado vibrante, não me podia
conter, e punha-me a marcar passo..."
E mais adiante: "Fui apresentar-me ao brigadeiro Sampaio. O
ilustre general, já glória do Exército, pelo valor e amor à
disciplina, estava uniformizado debaixo de uma ramada lendo uma
história de Napoleão Bonaparte, o seu capitão predileto. Quando me
viu fechou o livro marcando-o com o indicador da mão esquerda".
Sampaio era
cearense de Tamboril, onde nasceu em 24 de maio de 1810. Foi morto
heroicamente aos 56 anos, após sublimar as Virtudes Militares de
Coragem, Bravura, Honra Militar e Desprendimento.
Vive ainda Sampaio
na memória do Brasil, na alma do Exército e sobretudo nas melhores
tradições e valores da Infantaria Brasileira, que ele ajudou a
forjar, e hoje cultuados pelas Legiões de Infantaria espalhadas por
diversas guarnições do Exército.
Os seus restos
mortais repousavam, desde 1873, em mausoléu no Cemitério São João
Batista, em Fortaleza-CE. Hoje estão em Panteon defronte a Fortaleza
N.Sª da Assunção em Fortaleza, onde nosso herói ingressara no
Exército Imperial em 1830 como soldado voluntário e que hoje abriga
o comando da 10ª Região Militar.
É denominação
histórica, desde
19 de
janeiro de 1940, do 1° Regimento de Infantaria,
hoje 1º BIMtz, que integra na Vila Militar, no Rio de Janeiro, a 1ª
Divisão de Exército – Divisão Marechal Mascarenhas de Morais.
Unidade
originária
do Terço Velho de Mem de Sá, e a única unidade do Exército que
participou de duas expedições extra-continentais. Em 1648, de
expedição partida do Rio de Janeiro e que libertou Angola do dominio
holandês e, em 1944/45, na Europa, integrando a Força Expedicionária
Brasileira onde conquistou a expressiva vitória na conquista de
Monte Castelo aos alemães. Nesta Guerra, o seu nome foi lembrado na
criação da Medalha de Sangue para os que fossem feridos em ação, ao
colocarem três estrelas na mesma, lembrando os três ferimentos à
bala recebidos pelo patrono da Infantaria em Tuiutí.
As tradições de
sua 3ª Divisão de Infantaria - Divisão Encouraçada, são cultuadas em
especial por duas grandes unidades de origem comum em 1908, as hoje
centenárias 8ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediada em Pelotas,
que tem entre suas unidades o 9º Batalhão de Infantaria Motorizada -
Batalhão Tuiutí, e a 3ª Divisão de Exército - Divisão Encouraçada,
em Santa Maria-RS, onde ele figura como o seu primeiro comandante
Grandes Unidades
estas cujas histórias resgatamos no Projeto História do Exército na
Região Sul, em parceria com o historiador militar Cel Inf Luiz
Ernani Caminha Giorgis, nas obras 8ª Brigada de Infantaria
Motorizada - Brigada Manoel Marques de Souza I e 3ª Divisão
de Exército - Divisão Encouraçada.
No Dia da
Infantaria, em 24 de maio de 1967, foi emitido selo comemorativo da
Efeméride do Centenário de morte do Brigadeiro Sampaio em Tuiutí com
uma tiragem de três milhões de exemplares, no valor de 5 centavos,
com a sua efígie e, sob ela, três estrelas lembrando os três
ferimentos à bala recebidos em Tuiutí. A Espada do herói integra o
patrimônio do Batalhão Sampaio na Vila Militar.
A nação, reconhecida ao seu grande herói, o inscreveu no Livro de
Aço dos heróis do Brasil no Panteon da Pátria, Praça dos Três
Poderes, em Brasília, por certo lembrando Péricles, líder democrata
ateniense, chefe de Estado de Atenas por 14 anos, com grande e
benéfica influência na construção da Democracia grega e cujo século
em que viveu recebeu o seu nome. Foi dele esta declaração:
“Aquele que morre por
sua Pátria serve-a mais em um só dia que os outros em toda a vida”

