A 8ª CAMPANHIA DO BATALHÃO DE
FUZILEIROS EM CANGUÇU, AO COMANDO DO CAPITÃO ANTÔNIO DE SAMPAIO EM
1845-49

Cel Claudio
Moreira Bento(x)
A 8ª
Companhia do 4º Batalhão de Fuzileiros que ao comando do Capitão
Antônio de Sampaio, hoje consagrado patrono da Arma de Infantaria,
teve a missão de consolidar a pacificação da Revolução Farroupilha
em Piratini ex capital Farroupilha. E, em especial, em seu
distrito de Canguçu onde ela aquartelou por cerca de 4 anos como sua
Base de Operações.. Isto, por ser considerado Canguçu , segundo o
grande guerrilheiro imperial Ten Cel da Guarda Nacional Francisco
Pedro de Abreu, o Moringue, que ali estivera baseado de agosto
1843/fev de 1845, “ como o distrito de Piratini de mais perigo e
mais farrapo”.
E assim, em
Canguçu foi presença pioneira na área, do hoje 9º Batalhão de
Infantaria Motorizado – o Regimento de Tuiuti que tem como raiz
histórica o citado 4° Batalhão de Fuzileiros. Unidade esta
intimamente ligada à história do Patrono da Infantaria que a
comandou, a integrou a sua Brigada na conquista de Paissandu e, por
fim, em sua Divisão Encouraçada, na Batalha de Tuiuti onde atuou na
sua Vanguarda sendo apelidado de O Vanguardeiro. Esta é a origem
do nome Regimento Tuiuti.
.Batalha
vencida pelo general Osório que estudamos em nosso livro
Bicentenário do General Osório o maior herói e líder popular
brasileiro (Resende: AHIMTB/IHTRGS.2008). e intimamente
ligado a Pelotas e cuja Delegacia da Academia de História Militar
Terrestre do Brasil em Pelotas a batizamos como nome de seu neto
Fernando Luiz Osório., um de seus biógrafos e destacado civil
historiador militar brasileiro, além de consagrado historiador de
Pelotas, na obra A Cidade de Pelotas, com várias edições que
o historiador pelotense e canguçuense Flavio Azambuja Kremer
conserva com muito carinho em seu precioso Armazém Literário em sua
residência e que o batizou com o nosso nome
História do
4º Batalhão de Fuzileiros que passo a interpretar com apoio em
estudos do acadêmico Cel Paulo Rocha Paiva. que buscou apoio em sua
interpretação nos historiadores militares e patronos de cadeira em
nossa Academia Cel Jonathas do Rego Monteiro e o General Paulo
Queiroz Duarte. Apoio igualmente em informações dos falecidos
historiadores do Regimento Tuiuti e correspondentes de nossa AHIMTB
Major Ângelo Pires Moreira e Heloisa Assunção do Nascimento. E mais
de nosso colega de Turma Antônio Alberto da Silva Lisboa que
escreveu história inédita do Regimento, cujo exemplar único havia
deixado com o comandante da unidade e cujo destino ele não sabe
informar.
Interpretação que traduzimos sinteticamente em 2001 no livro 8º
Brigada de Infantaria Motorizada, em parceria com o Cel Luiz
Ernani Caminha Giorgis as p.134/137, nas quais retifico que Sampaio
não combateu a Revolução Farroupilha. E, sim, que de 1845/49
participou de sua consolidação a partir de sua base de operações em
Canguçu
O 4º Batalhão
de Fuzileiros foi organizado em Recife Pernambuco em 1842. E em
1945 foi destacado no Rio Grande do Sul, tendo aquartelado em
Jaguarão integrando a 2ª Brigada ao comando do Cel Manoel Marques
de Souza, 3º, o futuro de Porto Alegre, neto homônimo do Marechal
de Campo Manoel Marque de Souza 1º, patrono da 8ª Bda Inf Mtz de
Pelotas e que representara Caxias nas negociações da paz da
Revolução Farroupilha, no Rio de Janeiro
Personagem
riograndina cuja história abordamos em parceria com o Cel Luis
Ernani Caminha Giorgis na reedição ampliada do livro Conde de
Porto Alegre bicentenário 2004. Porto Alegre: Genesis ,2005,
cujas abas são de autoria de sua descendente, jornalista Carmen
Lúcia Ferreira da Silva , acadêmica da AHIMTB, .ocupante da cadeira
Conde de Porto Alegre.
A 8ª
Companhia do 4º Batalhão. De Fuzileiros foi destacada em Canguçu
então distrito de Piratini, pelo Cel Manoel Marques de Souza 3º ao
comando do capitão Antônio de Sampaio e com a concordância do Barão
de Caxias, para consolidar a pacificação nas serras do Sudeste, E em
Canguçu o Capitão Sampaio permaneceu por cerca de 4 anos e ali
conheceu sua esposa Julia dos Santos Miranda, com quem casaria em
Jaguarão, pelo padre .João Temudo Cabral Dinis que casara os pais de
Julia em Canguçu quando foi dali pároco em 1818/1819.
Consolidada a
Pacificada a Revolução, o 4º Batalhão de Fuzileiros retornou a
Pernambuco para a pacificação da Revolução Praieira 1849/50 .
E o citado
Batalhão retornou ao Rio Grande no qual foi incluído pela Ordem do
Dia nº 65 de 26 de julho de 1852, e o Capitão Antônio de Sampaio
foi promovido a Major por merecimento, três dias depois. E a partir
de 1854 passou a exercer o comando interino do 4º Batalhão de
Fuzileiros, tendo inclusive no seu comando integrado a Divisão
Auxiliadora. E permaneceu no seu comando até a sua promoção a Ten.
Cel por Decreto de 2 de dezembro de 1855.
Segundo o
acadêmico Cel Paulo Rocha Paiva com base na obra; Estudo sobre a
Organização dos Corpos de Tropas, as paginas 65, 66 e 24, que
abordaram a visualização até 1934 do 4º Batalhão de Fuzileiros a
partir do Batalhão Provisório de Pernambuco em 1839.
Este Batalhão
retornou a Pernambuco e em maio de 1864 integrou a Brigada de
Comando do Cel Antonio de Sampaio..
Promovido
Sampaio a Brigadeiro, o 4º B. Fz da Brigada de Sampaio integrou a
sua Divisão e foi a Vanguarda da Divisão no Batalhão, de Tuiuti de
24 de maio de 1866.
Em 1908 o 4º
Batalhão de Fuzileiros já intimamente ligado a vida de Sampaio,
contribuiu para formação do 9º Regimento de Infantaria em Pelotas.
9º Regimento
de Infantaria que em 1972 foi transformado em 9º Batalhão de
Infantaria Motorizado. E em razão de o 9º Batalhão de Infantaria
descender do heróico 4º Batalhão de Fuzileiros recebeu a
denominação histórica justíssima de Batalhão Tuiuti, Circunstância
que o liga mais a vida e obra do Patrono da Infantaria que o próprio
Regimento Sampaio, ao assim ser denominado por ser a mais antiga
unidade de Infantaria do Exército e que carrega em suas tradições a
de ser a única unidade brasileira que participou de operações de
guerras transcontinentais: .A Libertação de Angola em 1648 do
domínio holandês e sua participação na FEB onde teve a seu cargo o
papel principal na conquista de Monte Castelo. E dentre os 21
gaúchos mortos na FEB 2 foram soldados do Regimento Tuiuti e filhos
de Canguçu, honrando a terra onde o
Regimento Tuiuti, historicamente contatou antes de aquartelar em
Pelotas .
Em
conseqüência, a 8ª Cia do 4º B.Fz. que esteve em Canguçu em
1845/49,por transformações, fusões e denominações sucessivas,
liga-se intimamente ao Batalhão Tuiuti, no qual diversas gerações de
canguçuenses tem nele prestado Serviço Militar.E inclusive o autor
esteve aquartelado em 1950 em sua caserna quando prestou o Serviço
Militar Obrigatório, na então 3ª Companhia de Comunicações
proveniente de Fortaleza. onde Sampaio iniciara sua vida militar há
180 anos, na Fortaleza hoje sede da 10ª Região Militar a frente da
qual repousam seus restos mortais .
Fontes
consultadas:
BENTO, Cláudio
Moreira, Cel. Bicentenário do Brigadeiro Antônio de
Sampaio. Patrono da Infantaria. Barra Mansa; AHIMTB,
IHTRGS, ACANDHIS; 2010-07-21
(____). et
GIORGIS, Luiz Ernani Caminha. 9º BI Mtz Regimento Tuiuti. In:8ª
Bda Infantaria Motorizada.Porto Alegre: Genesis 2001 .p134/137
DUARTE, Paulo
Queiroz, Gen. Voluntários da Pátria. Rio de Janeiro. BIBLIEX,
v. 1
MONTEIRO,
Jonathas do Rego,Cel . Organização dos Corpos de Tropas
Coloniais. Arquivo do Exército 1934
PAIVA, Paulo
Rocha, Cel. Os Batalhões de Infantaria na Guerra do
Paraguai.( inédito)
(x) Presidente
da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, do Instituto de
História do Rio Grande do Sul e das Academias Canguçuense e
Piratiniense de História
RECEPÇÃO DO ACADÊMICO SAGT ALVES PELO JORNALISTA CAIRO MOREIRA PINHEIRO
DELEGADO DA DELEGACIA DA AHIMTB EM
PELOTAS DR FERNANDO LUIZ OSÓRIO
FALTA
ELOGIO DO NOVO ACADEMICO SGT MUS JOSÈ ALVES DE SOUZA AO SEU PATRONO SGT
MUS ANTÒNIO MANOEL DO ESPIRITO SANTO
A principal
canção
da
Marinha, ou canção do Marinheiro, ainda não oficializada, é o Cisne
Branco. A música é do primitivo dobrado ' 'Sargento
Calhau"
do inspirado músico do Exército, mestre
Antonio
Manoel do Espírito Santo.meu patronpo de cadeira A letra,
inicialmente chamada Garcinha Branca, foi composta em 1916, no
Quartel de Marinheiros na ilha de
Villegagnon,
desde 1938 sede da Escola Naval, pelo capitão-tenente Francisco
Dias Ribeiro, pai do general Rubem Continentino Dias Ribeiro,
conforme documentos no Serviço de Documentação Geral da Marinha.
O capitão Dias Ribeiro faleceu no ano
seguinte, em 27 de novembro de 1917, vítima de um acidente de bonde
na rua do Matoso.
Era natural de Sobral — Ceará.
Do autor da música, com apoio na
interpretação de diversos dados esparsos disponíveis,a confirmar
onclusive seu nome Antonio ou Antonino pode-se dizer:
Mestre
Antonio
Manoel do Espírito Santo (1884-1913). Nasceu em Salvador — Bahia, em 10
de maio de 1884. Era filho de pais humildes. O pai era baiano e a
mãe alagoana de Palmeira dos Indios. Aos 7 anos ficou órfão. Foi
amparado como aprendiz de música do Arsenal de Guerra do Exército,
em Salvador.
Aprendeu música também em furtivas
visitas ao Mosteiro de São Francisco. Aos 15 anos, em 1899, compôs o
seu primeiro dobrado, Palmeira dos Indios, em homenagem à terra de
sua mãe.
Aos 21 anos passou a ser mestre do
50° Batalhão de Caçadores do Exército, em Salvador, função que
desempenhou até sua morte, em 1913, aos 29 anos. O acervo desta
Unidade encontra-se com o 28° BI Mtz de Vitória — Espírito Santo.
Portanto, o mestre Espírito Santo foi
amparado, criado e educado pelo Exército. Deixou abundante produção
musical e 220 dobrados entre eles Avante Camaradas, Bombardeio da
Bahia, Sargento Caveira e Quatro Dias de Viagem, muito populares e
executados por bandas militares e civis.
É uma feliz coincidência que a canção da Marinha seja da autoria de um
filho do nosso Exército.
Fonte consultada
Amor Febril Memoria da canção Militar Brasileira
do Cel Claudio Moreira Bento. Porto Alegre :GBOEx, 1990.
PALAVRAS FINAIS DO
PRESIDENTE DA AHIMTB
PALAVRAS FINAIS NO
REGIMENTO TUIUTI EM 16 DE SETEMBRO DE 2010.
Posse do 1º
Sgtº José Alves de Souza na Cadeira Especial da AHIMTB, Sargento
Antonio Manoel do Espírito Santo.
Há 60 anos e 7
meses e 20 dias passados iniciamos nesta caserna histórica do
Regimento Tuiuti., O regimento de Sampaio a nossa carreira no
Exército como Soldado da 3ª Cia de Comunicações, aqui acantonada.
Unidade proveniente do Ceará aqui renunerada como 3ª Cia
Comunicações integrante da hoje 3ª Divisão de Exército a Divisão
Encouraçada que carrega as tradições da 3ª Divisão de Sampaio em
Tuiuti
E aqui partilhamos
por 13 meses como soldado e cabo das atividades do então 9º
Regimento de Infantaria.
Recordo a
participar de atividades conjuntas com o Regimento nas formaturas
matinais e na escala de Guarda do Regimento, como se fora hoje.
Recordo nas formaturas matinais que em uníssono junto com o
Regimento, respondíamos a este cumprimento do comandante do
Regimento, o Cel Berzelius Veloso Ferreira que substituira o Cel
Arthur da Costa e Silva.futuro presidente da República
Bom dia
Regimento! Bom dia Comandante!
Tempo em que no
Regimento serviam o Majores Camargo, Plácido Nogueira, Capitães .
Souto, Jonas do Nascimento, Amarante e o Sargento Ângelo Pires
Moreira.nosso primo
E hoje aqui
retornamos saudosos daqueles tempos para presidirmos a posse como
acadêmico do Sargento Nusico Alves e acolhidos com todo o carinho
pelo comandante do Regimento Tuiuti ao Comando do Ten Cel Marcio
Machado de Melo que conhecemos em Canguçu em 21 de maio de 2010, nas
comemorações do Bicentenário do Brigadeiro Antônio Sampaio que ali
estiveram por quatro anos; de 1845/1849 no comando da 8ª Cia. do 4º
Batalhão de Fuzileiros de Pernambuco rais histórica deste
Regimento que tivemos a satisfação de registrar síntese de sua
História em nosso livro 8ª Brigada de Infantaria Motorizada,
Brigada Marechal Marques de Souza, 1º em parceria com o Cel Inf.
Luiz Ernani Caminha Giorgis lançado em 2001 no QG da 8ª Brigada de
Infantaria Motorizada.
Hoje tivemos a
oportunidade de ligar mais intimamente Canguçu com a História do
Regimento Tuiuti em 1845/49 com a sua então 8ª Cia. ao comando do
Cap. Sampaio.
Ao empossarmos o
acadêmico Sargento Alves na cadeira do grande compositor Antonio
Manoel do Espírito Santo, lembrei haver elaborado em 1990 para o
GBOEX o Álbum Memória Canção Militar Brasileira, Amor Febril
em que resgatamos a História da bandas e músicas militares e
inclusive com muita honra e orgulho haver pertencido aqui em
Pelotas como tamboreiro de 1945 a 1948 á Banda do Ginásio Gonzaga,
que viria mais tarde conquistar o 1º lugar num concurso brasileiro
na especialidade.
E foi hoje aqui
uma grande alegria como presidente e fundador da Academia de
História Militar Terrestre do Brasil,aqui hoje ouvir o hino e um
dobrado da Academia de História Militar Terrestre composto pelo
acadêmico Sgt Alves convidado para ocupar a cadeira do Mestre
Antonio do Esporitp Santo depois de ouvir a Banda da 8ª Brigada de
Infantaria executar em Canguçu sob sua regência o Dobrado Regimento
Tuiuti
Queria
agradecer a presença de todos que participaram desta histórica
cerimônia e agradecer em especial o apoio para o brilho desta
cerimônia ao Ten Cel Márcio Mello Comandante do Regimento de Tuiuti
e ao Delegado da AHIMTB em Pelotas, Delegacia Drº Fernando Luiz
Osório, jornalista Cairo Moriera Pinheiro por tão bem haver
representado a nossa Academia na recepção do acadêmico Sgt Alves e
este pela expressiva contribuição a sua Academia de História Militar
com a composição de um dobrado e um hino da AHIMTB.