A HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO
BRASIL NO DESENVOLVIMENTO DO LIVRO BRANCO DA DEFESA NACIONAL
- REFLEXÕES -

Cel Cláudio Moreira Bento
Presidente da Federação das
Academias de História Militar do Brasil e da Academia de História
Militar Terrestre do Brasil/Resende
Participamos em 28 de abril de 2011, em
Porto Alegre, junto com vários integrantes da Federação das
Academias de História Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB), do
Seminário do Livro Branco de Defesa Nacional, promovido pelo
Ministério da Defesa.
Assistimos com especial
interesse a palestra - A visão militar sobre a
inserção internacional de segurança para o Brasil -
proferida pelo Gen Div Sérgio W. Etchegoyen, ex-comandante da Escola
de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e atual comandante da
3ª Divisão de Exército – Divisão Encouraçada, cuja História
resgatamos, em seu centenário, em parceria com o acadêmico Cel Luiz
Ernani Caminha Giorgis, atual Presidente da nova Academia de
História Militar Terrestre do Brasil/Rio Grande do Sul (AHIMTB/RS),
e do acadêmico Major Ândrei Clauhs, então Comandante da 3ª Cia de
Comunicações Blindada, em Santa Maria-RS, e do CMG Carlos Norberto
Stumpf Bento, então adido naval em Buenos Aires, como autor da capa
do citado livro.
Na esclarecedora
palestra do General Etchegoyen, vislumbramos a possibilidade da
FAHMTB contribuir para o desenvolvimento do Livro Branco de Defesa
Nacional, no tocante à História Militar Terrestre Crítica do Brasil,
subsidiária da nacionalização progressiva da Doutrina Militar
Terrestre Brasileira, como resultado da análise crítica, à luz dos
fundamentos da Arte e Ciência Militar, da História Militar Terrestre
do Brasil. Esta, a responsável, em grande parte, pela definição e
manutenção das dimensões continentais do Brasil.
Fundamentos de Arte e
Ciência Militar que abordamos em nosso trabalho Como estudar e
pesquisar a História do Exército. Brasília: EME/AHIMTB,
1999, 2ª edição, E a serviço dos quadros de nossas forças terrestres
(Exército, Fuzileiros Navais, Infantaria da Aeronáutica, Polícias e
Bombeiros Militares) em Arte e Ciência Militar brasileiras.
Fundamentos transcritos, também, dentro do Processo de Ensino de
História Militar na AMAN, na obra AMAN-CADEIRA DE HISTÓRIA-
História da Doutrina Militar (Da Antiguidade à II
Guerra Mundial). Volta Redonda: Gazetilha, 1979,
Capítulo 5, p. 155/161.
Patrocinada pelo Estado-Maior do
Exército, esta obra foi por nós organizada, e realizada sob a
responsabilidade da Equipe de História Militar: Ten Cel Inf QEMA Ney
Sales,Ten Cel Eng Cláudio Moreira Bento e Ten Cel Inf QEMA Sérgio
Monteiro Marcondes, e revisada sob a responsabilidade da Equipe de
Redação e Estilística: Ten Cel Art (ME) Nei Paulo Panizzutti e Ten
Cel (ME) Manoel de Brito.
- História Militar
Terrestre Crítica do Brasil: matéria prima para a nacionalização
progressiva da Doutrina Militar Terrestre do Brasil, como o fizeram
as potências e grandes potências militares; e a luz dos Fundamentos
de Arte e Ciência Militar, em especial Princípios de Guerra, Manobra
e seus Elementos, Fatores da Decisão Militar e Fator Militar (Chefe,
Estado-Maior, Tropa, Equipamento, Terreno, Condições Metereológicas,
Imponderáveis da Guerra, Incerteza da Situação, Confusão em Combate,
Grau de Operacionalidade, Moral, Pensamento Militar Criador e
Tecnologia).
Ciência e Arte Militar
Brasileiras - conceitos
Ciência Militar Brasileira.
Seria o conjunto de experiências
militares acumulado pela História Militar Terrestre do Brasil, do
Descobrimento até nossos dias e, em especial, as originais ou
genuínas, e passíveis de serem usadas coordenadamente, no preparo
das Forças Terrestres do Brasil para o combate, e
nos campos da Doutrina Militar da
ORGANIZAÇÃO, EQUIPAMENTO, INSTRUÇÃO e MOTIVAÇÃO.
Arte Militar Brasileira.
Conjunto de originalidades, perícias, inspirações, habilidades e
astúcias reveladas por chefes brasileiros em bem coordenar os meios
fornecidos pela Ciência Militar e de os empregar com apoio nos
Fundamentos de Arte Militar.
O Duque de
Caxias e seu pioneirismo em História Militar Terrestre Crítica do
Brasil, com vistas à nacionalização progressiva da Doutrina Militar
Terrestre do Brasil
O Duque de Caxias,
como sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB)
desde 1849, e a pedido desta instituição, realizou a análise militar
terrestre crítica da Batalha do Passo do Rosário, com apoio em
depoimentos que colheu de brasileiros, argentinos e orientais
(uruguaios) que dela participaram. Análise que publicamos em nossa
obra 2002 – 175 anos da Batalha do Passo do Rosário.
Porto Alegre: AHIMTB/Gênesis, 2003, e com a qual Caxias respondeu ao
IHGB, em 28 Ago 1854, consistente nas respostas às nove questões que
lhe foram formuladas.
Resposta dada 27 anos
depois da citada batalha e dois anos depois de sua vitória como
comandante do Exército Brasileiro em Operações na guerra contra
Oribe e Rosas, 1851/52.
Esta análise determinou
a sua escolha como patrono da Federação das Academias de História
Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB) e das AHIMTB/RESENDE,
AHIMTB/RIO GRANDE DO SUL, AHIMTB/DISTRITO FEDERAL e AHIMTB/RIO DE
JANEIRO, criadas a partir de 23 de abril de 2011, bicentenário da
instalação da Academia Real Militar, que daria origem à atual AMAN,
da qual é denominação histórica.
O seu pioneirismo a
favor da nacionalização da Doutrina Militar Terrestre do Brasil, ou
de seu Exército, teve origem em 1861 na qualidade de Ministro da
Guerra e Chefe do Gabinete de Ministros, ou Chefe de Governo do
Brasil.
Quando seus assessores
lhe apresentaram as Ordenanças do Exército de Portugal (ou
Doutrina Militar de Portugal) para a adoção pelo Exército Imperial
do Brasil, ele não aceitou sob o seguinte argumento:
“As Ordenanças de Portugal (de
influência inglesa) foram adotadas para operar no contexto das
realidades operacionais européias. Elas não respondem, na
totalidade, às realidades sul-americanas que eu vivenciei em cinco
campanhas vitoriosas que comandei. Vou adaptar às realidades
operacionais sul-americanas as Ordenanças de Portugal ‘até
que nosso Exército venha a possuir uma doutrina militar genuína”.
Sonho ainda por realizar!
Em nosso artigo
Fontes da Cultura em Arte da Guerra do Duque de Caxias.
Revista Militar Brasileira, Volume 116, maio de 1980,
p.185/196, ensaiamos como ele acumulou e aplicou a sua invejável
cultura em Arte e Ciência Militar.
E foi com
esta doutrina, adaptada às realidades sul-americanas, que ele venceu
a derradeira e 6ª campanha militar, a Guerra da Tríplice Aliança
contra o Paraguai (1865-70), na qual executou a notável Manobra pelo
Chaco, onde aceitou correr o Risco Calculado, ao colocar em risco o
Princípio de Guerra da Segurança em benefício do Princípio da
Surpresa, mas conseguindo Surpresa ao nível estratégico, ao cair de
surpresa em Santo Antônio, na retaguarda profunda do adversário,
concentrado na defesa da posição fortificada intransponível do
Piquicirí. E entre esta posição e a capital do adversário, Assunção.
Influências doutrinárias
estrangeiras na Doutrina Militar Terrestre Brasileira
Entendemos
como Doutrina Militar o conjunto das regras escritas em
regulamentos, pelas quais uma força militar considerada é
organizada, equipada, instruída, motivada e empregada em combate.
Doutrina que se desenvolve em cinco campos: ORGANIZAÇÃO,
EQUIPAMENTO, INSTRUÇÃO, MOTIVAÇÃO e EMPREGO. Os quatro primeiros são
relacionados com a Ciência da Guerra ou PREPARO DA FORÇA, e o último
é relacionado com a Arte da Guerra.
Ao longo do
processo histórico do Brasil tem sido buscado auxílio em doutrinas
militares de potências e grandes potências militares como Espanha,
Inglaterra, Alemanha, França e Estados Unidos.
Mas a
herança portuguesa nos legou este precioso pensamento militar
português, decorrente do pensamento político de Portugal de “Dilatar
a Fé e o Império”. Pensamento militar assim interpretado pelo
notável historiador militar de nosso Exército General Francisco de
Paula Cidade, um dos Jovens Turcos fundadores da revista A Defesa
Nacional em 1913:
“Julgada a causa justa, pedir
proteção divina e atuar ofensivamente, mesmo em inferioridade de
meios”.
País rico deve ser militarmente
forte!
É o que
aprendemos e ensinamos na Academia Militar da Agulhas Negras como
instrutor de História Militar (1978/80), já historiador militar
consagrado e autor de várias obras de História Militar, no tocante à
História Militar das nações que se tornarão potências e grandes
potências militares. Ocasião em que tivemos como alunos de História
Militar vários oficiais generais-de-brigada de hoje, que talvez se
recordem de nossas aulas.
E todas
estas nações muito ricas, para assegurarem seus status,
desenvolveram expressivo poder militar compatível, para proteger seu
poder econômico. Então, desenvolveram doutrinas militares genuínas,
decorrentes da análise crítica de sua História Militar e à luz dos
fundamentos de Arte e Ciência Militar.
É
indiscutível que o Brasil, com a sua grande e crescente expressão
econômica e social, para que desfrute da mais segura convivência no
concerto das Nações deva desenvolver PODER MILITAR DEFENSIVO
DISSUASÓRIO COMPATÍVEL, para proteger e defender, se for o
caso, os seus interesses. E, em especial as riquezas que possui em
suas Amazônias Verde e Azul. Merecendo especial atenção, no futuro,
a proteção das fontes de água doce em seus rios, nos aquíferos
Guarany e da Amazônia e, possivelmente, parte das águas da
Antártica, às quais tiver direito por confrontação.
Segundo o Cel Humberto Bastos em Artigo “Soberania
não se pode improvisar” (publicado em
http://planobrasil.com), as grandes potências e potências mundiais
“cada vez mais adquirem uma projeção de poder militar significativo,
com orçamentos substanciais (somente o Pentágono nos EUA tem um
orçamento militar superior a 300 bilhões de dólares).
As grandes potências tiram seus ensinamentos
na Mãe-História, pois como já dizia o grande historiador GEORGE
SANTAYANA: ‘aquele que não conhece o passado, estará
condenado a repetí-lo’. Desta
forma, as grandes potências seguem o provérbio da Grécia Antiga: ‘SI
VIS PACEM, PARA BELLUM’ (SE QUERES A PAZ PREPARA-TE PARA A
GUERRA), pois
estas Nações sabem que a expressão militar do poder nacional é
fundamental para respaldar as decisões da política internacional, já
que no concerto das nações não existem nações amigas, mas sim um
complexo jogo de interesses entre os países e somente as nações
que detêm um expressivo poder militar são respeitadas e levados a
sério seus posicionamentos e decisões, pois a projeção do poder
militar é um fator estratégico dissuasório nas relações
internacionais”.
Daí a nossa insistência para o Brasil
desenvolver PODER MILITAR DISSUASÓRIO COMPATÍVEL, para ser levado a
sério em seus posicionamentos e decisões. E ao que nos parece não
existe na História da Humanidade outra forma, inclusive para a
manutenção da Soberania do Brasil. E para a conquista de PODER
MILITAR DISSUASÓRIO COMPATÍVEL a nacionalização progressiva da
Doutrina Militar Terrestre do Brasil, sonho do Duque de Caxias,
salvo melhor juízo, daria expressiva contribuição ao desenvolvimento
do Livro Branco da Defesa Nacional.
Para o acadêmico da AHIMTB/Distrito
Federal e pensador militar brasileiro, Gen Bda Luiz Eduardo Rocha
Paiva em artigo -
Pseudo potência
- disponível em Artigos de sócios no site
www.ahimtb.org.br:
“Somos uma potência com pés
de barro, cuja expressão mundial depende principalmente da
exportação de commodities com
baixo valor agregado, da prestação
de serviços por algumas empresas e instituições e do atrativo
mercado interno. Relevância econômica, mas não militar. Há um
desequilíbrio interno fruto da indigência bélica; da debilidade nas
áreas de educação, indústrias de valor estratégico, ciência,
tecnologia e inovação; da crise de valores morais; e da falta de
civismo. Desse quadro, emergem graves vulnerabilidades para
enfrentar os
conflitos que se
avizinham”.
A Doutrina Brasileira em Guerras
de Resistência
Acreditamos
que deva merecer especial atenção o desenvolvimento de uma Doutrina
Militar Terrestre do Brasil, em guerras de Resistência, ou guerra de
guerrilhas, “a estratégia do fraco contra o forte”,
que trouxe no passado grandes resultados para a definição e
manutenção de um Brasil Continente, com poucos gastos em recursos
financeiros e humanos.
A Guerra
Brasílica: guerrilha também chamada de Guerra de Emboscadas,
travada contra o invasor holandês no Nordeste, de 1624-1654, cuja
análise militar crítica e, em especial, as Batalhas dos Guararapes,
estudamos pioneiramente em nosso livro As Batalhas
dos Guararapes - descrição e análise militar.
Recife: UFPE, 1971. E em 2004 (2ª edição), comemorativa aos 358 anos
da 1ª Batalha, hoje consagrada como o Dia do Exército, desde 24 de
março de 1994, por decreto Presidencial.do Presidente Itamar
Franco,oficial R/2 do Exército.
Guerra Brasílica,
denominação atribuída por chefes militares europeus que não
entendiam como luso-brasileiros cercados por mar e sem dispor de
armas de fogo e pólvora e sob o abrigo de fortalezas com muralhas
construídas de terra batida, puderam enfrentar e vencer o bem
equipado e organizado Exército europeu invasor do nosso território.
Em nosso estudo militar crítico descobrimos o
valoroso Sargento-Maior Antônio Dias Cardoso, personagem meio
apagado na História Descritiva das guerras holandesas, mas enviado
como profissional militar da Bahia, para Pernambuco, como um oficial
hoje classificado de “Força Especial”, para reunir e treinar nas
matas de Pau-Brasil de Pernambuco, as improvisadas forças locais
para participarem da Insurreição Pernambucana de 1645/54. Hoje este
herói, como ato de justiça na voz da História, é o patrono das
Forças Especiais do nosso Exército,
consagração para a qual contribuímos com o nosso estudo militar
crítico das Batalhas dos Guararapes, onde o estudamos em separado, e
com o aplauso do historiador Câmara Cascudo, transcrito na 4ª capa
do meu citado livro.
Abordamos a Guerra Brasílica também nos seguintes trabalhos;
BENTO, Cláudio Moreira.
As Batalhas dos Guararapes, in: AMAN. História Militar do Brasil.
Volta Redonda: Gazetilha, 1979. p.7/24.(Livro texto usado por longo
tempo pela Cadeira de História da AMAN).
(____). As Guerras
holandesas - 1624/1654, in ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO. História do
Exército Brasileiro – Perfil Militar de um Povo. Rio de
Janeiro: SERGRAF, 1972.v.1, p.101/193,
(____). As guerras
holandesas no Nordeste - 1624/1654, in: Brasil, conflitos
externos - 1500/1945. Resende: AHIMTB, 2002.(Colaboração da
AHIMTB com o CAEM/ECEME. Trabalho disponível em Livros no site da
AHIMTB
www.ahimtb.org.br.
(____). Mestre de Campo
Antônio Dias Cardoso. O patrono da Turma da AMAN de 27Nov2003.
Disponível em Artigos no site
www.ahimtb.org.br.
A Guerra à Gaúcha:
guerra de guerrilhas conduzida no Rio Grande do Sul de 1763/77
contra duas invasões espanholas, em 1763 e 1773, orientada pela
estratégia ”do fraco contra o forte,” expedida do Rio
de Janeiro, na impossibilidade de enviar reforços militares ao Sul:
“A
guerra contra o invasor será feita com pequenas patrulhas
localizadas nas matas e nos passos dos rios e arroios. Destes locais
sairão ao encontro dos invasores para surpreender-lhes, causar-lhes
baixas, arruinar-lhes gados, cavalhadas e suprimentos e ainda
trazer-lhes em constante e contínua inquietação”.
E o
resultado foi o delas terem dominado a campanha gaúcha e conquistado
as bases espanholas estabelecidas na Fortaleza de Santa Tecla e no
Forte de São Martinho, criando condições para a reconquista da Vila
do Rio Grande em 7 de abril de 1776, pelo Exército do Sul, baseado
em São José do Norte.
Abordamos
estes eventos nos seguintes trabalhos:
-
A Guerra de Restauração do RGS.
Rio de Janeiro: BIBLIEX, 1996.com apoio em relatório do Ten Gen
Henrique Böhn, comandante do Exército do Sul e sua correspondência
com o Vice-Rei Relatório em Frances , traduzido para o autor pelo
falecido acadêmico Cel (ME) Nei Paulo Panizzutti e até então
inexplorado do ponto de vista militar. Abordamos esta guerra
igualmente nos seguintes trabalhos:
-A Guerra de Reconquista do Rio
Grande do Sul, in: Brasil – Conflitos Externos
(1774-1776). Resende: AHIMTB, 2002, p. 43/48 (Colaboração da AHIMTB
ao CAEM/ECEME).
-Guerra à
Gaúcha in: Regionalismo sul-rio-grandense. Porto Alegre:
CIPEL, 1996 p. 127/134;
- A Guerra de
1763-1777, in: História da 3ª Região Militar 1807-1889 e
Antecedentes. Porto Alegre: SENAI/3ª RM, 1994. P.102/129.
- Reconquista
da Vila de Rio Grande – 1º Abr 1776, in: AMAN-CADEIRA DE
HISTÓRIA MILITAR – História Militar do Brasil (texto). Volta
Redonda: Gazetilha,1979. P. 38/34, (merecendo destaque o ítem Papel
da guerra de guerrilhas, à p.38).
- A Guerra da
Restauração do Rio Grande do Sul, 1774/76, disponível em ‘Artigos’
no site
www.ahimtb.org.br.
- Brigadeiro
Rafael Pinto Bandeira, o 1º general brasileiro nascido na área do
CMS, in: Comando Militar do Sul (Quatro Décadas de
História) 1953-1996 e Antecedentes, Porto Alegre, 1995. P.
37/52. (Projeto História do Exército no RGS).
- Hipólito
da Costa – O Gaúcho fundador da Imprensa do Brasil. Porto
Alegre: AHIMTB, 2005, p. 33/62;
- A Guerra da
Restauração do RGS, 1774/1776, in: As Guerras dos Gaúchos.
Porto Alegre: Editora Nova Prova, 2008.
- Canguçu –
reencontro com a História. Resende: AHIMTB/ACANDHIS, 2007. P.
15/53;
- Canguçu na
História Militar, in: Canguçu – 200 anos. Resende:
ACANDHIS/Graf. Patronato, 2000. P. 62/71. Este, era um evento até
então pouco conhecido e estudado do ponto de vista das operações
militares
A guerrilha
amazônica: Esta se
desdobrou em três ocasiões distintas. A primeira, a guerrilha
fluvial conduzida no Baixo Amazonas, sob a liderança de Pedro
Teixeira, para expulsar ingleses, irlandeses e holandeses que, de
1599 a 1632, estabeleceram feitorias como bases, defendidas por
fortins. Pedro Teixeira conseguiu expulsá-los tendo, inclusive,
atacado com canoas um barco holandês, o qual conquistou e incendiou.
A segunda, foi a atuação guerrilheira no Acre, liderada por Plácido
de Castro, major federalista na Guerra Civil de 1893/95 no Rio
Grande do Sul, enfrentando frações do Exército boliviano, culminando
com a independência do Acre e o livrando da ocupação pelo Bolivian
Syndicate, que contaria com forças recrutadas nos EUA. A terceira
foi a reação guerrilheira no Amapá, liderada pelo General
Cabralzinho, que enfrentou e venceu franceses da guarnição de uma
canhoneira que tentou ocupar e dominar o Amapá.
Enfim, operações de guerrilhas que
estudamos com mais detalhes em nosso livro: Amazônia Brasileira.
Conquista Consolidação e Manutenção 1616-2003 - História Militar
Terrestre da Amazônia. Porto Alegre: AHIMTB/Gênesis,
2003.
Obra em que
abordamos as lutas internas e externas e as pressões internacionais
que envolveram a Amazônia Brasileira. E, ao final, relacionamos as
monografias de alunos da ECEME e CPEAEx sobre problemas militares
relacionados com a Amazônia, acessíveis pela Internet.
Na referida
obra merecem destaque os Aspectos de interesse militar dos
índios, às p. 37/41, registrados pelo padre Jesuíta João Daniel,
que viveu 18 anos na Amazônia e que por volta de 1797 escreveu o
manuscrito Tesouro Descoberto no Máximo do Rio Amazonas.
Rio de Janeiro:
Contraponto, 2004. 2 v.
Obra que
caracterizou a rusticidade (endurance) dos índios, seu desprezo
pelas riquezas e as guerras entre eles. Outras obras do autor:
- O
libertador do Acre. Belém: SUDAM, 1973. (A História da conquista
do Acre por Plácido de Castro).
- A
conquista da Amazônia (por Pedro Teixeira). Rio de Janeiro: DNF,
1971. ( Aborda as ações de guerrilha de Pedro Teixeira no Baixo
Amazonas contra ingleses, irlandeses e holandeses e a sua conquista
da Amazônia para Portugal, em nome do rei comum de Espanha e
Portugal durante a União das Coroas Ibéricas (1580-1640). Dentre os
vários trabalhos sobre o tema e inclusive os produzidos no modelar
GIGS ( Centro de Instrução de Guerra na Selva Cel Jorge Teixeira
) destaco os seguintes.
BRINGUEL,Luiz
Alberto, Ten Cel .A Estratégia da Lassidão. Military Review,
4º Trim 1995.
PINHEIRO Álvaro
de Souza,Cel .Guerrilha na Amazônia: Uma experiência no Passado, o
Presente e o Futuro. Military Review,.1º Trim, 1995. E que
assim conclui o seu notável trabalho depois de abordar as nossa
experiências bem sucedidas de guerrilhas na Amazônia/
“ Para conquistar e manter a nossa
Amazônia,o. emprego da guerra de guerrilhas tem sido uma constante
nestas lutas.
O ambiente de selva ,a grande
extensão territorial, a imensa faixa de fronteiras, a rarefação
demográfica , a deficiência de transportes e a precariedade de
comunicações, todos fatores característicos daquela que é hoje a
Área Estratégica de maior prioridade , tem contribuído para que esta
singular forma de combate, como a estratégia do fraco contra o
forte, naquele ambiente operacional de magníficas condições de
condução.”
Conhecemos o Cel Álvaro de
Souza Pinheiro quanto ele era o comandante do 1º Batalhão de Forças
Especiais no Rio, quando fomos por ele convidado para lhe fornecer
subsídios sobre o líder guerrilheiro da Insurreição Pernambucana
1644/54 Antonio Dias Cardoso , e com o fim de o propor, como
Patrono das Forças Especiais de nosso Exército, de vez que já o era
de fato, desde que gravura ampliada de sua figura constante da
página 134 do volume 1 da História do Exército Brasileiro –Perfil
Militar de um povo, foi entronizada ampliada no Batalhão de
Forças Especiais. Pois ela ilustrava o texto de
nossa autoria sobre As Guerras Holandesas onde classificávamos a
atuação de Dias Cardoso como a hoje de um guerreiro tipo Forças
Especiais . E a sua proposta encaminhada a COTER foi logo
encaminhada e aprovada pelo Ministro do Exército
De relevância na formulação
de uma Doutrina Militar Brasileira genuína de Guerra na Selva
Amazônica, destaco os trabalhos doutrinários do GIGS–Centro de
Guerra na Selva –Cel Jorge Teixeira , o seu fundador e gaúcho de
General Câmara –RS e membro da Turma da AMAN de 1947. O CIGS, hoje
é considerado o melhor Centro de Instrução de Guerra na Selva do
mundo. foi criado por Decreto em 2 de mar 1947 , e já com 47 anos de
atuação, tem como missão principal especializar, oficiais -,
subtenentes e sargentos para o combate na selva e também realizar
pesquisas doutrinárias e valorizar e difundir a mística do guerreiro
de selva.. Centro que formou em 19 nov de 1966 a 1ª turma de
Guerreiros da Selva Amazônica e que vem contribuindo para o
estabelecimento de uma doutrina brasileira de Guerra de Resistência
na Amazônia e já formou em quase meio século em seu Curso de
Operações na Selva cerca de 5,000 militares brasileiros e realizou
valiosas pesquisas e experimentações doutrinárias que vem sendo
disseminadas pelos militares que formou
O 6º comandante do CIGS foi
o hoje acadêmico da AHIMTB, o Cel Gélio Augusto Barbosa Fregapani,
gaúcho filho de Taquari e nosso velho amigo e contemporâneo na
Escola Preparatória de Porto Alegre em 1952 , com larga vivência na
Amazônia. E foi o 6º comandante do GIGS quando lançou os seguintes
princípios doutrinários a serem seguidos pelo combatente de Selva
na Amazônia e os denominando de Leis da Guerra da Selva
1ª Tenha a iniciativa,
pois não receberás ordens para todas as situações, tenha em vista o
objetivo final.
2ª Procure a surpresa
por todos os modos.
3ª Mantenha seu corpo,
armamento e equipamento em boas condições.
4ª Aprenda a suportar o
desconforto e as fadigas sem queixar-se e seja moderado em suas
necessidades.
5ª Pense e aja como
caçador, não como caça.
6ª Combata sempre com
inteligência e seja o mais ardiloso.
A Guerra do Mato:
Guerrilha travada por cerca de um século por defensores e atacantes
do Quilombo dos Palmares, que desenvolveram táticas de guerrilhas
nas matas da área. Abordamos este assunto no artigo ‘A secular
Guerra dos Palmares’, disponível em artigos no site
www.ahimtb.org.br. Tipo de guerrilha denominada Guerra do
Mato, que o guerrilheiro (em Portugal) José Bonifácio usou
contra tropas de Napoleão, e ameaçou dela fazer uso novamente, caso
o Brasil fosse atacado por forças estrangeiras em seus primeiros
passos como nação independente.
Centro de Doutrina e
o de Pesquisas e Estudos de História do Exercito
Hoje, vinculado ao Estado-Maior do
Exército, existe um Centro de Doutrina para desenvolver este setor.
Vinculado ao Departamento de Cultura e Ensino do Exército, no Rio de
Janeiro, um Centro de Pesquisas e Estudos de História do Exército.
Votos de sucesso a estas instituições, surgidas no bicentenário da
criação da Academia Real Militar, na esperança de que possam
aproveitar nossos estudos de História Militar Terrestre Crítica do
Brasil, que iniciamos há 40 anos, ao elaborarmos o livro As
Batalhas dos Guararapes - descrição e análise militar. E também
estudos sobre este aspecto desenvolvidos desde 1996 pela Academia de
História Militar Terrestre do Brasil, que fundamos em Resende em 1º
de março de 1996, destinada fundamentalmente a realizar estudos
históricos militares terrestres críticos. Tudo com vistas a retirar
da rica História Militar do Brasil de mais de 500 anos, subsídios de
Ciência e Arte Militar brasileiras, como contribuição para a
formação dos quadros de nossas Forças Terrestres em Ciência e Arte
Militar Brasileira. E também para a nacionalização progressiva de
uma Doutrina Militar Terrestre Brasileira genuína, sem deixar de
lado o que de melhor puder incorporar de outras doutrinas militares.
Ou como procedeu em 1861 o Duque de Caxias, Patrono do Exército e da
FAHIMTB, ao adaptar o que de melhor existia em doutrinas militares
de outras nações, às realidades operacionais brasileiras impostas
pelas diversas características do fator TERRENO, da Decisão (Pampa,
Montanha, Catinga, Pantanal, Cerrado, Amazônia, etc.). Hoje nosso
acervo pessoal sobre Historia Militar do Brasil acumulado em 40
anos e mais o acumulado em 15 anos pela AHIMTB estão à disposição da
pesquisa em História Militar Terrestre e bem protegidos em
repartição separada junto a Biblioteca da AMAN
l
A resposta de um oficial
da Missão Militar Francesa ao pedido de um aluno brasileiro da
missão
Pergunta:
- O Senhor poderia nos ensinar Tática e Estratégia Militar
Brasileiras?
Resposta:
- Não posso lhes ensinar estes assuntos, que estão embutidos na
História Militar do Brasil. É lá que os senhores deverão retirar a
Tática e Estratégia Militar do Brasil. Ou da Análise Militar Crítica
da História Militar Terrestre do Brasil desde o Descobrimento.
E foi isto
que o Duque de Caxias realizou pioneiramente ao adaptar as
Ordenanças de Portugal às realidades operacionais sul-americanas que
vivenciara em cinco campanhas militares vitoriosas.
Em 1978 e
1999, em duas edições, com o apoio do EME, publicamos, como manual,
nosso livro Como estudar e pesquisar a História do Exército,
com vistas a servir de instrumento auxiliar na pesquisa militar
crítica de História Militar Terrestre do Brasil na AMAN, EsAO e
ECEME.
História Militar Terrestre
Crítica é tarefa do profissional militar e não do historiador civil
Ao
profissional militar cabe escrever a História Militar Terrestre
Crítica do Brasil, à luz dos fundamentos de Arte e Ciência Militar,
conforme procedeu o Duque de Caxias em 1854, em relação à Batalha do
Passo do Rosário (20 de fevereiro de 1827).
Exemplos:
Análises críticas à luz dos Princípios de Guerra, da Manobra e seus
elementos, dos Fatores da Decisão Militar, do Fator Militar e outros
fundamentos que abordamos no capítulo IV de nosso livro Como
estudar e pesquisar a História do Exército, já citado e
disponível em Livros no site da FAHIMTB
www.ahimtb.org.br.
Ao médico,
ao engenheiro, ao advogado, etc., caberá fazer a sua análise crítica
profissional, à luz dos princípios de suas profissões.
Um
historiador civil formado em nossas faculdades, em princípio, não
tem condições de fazer a análise militar terrestre crítica de um
evento militar por desconhecer a Arte e Ciência Militar. Daí ser
esta tarefa do profissional militar, à semelhança da análise crítica
de uma manobra militar como adestramento.
A relevância da História Militar
Terrestre Descritiva no fortalecimento do campo MOTIVAÇÃO da
Doutrina Militar
A Motivação é o que responde às
perguntas que cada combatente se faz: Por que dedicar-me à
instrução? Por que combater? Por que sacrificar a vida, se preciso
for, em defesa da minha pátria?
Os exemplos de sublimação positiva
destas respostas, transmitidas ao soldado pela História Militar
Terrestre Descritiva do Brasil fortalecem o seu Moral e, por via de
consequência, a sua dedicação profissional ou a sua Motivação.
Por esta razão o Exército Brasileiro assim definiu o seu objetivo
cultural atual nº 1:
“Pesquisar, preservar, cultuar
e divulgar a História, as Tradições e os Valores morais, culturais e
históricos do Exercito”.
A História Militar Terrestre Crítica
passou a ter expressivo desenvolvimento na década de 30 com a
criação da Biblioteca do Exército Editora, criada pelo General
Valentim Benício, como Secretário do Exército, e hoje patrono de
cadeira na FAHIMTB, e com o concurso dos historiadores militares e
também hoje patronos de cadeiras na FAHIMTB: generais Emílio de
Souza Docca e Francisco de Paula Cidade, e mais, com a criação do
Arquivo do Exército (hoje Arquivo Histórico do Exército), que
chefiamos de 1985/90 quando conseguimos acrescentar a palavra
“Histórico”, com o apoio do então Secretário do Exército Gen Bda
Jonas de Moraes Correa Neto, hoje acadêmico emérito da FAHIMTB .
Arquivo fundado sob a direção do historiador militar Cel Jonathas do
Rego Monteiro, hoje patrono de cadeira na FAHIMTB.
Em 29 Nov
1941 estas instituições foram reforçadas pela criação do Instituto
Geográfico e Histórico Militar do Brasil (IGHMB), tendo como
fundadores os historiadores militares, hoje patronos de cadeiras na
FAHIMTB Generais Augusto Tasso Fragoso, Cândido Mariano Rondon,
Valentim Benício da Silva, coronéis Francisco de Paula Cidade e
Genserico Vasconcellos, majores Jonas de Morais Correia Filho e José
Lima Figueiredo, capitães Severino Sombra e Adailton Pirassinunga.
Instituição com Revista, que era publicada pela Secretaria do
Exército.
Em 1972, diversas obras de História
Descritiva foram consolidadas pela Comissão de História do Exército
do EME sob a presidência do historiador militar e hoje patrono de
cadeira na FAHIMTB Cel Francisco Ruas Santos, de acordo com
planejamento por ele elaborado e com nossa contribuição, como seu
adjunto, da História do Exército Brasileiro - perfil militar de
um povo, 3v., contando com a colaboração de alunos da ECEME e de
historiadores militares convidados. Obra publicada pelo Estado-Maior
do Exército, chefiado pelo Gen Ex Alfredo Souto Malan, hoje patrono
de cadeira na FAHIMTB.
O Cel Ruas Santos elaborou e publicou no
EME o Sistema de Classificação de História das Forças
Terrestres do Brasil, uma Teoria de História do Exército
Brasileiro, que acredito poucos exércitos dispõem de trabalho igual.
Mais tarde, deste Sistema, apropriamos e
completamos só a parte relativa ao EMPREGO das forças terrestres do
Brasil. Isto nas mais variadas circunstâncias, em conflitos externos
e lutas internas, com vistas a retirar da análise crítica, à luz de
fundamentos de Ciência e Arte Militar, e de cada emprego de força
militar, subsídios de Ciência e Arte Militar brasileiras para a
instrução dos quadros, e assim subsidiar o desenvolvimento
progressivo da Doutrina Militar Terrestre Brasileira.
O Cel Ruas insistia que a História do
Exército de 1972 era apenas descritiva e não a História do Exército
Científica a ser realizada, a qual denomino História Militar
Terrestre Critica do Brasil, sonho do Duque de Caxias manifesto em
1861. como Ministro da Guerra e Chefe do Governo do Brasil,
repetimos.
Na Comissão de História do Exército fomos
encarregados de desenvolver um programa de audiovisuais de História
do Exército com auxilio de pintores e aquarelistas, tendo por tema
assuntos e personagens da História do Exército, pois a iconografia
militar republicana era muito pobre em relação à imperial e só
marcada por óleo do Marechal Deodoro proclamando a República, a qual
integra a Biblioteca Marechal José Pessoa da AMAN. Deixamos este
acervo iconográfico bastante enriquecido no então criado Centro de
Documentação do Exército em 1974.
No tocante à História Descritiva do
Exército temos atuado produzindo os seguintes trabalhos, ilustrados
por pinturas de artistas sob nossa orientação, cobrindo lacunas em
nossa História Militar:
- A História do Brasil através de seus
fortes. Obra patrocinada, publicada e divulgada pelo GBOEx em 1982.
- Memória da canção militar brasileira
(Amor Febril) patrocinada, publicada e divulgada pelo GBOEx em
1990.
- Moedas de Honra (Sobre
condecorações brasileiras). Encomendada pelo GBOEx, mas não
publicada e não paga pela Diretoria do GBOEx que substituiu a do
Presidente Antonio de Lisboa Mello e Freitas. Está disponível em
Livros no site da FAHIMTB
www.ahimtb.org.br
- Escolas de Formação de Oficiais da
FFAA do Brasil. Obra patrocinada, publicada e divulgada pela
FHE/POUPEx em 1987.
- Quartéis Generais das Forças Armadas
do Brasil. Obra patrocinada, publicada e divulgada pela
FHE/POUPEx em 1988.
- A Guarnição Militar do Rio na
Proclamação da República. Obra patrocinada, publicada e
divulgada pela FHE-POUPEx em 1989.
- Os Patronos nas Forças Armadas do
Brasil. Encomendado pela FHE-POUPEx, paga e não publicada.
Disponível em Livros no site da FAHIMTB
www.ahimtb.org.br.
Destes trabalhos, os que foram publicados
decoram paredes de instalações das Forças Armadas do Brasil.
Desde 1994 temos publicado com o apoio da
FHE-POUPEX, na Presidência do Gen Ex Clóvis Jacy Burmann a História
das Grandes Unidades do Rio Grande do Sul, no Projeto História do
Exército na Região Sul. Obras de interesse da História Descritiva no
tocante ao Campo Doutrinário da MOTIVAÇÃO e da História Militar
Terrestre Crítica. Também na abordagem de biografias dos comandantes
destas grandes unidades, como subsídios para a formulação de uma
Doutrina Militar Terrestre Brasileira com base no conhecimento da
Liderança Militar Brasileira, pela aplicação crítica dos fundamentos
sobre Princípios de Liderança. Importante ao lembrarmos esta
afirmação de um pensador militar:
“A Doutrina Militar não é estática.
Ela é essencialmente dinâmica e só possui duas constantes: o homem e
a sua constante mudança!”
Isto me leva a recordar pesquisas
profundas realizadas na ECEME. em 1962, das quais tomei conhecimento
na Comissão de História do EME e que procuravam levantar o Perfil do
combatente brasileiro. E que, das diversas análises de lutas
externas e internas na República, chegaram à seguinte conclusão:
“O combatente brasileiro em combate
não se adapta a normas disciplinares rígidas. Ele é sensível ao
líder e o segue, e não aos regulamentos rígidos”.
A República não cuidou da biografia de
seus generais, salvo poucas exceções, como as dos patronos das
Forças Armadas e as constantes do Dicionário Biográfico da FGV,
a partir de 1930, com o qual colaboramos como Diretor do Arquivo
Histórico do Exército.
O Historiador é um ressuscitador de
personagens. Em Barra Mansa, ao tomarmos posse na cadeira Marechal
Floriano Peixoto, um genealogista afirmou:
“O homem tem três mortes. A
primeira ao dar o último suspiro. A segunda ao baixar à sepultura. E
a última e definitiva, a última vez que seu nome for lembrado ou
pronunciado!”
Assim, simbolicamente, teríamos
ressuscitado ao longo de 40 anos como historiador, centenas de
personalidades militares, cujas vidas e obras haviam caído no
esquecimento e também devolvendo informações de suas realizações, de
utilidade para a construção do futuro do nosso Exército.
Dentro desta linha registro entre outras
as seguintes biografias:
- As de nossos maiores líderes de batalha
e de combate em seus bicentenários: o Duque de Caxias em: Caxias
e a Unidade Nacional, o General Osório em: General Osório - o
maior herói e líder popular brasileiro, o Conde de Porto Alegre
em: O Conde de Porto Alegre, reedição comentada, e o
Brigadeiro Sampaio em: Brigadeiro Antônio de Sampaio - o Patrono
da Infantaria.
- Os
centenários de generais formados pela Escola de Guerra de Porto
Alegre e que participaram com destaque da Reforma Militar, em
sessões comemorativas quando dirigíamos o Arquivo Histórico do
Exército (1985/90).
- Na Academia de História Militar
Terrestre do Brasil, em 15 anos, personalidades militares, em
especial de nosso Exército, que foram consagradas como patronos de
cadeiras ou de suas Delegacias.
- Em muitas outras iniciativas, das quais
seria exaustivo enumerar. Entre elas os 68 sargentos da FEB
mortos em operações de guerra, título de nosso último livro, a
ser lançado em julho de 2011 no centenário do herói maior da FEB, o
Sargento Max Wolf.
E para tal a AHIMTB procurou nestes 15
anos de profícua existência, recrutar em todo o Brasil numerosos
militares e civis interessados em História Militar do Brasil, para
reforçar as suas fileiras. Comprovar é obra de simples verificação e
raciocínio. Basta consultar O Guararapes n° 66 de jan/mar de
2010.
Principais obras de História Militar Terrestre Crítica do Brasil que
elaboramos à luz dos Fundamentos de Arte e Ciência Militar de
1970-2010
Desde o término do Curso da ECEME em
1969, onde tivemos contato com os Fundamentos de Ciência e Arte
Militar e sua utilização, passamos a realizar pesquisas e divulgação
de História Militar Terrestre crítica entre as quais as que se
seguem:
- As batalhas dos Guararapes –
descrição e análise militar, em 1971 e 1994.
- O combate de Monte Castelo,
no livro Como estudar e pesquisar da História do Exército, em
1978 e 1998.
- Diversos trabalhos no livro
AMAN – Cadeira de História – História Militar do Brasil,
em 1978. Época em que realizamos e acreditamos pioneiramente,
à luz de fundamentos de Arte e Ciência Militar, a análise militar
das batalhas de Carabobo e Boyaçá, das Independências da Venezuela e
Colômbia, nas quais atuou com destaque o brasileiro general Abreu e
Lima.
- 2002 – 175 anos da Batalha do
Passo do Rosário;
- O Exército Farrapo e os seus
chefes e, particularmente, a descrição e análise militar dos
combates de Seival e Rio Pardo, em 1991;
- A Guerra da Restauração do RGS,
em 1996;
- O Combate de Jenipapo, na
Guerra da Independência do Brasil, em 2008;
- Participação das Forças Armadas
e da Marinha Mercante do Brasil na 2ª Guerra Mundial. Duas
edições.
Artigos
de interesse, produzidos e divulgados pelo autor, relacionados com
História Militar Terrestre Crítica, no tocante à Ciência e Arte
Militar Brasileiras
Artigos do autor, de interesse
da História Militar Crítica do Brasil em revistas e no site:
www.ahimtb.org.br.
Na Revista do
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro:
- Fontes da Cultura de Caxias em
Arte da Guerra v. 328, jan/set. 1980 p. 121-131;
- A guerra do Paraguai - um
laboratório de doutrina militar pouco explorado v. 335, abr/jun 1982
p. 117/128;
- Getúlio Vargas e a evolução da
Doutrina do Exército, 1930-1944, v.339 abr/jun 1983 p. 63/72;
- Reflexos no Poder Nacional da
pesquisa e estudo crítico da História Militar Terrestre do Brasil.
v. 334 jul/set. 1983;
Na Revista Militar Brasileira
-
Evocação da Guerra do Paraguai v.95,1970
- Importância da História Militar
Crítica na formação do soldado profissional v. 125, 1988 abr/jun p.
29/30.
- Uma experiência de reconstituição
de memória do 4º BE Cmb v. 122, 1985.
Na
Revista A Defesa Nacional
-
Caxias e o uso militar de aeróstatos, n° 666, 1976, mar/abr p.
195/197;
-
Estudo Militar dos Fatores de Decisão Militar em Passo do Rosário,
n° 646, 1997. jan/maio p. 62/167;
-
Marchas Estratégicas dos Exércitos para a Batalha de Passo do
Rosário, n° 686, 1978 nov/dez p. 71-88;
- General Osório - pensamento
militar, n° 684, 1979 jul/ago;
- Paula Cidade - um soldado a
serviço do Exército, n° 709, 1983, set/out p. 13/35;
- O poder nacional e o estudo
crítico da História Militar, n° 717, 1985 jan/fev p. 75/81;
- Marechal Caetano de Farias –
Projeção como Chefe do EME e Ministro da Guerra na Reforma Militar,
n° 724, 1986, mar/abr p. 93/124;
- Sesquicentenário do Combate do
Seival, o berço da República Brasileira, n° 726, 1986, jul/ago p.
44/85. (Análise crítica);
-
A Libertação de Angola pelo Rio de Janeiro, n° 744, jul/ago p.
150/155;
-
Sesquicentenário do Combate do Rio Pardo, n° 740, 1988 nov/dez p.
41/52. (Análise crítica);
-
Gen Div Augusto Tasso Fragoso (síntese biográfica), n° 750, out/dez
p. 105/107;
-
A Fortaleza de Santa Cruz vista por um almirante inglês, n° 752,
1991, abr/jun p. 144;
-
O Exército na 1ª Guerra Mundial, n° 752, 1991 abr/jun p. 145;
-
Barão do Rio Branco – um diplomata com alma de soldado, n° 754, 1991
out/dez p. 1349;
-
As duas faces da glória, n° 751, 1991. (Rebatendo críticas à FEB);
-
Centenário do Marechal Odylio Denys, n° 756, 1992;
-
O Combate da Vila Amapá n° 756, 1992 p. 131;
-
Sesquicentenário da Pacificação de São Paulo e Minas Gerais, n° 759,
1992;
-
Um significado de Canudos para as forças terrestres do Brasil;
-
O assalto de reconquista da Vila de Rio Grande, em 1° de abril de
1776, n° 789;
-
A Revolução Paulista de 1932 – Operações Militares, n° 760, ago/set
1993 e n° 762, out/dez1993,
-
O Centenário da Revolta na Armada, n° 762, 1993, out/dez;
-
O centenário do cerco federalista de Bagé, n° 764, 1994, jan/mar;
-
Os cercos de Bagé e da Lapa, duas resistências épicas da História
Militar do Brasil, n° 764, 1994;
-
Contribuição paulista ao combate à Guerra Civil - 1893-95, 1994;
-
Marechal Floriano Peixoto – centenário de morte, n° 771, 1996.
-As repercussões do combate do Cerro do Ouro no Paraná .NNNN]
766.1994,
-
Pacificação da Revolução de 93 . nº 771,1996.
Revista do Clube Militar
-
A História da Infantaria Brasileira, 1978, Nov/dez. p. 416;
-
Marechal Mascarenhas de Moraes – significação histórica, 1983,
set/out p. 22/24;
-
O escritor militar Marechal José Pessoa, 1985, set/out p. 38/39;
-
O Arquivo Histórico do Exército e a Memória da FEB, 1976, n° 276;
-
O Exército no Desenvolvimento – caso do Brasil, 1987, n° 279;
-
O Clube Militar e as Cartas Falsas de Arthur Bernardes, 1992,
mai/jun p. 30/32;
-
General Zeca Netto traços de seu perfil militar jan/fev 1984.
-
As Tradições da AMAN em seus 40 anos em Resende jul/ago 1984.
-
O 70º aniversario do 1º Sorteio Militar set/out 1986
-Cinqüentenário do IHGMB set/out 1986
-
O Exército no Desenvolvimento 1987
-
Marechal Odylio Denys uma vida inimitável 1987
-
Memória do Centenário da ECEME em 02 Out 2005;
-A
História Militar Terrestre crítica da Amazônia maio,junho e julho
2000
Revista do Brasil
-
Marechal Deodoro – O destino de um soldado – 1989;
Na Revista Infantaria,
do Curso de Infantaria da AMAN
-
História da Doutrina da Infantaria Brasileira, n° 13, Dez 1978;
-
A Arma de choque do infante, nº 14, Abr 1979;
-
A Divisão Encouraçada na Guerra do Paraguai, nº 15, Ago 1979;
-
Caxias - soldado de Infantaria, nº 16, Jun, 1970.
Na Revista Cavalaria
do Curso de Cavalaria da AMAN
-
General Osório - pensamento militar, 1979.
Na Revista A Lógica,
do Curso de Intendência da AMAN
-
A Importância da Logística, 1978;
-
O General Osório e a Logística, 1980;
Nos Anais do
1º
Simpósio da Imigração e
Colonização Alemã no Rio Grande do Sul
-
Os Brummer - os primeiros pontoneiros do Exército Brasileiro, 1974.
Na Revista do IHG de São
Paulo
-
São Paulo no combate à Guerra Civil e Revolta na Armada - 1893/95,
1995.
Na Military Review
-
O Exército no desenvolvimento - caso do Brasil, premiado em 1º lugar,
1990;
-
A Força Expedicionária do Brasil na II Guerra Mundial.
Existem mais artigos do autor em jornais
que podem ser localizadas com referências nos trabalhos a seguir:
- BENTO, Cláudio Moreira, Cel.
Bibliografia do Historiador (Exemplares na Biblioteca da FAHIMTB
na AMAN, com o autor, na Biblioteca do Colégio Nª. Sª Aparecida e na
Academia Canguçuense de História em Canguçu- RS;
- (____). Memória de minhas
atividades como historiador e em especial como historiador
militar. Resende: AHIMTB, 2009.
- (____). Índice dos índices.de
documentos históricos produzidos ou colacionados pelo autor contidos
em caixas de 1 a 11..Volume 1, 2010.
-(____). Índice dos índices.de
documentos históricos produzidos ou colacionados pelo autor contidos
em caixas de 12 a 14.Volume 2 , 2010.
As caixas de 1 A 14 destinam-se a
guarda da Academia Canguçuense de História
No site da Academia de
História Militar Terrestre do Brasil, em “Artigos”
www.ahimtb.com.br
- O Visconde da Penha – um herói
esquecido;
- Cinquentenário da Marcha Terrestre
Salvador – Brasília – 2010;
- O Combate de Monte Castelo – 65
anos;
- As ONGs na Amazônia;
- O combate de Porongos – um assunto
que havia transitado em julgado no Tribunal da História da Revolução
Farroupilha;
- A geopolítica de Portugal e depois
do Brasil no Prata e suas projeções no RGS, 1680-1908;
- Os imigrantes alemães e
descendentes na História Militar do RGS;
- Memória sobre o culto da História
das Tradições e Valores do Exército – Atualidade;
- Reflexões sobre a Doutrina Militar
Terrestre Brasileira;
- Abreu e Lima, o brasileiro que foi
General de Bolívar;
- Gen Div Carlos de Meira Matos
(1913-2007);
- Classificação de Oficiais para a
seleção de seu Estado-Maior, por Moltke, o Velho;
- Getúlio Vargas e a Evolução da
Doutrina do Exército Brasileiro (1930-1945);
- Bicentenário do Conde de Porto
Alegre;
- Gen Div Bertholdo Klinger (1884 –
1969);
- Aspirante Mega – Patrono da Turma
da AMAN, 15 Fev 1955;
- Continência a um herói – Ao
General Plínio Pitaluga;
- Rondon – O Guerreiro da Paz;
- Estratégias políticas e militares
de Duque de Caxias na Pacificação da Família Brasileira, 1838/45;
- Caxias como Policial no Rio de
Janeiro na Regência e sua significação histórica;
-
A Guerra do Paraguai – um laboratório de doutrina militar pouco
explorado;
-
Os alemães prisioneiros de guerra do Brasil durante a 2ª Guerra;
-
O 75° Aniversário da Revolução de 32 em São Paulo;
-
A Revolução Farroupilha – uma releitura;
-
Os 60 anos do Dia da Vitória;
-
OS 60 anos da Conquista de Monte Castelo pela FEB em 21 Fev 1945;
-
Os 80 anos da Revolução de 1922;
-
Os 150 anos da Guerra contra Oribe e Rosas - 1851/52;
-
Os 150 anos da Batalha de Monte Caseros;
-
As Revoltas pró-República Parlamentar - 1915/16;
-
A Guerra de 1801;
-
Forte de Coimbra – dois séculos de história, fé e glória;
-
Academia Real Militar – uma decorrência da vinda da Família Real
para o Brasil em 1808;
-
Brasil – um país sem memória.
No site do Instituto de
História e Tradições do RGS em Artigos e Livros
www.ihtrgs.com.br
-
Virtudes Militares;
-
A guerra à gaucha;
-
A reconquista do RGS em 1774/77;
-
Bicentenário da Guerra de 1801;
-
Contribuição aos festejos do centenário de Dom Pedrito;
-
Gen Div Bertholdo Klinger;
-
Marechal Mascarenhas de Morais;
-
80 anos da tomada de Pelotas por Zeca Netto;
-
Os Molhes de Rio Grande;
-
Textos das vitrines do Memorial Brigadeiro Silva Pais no 6º GAC;
-
A Educação cívica e o espírito militar segundo J. Simões Lopes Neto;
-
Bicentenário do Conde de Porto Alegre;
-
O Duque de Caxias e a Educação no Rio Grande do Sul, 1846;
-
O Espírito Militar do poeta Mário Quintana;
-
O Preto Caxias em Bagé;
-
Real Feitoria do Linho cânhamo do Rincão do Canguçu - 1783/89;
-
São Gabriel: Atenas e Esparta gaúchas;
-
A geopolítica de Portugal e depois do Brasil, no Sul;
-
A História Militar Terrestre do Brasil no RGS;
-
Canguçu - RS em nossas guerras e revoluções;
-
A guerra do Paraguai - um laboratório de Doutrina Militar pouco
explorado;
-
Homenagem ao Presidente Vargas;
-
Marechal Câmara - 2º Visconde de Pelotas;
-
Os Cercos de Bagé e da Lapa - duas resistências épicas;
-
O uso militar de jangadas no assalto à Vila de Rio Grande em 1º
abril 1776.
CONCLUSÃO
Fizemos esta longa exposição para
demonstrar que a História Militar Terrestre Crítica do Brasil pode
cooperar para o desenvolvimento progressivo de uma Doutrina Militar
Terrestre Brasileira e, por via de consequência, para o
desenvolvimento progressivo do Livro Branco da Defesa Nacional.
Doutrina Militar Terrestre Brasileira
capaz de contribuir para o aumento do Poder Militar Dissuasório do
Brasil e, em especial, por mais urgente e factível, a sua Doutrina
de Guerra de Resistência para a proteção das riquezas e da Soberania
Brasileira na Amazônia.
Sonho manifesto pelo Duque de
Caxias em 1861, como Ministro da Guerra e Chefe do Governo, ao
adaptar a Doutrina de Portugal às realidades operacionais
sul-americanas, que ele vivenciara em cinco campanhas que comandara
e vencera.
Sonho manifesto pelo Marechal
Floriano Peixoto ao determinar, como Ajudante do General que
comandava o Exército, que o historiador Cel Carlos Emílio Jourdan
escrevesse a História da Campanha do Paraguai, para a distribuir aos
alunos das Escolas Militares do Ceará, Praia Vermelha e Porto
Alegre. Isto para que conhecessem as realidades operacionais
sul-americanas, em época de domínio do bacharelismo militar
(1874/1905), em que a elaboração da Doutrina do Exército era tarefa
da Congregação da Escola Militar da Praia Vermelha, integrada por
professores, mas que não cumpriam esta missão. Época de involução da
Doutrina de Caxias para a Guerra do
Paraguai,
em que recorreram, para a Campanha de
Canudos, novamente a uma cópia da Doutrina de Portugal, feita para
as realidades européias, sem a adaptar para o combate de uma ação
tipo guerrilha como foi a guerra no sertão baiano, onde os batalhões
do Exército e de13 Polícias Militares foram lançados no sertão sem
uma estrutura de apoio logístico. Esta deficiência foi minorada pelo
Gen Carlos Telles, que improvisou em seu batalhão, vindo de Bagé, um
Esquadrão de Cavalaria que passou a desempenhar missões de
reconhecimento, para prevenir surpresas de emboscadas, e a de
Logística, ao recolher pelo sertão vacuns e caprinos para aliviar as
deficiências de alimentação de sua força. Problema solucionado com a
ida do Ministro da Guerra Marechal Carlos Machado Bittencourt à
Bahia e ali ter criado uma estrutura logística, ligando os isolados
batalhões à Base Logística que estabeleceu em Salvador. Solução que
lhe valeria a sua consagração como Patrono da Intendência do
Exército. Vulnerabilidades operacionais no ensino da Escola Militar,
dirigidas por bacharéis, que seriam denunciados entre outros pelos
hoje patronos de cadeira na FAHIMTB, como historiadores militares,
os marechais Estevão Leitão de Carvalho e João Batista Mascarenhas
de Morais. O primeiro, como Chefe da Missão Militar Brasil- Estados
Unidos, neste país, durante a 2ª Guerra Mundial, coordenando o apoio
dos EUA às nossas Forças Armadas, e o segundo, como comandante da
Defesa Territorial no Nordeste e, a seguir, da nossa vitoriosa Força
Expedicionária Brasileira.
Doutrina Militar Terrestre Brasileira
sonhada pelo Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, ex-oficial
de Operações na FEB, depois instrutor da ECEME, e hoje denominação
histórica da referida Escola. Doutrina Militar Brasileira por ele
chamada de Doutrina Tupiniquim.
Assim, aos 80 anos depois de 40 anos como
pesquisador e historiador militar com larga experiência no assunto,
adquirida;
Como Coordenador do Parque Histórico
Nacional dos Guararapes em 1970-71;
- Adjunto da Comissão de História do
Exército do EME de 1971-1974;
- Presidente, em 1975, da Comissão da
Revista Militar Brasileira, que editou número Especial, alusivo ao
bicentenário do Forte de Coimbra;
- Instrutor de História Militar na AMAN
(1978/80) onde integrei, como historiador, as comissões da AMAN
comemorativas aos centenários de falecimento do Gen Osório e do
Duque de Caxias;
- Diretor do Arquivo Histórico do
Exército em 1985/90, onde presidi Comissão integrada por
especialistas civis com vistas à criação do Museu Histórico do Forte
de Copacabana, tendo também presidido a Comissão de História da
Revista A Defesa Nacional e sido Membro da Comissão do
Exército do Centenário da República e da Bandeira Nacional;
- Diretor Cultural do Clube Militar e de
sua Revista no seu Centenário;
Com esta bagagem em História
Militar convenci-me de que a nacionalização da Doutrina Militar
Terrestre do Brasil passa pelo resgate de sua História Militar
Terrestre Crítica, tarefa privativa de profissionais militares da
Ativa e da Reserva e, em especial, daqueles com vocação para este
trabalho relevante, por possuidores de Curso de Estado-Maior na
ECEME, onde adquiriram e praticaram os conhecimentos de Arte e
Ciência Militar para este resgate que acreditamos, salvo melhor
juízo, inadiável.
Tarefa para a qual os Cursos de Faculdade
de História não ensinam, mas que cooperam com suas regras para o
resgate científico de fatos históricos, com apoio em fontes
autênticas, íntegras e fidedignas, para serem submetidas à analise
militar terrestre crítica por profissionais militares.
Foi o que fizeram os profissionais
militares das potências e grandes potências militares mundiais na
elaboração dos Corpos de Doutrinas de seus Exércitos. E que poderão,
com suas experiências, ajudarem no desenvolvimento do Corpo de
Doutrina Militar Terrestre do Brasil.
E neste ano de 2011, em que completo 80
anos, sendo 40 como historiador militar e pesquisador, coincidente
com os 200 anos do início do funcionamento da Academia Real Militar,
na Casa do Trem, hoje denominação histórica de nossa Academia
Militar das Agulhas Negras, foram criados ou recém criados os
seguintes instrumentos para levarem esta tarefa do Corpo de Doutrina
do Exército Brasileiro a bom termo:
- O Livro Branco da Defesa Nacional do
Ministério de Defesa;
- O Centro de Doutrina do Exército,
criado pelo Comandante do Exército Gen Ex Enzo Martins Peri,
vinculado ao Estado-Maior do Exército;
- O Centro de Pesquisas e Estudos de
História do Exército, subordinado ao Departamento de Cultura e
Ensino do Exército que passa a desenvolver o relevante projeto de
História Oral do Exército criado pelo hoje acadêmico emérito da .FAHIMTB
na AHIMTB/RIO DE JANEIRO,Gen Ex
E para cooperar com estas criações aí
estão a Federação das Academias de História Militar Terrestre do
Brasil (FAHIMTB) e suas Academias e Delegacias filiadas, com sua
experiência de 15 anos de atividade profícua. E mais o Instituto de
Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB).
Mas, para tal, estas entidades necessitam
de um programa oficial de apoio financeiro, até hoje inexistente,
para desenvolverem projetos de interesse da História Militar
Terrestre Crítica. Tudo para o desenvolvimento do Corpo de Doutrina
do Exército e, por via de consequência, do Livro Branco da Defesa
Nacional.
O Brasil integra o BRIC, junto com a
Rússia, Índia e China. Um grupo com parceiros poderosos, econômica e
militarmente, sendo potências nucleares. E, por esta razão,
possuidores de elevado poder militar dissuasório, que o Brasil ainda
não construiu. E dele necessita, para proteger seus interesses na
comunidade internacional, o seu povo, as suas fronteiras e as suas
riquezas nas suas Amazônias Verde e Azul.
Sonho, como soldado e brasileiro, que as
atuais e futuras gerações do Exército realizem o sonho do Duque de
Caxias, manifesto em 1861 como Ministro da Guerra e Chefe de Governo
- o de uma doutrina militar terrestre brasileira genuína.
(X) O autor é natural de
Canguçu-RS. É Jornalista, sócio emérito do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro e benemérito do Instituto de Geografia e
História Militar do Brasil, onde inaugurou a cadeira General
Francisco Paula Cidade. É membro da Academia Brasileira de História,
da Portuguesa, da Espanhola, da Argentina e do Instituto Histórico
do Uruguai. É autor de 69 publicações (livros, álbuns e plaquetas) e
detentor de sete prêmios literários sobre História Militar, em
especial sobre a História do Exército. É membro dos Institutos
Históricos do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná, de
São Paulo, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, de Mato Grosso, da
Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Fundou o Instituto de
História e Tradições do Rio Grande do Sul e é fundador das Academias
de História de Canguçu, Itajubá, Resende, Itatiaia e Barra Mansa. É
sócio dos institutos históricos de Petrópolis, São Leopoldo, Pelotas
e São Luiz Gonzaga, do Instituto de Estudos Vale paraibanos e do
Círculo de Pesquisas Literárias de Porto Alegre. É comendador do
Mérito Militar e do Mérito Histórico Militar Terrestre, e cidadão
honorário de Itajubá, Resende e Itatiaia. Possui publicados muito
trabalhos de sua autoria nos sites
www.ahimtb.org.br e no
www.ihtrgs.com.br.