Cerimônia, na AMAN, de palestra e
lançamento do livro:
Bicentenário do Brigadeiro
Antônio de Sampaio, o Patrono da Infantaria.
no Curso de Infantaria, pelo
Cel Claudio Moreira Bento presidente da Academia de História Militar
Terrestre do Brasil
A seguir, será transcrita, na íntegra, a cerimônia de
lançamento do livro: Bicentenário do Brigadeiro Antônio de Sampaio,
o patrono da Infantaria, que tem como autor o Cel CLÁUDIO MOREIRA
BENTO, Presidente da AHIMTB.
Capa e
contracapa do livro
Estiveram
presentes, na sessão realizada no dia 3 de maio l de 2010 no
Auditório General Médici (AGM), o Exmo Sr Gen EDSON LEAL PUJOL,
Comandante da Academia Militar das Agulhas Negras, 3º Presidente de
Honra, o Sr Cel Inf JOSÉ LUIZ LISBÔA NEIVA, S Cmt, o Cel Inf
MILTON SILS DE ANDRADE JÚNIOR, Cmt CC, o Ten Cel Inf MARCELO
BENTO PIRES, Cmt do Curso de Infantaria, oficiais do
Estado-Maior Geral e Especial, instrutores, professores, cadetes e
os seguintes acadêmicos: Cel Com QEMA
Alberto Cláudio de Oliveira
Weirich e Cel Com QEMA CLÁUDIO ALFREDO CUNHA
DORNELLES.1. Apresentação do Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO, Presidente da AHIMTB,
efetuada pelo Cap Inf NILTON FABIANO VELOZO LINS, S3 do Curso de
Infantaria da AMAN

O Coronel Eng CLÁUDIO MOREIRA BENTO
é natural de Canguçu, RS, local onde o então Capitão ANTÔNIO DE
SAMPAIO esteve destacado por 4 anos, depois da Revolução
Farroupilha, e onde conheceu sua esposa, JÚLIA DOS SANTOS MIRANDA.
Cidade que, também, contribuiu com 10% dos gaúchos mortos na FEB que
integravam a Arma de Infantaria. O Cel BENTO pertence à Turma
ASPIRANTE MEGA da AMAN de 1955 e do qual é biógrafo. Foi instrutor
de História Militar na AMAN no triênio 1978/80. Comandou o 4ª
Batalhão de Engenharia de Combate em Itajubá e dirigiu o Arquivo
Histórico do Exército de 1985-1990. Possui o curso de Analista de
Alto Nível pela antiga Escola Nacional de Informações. É historiador
militar consagrado com 86 títulos (livros, álbuns e plaquetas) e
centenas de artigos onde se destaca seu livro: Como estudar e
pesquisar a História do Exército publicado como manual pelo
Estado–Maior do Exército em 1978 e 1999. Além disso, publicações
relacionadas com o Projeto História do Exército na Região Sul que
ele desenvolve desde 1994 e ao qual pertence o livro que hoje aqui
será lançado. integra as principais entidades nacionais e estaduais
de História do Brasil, e as Academias de História de Portugal,
Espanha, Argentina, Uruguai, entre outras. Possui sete prêmios
literários. Fundou, em 1996, em Resende a Academia de História
Militar Terrestre do Brasil sediada em dependências cedidas pela
AMAN, próxima da Casa do Laranjeira, e voltada para colaborar com o
Exército, na conquista de seu objetivo
atual Nr 1:
“Pesquisar, preservar,
cultuar e divulgar a História, as tradições e os valores morais,
culturais e históricos do Exército”.
Desde 1971, dedica-se à
História Militar Crítica à luz dos fundamentos da Arte Militar
aprendidos no curso da ECEME.
O Cel BENTO foi
condecorado com as Medalhas da Ordem do Mérito Militar, Oficial do
Mérito das Forças Armadas, Pacificador, Militar de ouro com passador
de platina, Mérito Tamandaré, entre outras.
Possui, a maior
condecoração de Resende, a Medalha Conde de Resende, fundador do
ensino militar acadêmico nas Américas e do Ensino Superior Civil no
Brasil em 1792 e da cidade de Resende.
Outros dados de sua vida e
obra constam em seu currículo, ao final do livro que hoje aqui será
lançado. Publicação que apresenta com originalidade a única foto
conhecida do Brigadeiro ANTÔNIO DE SAMPAIO.
O Cel BENTO dedica-se à História
institucional e operacional do Exército na forma definida, a seguir,
pelo Marechal FERDINAND FOCH, o comandante da vitória aliada na 1ª
Guerra Mundial:
“Para alimentar o cérebro de
um Exército na paz, para melhor prepará-lo para a eventualidade
indesejável de uma guerra, não existe livro mais fecundo em lições e
meditações do que o livro de História Militar”.
A partir de agora, irá
discorrer acerca do Brigadeiro SAMPAIO e aqui lançar seu livro:
Bicentenário do Brigadeiro Antônio de Sampaio, o patrono da
Infantaria, o Cel BENTO.
2. Palestra do Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO, Presidente da AHIMTB
Excelentíssimo Sr Gen EDSON LEAL PUJOL, Cmt da AMAN,
Sr Cel JOSÉ LUIZ LISBÔA NEIVA, S Cmt, senhores oficiais,
cadetes, o brigadeiro ANTÔNIO DE SAMPAIO foi consagrado,
em Dec Nr 51.429 de 13 de março de 1962, patrono da Arma de
Infantaria, em cujo seio se forjou e destacou-se, sobremodo, como
bravo e modelar líder de combate, instrutor e disciplinador da
Infantaria, a frente da qual, representada pela sua 3ª Divisão de
Infantaria – a Divisão Encouraçada, teve seu glorioso encontro com a
glória militar em 14 de maio de 1866, na Batalha de Tuiuti, onde se
constituiu em fator decisivo para a vitória, em que pese os três
ferimentos recebidos que determinaram sua morte, em 6 de julho de
1866, a bordo do vapor "Eponina" e o fato de quatro cavalos que
montava durante a resistência, a todo o custo que liderava, terem
tombado por perfurações de balas e baionetas inimigas e mais o de
sua heróica Divisão haver concorrido com 33% das baixas
brasileiras e 29% das baixas aliadas neste dia, por haver
se constituído em ponto chave da defesa.

Banner presenteado ao C Inf pelo Cel BENTO com foto real do herói
SAMPAIO chegou ao Rio
Grande do Sul ao final da Revolução Farroupilha, onde, no comando de
uma companhia de Infantaria, estacionou cerca de quatro anos em
Canguçu, como instrumento de consolidação da Paz de Ponche Verde e
próximo de Piratini e Caçapava, antigas capitais da República
Rio-Grandense (1836-45).
A seguir SAMPAIO
empenhou-se a fundo no comando sucessivo de batalhões e brigadas de
Infantaria. Em pouco transformou-se num consumado condutor de
homens, conhecedor profundo do terreno e mestre em adestrar e
empregar a Infantaria. Combateu na guerra contra ORIBE e ROSAS
(1851-52) quando participou da Batalha de Monte Caseros, como
integrante da Divisão Brasileira.
Comandou um Batalhão de
Divisão de Observação que penetrou em Montevidéu em 7 de maio de
1859, a pedido do Presidente oriental VENÂNCIO FLORES. Na guerra
contra AGUIRRE teve atuação destacada a frente de uma Divisão, na
conquista de Paissandu o que lhe valeu sua promoção a brigadeiro.
Durante a guerra da
Tríplice Aliança contra o Paraguai (1865-70), que fez como oficial
general, teve atuação destacada até Tuiuti.
Sobre o seu conceito e o
de sua tropa escreveu DIONÍSIO CERQUEIRA, o maior cronista deste
conflito e que foi integrante da Divisão Encouraçada e subordinado
de SAMPAIO, em Reminiscências da Campanha do Paraguai.:
"A idéia de eu passar
para a Infantaria não me abandonava. Esta Arma exercia sobre mim
indizível fascinação. Quando passava um daqueles belos batalhões da
Divisão Sampaio, a Encouraçada, de bandeira desfraldada, os pelotões
alinhados, guardando bem as distâncias, marchando airosos e
elegantes, ao som alegre de um dobrado vibrante, não me podia
conter, e punha-me a marcar passo..."
E mais adiante. "Fui
apresentar-me ao general SAMPAIO. O ilustre general, glória do
Exército pelo valor e amor a disciplina, estava uniformizado,
debaixo de uma ramada, lendo uma história de NAPOLEÃO, seu capitão
predileto. Quando me viu, fechou o livro, marcando-o com o indicador
da mão esquerda".
SAMPAIO era cearense de
Tamboril, onde nasceu em 24 de maio de 1810. Morto heroicamente aos
56 anos, após sublimar as virtudes militares de coragem, bravura,
honra militar e desprendimento.
Vive ainda na memória do
Brasil, na alma do Exército e sobre tudo nas melhores tradições da
Infantaria Brasileira que ele ajudou a forjar. Seus restos mortais
repousam em Panteon em Fortaleza - CE defronte ao aquartelamento
onde ele iniciou sua vida como soldado em 1830 e que servirá de
cenário para a Festa Nacional da Infantaria este ano em comemoração
do seu bicentenário.
Sejam felizes!

Após a palestra, o Cel BENTO entregou exemplares de seu livro a
cadetes do Curso de Infantaria,
destaques em História Militar da Academia Militar das
Agulhas Negras
3. Leitura das
abas do livro redigidas pelo Gen Div MARCO ANTÔNIO DE FARIAS,
Primeiro Subchefe do Estado-Maior do Exército
A Infantaria é arma do combate
aproximado. É formada por soldados bravos e tenazes, que podem atuar
em todos os tipos de terreno e sob quaisquer condições atmosféricas.
Sua principal missão é conquistar e manter o terreno, aproveitando a
capacidade de manobrar com pequenas frações. O patrono dos corajosos
infantes brasileiros é o Brigadeiro ANTONIO DE SAMPAIO.
Com um currículo literário
invejável, o Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO, ícone entre os historiadores
militares do Brasil, conquistou sucesso devido à conceituada
carreira de escritor de temas similares, disponibilizando aos
leitores o mais alto valor histórico da memória militar terrestre
brasileira.
Para comemorar o Bicentenário
do Brigadeiro ANTONIO FERREIRA DE SAMPAIO, Patrono da Infantaria, o
Cel BENTO resgata com riqueza de detalhes a história do herói
nacional, nascido em Tamboril, CE, em 24 de maio de 1810.
A ligação do autor com o tema
vai além do culto histórico. Quis o destino que o Cel BENTO nascesse
em Canguçu, onde o Brigadeiro ANTONIO DE SAMPAIO conheceu e noivou
com a canguçuense JÚLIA DOS
SANTOS MIRANDA quando,
exercendo ali o comando,
por cerca de 4 anos, de 150
homens da 8ª Cia do 4º Batalhão de Fuzileiros, vindo de Pernambuco,
garantiu o cumprimento dos termos da Paz de Ponche Verde. E casaria
SAMPAIO em Jaguarão com a jovem JÚLIA, com o mesmo padre que casara
seus pais em Canguçu, conforme concluiu o Cel BENTO.
O “Bravo dos Bravos” da Batalha de Tuiuti entrou para o paraíso celestial
militar em
6 de julho de 1866, a bordo do vapor Eponina, em consequência de
três ferimentos à bala recebidos em combate, à frente da 3ª Divisão
de Infantaria.
A Batalha de Tuiuti foi a maior peleja
campal travada na América do Sul e levou SAMPAIO a ser nobilitado
pelo Decreto Nr 51.429, de 13 de março de 1962, como o Patrono da
Arma de Infantaria do Exército Brasileiro.
Nessa decorrência de fatos, o autor, c
om admirável conhecimento, destaca a trilha
brilhante do Brigadeiro ANTÔNIO DE
SAMPAIO, que teve sua carreira prestada no serviço de tropa, de
soldado a brigadeiro, durante 36 anos.
O ingresso na Força Terrestre ocorreu como
praça voluntário no 22º Batalhão de Infantaria, em Fortaleza.
Participou de importantes e decisivas campanhas de guerra. A partir
do posto de major, todas as suas promoções passaram a ser por
merecimento e o peito do sertanejo de Tamboril cobriu-se de
condecorações. Como coronel, recebeu o comando de uma Brigada para
conquistar a localidade de Paissandu, no Uruguai. Já no posto de
brigadeiro comandou a gloriosa 3ª Divisão de Infantaria, a Divisão
Encouraçada, de Montevidéu até Tuiuti.
Sua vida de egrégio soldado - que, de
origem humilde ascendeu ao quadro de Oficial General do Exército
Imperial - mostrou-se pautada na tríade trabalho, fé e família, base
da vida de qualquer homem de bem. Conheceu o amor e a decepção em
Tamboril mas, 10 anos depois, constituiu família e apagou as mágoas
do passado. Na Força, o aguerrido SAMPAIO conduziu pelotões e
companhias, em 36 ações de combate. Tornou-se um líder denodado e
possuidor de bravura física e moral invulgares.
Vários episódios balizaram sua relevância
histórica. A audácia em combate, sobretudo ao enfrentar o inimigo
sem proteção e sair ileso em inúmeras batalhas, dando origem à
lenda, entre seus comandados e bandoleiros, de que tinha o corpo
fechado a balas e baionetas, decorrente de uma oração que trazia no
peito.
Ao desfrutar desta epopéia, o leitor
perceberá que um herói nacional se constrói pelo nobre gesto de
morrer por sua Pátria, mas, sobretudo, alicerçado em exemplos que
permeiam sua trajetória profissional e pessoal, e pelo legado de
honra que deixa, eternizando seus feitos no perfil dos atuais
integrantes da Arma do Combate aproximado.
Oriundo da Infantaria, sinto-me lisonjeado
e orgulhoso em poder expressar o encantamento pelos feitos de
SAMPAIO e de poder identificar atributos do velho brigadeiro.
Dessa forma, agradeço ao autor e amigo,
Cel CLÁUDIO MOREIRA BENTO, pela oportunidade que me foi dada de
participar desta obra, que valoriza a arma de Infantaria e, para o
mundo contemporâneo, carente de modelos ilibados, torna-se leitura
indispensável.

Canto vibrante da canção da Infantaria pelo Curso de Infantaria da
AMAN
Informativo da Academia de História Militar Terrestre do
Brasil
Tiragem: 50 exemplares impressos
Supervisão: Cel Eng Cláudio Moreira Bento
Redação: Cel Com Alberto Cláudio de Oliveira Weirich
Impressão: Editora Acadêmica
E-mail:
bento1931@gmail.com Telefone: (24) 3388-4788