CENTENÁRIO DA ESCOLA
ESTADUAL DE 1º GRAU IRMÃOS ANDRADAS

Cel CLAUDIO
MOREIRA BENTO
Completa 100 anos de profícua contribuição ao ensino em
Canguçu – RS, a Escola Estadual de 1º Grau, Irmãos Andrada,
sediada ao lado da Casa da Cultura Marlene Barbosa Coelho,
com frente para a rua Cel GN Genes Gentil Bento, o seu
fundador,
Sua raiz histórica é o Colégio Elementar da Vila de Canguçu,
criado no Centenário de Canguçu em 1912, como Freguesia N.
S. da Conceição de Canguçu, pelo Intendente de Canguçu
(1905-1916), Cel da Guarda Nacional Genes Gentil Bento e
como parte das comemorações do centenário da Freguesia.
Este Colégio funcionou inicialmente de 1912/1914, na Rua
Júlio de Castilhos, ( na quadra da Igreja) , onde
atualmente existem as casas números 985 e 987. Local
histórico que havia servido de 1857/1900 como sede da Câmara
de Vereadores no Império (1857-1889) por cerca de 30 anos e
como sede da Intendência, na República, de 1890 a 1900, por
cerca de 10 anos. Foi sede da Sociedade Bailante Clube Éden
Canguçuense e que ali foi sucedida pela sede provisória do
Clube Harmonia, até ser adquirida a sua primeira sede, pelo
então presidente Cap GN Carlos Norberto Moreira, em prédio
antigo que existiu no local onde hoje funciona a Prefeitura
Municipal, depois de haver sido o Globo Hotel, a sede
provisória da Igreja durante sua restauração, sede da
Agência do Banco do Brasil. Neste local que abrigou a Câmara
de Vereadores e a Intendência, nas décadas de 20 e 30
abrigou o cinema mudo que é descrito pelo autor e pelo Major
Ângelo Pires Moreira na Revista dos 200 anos de
Canguçu da Academia Canguçuense de História as p. 166/
169.
O
Correio do Povo em sua seção. Há um século no Correio
do Povo, de 29 de julho de 2011, como pesquisa do
jornalista Renato Bohusch e sob o titulo em epigrafe
registrou:
“O Dr.
Carlos Barbosa presidente do Estado, atendendo ao pedido que
lhe fez o Coronel Genes Gentil Bento, intendente municipal
de Canguçu, concedeu um auxílio pecuniário para mais aulas
rurais em Canguçu, as quais seriam providas, para a sede do
Colégio de Canguçu, o Governo do Estado mandará o
mobiliário. O Coronel Luiz da Silveira Nunes, administrador
dos Correios, mandará estabelecer uma linha de correio de
Pelotas a Canguçu, diretamente, ficando portanto suprida a
linha indireta entre Piratini e Canguçu”.
O
Colégio que recebeu o nome de seu fundador durante a sua
administração, ele o transferiu em 1815 para o antigo
casarão ao lado do Clube Harmonia, com o nome de Colégio
Elementar Araújo de Porto Alegre. E ali funcionou por cerca
de 35 anos, até ser transferido para o atual local em 1950,
tendo sua pedra fundamental sido lançada pelo Interventor
Federal General Osvaldo Cordeiro de Farias, em 8 de maio de
1942. General que comandaria a a seguir, na Itália, a
Artilharia da Força Expedicionária Brasileira. Coincidência
que exatamente três anos transcorridos deste lançamento da
Pedra Fundamental, o General Cordeiro de Farias comemorou
em 8 de maio de 1845, o Dia da Vitória da Liberdade e da
Democracia contra o nazi facismo. Vitoria para a qual
Canguçu contribuiu com as vidas de dois de seus filhos, os
soldados Izidro Matoso do 6º Regimento de Infantaria de
Caçapava-SP , onde vi seu nome inscrito em um monumento e
Hortêncio da Rosa, do Regimento Sampaio, unidade que leva o
nome do Capitão Antônio Sampaio que em Canguçu comandou uma
companhia de 1845/49, para consolidar a paz farroupilha em
Canguçu e entorno. Estes dois bravos representaram 10% dos
mortos gaúchos nesta guerra. O Colégio foi
construído em terreno onde até por volta de 1876 fora o
cemitério local, por cerca de 75 anos. E nele foram
sepultados os 35 bravos, sendo 5 imperiais e 30 republicanos
farrapos que tombaram no 2º combate de Canguçu no dia 6 de
novembro de 1843 , conforme abordo em meu livro Canguçu
reencontro com a História ..p.105/109, 2ed.
Lembro, menino dos 11 aos 13 anos ao brincar, de esconde,
esconde, nas escavações dos alicerces para a construção do
Colégio, deparar com restos mortais de pessoas ali
sepultadas. Não esqueço da sepultura que acreditei ser uma
jovem com seu vestido de noiva, ainda bem conservado. Todos
ali foram esquecidos! Isto me fez lembrar esta
afirmação de um historiador de Barra Mansa, quando assumi a
Cadeira Marechal Floriano Peixoto na Academia Barra-mansense
de História que eu ajudara a fundar.
“O
ser humano tem três mortes. A primeira ao dar o ultimo
suspiro. A segunda ao baixar a sepultura. E a terceira e
definitiva, a ultima vez que seu nome for lembrado ou
pronunciado!. Sendo assim creio haver ressuscitado
simbolicamente muitos conterrâneos e conterrâneas ali
sepultados, cujos nomes tenho recordado em minhas obras como
historiador de Canguçu.
A
partir de 1917, o Colégio Elementar passou pelas seguintes
denominações, além da inicial de Cel Genes Gentil Bento e
a seguir Araujo Porto Alegre. Em 3 Dez 1931, ano em nasci,
esta escola passou a se chamar, Grupo Escolar André Puente,
personagem que biografamos em nosso livro citado ,
Canguçu reencontro com a História e que mereceu de nós
o artigo Um canguçuense na praça da matriz em Porto Alegre.
Diário Popular, Pelotas,4 abril, 1972.( Referencia a
um monumento colocado na praça por seus alunos ilustres
entre os quais o ex-governador Walter Só Jobim). Em 10 de
Out. 1940 mudou para Grupo Escolar Irmãos Andradas , por
decreto do interventor estadual General Cordeiro de Farias.
Em 12 Mai. 1978 recebeu o nome de
Unidade Estadual de Ensino Irmãos Andradas. Em 21
Nov. 1980 recebeu o seu o atual nome de Escola Estadual de
1° Grau incompleto Irmãos Andradas. A historiadora deste
Colégio, conhecido popularmente como Grupo, é a sua
ex-aluna e acadêmica da ACANDHIS, a Advogada Yone Meireles
Prestes, que foi secretária por longos anos da Câmara de
Vereadores de Canguçu. Acompanhei a vida do Grupo de
1938/1944 como aluno do Colégio N.S. Aparecida. E deste
período lembro das professoras D. Georgina Quadros,(
ex-aluna do Colégio) Ibrantina, Bila Nascimento e da
Zeladora Mimosa Vasques que dedicou longos anos de sua vida
a esta escola. Lembro de Maria por ela criada e que não era
dedicada e atenta aos estudos . E contam que de certa feita
inspetores estaduais foram conferir a aprendizagem dos
alunos e Maria foi escolhida para um teste . Perguntada:
Quem descobriu o Brasil? E Maria respondeu: !”Foi o Pedro
Escalante !” Este era um famoso e corpulento policial
municipal. Perguntada: Quais são a 4 cores da bandeira
nacional? E Maria pensou , pensou e respondeu ! “ As 4 cores
da bandeira nacional são três, verde e amarelo! “ Estes
fatos creio que inverídicos circulavam entre nós meninos.
Destacaram-se na direção do Grupo, em minha adolescência
Marlene Barbosa Coelho, Alda Aguiar Valente, Florisbela
Machado Barbosa (Florzinha), Joaquina Lessa da Rosa,
Terezinha Borges Baldez e Neuza Paes do Amaral. Foi
professora no inicio da década de 40, a consagrada
Genealogista brasileira Ilka Guittes Neves, autora do
precioso livro Canguçu –RS primitivos moradores,
primeiros batismos. Pelotas: Editora Universitária/UFPEL
,1998. Livro que a seu convite o prefaciamos e que registra
os canguçuenses de 200 anos que descendem dos povoadores de
Canguçu ao tempo em que foi elevado a Freguesia , cujos
nomes ela registrou bem como os seus descendentes.
Esta é pois homenagem da ACANDHIS e minha como
historiador de Canguçu, a todos que integraram os Corpos
Docente e Discente desde educandário nos últimos 100 anos. E
mais detalhes históricos deste Colégio serão por seus
integrantes divulgados em 8 Mar. 2012 em seu centenário, no
ano do Bicentenário de Canguçu como Freguesia.
Acima o Colégio Elementar de Canguçu, por volta de 1912/14, formado nos
fundos do Colégio, onde identifico a aluna mais
alta e de branco ao lado da bandeira, Alda
Moreira Barbosa que casaria com o Dr Luiz de
Oliveira Lessa, pais do tradicionalista Luiz
Carlos Barbosa Lessa e, tendo a seu lado Morena
Cunha Vianna. Na altura da bandeira o professor
Pinto Bandeira. A baixo foto do Cel Genes Gentil
Bento, o fundador do Colégio, por Decreto
Municipal, em foto centenária retirada da
Revista do Centenário de Pelotas nº 4, em
1912, elaborada pelo hoje consagrado escritor
tradicionalista J. Simões Lopes, em nº dedicado
ao centenário de Canguçu como freguesia, e que o
consagra como o 1º historiador de Canguçu. Na
foto ao lado, em 1º plano, a frente do
centenário Colégio Elementar reproduzida em
aquarela pelo Dr Nilson Meireles Prestes.

À direita em uniforme branco, aluno do Colégio Elementar em 7 de setembro
de 1922 no Centenário da Independência na
praça General Honorário Hipólito Pinto
Ribeiro que existiu na
Quadra entre as longitudinais Júlio
de Castilhos e General Osório e as travessas
Gaspar Silveira Martins e a Av Exército
Nacional/Brigadeiro Antônio de Sampaio.
(Foto do Arquivo Conrado Ernani
Bento, bem como as fotos acima,
menos a aquarela)
O Colégio Elementar em 1927 onde meu pai identificou: Na última fileira
da esquerda para a direita: a 1ª Sua filha
Carmen Moreira Bento. A 5ª Amália Shoroeder, a
6ª Georgina Quadros (que ligaria sua vida ao
magistério nesta escola). Na 2ª fila da frente
para traz: A 3ª Dulce Aguiar Bento, prima em 1º
grau de meu pai. A 4ª Luiza Moreira Bento, sua
filha. 5ª Leda Pires Moreira.7ª Sara Pires
Moreira, mãe de Gilberto Moreira Mussi. Na 2ª
fila de traz para a frente. O último a direita,
Ângelo Pires Moreira, mais tarde Major reformado
do Exército e historiador e tradicionalista
pelotense. E o 3º a sua direita de branco e com
luto João Albano de Souza. No centro o professor
Figueira. Os 3 Pires Moreira eram filhos do
então intendente Ciro Mattos Moreira . irmão de
minha mãe Cacilda Moreira Bento.( Foto do
Arquivo Conrado Ernani Bento)

Concentração Escolar de todos os colegios da sede e do interior defronte
a Prefeitura, em 7 de Setembro de 1942. O Grupo
Escolar Irmãos Andradas esta formado atrás de uma
faixa por ele transportada com o dizeres TUDO POR TI
BRASIL. E neste tempo, com 11 anos incompletos eu
possuía muitos queridos amigos de infância neste
Colégio. Eu era tamboreiro do Colégio Aparecida e
não apareço por coberto pela assistência. Neste
tempo já estava sendo construída a atual sede dos
Irmãos Andradas. Na foto figuram o Colégio do
Salvador fundado em 30 Mar.1940, sob a direção do
Reverendo Joaquim Silveira e o Colégio da Igreja
Evangélica Batista, sob a direção do Reverendo do
Astrogildo Pacheco.( Foto do Arquivo Conrado Ernani
Bento)

Formatura do 5º ano do Grupo Escolar Irmãos Andradas, com anotações
datilografadas por meu pai, dos nomes dos
formandos:,Açulena Camargo que lhe doou a foto, Aldo
Borges, Amilton Valente da Silveira, Ana Dulce
Valente do Nascimento, Ariovaldo Goulart, Célia
Escallier, Laura Fonseca, Liberta Estamer, Maria
Alice Silveira, Maria Ivoni Brito, Maria Suzana
Pinheiro, Maria Doralina Porto, Maria Eli Silveira,
Marlene Rodrigues, Omar Moreira, Osvaldo Morales,
Rosa Leonor Brum e Zaida Salgado Leal.( Foto do
Arquivo Conrado Ernani Bento).
HOMENAGEM
Aqui homenageio meus ancestrais por suas ligações com o Magistério, em
especial em Canguçu:Meu trisavô Alferes Joaquim Bento,
nomeado pelos farrapos como o 1º professor de Alegrete(
segundo o jornal O POVO da Republica Riograndense), meu
bisavô Antônio Joaquim Bento, o primeiro professor régio
para meninos do município de Canguçu, por cerca de 25 anos,
meu avô Cel Genes Gentil Bento que estudou no Colégio Sul
Americano em Pelotas no qual foi professor por algum tempo,
bem como seu irmão José Monteiro Bento, o primeiro a
formar-se em Agronomia em Pelotas e a seguir professor da
Escola Eliseu Maciel. Meu pai Conrado Ernani Bento que como
Prefeito em 1934, junto com o Bispo de Pelotas D. Joaquim
Ferreira de Mello teve atuação relevante para a instalação
do Colégio N.S Aparecida, conforme documentação em seu
arquivo que eu organizei, alem de como Prefeito haver
presidido reunião, em 24 de Mar. 1954, que fundou o Curso
Ginasial no Colégio N.S Aparecida, no qual lecionou por
algum tempo seu filho José Moreira Bento. E creio haver
exercido o Magistério durante toda a minha vida de soldado,
ministrando instrução militar a soldados e como historiador
militar haver sido instrutor de História Militar Geral e do
Brasil, a cadetes na Academia Militar das Agulhas Negras de
1978/80 e ali haver produzido, em equipe, com apoio do
Estado- Maior do Exército ,livros didáticos sobre o assunto,
que ate hoje ali prestam serviços ao ensino de Arte e
Ciência Militar. E sei que muitos descendentes do 1º
professor régio do Município de Canguçu Antônio Joaquim
Bento e descendentes de direto de seu netos Conrado Ernani
Bento, e netas Leontina Aguiar Valente e de Isaura Duarte
Rodrigues tem dado continuidade a esta tradição.
“A HISTÓRIA
RESGATA O PASSADO PARA SE ENTENDER O PRESENTE, PARA MELHOR
SE PROJETAR,
COM SEGURANÇA, O FUTURO. A HISTÓRIA É A MESTRA DA VIDA
É A MESTRA DAS MESTRAS! "
|